Das poucas coisas que tenho certeza nesse mundo tão incerto, o fato de que ele seria melhor se as pessoas se lembrassem mais dos rostos umas das outras é um tópico inegável. Embora já tenha sido provado de que é muito mais provável que se lembre do rosto de alguém depois de associa-lo a um nome. Só tinha um problema, eu não fazia ideia do nome dela. Eu sequer sabia quem ela era, ou o que fazia naquele lugar, eu só lembro de tê-la achado a pessoa mais linda que eu já vi na vida. Ela tinha um sorriso frouxo, fácil, como se nunca tivesse tirado ele do rosto a vida toda. Lembro que ela usava um vestido branco, ou será que era pastel? Espera, tem diferença? Tanto faz, isso não importa realmente. O que importa aqui, pra você, mais precisamente, é que eu gostei dela, e isso já basta pra começarmos essa história. Bom, quase. Isso e a foto que eu tirei dela na noite em que a vi pela primeira vez. Eu disse quase, porque a foto não me tem quase nenhuma serventia. A maldita câmera resolveu borrar justo a polaroide dela, pense num ser com sorte. Pensou? Pois é, essa, definitivamente, não sou eu.