Capítulo 16

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Encontrei Dylan sentado em sua cama. Ele levantou a cabeça e sorriu preocupado quando me viu parada em pé a sua porta.

— Você está bem? – perguntou estendendo a mão e fui até ele pegando-a.

— Eu que deveria estar fazendo essa pergunta. – Sentei-me em seu colo olhando sua boca machucada. – Dói? – Ele me beijou devagar me olhando em seguida.

— Você faz parar qualquer dor que eu sinta.

— Hum... Acho que você fez bem em me apelidar de Angel – sussurrei sorrindo e ele me abraçou.

Era bom demais estar assim com ele, sentindo seu calor e seu toque em mim.

— Sabe que é mentira as coisas que Eduard falou, não sabe? – ele balançou a cabeça afirmando. Procurei por seus olhos fitando-o. – O que eu sinto por você é real. Eu gosto de você! Nunca duvide disso.

Dylan sorriu me beijando em seguida. Dormi novamente com ele. Já estava até me acostumando a estar em seus braços. No dia seguinte acordei um pouco tarde. Desci as escadas vendo Dylan do lado de fora e vesti meu casaco saindo para vê-lo. Encostei-me na coluna e o observei. Ele segurava um livro em uma mão e na outra uma xícara. Como se sentisse minha presença, ele levantou a cabeça e sorriu quando me viu. Um sorriso tímido, que eu amava.

— Bom dia, Dylan! – Uma voz masculina falou um pouco alto e viramos nossas cabeças em direção à voz.

O homem parecia um alpinista. Ele carregava uma mochila grande e laranja nas costas. Pelos seus cabelos cinzas e a barba por fazer da mesma cor, deduzi que ele tivesse cinquenta e poucos anos. Voltei a olhar para Dylan vendo seu sorriso diminuir aos poucos, dando lugar ao V em sua testa. Parecia que aquele homem não o agradava. Aproximei-me dele tocando em seu braço.

— Tudo bem? – perguntei um pouco ansiosa.

— Sim. – Ele afirmou com a cabeça também. O homem se aproximou e Dylan se virou para mim. – Desculpe, Lisa, mas... Você pode me esperar aqui fora, enquanto falo com este homem?

— Claro – respondi vendo seus olhos que pareciam perdidos no homem.

Ele agradeceu e entrou na livraria sendo seguido pelo homem que acenou com desconfiança para mim. Respirei fundo, sentando-me no banco de madeira da varanda. Não havia se passado dez minutos quando escutei a porta se abrir. Levantei-me rapidamente indo para o lado de Dylan. Ele não sorriu ou apresentou qualquer outra expressão no rosto, o que me assustou de início.

— Terminaram de conversar? – perguntei gentilmente forçando um sorriso no rosto, que logo desfiz quando o homem me olhou com desprezo. Escutei a respiração pesada de Dylan ao meu lado e olhei para ele.

— Lisa. – Dylan me chamou enquanto encarava o chão.

— Sim?

— Eu... Vou a um lugar.

— Agora? – indaguei buscando seus olhos.

— Sim.

— Onde?

— Argh! – resmungou o homem, seguindo de uma tosse. – É namorada ou detetive?

— E você, quem é? – devolvi em pergunta e ele sorriu com desdém.

— Olhe para mim – pediu Dylan e me virei para ele que agora me encarava.

Havia incertezas em seus olhos, algo que não gostei de ver.

— Pode me falar qualquer coisa, Dylan. – Instiguei dando o meu apoio.

— Vou precisar sair e provavelmente eu não volte hoje – falou e franzi minhas sobrancelhas confusas. – Está certo?

Até Que O Inverno AcabeWhere stories live. Discover now