17- Henrique Cavaliere

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Lá estava eu andando calmante pelo corredor até que ouvi alguém gritar

- Hoje tem pizza de graça no refeitório. - Isso, somente essa frase, foi o estopim para meu maior momento de aflição, nunca imaginei que crianças de classe média alta sabiam correr tão rápido. Okay, que isso soou meio preconceituosos mais levem ao fato de que eu fui levado no meio da multidão entre dois caras que com 15 anos tinham o tamanho de um avatar, e no final quando me desvencilhei acabei caindo em cima de Erik Devéns, o valentão da escola.

- Garoto, acho melhor você sair de cima de mim. - Devéns me olhou mortalmente, engoli em seco na hora, e em um pulo desesperado levantei.

- Me desculpe não foi minha intenção. - Estendi a mão para que ele se levantasse mais obviamente o mesmo não aceitou e se levantou sozinho.

- Eu não ligo, da próxima vez que trombar comigo nessa escola vai se arrepender. - Seus olhos castanhos e sua áurea meio sombria era típica de um garoto rebelde com muitos problemas, eu nada disse afinal o mesmo me deu as costas logo em seguida e foi embora.

- Jesus Cristo quase que esqueci como se respira. - Coloco a mão no coração, eu sou somente um garoto de 13 anos terra vai com calma.

- E aí garoto. - Marcos me abraça de lado com um pedaço de pizza na mão. - Quase que você acima seu atestado de óbito hoje em. - Ele diz e ri do seu próprio comentário eu acabo sorrindo anasalado, Marcos e seu senso de humor meio mórbido.

- Jesus foi misericordioso te garanto, o sangue nos olhos dele me deu até arrepio. - Comento tentando puxar conversa, Marcos e eu não somos muito próximos mais nos falamos no creio as vezes.

- Não duvido disso. - Pisca para mim que me faz rir, será que ele acredita em Jesus? - Ei, aceita um pedaço? - Tira os braços do meu ombro e oferece a pizza para mim que recuso. - Você que sabe está uma delícia.

- Eu percebi pela sua expressão de contentamento.

- Cara, você por acaso lê algum dicionário? - Ele começou a andar e eu ri da sua pergunta.

- Eu gosto de ler Marcos, simplesmente. - Digo andando lado a lado com ele, e o de olhos verdes como os do meu pai balança a cabeça concordando.

- Faz sentido, e cada palavra rebuscada para um pré-adolescente. - Ela pontua e para na fila da pizza que já não estava tão grande assim

- Só uma perguntinha, quantos pedaços de pizza você aguenta comer? - Sua gargalhada foi ouvida por todo o refeitório.

- Eu como uma pizza inteira caro Henrique, mais a verdade é que estou aqui por você. - Seus olhos brilhavam do choro após rir de mim, então ele secou os olhos e colocou as mãos no bolso.

- Obrigada. - Digo com um sorriso no rosto, o Marcos era um cara legal.

Após o intervalo nós direcionamos para nossa sala, nossa conversa foi muito produtiva, ele também era cristão, na verdade o mesmo nascerá em um lar Cristão o que me deixou muito feliz em saber, teria alguém para me ajudar nessa nova caminhada. As aulas passaram rápido e logo já estávamos caminhando para a aula de música, a aula da professora Michelle.

- Estão animados? - Olhando cada um de nós vagarosamente como uma águia observadora.

- Com certeza eu amo cantar. -Tiffany disse empolgada, ela cantava o tempo todo literalmente, mais não era nada em voz alta, era algo baixo que as vezes me dava medo.

- A cantora da sala não perde a oportunidade de aparecer não é mesmo. - Carlos alfineta de forma descarada o que faz a sala cessar os burburinhos.

- Não quero discussões em minha aula, se ela gosta de cantar é um direito da Tiffany expor isso pois é um momento oportuno. - Professora Michele Diz calmamente se posicionando no meio da sala.

Cingida de GraçaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora