Seria muito bom dizer que sou alguém que vai a favor de todas as expectativas, com uma alma nobre, temperamento forte e escrita habilidosa. Aquela garota que preenche os melhores requisitos e estereótipos.  Que sabe o que quer e vai buscar, sem medo de obstáculos, sem se deixar abater. Aquela que todos desejam um pedaço e admiram e é sempre levada a sério, com todo o respeito que um ser humano possa merecer. Mas não sou. E nem sei se uma pessoa assim existe de fato. 

O comum.
Temos medo de ser comum, ser só mais alguém no meio da multidão. Quem nunca sonhou em ser alguém além dos demais, em ter algo único e salientador, fazer algo grandioso e poder se gabar depois? Quem nunca?
No entanto, quando aceitamos que somos apenas uma parte de um gigantesco ecossistema, talvez então possamos permitir que o peso de bagagens antigas e futuras se distribua igualmente para toda a multidão. Aqui não cabem culpas ou desculpas, mas sim, poder se libertar de fardos que insistimos que são apenas nossos. Porque talvez eles não sejam. Talvez se permitíssemos que as pessoas ao lado pudessem nos ajudar a pensar em novas saídas, em novas perspectivas, então o problema gigantesco de cada um possa se transformar em alguns pequenos problemas de todos.
A natureza é assim, ela sempre nos joga um para o outro, porque sabe que sozinhos não sobrevivemos. Necessitamos viver em grupos, em tribos. Por isso, vivemos em uma busca incessante para encontrarmos os nossos semelhantes, aqueles que possam nos preencher sem nos julgar. E então nos sentirmos confortáveis em viver o dia-a-dia, nos sentirmos aconchegantes ao dividir nossas alegrias. Nos sentirmos em casa.

Então que eu sou? Eu sou o comum.
  • Wonderland
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ValquiriaSotto ValquiriaSotto Oct 31, 2018 02:42PM
Olá-olá, você aí!Já leu o primeiro capítulo de Blackwell - Kathleen? Essa história está sendo escrita em conjunto com outras duas amigas (Aria Dulvian e Sophia Allegra), cada uma com o ponto de vist...
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