Giorgio Marcino, o homem mais poderoso do mundo e líder da maior máfia italiana, encontra seu destino cruzado com Scarlett Ross, uma letal e implacável assassina de aluguel, durante sua estadia em Las Vegas. Em um mundo onde o poder, a luxúria e a g...
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A brisa suave dos ventos provocavam uma sensação agridoce.
O outono está começando e os ventos sopram continuamente, carregando consigo as folhas laranjas que tendem a cair e rastejar. Um fato intrigante sobre essa estação é que as árvores derrubam propositalmente as folhas com intuito de poupar energia no inverno, talvez, se fôssemos um pouco mais parecidos com as plantas e nos desprendêssemos de algumas coisas, poderíamos ser pessoas melhores.
Provavelmente, uma das coisas mais difíceis que fazemos é abrir mão de coisas importantes para nós. Essa atitude depende de tanta força de vontade e determinação que, se não estivermos em bom estado de consciência, somos incapazes de realizá-la. Demorei muito para entender que há acontecimentos inevitáveis na caminhada da vida e isso me custou um preço maior do que estava disposta a pagar, contudo, compreendi que todas as dívidas devem ser pagas.
— Por que às vezes você simplesmente para, olha para o horizonte e parece desconectar da terra? — Perguntou Monica, tocando meu ombro e trazendo-me de volta para os eixos. Suspirei fundo e recobrei a noção.
— Todas as pessoas do mundo fazem isso de vez em quando, não? — Minha pergunta foi sincera, e minha companheira cerrou os olhos e coçou o queixo, refletindo acerca do que disse.
Estávamos no centro de Palermo, no coração da cidade governada pela soberania de Giorgio Marcino. Fazíamos um passeio para conhecer a capital e me familiarizar com o ambiente. Sendo franca, a metrópole é adorável, com uma infraestrutura histórica e clássica bem preservada e que transmite um encanto único. Nos encontrávamos, de modo mais preciso, na costa da ilha, vislumbrando a água azul e pacífica do oceano.
— O que normalmente você pensa nesses momentos? — Seu questionamento me pegou um pouco desprevenida. Apesar de vivermos debaixo do mesmo teto, nossa relação tem sido direcionada exclusivamente à missão de desvendar os segredos da máfia e matar Giorgio Marcino. Temos diálogos rasos, mas no fundo sei que podemos desenvolver uma amizade verdadeira.
Caminhamos sobre a calçada de pedras arcaicas, visivelmente desgastada pelos anos. As nuvens cinzas e carregadas pincelam o céu, cobrindo os raios solares.
— É difícil descrever, é como se eu estivesse no passado, presente e futuro ao mesmo tempo, minha cabeça viaja a lugares desconhecidos, ou também faz visita a situações que já vivenciei. Em suma, penso de tudo um pouco. — Usei palavras sinceras, minha intuição quis testar uma interação genuína a fim de descobrir o que rolaria. De Gennaro pareceu me entender e assentiu com a cabeça.
— Já pensou em nós duas nos beijando alguma vez? — Descontraiu o tom da conversa com suas falas de duplo sentido. Até hoje não faço ideia se ela está flertando comigo ou apenas sendo engraçada.
— Uma vez, na verdade foi um pesadelo horrível, acordei chorando, inclusive. — Proferi, fazendo drama e sorrindo em seguida. Ela me deu um leve empurrão e pigarreou em retaliação.
