Reis e Magos II

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Leono bateu a porta e ao ir em direção a sala encontrou sua mulher em pé e de braços cruzados, ela esperava algo dele.

- Algum problema meu Amor? - Ele perguntou, frágil.

- Que missão é essa da qual o Timóteo estava falando ?

- São assuntos diretos dos reis, Stella, eu não tenho direito de contar.

- E eu não tenho o direito de saber ? Fui eu quem veio remando com você até essa maldita Ilha e você confia mais naquele azuli estranho e nos reis ?

- Sabemos bem que minha confiança em você não está em pauta. E já pode parar de falar sobre Timóteo ser estranho, ele apenas é muito quieto.

- Quieto demais pro meu gosto. Você sabe o quanto eu te ajudei nesses 23 anos que estamos aqui, eu só espero que essa maldita missão atrapalhe a que você prometeu cumprir a 25 anos atrás.

- Stella o encarou e seus olhos felinos perfuraram a alma de Leono como uma faca.

- Eu sou leal as minhas palavras, aos meus acordos. - Ele respondeu.

- Uma pena meu companheiro, nós Tigres temos que ser leais ao nosso líder, não a pequenos atos.

- Eu sou o lìder agora Stella.

- Você nunca foi um comandante de verdade, meu pai sim, foi um grande líder, e eu carrego o sangue real.

- Do que isso nos importa agora ? - Ele a encarou sério.

Stella se aproximou dele, calma e o abraçou, lhe dando um beijo inesperado. Após o beijo ela sorriu e esfaqueou o Vice-Rei nas costas, na altura da base do pescoço. Leono se assustou mas não teve tempo de resposta, a sua companheira por anos quebrou o seu pescoço numa velocidade enorme.

Segurando o corpo morto, Stella carregou Leono até o quarto onde eles tiveram seus momentos mais intimos e o largou na cama, agora ela terminaria o plano de seu pai.

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A madrugada tomava conta da Ilha quando no antigo cais do porto, localizado em meio as Ruínas aportou um navio de bandeira totalmente negra. Em nenhum lugar da habitado da Ilha seria possível ver a chegada do navio, e os postos de vigia estavam vazios, os guardas estavam de folga graças aos festejos dos reis.

Uma tábua foi colocada entre o cais e o convés e então o primeiro dos piratas desceu. Coberto por vestes negras podia se ver apenas os cabelos loiros e lisos caidos pela capa.

- Voem minhas aves, dominem está maldita Ilha. A Noite ressurgirá aqui, como sempre, sutil. - A capitã era uma mulher, após ordenar os seus ela retirou o capuz revelando o rosto pálido, o cabelo dourado e os olhos negros. Com a queda da capa se revelou a majestosa asa de Fada, totalmente negra, que combinava com o sobretudo pirata, ajustado as asas.

Os seus lacaios pareciam sombras a jato se espalhando pelas ruínas, aos poucos saindo de vista até da própria capitã. Ela se virou para trás para pedir que alguns dos tripulantes permanecessem no Navio, ela sabia o que tinha para fazer naquelas ruínas, e então se encaminhou para o antigo Parlamento da Shilandia.

Os Contos das Ilhas III - Reis e MagosDove le storie prendono vita. Scoprilo ora