Em vários casos, a gravidez fruto de estupro só é identificada após 22 semanas pelas vítimas (que são, em sua maioria, crianças e adolescentes). Em vários casos, pessoas com deficiências intelectuais são estupradas por pessoas com quem convivem dentro da própria casa e não sabem que estão sendo vítimas de uma situação horrível. Em vários casos, pessoas gestantes sofrem risco de vida se levarem a gestação adiante. Tem pessoas que precisam tirar a cabeça de dentro do próprio cú e pensar um pouco além. É uma questão de saúde pública e prover dignidade, principalmente, às vítimas de pessoas cruéis. Ser a favor da aprovação da PL 1904/2024 que prevê uma pena maior para quem realizar o aborto, é ser conivente com a crueldade contra a vítima e amigável com o estuprador. Ninguém deveria ser obrigada a dar continuidade à uma gravidez indesejada, muito menos se for uma gravidez fruto de uma relação forçada e traumática.