Começo a acordar lentamente, em meio a devaneios, me sentindo menos fraca do que antes e minha respiração estava regulada apesar de ainda sentir incômodos em partes do meu corpo.
Me retiro dos meus pensamentos com o grito que pecorre toda a casa, me causa arrepios e desespero.
Ao direcionar meu olhar encontro Bellatrix perfurando o braço da garota que consegui reconhecer, Hermione chorava enquanto sua voz passa por toda a mansão.
Meus pensamentos estavam atordoados, por que a Granger estava na casa? cadê Harry e Rony? as lágrimas pecorrem meu rosto enquanto perguntas dominava minha cabeça.
- NÃO!
a voz de Rony ecoa entrando na sala junto do Potter
- EXPELLIARMUS
Harry joga Lucius para longe com feitiço, Draco e Narcisa tentavam conter os garotos.
- PAREM!
Bellatrix grita
- Larguem as varinhas.
- LARGUEM, EU JÁ DISSE!
ela grita e os meninos jogam suas varinhas no chão
- Pegue Draco!
O loiro recolhe do chão nervoso
- Olha, olha, olha... é o Harry Potter em tempos para o lorde das trevas.
bellatrix fala animada
- Draco chame-o
Malfoy nem se moveu, seu pai tomou as rédeas e puxou o tecido da camisa que cobria o braço deixando a marca negra visível.
De repente todos olham para cima, o enorme lustre na sala range, Dobby estava em cima dele revirando suas peças.
Em questão de segundos o lustre começa a cair fazendo Bellatrix soltar Hermione e recuar, o meu corpo é arrastado para o canto da sala fortemente evitando que o objeto de iluminação despenque sobre mim, as mãos gélidas de Draco tocam meu braço, ele me olha fixo e aparentemente nervoso.
Uma força atinge a mão do loiro, Harry tentava pegar de volta a varinha dele e de Rony, e por coincidência ou não, Malfoy nem sequer lutou, apenas deixou de forma indireta.
- VEM ANA.
Potter tenta empurrar Malfoy que estava em minha frente
- Harry, vá.
eu sussurro
- Não vai acontecer nada comigo.
dou um sorriso educado tentando convencer o garoto que continuava a negar.
- Vai...
Consegui convencer o menino que correu em direção a Rony e Hermione, Draco continua ao meu lado segurando minha mão enquanto aos poucos eu me sento no chão encostada na parede.
- SEU ELFO ESTÚPIDO, PODIA TER ME MATADO.
Bellatrix grita com raiva
- Dobby nunca quis matar, Dobby somente queria causar um ferimento muito sério.
No mesmo instante, Narcisa tenta jogar algum feitiço no grupo mas Dobby desfaz.
- COMO OUSA TIRAR A VARINHA DE UMA BRUXA? COMO OUSA DESAFIAR OS SEUS SENHORES?
Bellatrix exalava sua raiva
- Dobby não tem mais nenhum senhor, Dobby é um elfo livre e Dobby veio para salvar Harry Potter e seus amigos.
o elfo responde enquanto junta suas mãos aos outros
Harry me olha pela última vez como se tivesse arrependido de ter que me deixar, uma fumaça surge enquanto eles somem e Bellatrix tenta lutar pela última vez arremessando um punhal contra a nuvem que infelizmente consegue ultrapassar.
- IDIOTAS! INÚTEIS.
a mulher grita com raiva em seu corpo
Narcisa ajudava Lucius a se levantar do chão enquanto Bella grita a todo mundo.
- Voce.
Bellatrix me olha e vem rápido em minha direção mas é interrompida
- Não.
Draco a olhava com fúria.
- Ana voltará a Hogwarts ainda hoje e não vai fazer mais nada com ela.
- Filho, me escute.
Lucius tenta falar
- Essa menina será sua morte.
Draco parece ter ignorado o pai enquanto me ajuda a ficar de pé
- Estará em Hogwarts antes do anoitecer, o jantar dessa casa é movimentado todos os dias.
ele sussurra de forma que todos escutem
Narcisa foi a única que propôs a ajudá-lo comigo, ela me guiou até um quarto que me parece ser de visitas.
- Um banho talvez melhore o que a Bella te fez.
ela sorri educadamente e se retira do quarto me deixando sozinha.
O banho certamente aliviou as pequenas dores que eu ainda sentia, a água gelada em contato com meu corpo ocasionou um relaxamento e me parece ter funcionado.
O quarto era aconchegante e elegante, cortinas e todo o quarto em tons escuros. Não demorou muito para eu repor o vestido que eu usava, já que parece ter sido limpando através de feitiços.
Em poucos passos me direciono a saída do quarto, mas a porta não é aberta por mim.
- Ana.
a voz suave de Malfoy entra junto dele no quarto.
- Vou te levar para Hogwarts, não precisa ficar aqui nem mais um minuto.
- Draco, eu sei que não está fazendo isso porque quer, Me deixe te ajudar.
olhei fixamente o loiro
- Não. Eu não preciso.
ele responde desviando seu olhar
- Qual o seu problema? não é suficiente tudo que você já fez? Malfoy...
- Eu não quero e não vou precisar de sua ajuda, não era nem para está aqui mas você parece que continua a gostar de encrencas.
Draco cerra seus dentes
- Eu estou tentando te ajudar mesmo depois de tudo que você já fez e você ainda não consegue sair do seu próprio mundo. Eu estou quebrada e cansei de ficar pensando em como você poderia estar nessa casa, mas vejo que se acostumou com tudo isso.
minhas lágrimas descem constantemente
- Um de nós sairá morto nessa guerra e eu não quero ver você jogado sobre o chão. Agora por favor, me leve para casa.
terminei de falar com meus olhos fixados no meu pé.
Draco em completo silêncio dá espaço para a saída do quarto me direcionando a sala onde encontro Narcisa entre passos apressados com angústia.
Lucius e Bellatrix aparentemente não estavam na mansão o que me aliviou.
- Draco.
a mulher vem apressadamente em nossa direção
- Leve ela agora a Hogwarts, eles estão vindo.
seu olhar demonstrava preocupação.
Malfoy segurou meu pulso fortemente mas de forma que não machuque.
- Aparatar é mais rápido.
ele me guia para fora da mansão.
- Já tenho 17, posso usar magia.
- Quem está vindo?
perguntei e ele me olhou sério.
- Não precisa dizer, eu já entendi.
Certamente se tratava de mais uma reunião de comensais e provavelmente o próprio Voldemort.
Draco me puxa para mais perto de seu corpo e sem nem reagir sinto todos meus órgãos se revirar, minha pele sendo esticada, diminuída e o enjoo prevalecendo meu estômago. Ao abrir meus olhos eu estava próximo a floresta proibida, um pouco mais a frente da casa do hagrid.
- Snape certamente está em minha casa agora, Amico e sua irmã também.
o loiro fala calmamente
- Ficará segura no caminho até as masmorras.
- O que vai ser agora?
me viro ficando frente a frente com ele
- Voldemort vai invadir Hogwarts? matar Harry? aniquilar qualquer pessoa que seja contra ele? e você vai fazer isso tudo?
fui sarcástica
- Ana, não...
- Eu realmente pensei que conseguiria te ajudar, passei meses e quase o ano todo pensando em como eu poderia te tirar disso, falhei.
dei uma risada nasal negando com a cabeça.
- Eu espero que você consiga sair vivo disso.
suspirei
O loiro me olhava fixamente, seus olhos cheios de lágrimas. Colocou um dos meus fios de cabelo que estava sobre meu rosto atrás de minha orelha e se aproximou mais de mim até não deixar nenhum espaço entre nossos corpos.
- Eu realmente não posso mas eu quero.
ele me puxa delicadamente colando nossos lábios.
Apesar de querer sair daquele lugar e de perto dele meu corpo parece não obedecer e continua imóvel correspondendo a todos os movimentos do loiro, minha mão sobre seu peito enquanto as suas atravessam minha cintura de forma singela.
Ele me olha fixo enquanto respira fundo.
- Vai, por favor.
ele se afasta me dando espaço para ir a escola
- Apesar de tudo, eu não consigo te odiar e espero que fique bem, por favor.
falei enquanto dou passos me distanciando dele.
- Tentar se afastar de mim, não vai fazer diminuir o que eu sinto por você.
e sem ao menos olhar para trás eu deixei o loiro lá.
O caminho até as masmorras parecia ter demorado anos, eu só queria a minha cama, o conforto de me sentir em casa.
Não foi difícil chegar ao meu dormitório sem ser interrompida por ninguém já que todos estavam no salão principal jantando.