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Aaron Miller

Ter pago o professor uma fortuna para fazer com quê eu e Annelise sejamos uma dupla foi, sem dúvida alguma, a decisão mais sensata que já tomei em toda a minha existência. O investimento financeiro feito nesse sentido se mostrou extremamente valioso.

Embora Annelise aparentasse certa insatisfação com essa situação, eu decidi ignorar qualquer sentimento negativo que pudesse surgir. Afinal, o que importa é que finalmente terei a oportunidade de me explicar a ela.

Além disso, a possibilidade de matar a saudade daquela boca deliciosa dela é algo que me enche de antecipação e desejo.

Cada dia que passa sem a presença da minha amada é como um verdadeiro inferno na terra, uma tortura incessante que parece não ter fim, um pesadelo do qual não consigo acordar.

Sinto que a qualquer momento meu coração poderia explodir de saudade, tamanho é o vazio que sua ausência provoca em mim.

— Só pode ser uma maldição! — Ela resmungou ao meu lado, com uma expressão adorável de indignação.

— Eu prefiro chamar isso de destino. — Pisquei para ela, deixando claro que estava confiante na nossa situação.

— Que tal se fazermos o trabalho separadamente, cada um em sua própria casa, e depois juntamos tudo? — Ela deu sua ideia, mas eu neguei com a cabeça na hora.

— Não, minha querida, é um trabalho em dupla. — Respondi com um sorriso provocador.

— Grr! Você me deixa tão estressada!

— Mas não era isso que você dizia quando estava gemendo meu no... — Antes que eu pudesse terminar a frase, ela colocou a mão em minha boca, interrompendo-me. O toque dela era tão bom, tão familiar.

Era simplesmente incrível.

— Shiii, fique quieto, seu imbecil.

Minha.

— Como quiser. — Eu pisco para ela e ela resmunga ainda mais.












(....)










Calleb e Nicolas se aproximam de mim na quadra, seus passos ecoando no chão de concreto. Seus semblantes carregam uma expressão de inquietação, como se estivessem carregando um fardo pesado.

— Cara, você ficou sabendo? —  Calleb pergunta, sua voz carregada de preocupação. Sinto a presença deles ao meu lado, uma mistura de ansiedade e tensão pairando no ar.

Eu fecho meus olhos, permitindo que a brisa quente acaricie meu rosto, trazendo consigo o aroma característico da tarde ensolarada. Cada pequeno detalhe ao meu redor parece ganhar vida, desde o som distante das crianças brincando até o leve farfalhar das folhas das árvores. O calor do sol se mistura com a suavidade do vento, criando uma sensação reconfortante em meio à conversa preocupante que se desenrola ao meu lado.

— Sobre?

— Parece que a mãe da Annelise vendeu a casa delas.. — Eu automaticamente abro meus olhos, despertando para a realidade, e me levanto apressadamente com essa informação. O impacto das palavras ressoa em minha mente, como se o chão tivesse sido puxado de debaixo dos meus pés. A notícia parece tão inesperada e chocante que mal consigo processar completamente o significado por trás dela.

— Como?! Que porra…? — Minha voz irrompe com uma mistura de incredulidade e raiva contida. Cada sílaba carrega consigo uma carga emocional intensa, refletindo a confusão e a frustração que se apoderam de mim diante dessa revelação. Minha mente corre em busca de respostas, tentando entender como algo tão significativo pode ter acontecido sem que eu sequer desconfiasse.

— Parece que ela está trabalhando em uma boate, para tentar tirar a casa das vendas. — A revelação ecoa em meus ouvidos, como se cada palavra carregasse um peso insuportável. A imagem de Annelise, uma figura que sempre associei à doçura e à inocência, agora se entrelaça com a ideia de uma realidade sombria e desesperada. A sensação de impotência me envolve, enquanto tento processar a magnitude das mudanças que ocorreram em sua vida.

— Porra… Mulher minha não trabalha. Onde ela está? — Minha voz irrompe com uma mistura de indignação e incredulidade. A ideia de Annelise se submetendo a um ambiente tão adverso e perigoso parece desafiar todas as minhas noções preestabelecidas sobre ela.

— Vocês terminaram Aaron! — Nicolas segura meu braço, sua expressão refletindo uma mistura de preocupação e determinação. Seu toque é firme, impedindo que eu vá atrás dela, mas minha mente está turva demais para aceitar tal conselho.

— Que se foda! Ela ainda é minha. — Minha voz ressoa com uma determinação teimosa, uma mistura de apego emocional e uma necessidade desesperada de consertar as coisas. A ideia de perdê-la para um mundo desconhecido e perigoso é simplesmente inaceitável para mim.

— Cara.. não faça merda.

— Eu não vou fazer nada, ok? — Menti, as palavras escapando dos meus lábios com uma convicção que mal consigo sustentar. A sensação de impotência e a necessidade avassaladora de saber como Annelise está se sobrepõem à minha capacidade de raciocínio lógico. A mentira parece necessária para acalmar os ânimos ao meu redor, mas a verdade é que estou à beira de tomar atitudes impulsivas e imprudentes.

— Aaron, por favor, pense com clareza. — Calleb coloca a mão em meu ombro, sua expressão refletindo uma mistura de preocupação e compreensão. Sua voz é suave, mas carrega um peso inegável, como se estivesse tentando me ancorar à realidade.

— Eu só quero saber como ela está. — Minha voz soa frágil, quase suplicante, enquanto tento justificar minhas intenções. A incerteza e a angústia se entrelaçam dentro de mim, criando um turbilhão de emoções que ameaça me arrastar para longe da razão.

— Ela está bem. Lyandra está com ela.

Eu suspiro um pouco mais aliviado ao ouvir essas palavras reconfortantes, mas mesmo assim, uma sensação de culpa e impotência persiste dentro de mim.

— Eu quem deveria estar com ela ali. — Minha voz soa carregada de arrependimento e determinação. A ideia de não estar presente para apoiar Annelise em seu momento de necessidade me assombra, alimentando um desejo fervoroso de fazer as coisas certas e compensar minha ausência. A sensação de urgência e responsabilidade se mistura à determinação de corrigir meus erros e estar presente para aquelas que significam tanto para mim.

Coração de Quarterback Where stories live. Discover now