Reis e Magos VI

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A Rainha deu uma pequena risada para Stela, ela costumava reagir calmamente as situações tensas, afinal sua magia era a magia da calma natural. A felinídia parecia tensa, não sabia o porque da cara feliz da soberana, mas antes de pestanejar atacou o alvo mais fácil, o rei adormecido.

A Rainha Ômega ergueu o braço e então a cortina longa que pendia na parede se agarrou no braço da felinídea, que gritou.

- Como eu pensava, é uma maldita feiticeira !

A mão de Ômea se fechou, o que significava que a cortina estava se apertando, Stela contia os gritos na garganta mas já havia soltado a espada. O Rei despertou assustado com a cena.

- Eu não sou uma feiticeira, sou uma sacerdotisa, feiticeiras certamente não fazem magia sem artefatos e palavras, você bem sabe Stela.

- Que diabos está acontecendo aqui, pode me explicar ? - O rei olhou atordoado para Ômega.

- Longa história meu amor, o importante agora é que a mulher de Leono estava tentando nos matar.

Áureo encarou a felinídia que estava calada, o braço já estava quebrado pela cortina apertada, matar os reis não seria tão fácil.

- Nós não somos assassinos meu amor, desacorde ela, não a mate. - O icarídeo estava preocupado com a cara de prazer que sua esposa fazia ao ver a dor da adversária. As vezes Ômega se entregava a magia e podia perder os limites.

A Rainha abaixou o braço direito e fez um movimento de corte com o esquerdo. Uma espécie de baque atingiu Stella, o vento talvez. A felinídea estava apagada no chão, por algum tempo não ofereceria perigo.

- Vamos leva-la para os guardas. - Disse o Rei.

- Não existem mais guardas por aqui Amor, levante-se e se ajeite, estamos sendo atacados.

O rosto de Áureo ficou vermelho, a sua pele esbranquiçada se tingia quando ele se assustava ou ficava nervoso. Ele se levantou correndo da cama e pos uma espécie de armadura de couro, muito melhor pra ajudar se precisasse voar.

- Enquanto eu me visto você poderia me explicar porque me apressa.

A Rainha estava na porta do quarto, vigiando o corredor.

- Eu senti uma explosão mágica, uma magia que eu não sentia a exatos vinte e cinco anos... Ele voltou Affenis. - Ela fechou a porta e encarou o Rei.

- Não pode ser... Você não me chama por esse nome fazem tantos anos. Como assim ele voltou ? Eu estava lá, eu vi tudo ruir. - Affenis deixou a perna da armadura cair, ele estava chorando de forma contida. As lembranças eram horríveis, seu braço esquerdo ainda tinha marcas desde quando foi quebrado, ele ainda tinha pesadelos com os gritos de dor de Gauss ao morrer.

- Nós dois perdemos muito aquela noite, eu sei que é dificil acreditar. Mas eu conheço a maldita magia dele, eu combati ele. Se nós somos reis hoje, nada impede que ele esteja ressurgindo. - Cada palavra da Rainha Bianca saia com dor, mas firme, ela sabia que devia lutar novamente contra o Elfo que havia mudado seu destino.

Ela enxugou as lágrimas que estavam se formando e deu as palavras de ordem.

- Se arrume rápido, eu não vou deixar esse maldito Elfo me tirar o que amo novamente, eu sou a Rainha de Stanis, e eu irei matá-lo, ou não me chamo Bianca.

As portas se abriram e a Rainha se assustou, mas para sua sorte era um velho amigo.

- Venceslau não me assuste mais assim. - Ela o abraçou forte, como se livrasse das costas o fardo dos nomes falsos que usavam.

Os dois jovens que estavam com o mago estranharam o ato da Rainha, e o fato de ela saber o segredo de Venceslau, mas ela era a Rainha, preferiram ignorar.

Assim que Bianca soltou o antigo mestre o Rei se pos ao seu lado e apertou a mão do azuli, ele estava pronto.

- Meus reis, lhes apreseto London, filha do Vice-Rei Leono e futura maga, ao seu lado o humano Sizor, eles são aliados.

Bianca lembrando do que fez com Stela apressou Venceslau a fechar  a porta do quarto e logo todos estavam no corredor. Os jovens cumprimentaram os soberanos rapidamente.

- Sendo bem rápido, os reis são meus discipulos que sobreviveram ao dia das ruínas. - O mago encarou os jovens que já não se surpreendiam tão facilmente.

Os Reis estavam de mãos dadas, ainda impactado pelas lembranças Áureo, ou Affenis apertou a mão de sua mulher.

- E meus reis, creio que a Rainha já tenha sentido, o Elfo voltou. - Bianca concordou com a cabeça. - Pois bem, guerreiros de preto batalham por toda a Ilha, pelo que eu soube estão matando os civis dicidentes, pretendem tomar o Castelo. Os homens de Leono estã resistindo, mas o Vice-Rei foi assassinado em casa. - Dessa vez quem tremeu foi London.

- Não esperemos então, vamos sair, defenderemos o Castelo, e defenderemos a Ilha de Stanis. - Os cabelos azuis de Rainha Bianca brilharam mais intensamente, junto com o rei ela abriu caminho pelo corredor até o saguão principal, de onde sairiam pra reencontrar o maior algoz de seus destinos, o Velho Elfo.

Os Contos das Ilhas III - Reis e MagosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora