Adore You.

Door LetciaPereira338

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Sibéria. Dois mil e dezessete. Amber Johnson. Tudo começa quando, um ano após a Guerra Civil, Steve Rogers... Meer

Cast
Prólogo (0.1)
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Século XXI (Primeira Parte)
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Segunda Parte.
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Terceira Parte.
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Door LetciaPereira338

💥 ATENÇÃO:  O capítulo pode conter gatilho e contém tema polêmico! Se não se sentir confortável, não leia! Comentários ofensivos poderão ser apagados! 💥





Sentada sobre a maca do laboratório particular da Guard Real do Rei de Wakanda, eu balançava as pernas para frente e para trás, esperando a médica que havia me examinado no dia anterior aparecer. 

Depois que vomitei em cima de Steve, todos concordaram que era melhor que eu fizesse um exame de gravidez e eu praticamente fui obrigada a vir para cá, tirar sangue. 

Eu e Bucky tivemos uma briga séria quando sentamos para conversar sobre o que faríamos caso eu estivesse mesmo grávida: Ele queria o bebê, eu não. 

Quer dizer, tudo bem. Um dia eu queria ser mãe, mas eu não teria um bebê para expôr ele ao perigo direto que eu corria. Só porquê tínhamos algumas informações a mais sobre o passado, não significava que tínhamos o futuro garantido. Eu mal sabia o que fazer no presente! 

Então, no meio da discussão, eu soltei um "O feto é meu, está dentro de mim e eu decido o que vou fazer!". Bucky calou a boca e assentiu. Achei que tinha vencido a discussão, então cheguei a deitar na cama e esperar ele deitar também, mas a única coisa que ele fez, foi catar as coisas dele pelo quarto. 

Quando eu perguntei onde ele ia, a resposta doeu mais que uma facada: Ele apenas disse que a decisão do bebê era minha, mas a de continuar juntos, era dele e ele, definitivamente, não ia querer continuar comigo caso eu abortasse. 

Passei a noite sozinha, passando mais mal ainda para variar. Então, aguardei a noite toda em claro até que desse oito horas da manhã e a médica estivesse no consultório, afinal, aquele era um exame muito rápido e simples. 

Shuri até sugeriu que a gente fizesse o famoso teste da farmácia, mas eu não aceitei. Haviam mais chances de estar errado do que o de sangue. Então, eu estava apenas torcendo e rezando para que desse negativo, afinal, eu não queria ter que voltar para Nova Iorque e sair do apartamento de Bucky (estava no nome dele), muito menos, me separar dele. 

Mas ele também não tem o direito de me obrigar a ter um filho que vai se sequestrado ou morto  e que, muito provavelmente, não vai avançar a gravidez. 

Encarando meus pés, acabei batendo com os olhos no meu anel de Rubi e deixei uma única lágrima escapar, antes de perceber que a porta abriu e que a médica entrou, sorrindo ao me ver. 

-Olá, Senhorita Johnson! Bom dia! Como está se sentindo? 

Pulei da maca e andei até ela, ansiosa. 

-Ansiosa! Já tem o resultado? 

-Tenho, sim! - Ela ergueu uma pasta branca. - Quer que eu diga ou a senhorita prefere abrir com o seu namorado? 

Meu coração parou quando percebi o sorriso dela e minhas mãos tremeram, acionando as luvas nelas. Levei alguns segundos para responder, segurando as lágrimas que queriam se formar dentro de mim. 

-Eu… Eu quero abrir… Por favor! 

-Claro! - Ela sorriu e me entregou o resultado. - Qualquer coisa, é só vir aqui, está bem?

Assenti, agradecendo e enfiando o envelope dentro da mochila de qualquer forma. Acenei um "Tchau" e saí, quase aos tropeços, daquele consultório. Eu mal fazia idéia de como estava de pé ainda. 

Saí pelos corredores com as lágrimas embaçando minhas vistas, esbarrando em qualquer pessoa que estivesse no meu caminho. Demorei mas achei a saída do Palácio, parando na frente dele. Percebi algumas das guardas me encarando, mas nenhuma delas questionou nada, para o meu alívio. 

Então, saí andando à esmo na direção da floresta que eu enxergava do meu quarto. Eu precisava de algum lugar vazio e reservado para pensar antes de abrir aquela porcaria de exame. Eu já sabia o resultado. 

Alguns minutos de caminhada depois, achei um tronco partido ao meio, deitado, em uma clareira que dava vista para um riacho. Talvez, tivesse sido cortado de propósito para servir de banco para qualquer um que fosse para aquele lado. 

Sentei no tronco e apoiei a mochila nas minhas pernas, criando coragem, enquanto brincava com o fecho, para abrir e pegar o exame. 

Pensei em tudo que passei até aquele minuto e cheguei à conclusão de que, talvez, eu e Bucky… Não era mesmo para acontecer. 

Me lembrei do que Rebecca havia dito uma vez sobre uma lenda japonesa chamada Akai Ito que dizia que duas pessoas que estão destinadas a ficarem juntas são unidas por um laço invisível vermelho e que não importa o tempo que demore, eles vão se encontrar. 

Mas sempre que eu encontrava o Bucky, algo acontecia e levava ele de mim. E se estivéssemos forçando um sentimento só porquê achamos que éramos o destino um do outro? 

E se na verdade, o que sentíamos um pelo outro não fosse amor? Fosse apenas a sombra do que sentíamos no passado, não deixando que a gente siga em frente? Eu já tinha ficado presa ao meu passado, achando amar Steve uma vez… E se com Bucky fosse a mesma coisa? 

Pensar nisso me fez começar a chorar incontrolávelmente. Eu o amava. Desesperadamente. Mais que a minha própria vida. Eu era apaixonada por cada detalhe daquele homem, pela forma que ele me tratava, pelo jeito que me amava… 

Ele me amava? 

Amava… 

Talvez, eu o amasse mais do que ele a mim, mas não fazia diferença. O importante era que ele me amava e eu amava ele. 

E não íamos ficar juntos mais por causa de uma porcaria de um bebê! 

Peguei o envelope da mochila e o abri, só para ler em letras garrafais o resultado, que eu já sabia. "POSITIVO". 

Com raiva daquele treco, piquei o papel todinho em mil pedacinhos e os vi queimar, um por um, em cima da minha mão. 

Se eu mentisse e dissesse que deu negativo, ele não ia acreditar. Ainda mais porque eu não teria o papel e Tchalla conseguiria uma cópia dele em segundos. Joguei as cinzas no riacho e as observei indo embora. 

Comecei a chorar de novo, tentando lembrar onde, em que época eu podia ter engravidado. Me lembrei do jantar de noivado. Estávamos com tanta pressa que em nenhuma das três vezes seguidas usamos camisinha. Peguei o anel e, com raiva, quase o joguei no riacho. 

Mas achei sacanagem demais. Eu ia devolver a ele antes de voltar para Nova Iorque, afinal, que eu saiba, ele ainda estava "pagando" o "empréstimo" do Tony. 

No fim, apenas enfiei a merda do anel na mochila e fiquei sentada, indignada, em como minha vida tinha chegado aquele ponto. Como eu podia não ter ligado para o fato de que ele gozou dentro sem camisinha?! 

Então, lembrei que tinha falado para mim mesma que ia tomar pílula no dia seguinte e esqueci por causa do Steve. 

Depois, passei os próximos minutos tentando entender como, após levar vários tombos, ser aplicada um milhão de substâncias, ser atingida por um raio, ter bebido como um gambá, eu ainda não havia abortado, já que a temperatura do meu corpo não suportaria uma gravidez?

Fiquei encarando minha barriga durante um tempo, como se ela simplesmente fosse começar a abortar. 

Desisti. Ela não abortaria do nada. Eu que faria o procedimento de alguma forma. Eu precisava procurar a Shuri ou o Bruce… E depois, avisar que ia tirar minhas coisas do apartamento dele. Também precisava ver se eu ia poder passar alguns dias no de Steve ou de Sam… 

Quando estava prestes a levantar do tronco, ouvi um barulho que me assustou e encarei, alarmada, uma menininha que não devia ter mais do que três anos correndo, após sair de trás de um arbusto. Logo atrás, uma garota que devia ter minha idade, também saiu de trás do arbusto e correu atrás da menina. 

Observei a forma como a garota pegou a menina no colo, indo até perto do riacho e a enchendo de beijos. A garotinha ria. Uma risada infantil gostosa de ouvir. A mais velha ajudou ela a tirar os sapatinhos e a segurou para que a menininha brincasse na beirada do riacho. 

Eu mal consegui me mover e fui incapaz de tirar meus olhos da cena até que ela tivessem ido embora. Mais um crise de choro se abateu sobre mim e eu levantei em um rompante, abraçando meu próprio corpo. 

Eu tinha que ser forte. Eu não podia vacilar naquele segundo. Uma criança, se sobrevivesse à gravidez, ia acabar morrendo nas mãos do meu avô e eu não sei se eu suportaria amar um bebê só para ver ele morrer. 

Avistei o Palácio. O céu estava alto no céu e eu sabia que era meio dia. O pessoal devia estar no refeitório, mas Shuri devia estar no próprio laboratório. Ou ao menos, lá eu conseguiria encontrar alguém para chamar ela urgentemente. Se Shuri não me ajudasse, muito provavelmente, eu teria que dar um jeito sozinha em Nova Iorque.

Passei pelas guardas novamente. Também precisei da ajuda de mais guardas para achar o caminho do laboratório dela e fui caminhando, devagar, ensaiando o que eu diria para que ela entendesse que não valia a pena deixar o feto se desenvolver se havia riscos, tanto na gravidez, mas especialmente, quando aquele treco saísse de mim. 

Continuei caminhando pelo corredor até ouvir uma pequena algazarra saindo de uma das portas do corredor. Um bando de crianças e pré-adolescentes pulavam e riam em volta de um homem. Meu coração gelou quando reconheci Bucky e me escondi atrás de uma pilastra de sustentação, implorando para ele ir embora. 

Mas aquelas crianças estavam prendendo ele e Bucky parecia não ter a menor pressa, enquanto falava com elas. Decidi observar e ouvir, apenas para saber se eles já iam. 

-Tio, Bucky! Verdade que é esse o Braço mais forte do mundo?! - Um menino de uns seis anos perguntou, curioso, apontando para o Braço de Bucky. 

-Não sei… - Bucky sorriu, flexionando o Braço. - Você acha que é o mais forte? 

-O mais forte é o do Tio Steve! - Uma menina de tranças comentou. 

-É o do Rei! - Mais um outro menino retrucou. 

-Sabe, eu concordo com ele! - Bucky apontou para o menino em questão. - O Braço do Rei Tchalla me deu um trabalhão, sabiam? 

As crianças negaram e eu senti meu coração quebrar em mais um milhão de pedacinhos quando Bucky sorriu e brincou com os cachos de um garoto pequeno. 

Ele seria um bom pai um dia. Pena que não seria do meu filho. Mordi a boca, sentindo o gosto de sangue invadir minha língua. Eu tinha sonhado com um menino com os olhos e o cabelo dele. Também tinha sonhado com uma menina com os nariz e a boca… 

É uma pena só que a criança tenha vindo na hora errada e que Bucky não tenha entendido isso e me apoiado. Eu não ia criar um bebê para morrer na mão de ninguém. 

Meu coração quebrou em mais alguns pedacinhos quando Bucky pegou uma menininha, não devia ter mais de dois anos, e a jogou para cima, beijando a bochecha dela. Assim que ele a colocou no chão, todas as crianças começaram a pular em volta dele e Bucky levou um certo tempo para conseguir jogar todas para cima. Tempo esse que fiquei escondida atrás da pilastra, encostada em uma porta. 

Mas assim que percebi que as crianças e Bucky estavam vindo na minha direção, entrei em desespero e sem raciocinar muito bem, procurei a maçaneta. Para a minha sorte, estava aberta. Então, entrei correndo naquele lugar e esperei, com a testa encostada na porta e lágrimas nos olhos, 

O som da risada das crianças demorou a passar e eu só relaxei quando parei de ouvir eles. Então, me dei conta de que uma mão estava na porta e a outra, segurava minha própria barriga. 

Eu estava uma mistura tão grande de sentimentos… Mas naquele minuto, eu não precisava de fogo. Eu precisava chorar. Virei de costas para a porta e caí no chão, abraçando meus joelhos e chorando como eu nunca havia chorado na minha vida. 

O pior, era não saber o motivo do meu choro. 

-Amber? 

Levei um susto e por segundos, cheguei a achar que era Bucky, mas percebi um vulto na minha frente assim que ergui a cabeça. Limpei as lágrimas e encarei Steve. Ele estava agachado na minha frente e segurava um livro aberto, enquanto me encarava, preocupado. 

-O que houve? 

Dei de ombros e enterrei a cabeça entre os joelhos. Steve suspirou e tocou meu braço, apertando de leve. 

-Deixa eu adivinhar: Deu positivo? 

Assenti. Ele soltou o ar. Ouvi Steve sentar no chão e largar o livro. Ele ficou em Silêncio por alguns instantes, então, suspirou. 

-Você precisa de um abraço? 

Hesitei, por alguns segundos. Sim, eu precisava. Me joguei nos braços dele, sentindo Steve me apertar contra ele e enterrar o rosto no meu pescoço. Me deixei chorar mais um pouco. 

Ele esperou até que eu tivesse me acalmado um pouco e me virou para ele. 

-Escuta, Amber… Eu sei que eu agi como um escroto, tá? E que nada do que eu diga ou fale vai concertar isso. Mas eu preciso que você acredite em mim quando eu digo que gosto de você e quero seu bem, está bem? 

Assenti e murmurei um "Okay". Steve buscou minhas mãos e me encarou nos olhos. 

-Por que você não quer ter esse filho? 

-Feto! 

-Isso. Por que? 

Encarei ele, confusa. 

-Está o-óbvio! Não é?! 

-Para mim, não. - Steve deu de ombros. - Me conta? 

Suspirei e o encarei. Comecei a pontuar: 

-Em primeiro lugar: Porque eu… Eu não sei se essa gravidez… Se ela vai adiante! 

-Hm… - Steve assentiu. 

-Em segundo: Eu não quero botar… No mundo, sabe? Um filho que… Que amanhã ou depois… Vai morrer na mão do meu avô! Eu não quero… Não quero amar uma criança que… Está condenada! 

Steve ergueu as sombrancelhas. 

-É só por isso? 

-Só por isso?! Steve, você ouviu algo que eu disse?! 

-Eu posso falar minha opinião? 

Cruzei os braços e Assenti. Steve brincou com a dog tag pendurada no meu pescoço um instante antes de começar a falar. 

-Em primeiro lugar, entendo seu medo e não vou te julgar caso… Bem, você sabe. Mas… Na minha opinião, você não quer abortar, Amber. Você só está com medo do que pode acontecer a esse bebê, o que é naturalmente compreensível. Mas você só me apontou motivos que deixam claro o quanto você se importa com ele… 

-É claro! É meu filho! 

Silêncio. Steve franziu a testa e me encarou, enquanto eu abaixava a cabeça. 

-Achei que tinha dito que era apenas um feto! 

-Stee… 

-Escuta! Eu ainda não terminei… 

Respirei fundo. Steve voltou a me encarar nos olhos. 

-Você não tem como saber, Amber, se seu avô vai tentar matar o bebê ou não! Você não tem como saber se o bebê vai viver muito ou pouco! 

Fiquei calada, tirando uns pelinhos da minha perna. 

-Amber… Você e o Bucky já conversaram sobre ter filhos? 

-Já… - Sorri, de leve. - Ele disse que queria ter vários! 

-E por qual motivo não cortou ele e disse que não queria ter nenhum filho? 

-Porque eu não disse que não quero ter filho! - Me defendi. - Eu disse que não quero ter esse e agora! 

Steve me encarou. Desviei o olhar. 

-Sabe, você tinha que ver o sorriso que o Bucky ficou quando você foi tirar o sangue, Amber. Ele sentou e começou a falar sobre o quanto queria que desse positivo e ficou me perguntando se eu achava que era uma menina ou um menino… 

Mordi a boca, tentando controlar a vontade de chorar de novo. 

-Se ele me amasse de verdade, Steve, ele entendia o meu lado! 

-E se você amasse ele, entenderia o lado dele também. - Steve desviou o olhar. - Não que o dele seja o certo, ou o seu… Não estou aqui para dizer quem está certo ou errado. Eu só estou querendo fazer você pensar! 

Silêncio. Não ousei tirar meus olhos do meu joelho. Steve continuou. 

-Mas… Sei lá, Amber. Se imagina daqui a alguns meses: Você segurando nos seus braços o fruto do seu amor com o Bucky. A prova viva de quem vocês nasceram um para o outro e nem organizações criminosas, o tempo, a distância, um cara como eu… Nada disso conseguiu apagar o que sentiam! Vocês se amam, e até eu tenho que admitir isso, Amber. Era óbvio que quando um amor assim acontece, não demora para gerar mais um. 

-Mas tinha que ser agora?! - Argumentei. - Justo agora que a gente tem o Fury nas mãos? Que pode conseguir acabar com o meu avô?! 

-E se esse bebê veio para dar a você mais força para isso? Amber, você percebeu há quanta coisa esse neném sobreviveu? Você levou com um raio no corpo e o bebê está aí! Você incendiou a sala do Tchalla e o neném está ai! Pelo amor de Deus, mulher! Você não quer abortar! Você só está com medo de amar ele! 

Encarei ele, surpresa e assustada. 

-Ter medo é normal, mas Amber, você não pode colocar o medo acima de tudo! Entendeu? Lembra quando você tinha medo até de pegar o controle remoto da televisão para não quebrar? Ou quando não queria nem tocar na gente com medo de acabar machucando alguém? Lembra quando você não quis vir nessa viagem porque você tinha certeza que eu e o Bucky estávamos mortos?! 

Assenti. 

-Notou que você sofre antecipadamente? Em tudo?! 

Assenti de novo. 

-Vou refazer a pergunta e eu quero que você seja sincera comigo, com o Bucky, esse bebê e, especialmente, com você mesma, está bem? Você quer ter esse filho com o Bucky, Amber? 

Hesitei. Minha cabeça me dizia para dizer que não, mas… Ver Bucky rodeado de crianças e imaginar um mini Bucky na versão feminina e masculina me fez dar um sorriso leve. Afinal… 

Steve tinha razão. Se ele sobrevivesse à gravidez, isso não precisava, necessariamente, dizer que ele ia morrer depois, certo? 

Além disso, eu tinha sido egoísta e idiota. Realmente, porque deixei Bucky achar que eu teria filhos se não era minha intenção? Por quê eu não ouvi nada do que ele quis dizer, mesmo que ele tivesse pedido para conversar? Eu só dei um ataque, com medo de que algo acontecesse aquele bebê. 

Além disso, eu sem interromper, ele teria mais chances de sobreviver do que abortado, certo? 

-Sim… - Sussurrei, baixo. - Eu… Quero. 

-Eu não ouvi. O que você disse? 

Ergui os olhos para ele e sorri, deixando algumas lágrimas escaparem de mim. 

-Eu quero ter esse neném, Steve. Eu… 

Fiz uma pausa e encarei minha barriga. Era impossível que eu sentisse ele, mas.. Minha barriga pegou fogo, no sentido figurado, ficando muito quente. Sorri. 

-O que foi? 

-É ela. - Dei um sorriso. 

Steve franziu a testa, confuso. 

-Você ouviu ela?! 

-Eu senti ela. - Expliquei. - Me dá sua mão… 

Peguei a mão dele e pus na minha barriga, mas Steve afastou a mão, correndo. 

-Está pegando fogo!

-É… Acho que ela está feliz. - Dei de ombros, querendo chorar. - Ou vai ver, é o meu corpo que está tentando proteger ela, sei lá… 

Steve continuou com a testa franzida, me observando. 

-Amber, não seria melhor você fazer um exame antes de sair dizendo que é "ela"?

-Mas eu tenho certeza. - Dei de ombros. - Eu aposto um tapa na sua cara que é ela! 

-Tá, não vamos ser radicais! 

Soltei uma risada e enxuguei meus olhos, suspirando e encarando ele. 

-O que eu faço agora, Steve? 

-Como assim o que você faz agora? Você vai contar ao Bucky! - Steve levantou do chão, esticando as duas mãos para me ajudar a levantar. - E vai explicar que pensou, sim, em interromper, mas que no fim, percebeu que só está com medo! 

Assenti e hesitei só por um segundo, antes de me jogar contra Steve e o abraçar, apertado. 

-Hmm… O que você está fazendo? 

-Te agradecendo por não estar sendo um imbecil e por ter salvo minha filha de mim mesma! - Encarei ele, percebendo que Steve ficou vermelho. - Você mudou, né? 

Ele assentiu e pôs as mãos na cintura, desviando o olhar. 

-Você e o Bucky tinham razão… Se eu gosto de você, então eu tenho que querer ver você bem e feliz e, especialmente o Bucky, que… Que sempre esteve lá por mim. 

-Foi você ter quase morrido que fez você repensar isso? 

Steve deu de ombros e começou a caminhar comigo para fora do que, agora eu tinha visto, era uma biblioteca enorme. 

-Pois é… Acho que foi isso mesmo! Enfim, você vai procurar ele? 

-Vou! 

-Ótimo! - Steve sorriu e me deu um tapinha no ombro. - Por que ele está vindo! 

-Que?! 

Virei para trás e observei Bucky vindo pelo corredor, lendo atentamente um papel na mão dele. Quando virei de volta para Steve, ele já tinha saído de perto e andava a passos largos pelo corredor. Respirei fundo e, criando coragem, me virei para Bucky.

Ele já tinha me visto e estava encostado na parede do corredor, de braços cruzados e uma expressão tão séria no rosto que, por segundos, eu cheguei a sentir um arrepio de medo. Caminhei até ele e nos encaramos. 

-Já decidiu se vai voltar para Nova Iorque? 

-Já. Bucky, me escuta… 

Mas ele não me escutou. Ele apenas exclamou: 

-Okay! Beleza! Faz o que quiser! A vida é sua mesmo, né? Dane-se! Só é uma pena que nossa história não tenha significado nada a ponto de você preferir abrir mão de tudo! 

Eu fiquei tão confusa que só me lembrei de reagir quando ele virou as costas e saiu pisando duro. 

-Bucky! Espera! 

-Não, Amber! Melhor a gente parar aqui! 

-Bucky, deixa de ser imbecil! - Corri atrás dele, tentando o puxar pela mão. - Me escuta, homem! 

-Eu não quero ouvir uma única palavra! Também não quero saber nada sobre o que você vai fazer! Boa sorte e espero que não morra no procedimento! 

Parei no corredor, pedindo paciência à Deus e tentando me controlar, enquanto eu observava ele se afastando. E eu tentei. Eu juro que tentei. E muito! 

Mas quando eu percebi, eu já tinha tirado minha botinha e jogado, com toda a força nas costas dele. Bucky parou, estático. Se virou, devagar, alternando o olhar entre o sapato e eu. Então, ele pôs uma mão na cintura e apontou um dedo de metal para mim. 

-Eu te desafio! 

Em um rompante de raiva, tirei a outra botinha e joguei, tão rápido como uma flecha. Só percebi que atingi a testa dele quando Bucky caiu sentado no chão. Soltei um gritinho e saí correndo, me jogando ao lado dele. 

-Meu Deus, Bucky! Você está bem? 

-Você está brincando com a minha cara, né?! - Bucky me encarou, esfregando a testa. - Você me acertou dois sapatos, sua maluca! Como eu estou bem?! 

Rolei os olhos e dei de ombros, sentando ao lado dele, enquanto eu colocava as botinhas de novo. 

-Como se eu nunca tivesse feito isso antes, né? 

-Você é perturbada, só pode! - Bucky esfregou o rosto, bufando, e me encarou. - Por que fez isso?! 

-Eu estou tentando falar com você e você não quer me escutar! 

-É claro que eu não quero! Eu já sei de todos os motivos que vão te levar a interromper essa gravidez, mas sinto muito, eu não pos…! 

Enfiei minha mão na boca dele, o encarando com raiva e O fazendo calar a boca. 

-Eu vou ter esse bebê, seu imbecil! 

Ele arregalou os olhos e me encarou, sério. Soltei a boca dele, levantando do chão e esticando a mão para que ele levantasse também. Ele estava pálido quando nos encaramos de novo. 

-Você…? 

-Vou ter o bebê. 

-Você está brincando? 

-Não! 

Bucky desviou o olhar, mordendo a boca. O rosto dele ficou vermelho e percebi que ele estava se controlando para não chorar. 

-O que…? O que fez você…? 

-Eu… Bem, eu estava pensando seriamente em interromper, está bem? Mas… Eu encontrei o Steve e a gente conversou um pouco e… Digamos que eu quero ter esse bebê, Bucky. Mas eu estou apavorada com a possibilidade de acontecer alguma coisa com ela… 

-Ela? 

Fiz uma pausa e dei de ombros. 

-Eu sei que é uma menina. Mas não me pergunte como! 

Então, as lágrimas que Bucky segurava caíram como um rio e eu comecei a chorar junto quando ele me abraçou, apertado. Eu sabia que os guardas estavam observando e que não deveríamos estar tendo essa conversa no meio do corredor, mas ou era agora, ou não era nunca.  

-Você está mesmo falando sério? - Bucky perguntou, com o rosto enfiado no meu pescoço. - Você vai realmente ter o bebê? De verdade?!

-Eu já disse que sim, Bucky! 

-Ai, meu Deus… - Ele riu e espalmou as mãos no cabelo. - Eu acho que vou desmaiar… 

-Se você desmaiar, eu vou te dar um soco no meio da fuça! - Ameacei. - Caramba, homem frouxo…! AAAAAAAAAAH, ME PÕE NO CHÃO! 

-EU VOU SER PAI! VOCÊS OUVIRAM ISSO?! EU VOU SER PAI! 

Quando Bucky parou de pular comigo no colo e me colocou no chão, meti um tapão na orelha dele e lutei para focalizar a visão em Shuri, Tchalla, Rebecca e Hope. Os quatro riam. E riram mais ainda quando Bucky esfregou o rosto e me encarou, com uma leve careta. 

-Espera… Eu vou mesmo ser pai? 

Não respondi. Afinal, não deu tempo. Bucky apenas caiu duro para trás, desmaindo no chão. 




Ooie, Meus Xuxus! ❤

Pois é, esse foi o capítulo que mais me fez chorar durante a escrita dele! A forma  como eu trabalhei as certezas da Amber em não querer ter o bebê pelo medo de que algo acontecesse a ele me deixou tão triste, mesmo que sim, o bebê fosse parte do plano da terceir temporada desde, mais ou menos, o capítulo 14 ou 15 da segunda...

Mas, passado o susto (Graças ao Steve! Obrigada, Embuste, por fazer algo por nós! ❤), A PITIQUINHA VEM AÍ E EU TAVA MUUUUITO ANSIOSA PARA CONTAR A VOCÊS HEHEEH 💖🤧

Aliás, eu devo avisar que o próximo é o último capítulo da Amber grávida, já que não é interessante para a narrativa da história a gravidez dela. Apenas o que vai acontecer depois que a bebê nascer. Ou seja, a partir de segunda feira, a Pitiquinha está com quase um aninho (mas não se preocupem que vamos ter um resumo detalhado de tudo,inclusive do parto, viu?) E eu tô muito apaixonada por ela hehehe

Agora é sério: Me contem o que acharam desse capítulo? Ele me deu muuuuito trabalho e eu passei cerca de quatro horas escrevendo ele para sair +4000 palavras 🤧🥺❤

Até sábado!

Beijos! 💋💋

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