Capítulo XXIV

78 12 24
                                    

Notas do Autor

Eu sei que não tenho sido boa em cumprir prazos como gostaria, mas o importante é que estou aqui.

A todas minhas leitoras um excelente início de ano. Tudo só faz sentido pq vcs estão aqui comigo. Obrigada por tudo.
Boa leitura 😘

___________________

"Prazer femino em pauta…"

Bonnie digitou o título, contudo logo apagou. Julgou-o clichê demais.

"Nós mulheres queremos orgasmos"

Ela analisou melhor e constatou que podia soar vulgar demais. Melhor não.

"Sexo, prazer e mulheres…"

Não. Definitivamente não. Esse era clichê, nada atrativo. Uma semiótica pobre, em nada chamava atenção dos leitores. Merda. Se continuasse a criar péssimos títulos seu artigo seria descartado na seleção.

Exausta das vãs tentativas, ela fechou o notebook e descansou-o ao seu lado da cama. Estava há mais de duas horas ali sentada,  tentando finalizar o bendito artigo, que ela sequer sabia se conseguiria submeter. A data de entrega fora prorrogada, mas Bonnie ainda estava insegura quanto ao que escreveria.

Sua cabeça estava como um caldeirão escaldante. Cheia pensamentos. Uns piores que outros. Era muita coisa para lidar. Tinha Damon, Lilian, Enzo e seu pai. Tinha o rompimento do noivado. As ligações que tinha de fazer para desmarcar compromissos  com a costureira, o buffet e com a cerimonialista. Tinha que pensar em como iria  convencer seu pai a se afastar da bruxa da ex-sogra, tinha que falar com Enzo da forma mais sutil possível que viajar para Londres não bastava, ele tinha que ir para mais longe, tinha que se manter seguro.

Bonnie sentia que uma cratera tinha sido aberta sob os seus pés e ela estava em queda livre rumo ao fundo do poço.

Reunindo as migalhas de forças que ainda lhe restava, a jornalista pulou da cama e foi ao banheiro fazer sua higiene matinal, escovou os dentes e tomou um banho gelado. Depois foi até o armário da pia e tirou alguns produtos de limpeza facial, como: gel, cremes e loções. Enquanto deslizava o disco de algodão sobre a pele negra, macia e livre de manchas, seus pensamentos divagaram perante  seu reflexo no espelho. Ela tivera  tão pouco tempo para pensar a fundo no que acontecera no bar entre ela e Nora. Nunca tinha beijado ou transando com uma mulher antes. Nunca pensou racionalmente se gostaria ou não de transar com uma, e então, simplesmente, aconteceu. Ela e Nora foram para cama. E aquela foi a melhor transa de sua vida até ali. Precisava abordar isso no seu artigo. Precisava deixar registrado como mulheres podem encontrar prazer sozinhas e com outras mulheres. Precisava relatar, ainda que indiretamente, o quão  maravilhosa e marcante foi aquela experiência sexual.

Um sorrisinho escapou dos lábios dela com as lembranças. Não sabia se voltaria a beijar ou transar com uma mulher, estando sóbria, nem se aquela experiência isolada, era suficiente para poder se considerar uma pessoa bissexual, ou se foi só pela ocasião: o álcool, a decepção que sentia dos homens, a carência, o calor do momento. Mas também não importava como sua sexualidade podia ser definida dali em diante. Bonnie gostou de beijar e fazer sexo com uma menina, foi mágico e marcante. Foi uma noite a qual  ela jamais esqueceria.

Os planos de Bonnie para aquele dia envolvia resolver todos seus problemas,  ou  pelo menos a maior parte  deles. Precisava de um look casual para isso. Ela optou por uma calça skinny preta, scarpins, um body  de gola canoa, e para completar, dando um toque de elegância à combinação, ela optou por um blazer  ma coe rosa chiclete.

Imprensa  (Bonenzo)Onde histórias criam vida. Descubra agora