O Diabo de Santa Claus • JiKo...

By K_M_R_Leda

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[COMPLETA] Em uma viagem ao exterior, Jimin escuta uma lenda sobre o monstro natalino que nasceu naquelas ter... More

❄| Capítulo 1 |❄
❄| Capítulo 2 |❄
❄| Capítulo 3 |❄
❄| Capítulo 5 |❄

❄| Capítulo 4 |❄

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By K_M_R_Leda

Feliz Véspera de Natal💜

Decidi postar os dois últimos capítulos desta short fic de uma vez só, nesta data! Espero que tenham uma boa leitura!!

❄|4|❄

- Sabias que é extremamente perigoso assustar uma pessoa que está segurando algum objeto cortante? - murmurou Jimin, ele ainda tinha os olhos presos à face esculpida de Jeon Jungkook.

- Eu sei que você percebeu a minha presença no instante em que entrei - disse o outro, sarcástico.

- O que está fazendo aqui? Pensei que deveríamos agir como estranhos enquanto estivéssemos sob o olhar do duque.

- E devemos. - Jungkook suspirou. - Mas, no momento, encontro-me livre de obrigações, então convenci a todos que viria até aqui para vigiar o seu trabalho.

- Agradeço pelo seu voto de confiança, senhor filho do duque.

Os dois soltaram risadas nasais, balançando-se até os seus corpos se encostarem.

- É a segunda vez em que o vejo esculpindo o meu rosto. Gosta dele tanto assim? - Jungkook, sem se dar conta do que fazia, pôs um queixo sobre o ombro de Jimin para observar melhor o trabalho dele.

O outro garoto sentiu-se inquieto.

- Você deixou de ser um menino irritante para se tornar um narcisista completo.

- Irritar você nunca perdeu a graça.

O hálito de Jungkook parecia marcar o pescoço e a lateral da face de Jimin, arrepiando-o de um jeito estranho. Enquanto isso, o jovem nobre secretamente apreciava o cheiro de folhas que os cabelos do auxiliar de Noel carregavam.

Querendo distrair a própria mente e afastar o filho do duque de seu ombro, Jimin pingou algumas gotas de tinta vermelha no nariz arrebitado dele, pegando-o de surpresa.

- Ora, seu! - Jungkook deu um salto para trás.

- Essa é a sua punição por me irritar e por me desconcentrar enquanto estou trabalhando.

- Punição? - O filho do duque se viu desafiado e exibiu um sorriso malicioso, aproximando-se das latas de tinta sorrateiramente.

- O que pretende fazer!? - Jimin arregalou os olhos e pulou para longe.

Jeon, entre risadas malignas, afundou uma mão na tinta azul e passou a perseguir Jimin pelo cômodo. O ambiente estreito deu a ele uma ótima vantagem. Em dois tempos Jungkook enchia as bochechas fofas do outro rapaz com um azul coral radiante.

Bufando, Jimin pegou um pouco daquela tinta e a misturou com a vermelha que pintava a face do nobre, formando um bonito tom de violeta.

Sem perceberem, eles aproveitavam para tocar suas faces, sentindo o calor e a textura delas; o desenho das mandíbulas, dos narizes, dos olhos e das bocas. Quando chegaram aos lábios, Jungkook ficou hipnotizado pela doçura dos beiços carnudos de Jimin, e Jimin desejou poder desenhar a boca fina e angulosa do outro mais uma vez.

Nesse momento, aproximaram-se mais um pouco, reduzindo a distância que os fazia hesitar o tempo todo, e se permitiram experimentar um pequeno e cálido beijo.

Primeiro veio o gosto da tinta, e então ela foi substituída pelo sabor das duas bocas úmidas. Os corações batiam rapidamente nos peitos dos dois jovens, cheios de incertezas e sentimentos proibidos que vibravam naquele instante.

Mas aí se afastaram num sobressalto, ofegantes e com olhares assustados, cheios de pesar.

É pecado. É uma ofensa contra Deus, eles pensaram, tementes e culpados.

- Isso... Não deveria ter acontecido - murmurou Jungkook, com o semblante sombrio.

Jimin concordou com a cabeça. O seu corpo tremia.

- Eu irei retornar aos meus a-afazeres. - Engoliu em seco e comprimiu os lábios.

- ... Certo... Vou deixá-lo em paz.

Após um rápido cumprimento de cabeça, Jeon Jungkook saiu porta afora, ligeiramente desesperado, descendo as escadas do castelo com uma mão nos lábios e outra no peito. Em determinado momento, ele precisou se sentar e respirar fundo, pois o seu coração batia forte demais, e doloroso em demasia.

O rapaz se sentia errado, sujo e pecaminoso, mas também não conseguia parar de pensar nos lábios macios de Jimin, no cheiro agradável que ele tinha e no fato de que, aparentemente, o outro jovem carregava os mesmos sentimentos secretos por ele.

Era absolutamente angustiante.

Quando voltou a andar, Jungkook se dirigiu à capela e ajoelhou-se diante da imagem de Jesus Cristo. Começou a orar naquele momento, pedindo perdão pelos pecados e pelos desejos errados. Ele também perguntou ao filho de Deus por qual razão pensava em Jimin com tanto afeto, com um amor que não poderia ser de amigo.

Percebeu, naquele momento, que carregava tais sentimentos consigo há muito tempo, sempre os confundindo com camaradagem e parceria, com afeto de irmão.

Mas irmãos não anseiam beijar os lábios um do outro, e nem tocar os seus corpos. E Jungkook ansiava.

No entanto, era proibido. A menos que o próprio Espírito Santo descesse à Terra permitindo tal romance entre dois homens, ninguém no mundo aceitaria o amor que Jungkook sentia por Jimin.

Então essa história deveria ser cortada pela raiz, antes que se transformasse numa erva daninha perigosa.

No dia seguinte, o nobre foi até a cabana de Noel para se desculpar e tentar corrigir aquela situação desconcertante. Ele esperava ser atendido pelo carpinteiro, como quase sempre acontecia. Porém, a figura que surgiu à porta foi a de Jimin.

Jungkook piscou quando notou a vermelhidão ao redor das orbes do garoto, o inchaço nas olheiras provocado por um choro que talvez tivesse durado a noite toda.

Imediatamente viu que havia cometido um crime capital contra o amigo. Jimin provavelmente se sentia violado e humilhado por causa do beijo. Ele com certeza o odiava.

Entretanto, assim que abriu a boca para pedir perdão em nome de Deus e de sua alma, Jungkook foi abraçado e beijado com ardor. Seu corpo foi puxado para dentro da cabana, aos tropeços. Arfando, os dois se encararam e então voltaram a fechar os olhos para sentir os gostos de suas bocas.

Estavam apaixonados. Sempre estiveram, na verdade, mas agora os seus sentimentos não poderiam mais ser confundidos ou ignorados.

- Jimin... O velho Noel... - murmurou Jungkook, ainda receoso com a ideia de alguém descobrir aquele romance proibido.

- Está longe... Ele voltará tarde. - Jimin acariciou os cabelos dele e desceu as mãos para as costas do nobre.

O calor que acendeu em seus corpos poderia queimar uma lareira. Imersos numa profusão de flâmulas, entre carícias abrasadoras e arquejos ansiosos, eles se beijaram intensamente, tropeçando até chegarem ao sótão.

Inexperientes no amor, eles hesitaram enquanto tiravam suas vestes, enquanto tocavam seus corpos despidos, enquanto beijavam áreas jamais descobertas.

Tementes, eles imploravam em silêncio pelo perdão dos céus, pois não poderiam evitar amar o proibido.

Passaram a tarde assim, entregando-se no silêncio do cômodo isolado - que já não se encontrava tão silencioso. Ao entardecer, voltaram a se vestir e desceram para observar o pôr do sol no horizonte do fiorde. Abraçados, eles se mantinham aquecidos, lutando contra o frio congelante do inverno que, naquele momento, não poderia incomodá-los.

Às vezes trocavam novos beijos, selinhos, carinhos e sorrisos amantes. Mas em outras vezes eles mergulhavam num tenso estado de reflexão, pensando sobre suas almas, sobre os crimes que estavam cometendo com aquele amor.

- Uma vez você me perguntou se eu tinha medo do Inferno - sussurrou Jimin, recordando-se de um passado distante, de quando ainda era um menino maltrapilho.

- Lembro-me disso, tenho quase certeza...

- Eu respondi que tinha. E de fato tenho, mas as minhas respostas não foram tão sinceras na época.

- O que quer dizer?

- Se Jesus perdoa os necessitados... Não somos nós necessitados? - As sobrancelhas de Jimin se inclinaram tristonhas. - Porque o que sinto por você é algo que não escolhi sentir, assim como não escolhi sentir fome, sentir sede, sono... Poderia Deus punir os que não têm culpa?

- ... Eu não sei.

Suspiraram ao mesmo tempo.

- Estou dizendo heresias. Eu realmente sinto muito. - Os olhos de Jimin pesaram. Ele não queria se sentir errado, mas era inevitável.

Jungkook o abraçou mais forte, na tentativa de relaxar os músculos trêmulos.

- Por que só agora escolheu ser sincero comigo em relação a esse assunto? - questionou ele com os lábios contra o ouvido de Jimin.

- Não é óbvio? - O outro riu baixinho. - Você não era muito confiável, Jeon Jungkook.

- Eu não era??

- Não finja surpresa, você sabe que digo a verdade.

Jungkook gargalhou, amenizando o clima que havia se instaurado entre eles.

- Então quer dizer que agora tenho sua plena confiança? - O nobre o encarou no fundo dos olhos.

- Quem sabe?... De mim, talvez você tenha até mais do que isso.

Palavras profundas que balançaram as duas almas.

- Eu sinto que ocorre o mesmo comigo - após sussurrar, Jungkook voltou a beijá-lo, segurando o seu queixo gentilmente.

Ficaram alguns segundos assim, apreciando o sabor e a textura dos lábios, até escutarem o som de passos.

Quando olharam para trás, num sobressalto, avistaram o velho Noel. Ele os observava com um olhar surpreso, um pouco chocado, enquanto segurava pedaços de madeira que logo serviriam para montar os seus brinquedos.

- Vovô Noel! E-eu posso explicar! - Jimin se ergueu num pulo, sua voz demonstrava o desespero que sentia.

Noel não disse nada, apenas deu meia volta e caminhou rumo à cabana.

Os dois amantes trocaram olhares nervosos. Jimin era o mais afetado, ele queria chorar porque morria de medo do que o seu querido vovô Noel estaria pensando dele.

Logo correram para a cabana atrás do velho carpinteiro. Quando chegaram lá, o encontraram misturando tintas com um pincel. Parecia mais pensativo e silencioso do que o normal, o que deixou Jimin ainda mais temeroso.

- Vovô Noel... - O rapaz se aproximou devagar e engolindo em seco.

Assim que se colocou diante de Noel, ele se ajoelhou com as mãos entrelaçadas na frente do rosto e começou a chorar.

- O-o que o senhor viu... Aquilo, nós... E-eu sei que estou indo contra os ensinamentos cristãos. Se-sei que estou errado... Eu sinceramente não pretendia o-ofender Deus...

Suas palavras jorraram ao lado de lágrimas espessas. Logo atrás dele, Jungkook mantinha-se cabisbaixo e com os punhos cerrados, sem saber o que fazer por si mesmo e pelo amado.

Até que Noel pôs a mão sobre os cabelos de seu auxiliar e disse:

- O amor de Deus é muito maior do que todos nós temos conhecimento, meu filho.

Não acrescentou mais nada em seguida, apenas continuou a misturar suas tintas como sempre fazia.

Jimin continuou ajoelhado e estático, paralisado pelas palavras curiosas do carpinteiro. Ele não sabia se tinha entendido direito, mas parecia que estava tudo bem, que ninguém seria condenado.

Era como um sonho impossível se tornando realidade.

Jungkook o ajudou a se levantar e, juntos, caminharam para fora da cabana. Não se afastaram muito dela, pois sabiam que ali era um dos únicos lugares do mundo onde haveria segurança para eles.

Dias se passaram antes que os dois jovens amantes pudessem se reencontrar. Aconteceu quando Jimin voltou ao castelo do duque para entregar a escultura que tinha sido encomendada. Enquanto escutava do nobre homem murmúrios satisfeitos sobre o seu trabalho com a madeira e a tinta, os olhos do rapaz vez ou outra eram capturados pela visão de Jungkook, que o observava de longe em silêncio, sorrindo de maneira sedutora.

Depois que Jimin recebeu o pagamento pela escultura, ele seguiu Jungkook discretamente pelos corredores do castelo, fingindo que se dirigia à saída. Ao invés de ir embora, o rapaz foi convidado para dentro do quarto do filho do duque. Lá, eles mataram a saudade que sentiam um do outro, afundando-se em beijos e toques ardentes.

Gemeram os seus nomes em sussurros contidos, porque não poderiam gritar para o mundo usando toda a força de seus sentimentos. Se amaram em segredo durante a tarde inteira, e Jungkook conseguiu arrumar uma maneira de permanecer naquele quarto com Jimin boa parte da noite.

Despediram-se apenas na madrugada, enquanto todos dormiam. Prometeram que iriam se reencontrar na noite seguinte, durante a véspera de Natal.

Beijaram-se pela última vez antes do adeus.

Mal sabiam eles que estavam sendo observados pelo cruel olhar do duque das Highlands.

❄❄❄❄❄

Vire a página para ler o ultimo capítulo💜 Não se esqueça de ouvir a playlist!!

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