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Aaron Miller

5 dias depois

Finalmente estava chegando ao fim do caralho do acampamento, era só mais hoje e um pouco de amanhã. O ônibus estava programado para nos buscar em torno das duas da tarde, e eu mal podia esperar para sair desse lugar.

Durante esses cinco dias intensos, os desafios dos blocos foram constantes, tanto em equipe quanto individuais. O bloco B estava na liderança com 60 pontos, enquanto o meu bloco estava logo atrás, com 56 pontos. A diferença era mínima, e eu estava determinado a recuperar esses quatro pontos perdidos.

A culpa era toda da Stacy, aquela garota mimada do caralho. Ela se recusou a se sujar na lama, como se estivesse em um spa de luxo. "Faz de conta que não tem chuveiro aqui, né?", pensei com indignação. Ela precisava aprender que acampar não era para os fracos.

Mas, apesar de tudo, acabei salvando-a de cair em um grande buraco. Naquele momento, eu não fazia a menor ideia de que era ela. Todos estavam usando capacetes e, quando vi alguém se desequilibrando perto do buraco, pensei que fosse a Annelise, já que os dois blocos estavam juntos. Mas, para minha infelicidade, era a Stacy.

Agora, com o acampamento chegando ao fim, eu só queria que esses últimos momentos passassem rápido. Estava ansioso para voltar para casa e deixar para trás essa experiência turbulenta.

Eu não fazia a menor ideia de que horas eram, já que aquele desgraçado pegou nossos celulares. Mas eu arriscaria dizer que era por volta das oito da manhã, ou talvez sete. O sol já estava alto no céu, iluminando o acampamento e trazendo um calor reconfortante.

Era o último dia do acampamento, o dia em que finalmente estaríamos livres para fazer o que quiséssemos. Não havia mais desafios ou atividades programadas, apenas o tempo para aproveitar e relaxar antes de voltarmos para casa.

Algumas pessoas estavam aproveitando para dormir um pouco mais, enquanto outras já estavam de pé, ansiosas para aproveitar ao máximo esse último dia. Eu me encontrava no meio-termo, ainda sonolento, mas com uma vontade crescente de explorar o acampamento e aproveitar cada momento restante.

Sem os celulares, estávamos desconectados do mundo exterior, o que, de certa forma, era libertador. Não havia notificações, mensagens ou preocupações com o trabalho ou a vida cotidiana.

Decidi ir em busca de Anne, percebendo que ainda não tínhamos feito algo muito importante. Vasculhei quase todo o acampamento em busca dela, até que a encontrei sentada em um tronco de madeira.

— Por que você está aqui sozinha? — perguntei, curioso.

— Acabei de acordar — respondeu ela, bocejando.

— E você dormiu aí? — indaguei, surpreso.

— Claro que não — respondeu Anne, rindo. — Apenas decidi sentar aqui para aproveitar a tranquilidade da manhã. É um lugar calmo e relaxante.

Sentei-me ao lado dela, sentindo a brisa suave acariciar meu rosto. O silêncio do acampamento naquela hora da manhã era reconfortante, e eu podia entender por que Anne escolheu aquele local para se sentar.

— É bom ter um momento de paz antes de voltarmos à agitação do acampamento — comentei, olhando ao redor.

Anne assentiu, concordando com um sorriso. E que sorriso..

Enquanto o sol subia no céu, iluminando o acampamento com seus raios dourados, percebi que aquele momento tranquilo com Anne era exatamente o que eu precisava.

— Que tal darmos uma volta pela floresta? — perguntei a ela, levantando-me e dando leves batidas em minha perna para tirar qualquer resquício de sujeira. Estendi minha mão para ajudá-la a se levantar.

Coração de Quarterback Onde as histórias ganham vida. Descobre agora