The Red Crossed Line - Livro...

By lesyeuxdejnls

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Camila e Lauren tentam achar meios de proteger suas filhas, fazer a coisa certa e lidar com suas vidas da mel... More

DECLARAÇÃO
Personagens
Prólogo
Capítulo 02 - I'll Keep You Safe
Capítulo 03 - Little Wonders
Capítulo 04 - Can We Kiss Forever?
Capítulo 05 - Boa Memória
Capítulo 06 - Your Hands Are Cold
Capítulo 07 - Wannabe
Capítulo 08 - Everything I Wanted
Capítulo 09 - L. O. V. E.
Capítulo 10 - Cant Take My Eyes of You
Capítulo 11 - I Just Dream
Capítulo 12 - Don't Blame Me
Capítulo 13 - Happy Birthday
Capítulo 14 - Spin The Bootle
Capítulo 15 - Call Me
Capítulo 16 - Around
Capítulo 17 - Break My Heart Again
Capítulo 18 - Girl Just Wanna Have Fun
Capítulo 19 - Please, Dont Cry
Capítulo 20 - Daughters
Capítulo 21 - The Greatest Show
Capítulo 22 - Love Again
Capítulo 23 - She's Been Teeling Lies
Capítulo 24 - Boss Bitch
Capítulo 25 - Pure Imagination
Capítulo 26 - Plot Twist
Capítulo 27 - Better
Capítulo 28 - Slow Dancing In The Dark

Capítulo 01 - The House That Build Me

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By lesyeuxdejnls

Hello little killers!

Aqui no País que eu moro já é meia noite, o que significa que é segunda e como prometido, aqui está o capítulo pois vocês conseguiram bater 1k de comentários no último capítulo da primeira temporada.

Como eu disse para vocês, paciencia é o primordial.

Os novos personagens serão introduzidos aos poucos, mas a linha de frente, já aparece agora.

A música do capítulo é da Miranda Lambert - The House That Build Me.

Tenham um ótima leitura e respirem fundo!






*







"Não deixe ninguém destruir seus sonhos, mas não os realize pisando nas pessoas".

Katy Perry








2021 - Nova Iorque, EUA





Fevereiro

O sol ainda não havia raiado, o mesmo só nascia as oito e ainda eram seis e meia, muitos prédios na cidade ainda tinham as luzes acesas.

O recesso de natal havia terminado há um mês, e com isso Lauren não pode segurar muito tempo sem que Lisa fosse para a escola.

Naquele momento estava estacionada na frente do prédio principal para deixar a mesma alí, com o coração na mão.

Havia dispensado o motorista pela manhã pelo simples fato de que queria estar perto de sua filha o máximo de tempo possível.

- Me liga, se precisar de mim, ou de qualquer coisa... Dou um jeito e te pego, mi amor. - Disse a olhando.

Lisa suspirou e assentiu. - Tudo bem mãe, vou ficar bem... Ser o centro das atenções não deve ser tão ruim.

- Cancelei sua consulta, o que significa que você pode ir para casa e relaxar... Só não posso fazer nada sobre a escola, nós não precisamos da diretora ligando para o conselho de assistência social para informar que você não está comparecendo nas aulas.

- Estou de luto, mãe... Muita coisa aconteceu. - Lisa encolheu os ombros. - Mas entendo que isso não é algo bom...

- Eu sei. Vai passar, okay? - Lauren prensou os lábios, era completamente diferente trabalhar com mortes quase todos os dias e perder pessoas que amava. - Elas estão bem, cuidando de todos nós.

- Okay... Tenho que ir.

- Boa aula e um bom dia, te quiero. - Lauren disse.

- Y yo a ti. - Lisa respondeu. - Obrigada e bom trabalho.

Assim que saiu do carro caminhou para dentro, seu uniforme estava completamente arrumado, a bolsa também.

Uma das monitoras a olhou com um sorriso simples... E um quê de pena.

Todo mundo sabia.

Lisa alcançou o corredor dos armários... Haviam algumas alunas ali, cujas quais não tinham subido para a área de alimentação ter seu desjejum.

Observou o armário de Aphrodite... Ele não era um memorial, provavelmente não tinha mais as coisas dela dentro... Em breve teria uma nova dona, teria uma nova decoração interna e não sobraria nem resquício para as novas alunas de que ela estudou ali, nem mesmo o anuário estava perto de ser feito.

Lisa desbloqueou o próprio armário pendurando a bolsa, deixando o celular lá. Pegou apenas seu caderno, apostila e o tablet.

O caminho para a área de alimentação foi silencioso e não tinha ninguém no elevador consigo.

Ao sair encontrou duas ou três alunas do time de futebol que já estavam indo para o vestiário. Um "sinto muito" da boca delas e um sorriso acolhedor.

Quando entrou no local ninguém lhe olhou e agradeceu mentalmente por isso, mas estava quase vazio...

Muitas garotas chegavam justo com as aulas ou atrasadas... O Almoço seria o verdadeiro show de horrores.

Passou em um dos quiosques de frutas, pegando um pêssego e deixou o dinheiro ali... Era a melhor das suas opções, e se foi para a mesa de sempre.

Dentro das franquias que atendiam a área de alimentação da escola havia um Starbucks, e as mesas na frente do quiosque estavam dominadas pelas jogadoras de futebol, basquete e as lideres de torcida... Consequentemente suas capitãs.

Eram os times mais lucrativos da Constance. Então elas eram a "hierarquia" por ali.

Heyoon Jeong, a capitã das lideres de torcida, estava acompanhada de Hope Mikaelson, sua co-capitã, e Lizzie Saltzman, a gêmea dizigótica de Josie, que finalizava a tríade.

Solar Fountaine, pivô prodígio do basquete da escola, tinha um ânimo contagiante e era o sucesso entre as bisexuais e lésbicas da escola. Mas evitava todas porque seu foco era ser tão boa quanto sua mãe que jogava basquete profissionalmente e havia feito história para o Miami Heat.

Rissa Kordei, a melhor jogadora de futebol que havia na escola, prometida para o Western New York Flash. Porém não tinha um pingo de paciência para nada, por esse motivo metade da tarde era jogando, um terço praticando ioga e o resto sessões com o psicólogo escolar.

Lisa se sentou e bateu a lateral de seu punho no de Sina, Alessia e Josie, suas melhores amigas e companheiras de aulas.

Josie e Alessia jogavam tênis como dupla, e Sina e Lisa faziam parte das bailarinas... Mas se sentavam juntas, porque odiavam a segregação de quem sentava com quem...

- Então, estou em dúvida sobre ir em um show do Harry Styles ou do BTS. - Alessia voltou a tagarelar sobre prós e contras.

- O que te fizer mais feliz... - Lisa respondeu mordendo a fruta, sabia exatamente o que Alessia tanto tagarelava.

- O problema é que ambos fazem ela feliz. - Josie murmurou sem tirar os olhos de seu ponto fixo.

Sina e Josie estavam em outro mundo, completamente ocupadas observando a mesa das lideres de torcida. Ambas tinham um enorme crush na HBIC e na Co-Capitã, o que fazia com que ficassem de longe as olhando. O típico caso de: "Tô namorando aquela mina, mas não sei se ela me namora".

- O Joe de YOU, perde feio pra vocês duas... - Lalisa murmurou jogando o caroço do pêssego no lixo.

- Nem de brincadeira. - Sina bateu três vezes na madeira, extremamente ligada a superstições e signos.

- Ela é linda demais. - Josie murmurou desolada.

Já Alessia, que parecia alheia ao que falavam, continuava seu monólogo tagarelando por todas elas, vivia em dúvida de que show ir, mas no final seus pais sempre apareciam com ingressos para os dois, entre outras coisas.

E estava cedo demais para falação, o que resultava em uma conversa quase sozinha... Mas não se importava.

- E a gente já votou em Harry Styles... - Sina complementou quando ela pegou fôlego. - Porque eu também vou... Não entendo porque ainda está nisso?!

- Tem um pouquinho de baba no cantinho, Deinert. - Alessia a zoou apontando para a boca da mesma. - Já você precisa de um babador Josie.

- Os garotos do segundo ano da St. Jude vem hoje para a palestra, se você cair na frente do Mendes de novo, te largo lá. - Sina disse arqueando a sobrancelha.

- Não cai, me empurraram. - Alessia rebateu.

- BTS. - Lisa disse cortando a possível briga pelas paixonites não assumidas. - Gosto de Fake Love.

Sina murmurou um "obrigada" e Josie se levantou rapidamente porque Lizzie, irmã gêmea, a chamou enquanto ia em direção à uma franquia.

Alessia negou. - Não é sobre Fake Love. Persona é o melhor álbum deles e...

Lalisa arqueou uma sobrancelha, nem uma monografia seria tão bem defendida quanto os argumentos que Alessia tinha do porque Jimin era seu bias (lê-se: favorito), e o porque estava tão perfeito nos últimos Music Videos.

A loira, sim Lalisa havia pintado o cabelo na semana de Natal, olhou ao redor respirando fundo, talvez sua volta para a escola não fosse de um todo mal.

As garotas a olhavam, murmuravam, mas não lhe incomodava.

Suas amigas agiam normalmente, mesmo sabendo que seu coração estava doendo... E era maravilhoso, odiava explicar sentimentos.

Realmente tudo voltaria ao normal.

Enquanto o sol não raiasse as aulas não começariam... Faltava cerca de meia hora até a primeira aula.

Lalisa se acomodou melhor na cadeira e decidiu apenas observar a área de refeição enquanto escutava Alessia.






...







Park Avenue, 432.







Ela já não dormia direito há semanas, não comia direito... Não vivia.

O que não deveria estar acontecendo, mas o pânico habitava em todos os seus poros.

Os pontos em sua cabeça haviam sido retirados e estava finalizando a cicatrização, não era visível e jamais atrapalharia sua imagem de figura pública.

Ouviu batidas suaves na enorme porta que fechava o quarto desproporcionalmente gigante, esperou alguns minutos e soltou um simples grunhido permitindo a entrada.

Tirou os olhos da tela de reprodução da Netflix e escondeu seus cadernos, não que resolvesse porque acabava mostrando... Mas foi um reflexo porque sabia que quem quer que fosse chegaria com um discurso de que teria que acordar para a vida.

- Jen... Precisamos ir, ou vamos chegar atrasadas. - Rosé disse da porta.

- Não vou, não quero. - Se fingiu concentrada na programação do catálogo de séries e filmes.

Rosé acendeu a luz e avançou dentro do quarto, estava usando o uniforme da escola e tinha o próprio celular nas mãos.

- Você nos trouxe aqui, nossas mães estão preocupadas... E preciso dar alguma notícia além de que você está viva. - Rosie cruzou os braços, havia escutado a Sra. Kim e sabia que teria que fazer as coisas acontecerem antes que todos voassem para a América do Norte. - Você não pode mais ficar se escondendo, sabe que eles vão vir não importa se você tem direito sobre si ou não. Você queria isso... Estamos aqui, não vamos sair do seu lado.

Jennie se escondeu embaixo da coberta, ser menor de idade era uma dor de cabeça e tanto quando você e seus pais ainda viviam em bons termos... Mesmo que fosse emancipada.

Rosie se aproximou, sentou na cama, viu a ponta do caderno e puxou suavemente.

Franziu observando os traços perfeitos. - Sonhou com essa moça novamente?

Jennie que tinha o toque de Midas desde que era muito nova e tudo que fazia... Fazia com excelência, assentiu.

A cantora saiu de baixo da coberta e esfregou a têmpora. - É o único rosto que vejo desde que voltei... Eu não sei, só... Sinto algo.

Roseanne assentiu, mas fechou o caderno e a encarou. - Baby Jen, você decidiu ficar em NYC pra viver, porque sua vida sempre foi nos holofotes... E as únicas regras eram de que voltássemos para a escola ao invés de termos aulas em casa, pois com sua última tour estamos bem atrasadas na escola... E você precisa compor novas músicas.

- Estou sem inspiração pra escrever.

- Com o tempo vem... Enfim, já consegui arrancar Jisoo daquele maldito Nintendo Switch... Por favor, você não pode me dar tanto trabalho quanto ela.

Jennie riu. - Oh meu Deus, deixa ela...

Rosé revirou os olhos e então olhou para a "tevê". - Quantas coisas assistiu?

- Sabrina, Lúcifer, Harry Potter, Gossip Girl, Miss Americana, Black Mirror... E quero ver The Witcher.

- Vai tomar um banho, seu uniforme está no seu closet... Quando chegarmos, prometo assistir com você.

- Não posso ficar na cama?

- Nope... Sua mãe vai comer nosso fígado.

- Okay. - Jennie se levantou indo para o banheiro.

Rosé sorriu e se retirou a deixando. Sempre foi mais responsável que as duas... Porém Jennie era mais disciplinada do que qualquer ser humano o que fazia o contexto atual ser algo completamente novo.

Se lembrava da médica explicando: "Ela teve uma experiência muito impactante com a sensação de morte, isso pode causar muita coisa nela, inclusive estresse pós traumático ou uma vontade desesperada de mudar e fazer outras coisas... Sem contar nos medos que podem desencadear".

Mas Jennie não queria um psicólogo, se achava forte... E tendo um pai diretor de um dos hospitais mais prestigiados, não achava uma boa ideia... Ele iria querer a levar para casa se soubesse dessa hipótese.

Estava bem... Mantinha esse mantra para si.

Nascida na Coréia do Sul, mas criada na Nova Zelândia, na cidade de Auckland, onde quase toda sua família residia. Jennie Ruby Jane Kim era conhecida mundialmente como a "Pop Sensation" Ruby.

Atualmente tinha dezessete anos e fazia sucesso em massa desde os doze.

Passou os primeiros anos de sua vida frequentando escolas coreanas, por causa de seus familiares, fazendo aulas de canto e pertencendo ao coral.

Com oito anos começou a postar vídeos em um canal do YouTube supervisionado e cantar nas praças movimentadas, com companhia, em pontos turísticos.

Mas ao crescer, ficar na Nova Zelândia jamais seria o suficiente. E diferente de suas irmãs que trilhavam carreiras na Coréia do Sul, ela tinha outros planos, menos narcisistas.

Após uma temporada de The Voice Kids e uma quantia considerável para seguir seus sonhos... Mesmo sem ter qualquer tipo de previsão de contrato, Jennie começou a ganhar fama e favoritismo.

Perto de fazer doze anos, um caça talentos e foi informado sobre seu potencial.

O caminho foi traçado até seu primeiro single Solo, onde teve um grande impacto na mídia. Conseguiu seu primeiro contrato com a Universal Music Group.

Junto com uma equipe excelente, pessoas de confiança e seus sonhos, se agarrou nas oportunidades.

Los Angeles lhe forneceria uma nova perspectiva.

Conforme evoluía, a internet era sua aliada, as câmeras suas melhores amigas e as baladas seu melhor público.

Com um ano e meio ela já havia ganhado um disco de prata, ouro, platina e diamante duplo. Entre tantos outros prêmios de escolha do público.

A equipe de Jennie trabalhava pesado em cima de sua imagem, eram eles que trabalhavam para ela... Porque, a garota, a vida inteira havia sido estrategista por saber exatamente como e onde queria chegar, e também quem era quem.

Quando perguntavam quem era sua inspiração, ela respondia que ela era a inspiração. A sua própria originalidade era o que lhe movia, ela queria ser o ícone a ser seguido.

Não havia ganhado nenhum prêmio de alto padrão, mas não podia esperar muito... Era uma não branca prosperando em fama e reconhecimento na América do Norte com metade da idade de muitos cantores "renomados".

Ainda chegaria lá, mas não fazia menos ou mais em sua música... Ela continuava sendo seguida pelos fãs que tinham muita fé e amor.

O hate que sofria era algo que havia aprendido a ignorar, ou iria definhar nas palavras sentimentalmente doentes que o ser humano soltava.

No começo, seus maiores públicos vinham da América do Sul, Oceania e Ásia. E depois de três anos de trabalho duro, muitos programas, muitos eventos, conquistou a América do norte.

Com cinco finalmente havia enchido seu primeiro estádio em Nova Iorque.

E despencado do palco como se tivesse sido empurrada pelo universo.

Não tinha um erro, não tinha nada fora do lugar... E mesmo depois de ter visto várias vezes o vídeo do momento em que caiu, com as perícias feitas... Nada explicava o porque tinha caído.

Chegou a ouvir perguntas do tipo: "Você se jogou?", "Como está sua saúde mental?", "Já pensou em tirar sua própria vida?".

Aquele foi o cúmulo do absurdo para sua sanidade quando saiu do hospital.

Também não se lembrava da sua experiência com a morte... Só lembrava de uma melodia, margaridas, uma mulher ruiva correndo e rindo enquanto o vento balançava os cabelos dela... E um perfil, em seu concernimento, perfeito.

Não tinha ideia de quem era... Mas fazia seu peito ficar tão sufocado que não entendia... E por isso desenhava.

Acreditava em destino e esperava que ele se encarregasse daquilo, ainda sentia a sensação estranha de ter encontrado algo toda vez que desenhava ela.

Depois de toda recuperação, a viagem para a Nova Zelândia não foi agradável.

A casa enorme que havia sido escolhida a dedo por seu pai para preencher os sonhos de sua mãe... O quarto depois da escada vazio que era onde havia feito todas suas lições de casa no verão, o lugar onde brincou com Irene, Nayeon e Yeji, suas irmãs...

Era uma vida distante, uma cultura que mesmo que impregnada em sua educação já não fazia mais parte de si.






I thought if I could touch this place or feel it (Pensei que, se eu pudesse tocar este local ou senti-lo)

This brokenness inside me might start healing (Esta tristeza dentro de mim poderia começar a se curar)

Out here its like I'm someone else (Aqui fora é como se eu fosse outra pessoa)

I thought that maybe I could find myself (Pensei que talvez pudesse me encontrar)

If I could walk around I swear I'll leave (Se eu pudesse apenas entrar, juro que irei embora)

Won't take nothing, but a memory (Sem levar nada além de um lembrança)

From the house that built me (Da casa que me construiu)







Passar mais tempo Nova Zelândia com sua mãe não lhe apetecia... Já não era mais a pequena garota da família.

A figura de Jennie havia sido substituída pela Ruby na cabeça de seus familiares, assim como suas irmãs que não eram mais Nay e Ji, elas eram famosas e ponto final.

Não sentia mais que aquele era seu lar e por mais que houvesse tudo aquilo que seus pais lhe ensinaram a vida inteira, como costumes asiáticos muito fortes. Cinco anos na vida de uma adolescente era muito para a mudança de hábitos, eles só a reconheciam como uma Popstar.

E até ela mesma se enxergava mais como uma figura profissional.

Mas no fundo ela era mais do que uma garota famosa, por esse motivo mantinha sempre as melhores amigas perto... Lhe ajudava a lembrar sua origem, seu esforço e suas promessas.

Quando muito jovens as três amigas haviam feito juramentos, pois colocar a fé em algo e não quebrar faria com que acontecesse em suas cabeças infantis... E o acordo era o seguinte: Se Jennie conseguisse a fama que queria ter, elas viajariam juntas pelo mundo para sempre.

As três tinham o estético asiático... E quando não eram fetichizadas, sofriam xenofobia.

A amizade era composta por:

Jennie Kim, cabelos castanhos escuros, era pequena, seus olhos eram seu maior atrativo... Donos de um desenho felino, haviam trazido novamente para a moda o delineado de gatinho. E seu passatempo era desenhar ou tocar piano, flauta e violão, que estava aprendendo.

Chaeyoung, também batizada de Roseanne e conhecida como "Rosé" Park, tinha os mais lindos e longos cabelos em um tom de rosa platinado, olhos castanhos, bochechas fofas, era extremamente magra sem qualquer esforço, e alta o suficiente para conquistar uma carreira de modelo... Mas só iria pensar naquilo depois que terminasse a escola. Sempre que possível estava comendo e tinha uma habilidade maior do que a de um esquilo de colocar comida dentro da boca.

Jisoo Kim, possuía longos cabelos vermelhos, olhos castanhos e um sorriso capaz de conquistar o que quisesse. Era uma gamer convicta com direito a canal no YouTube "Turtle-Rabbit Kim" e patrocínios com a ASUS, Logitech e GAME, vivia de lives e jogos madrugada a dentro. Não que ela precisasse de dinheiro, mas não gostava de ficar sem fazer nada...

As famílias de Rosé e Jisoo enviavam dinheiro mensalmente para elas... Mas era um assunto complicado. Porque Jennie não aceitava, dizia que tinha o suficiente para si, para elas e para a família...

Rosé odiava gastar junto com Jennie porque a cantora era compulsiva em compras e tinha patrocínios como Channel, Sprite, Adidas e Hera, então ela fazia fortunas. Como bônus de consumismo tinha seu irmão que também fazia fortunas e provia para a família tudo o que precisavam.

Mas quando Jennie ascendeu... Suas amigas, para cumprirem o juramento, não tiveram outra atitude a não ser conversar com seus pais.

A cultura familiar delas era de acordo com o fato de que os jovens buscassem por sua oportunidade ou realização de seus sonhos, extremamente novos e mesmo que não fosse imediato... Morar com Jennie abriria oportunidades para elas.

Também haviam muitas empresas recrutando os jovens para se profissionalizarem em se tornar artistas e ídolos para os outros, foi exatamente assim que as irmãs de Jennie, Irene, Nayeon e Yeji conseguiram fama.

Foi difícil para os pais de todas, mas era o que elas queriam... E só foi permitido porque a tia de Rosé, Park Yang-Mi, entrou para a equipe de Jennie como uma espécie de babá e empresária.

Rosé era extremamente responsável, porque seu medo de falhar com a confiança de seus pais era maior do que sua vontade de conquistar seu espaço no mundo.

Jisoo era muito correta e lutava pelo espaço da mulher dentro do mundo do e-sports, tudo pra ela tinha que ser feito certo, limpo... Pois não existiam meios de ter êxito pisando nas pessoas.

E até então, a vida que Jennie levava era o lar que havia construído para si mesma.

Faziam alguns meses que tinha comprado um apartamento em Nova Iorque, mas apenas semanas que estava morando ali pois queria concentrar sua campanha de conquista ali no local.

Depois do acidente desistiu de tudo e de acordo com as solicitações de sua mãe, procurou a escola mais prestigiada para si e para suas amigas.

"O melhor para o melhor, porque você merece". Era uma coisa que sua mãe constantemente lhe falava.

Jennie terminou de se arrumar e saiu do quarto. A saia de seu uniforme não era das melhores, mas depois veria aquilo. Seguiu o barulho que vinha da cozinha, onde a Sra. Margaret limpava o que havia sobrado café da manhã.

- Olha os milagres divinos. - Mi, a tia de Rosie, disse a olhando. - Bom dia.

- Bom dia Mi, bom dia Soo. - A cantora saudou a amiga que estava concentrada no café.

- Bom dia, mandu. - Jisoo respondeu sorrindo.

Jennie revirou os olhos, mas sorriu de volta... Não aguentava os sorrisos de Jisoo.

- As bolsas das madames tem tudo o que precisam, vocês tem que passar na secretaria para sincronizar o aplicativo com a senha, e os armários. - Mi explicou

- Não sei o que fariamos das nossas vidas sem você. - Jennie deixou um beijo na bochecha dela.

- Nada... Estariam em Auckland. - Mi respondeu sincera, tinha um humor bem ácido. - Mas vamos porque vocês estão atrasadas e não posso deixar vocês entrarem na escola depois do horário.

- Jen, não vai comer? - Jisoo perguntou franzindo.

- Pego algo na escola.

- Vamos. - Park disse animada.

Enquanto andavam Rosie dava pequenos pulinhos ao comer a madalena que estava em sua mão.

- Vocês vão ter aulas extracurriculares e reforço. - Mi esticou três panfletos para elas. - Precisam dar uma olhada nisso antes de chegar na escola.

Jennie virou a folha em sua mão e leu, o nome da escola, os times, as aulas.

- Vou de música. - Disse. - Não quero fazer esportes... Talvez algumas aulas a mais de idiomas, espanhol... Não sei.

- Gostei do rádio, vou tocar Ruby o dia inteiro. - Jisoo empurrou o ombro de Jennie com o seu. - Ou de jornal...

- Você odeia fofoca. - Jennie murmurou.

- É que se ficar na área de mídia provavelmente terei paz para jogar.

- Não senhorita. - Mi disse mostrando o Nintendo dela em sua mão, pois tinha pego antes que Jisoo se desse conta. - Você está proibida de usar isso na escola.

- Comissão ou conselho... - Rose assentiu convicta, ignorando completamente Jisoo brava por conta de seu jogo. - Nasci para defender a paz mundial.

- E vamos de Miss Nova Zelando pelo bem da comida dela. - Jennie zoou a amiga.

As três entraram no carro no exato momento em que Rosé estava decidindo se ficava irritada com Jen ou se colocava todo o bolinho na boca, foi de segunda opção e se acomodou no estofado, mastigando, levemente emburrada.

O caminho da escola foi feito sobre elas decidindo o que fazer e como fazer após as aulas, mas claramente esportes não estavam entre seus maiores focos.

A escola para garotas estava agora localizada em Staten Island, havia sido retirada do centro de Manhatam porque não tinha espaço para fornecer tudo o que os pais da alta sociedade solicitavam... Muitas alunas estavam ali porque já tinham uma profissão à qual seguir e naquele lugar tinham profissionais designados para cuidarem de seus filhos e interesses.

A escola contava com a matrícula de 1.123 alunas e uma equipe de ensino composta por 73 de professores e treinadores, e 50 colaboradores para o bom funcionamento.

A entrada era como a de uma casa vitoriana, ao passar por ela havia um vasto gramado, com direito a chafariz e um grupo enorme de prédios.

Quando chegaram, se despediram de Mi e passaram pela secretaria.

O tablet dentro da bolsa de cada uma tinha um aplicativo da escola, onde ao ser sincronizado mostrava as dependências.

Estacionamentos, salas de aulas, banheiro por andar, armários, elevadores, piscinas, academia, quadras, campos, sala de dança, sala de música, sala de fotografia, sala do jornal, sala da rádio, sala de reuniões, sala de cinema, laboratório de Química, laboratório de Computação, biblioteca, lounge de leitura, anfiteatro e a área de refeição na cobertura que possuía quiosques de várias franquias diferentes.

- É quase um shopping... - Rosé disse olhando as fotos. - É um sonho?

Jennie revirou os olhos. Desde que havia saído de casa não tinha dado nenhum sorriso, e pretendia continuar assim.

- Pelo aplicativo vocês também podem solicitar reparo para mau funcionamento ou problemas, a senha da internet fica na home do aplicativo e qualquer peça de roupa que vocês queiram, como jaquetas, camisas dos times, agasalhos e calças, são incluídas no pagamento mensal da escola.

- Pagamos pelo ano, então não tem como enviar essa cobrança automática... - Jennie arqueou a sobrancelha.

- Você também pode solicitar outra forma de pagamento no final do pedido. Srta. Kim... Ou ir na loja física que é onde vocês retiram os pedidos. - A mulher disse mostrando a loja no mapa. - Vocês têm vinte minutos para encontrar seus armários que são desbloqueados com o tablet, celular ou relógio... Durante as aulas é proibido o uso dos aparelhos para conversas, pois atrapalha o desempenho de vocês, as aulas irão começar em breve... E os professores dão no máximo 5 minutos de atraso.

- Obrigada. - Jisoo disse olhando seus horários. - Tenho Fisica 201.

- Eu também. - Rosé disse.

- Artes 201. - Jennie deu de ombros olhando para seu aparelho, então girou nos calcanhares olhando novamente para a secretária da escola. - Existe alguma forma de sincronizar nossas agendas?

- Sim. - A mulher mostrou a aba de amigos. - Vocês adicionam o ID de vocês, o mesmo que usam para entrar na escola, no aplicativo uma da outra. Assim vocês conseguem ver as aulas e atividades que têm em conjunto.

- Obrigada. - As três disseram se retirando.

Jennie deslizava os dedos pela tela vendo todas as aulas e extracurriculares que tinha para escolher, a mulher tinha dito que durante o dia elas podiam pensar, também tinha um chat com os professores e aba para solicitar reunião com a secretaria.

- Como você descobriu essa escola? - Jisoo perguntou curiosa.

- Foi uma indicação... Eu sabia que iríamos precisar de algo que nos mantivesse ocupadas e longe das câmeras... Afinal vamos ficar aqui muito tempo.

- Parece uma universidade. - Rosé disse olhando ao redor, então a encarou. - Tem certeza de que é isso que quer?

- Eu sou nova demais, não vivi nada... Literalmente não vivi nada. - Jennie disse se sentindo sufocada por entrar novamente naquele maldito assunto. - E por esse motivo eu sinto que preciso realizar meu pessoal... Terminar a escola, fazer uma faculdade, viajar por viajar e não pra ficar em cima de um palco sem ter tempo de falar com os meus fãs... Porque ninguém me deixa em paz nenhum minuto e eu estou saturada disso.

- Respira. - Jisoo a abraçou olhando para Rosé. - Vai ficar tudo bem, estamos aqui.

Rosé abraçou as duas. - Te amamos.

- Eu amo vocês. - Jennie pediu baixo. - Agora me soltem.

Jennie arrumou a roupa novamente no lugar e voltaram a andar.

Rosé então levantou o rosto do tablet. - Você acha que vão gostar da gente?

- Ou nos amam, ou nos matam... Porque estamos em uma escola norte americana e as hierarquias por aqui são bem complicadas. - Jisoo ergueu as mãos e fez um coque rápido.

Elas acharam seus armários e os abriram vendo que dentro dos mesmos tinham todas as apostilas e dois cabides. Penduraram seus blazers, guardaram as bolsas e levaram consigo um caderno e o tablet.

- Soo! - Rosé chamou.

- Oi? - Jisoo tirou o rosto do tablet.

Rosé se aproximou arrumando a gola da camisa dela, e sorriu satisfeita. - Eu vou acompanhar Jen, te encontro na sala, okay?

- Okay! - Jisoo assentiu sorrindo completamente sem graça.

Rosé e sua mania de deixar tudo arrumado, invadindo seu espaço pessoal e seu cérebro com o cheiro bom que tinha. Jisoo se afastou rapidamente sentindo suas bochechas esquentarem e respirou fundo.

Jennie observou o sorriso trouxa na boca de Roseanne. - Quando você pretende contar pra ela?

- Contar o que?

- Preciso falar?

- Não vou contar, Jisoo é minha melhor amiga e sua melhor amiga e se por algum momento acontecer e não der certo, eu não quero estragar a amizade que temos e muito menos quebrar nossas promessas. - Rosé disse.

- Sabe o que eu acho?

- Não.

- Eu acho que éramos jovens demais quando fizemos aquela promessa, também sei que sente falta dos seus pais e de seu irmão, sei que sofre com isso e que chora as vezes. - Jennie observou o corredor de salas. - Vocês não vão me ferir se falarem a verdade, e você não vai perder Jisoo se falar que é apaixonada por ela desde nos tornamos adolescentes... E está tudo bem.

- Você é algum tipo de bruxa Jen, sempre sabe o que está passando.

- Não é isso, eu não quero que vocês sintam o que eu sinto no meu peito... Porque a sensação de que eu perdi muito da minha vida anda comigo desde o acidente, e eu nem sei ser mais filha dos meus pais... E eu amo eles com todo meu coração.

- Eu estou bem. - Rosé a cortou. - Meus pais estão bem, meu irmão nunca está em casa... E estou feliz, você me proporcionou uma adolescência incrível... Quando eu me formar, as coisas podem ser diferentes, até lá podemos só deixar como está?

- Claro.

- Essa é a sala. - Park disse.

Jennie curvou a cabeça suavemente em um agradecimento e Rosé fez o mesmo... Não importava o quão longe estavam de casa, elas mantinham suas essências.

Rosé se foi e Jennie entrou na sala vendo que o professor ainda não estava.

Então apenas escutou uma falação se iniciar.

- É a aluna nova. - Algumas garotas diziam.

- Você não sabe quem é ela?

- Meu Deus, ela é menor do que imaginava.

Jennie franziu o lábio... Claramente não teria paz nas primeiras semanas, até que esquecessem de sua existência.

Lalisa que estava observando do fundo que não dava visão para a porta arqueou as sobrancelhas.

A cantora foi para o lugar vago no fundo da sala.

Naquele segundo Lisa cruzou o olhar com o da nova garota e Kim o manteve.

Seus olhares se desconectaram, segundos depois de passar por um transe e Alessia que era a parceira de Lisa estava prestes a surtar.





*





Como estão?

Lembrando que, situar vocês dos novos personagens é muito importe, principalmente pelo que a Ariana diz vira e mexe.

As coisas vão se resolver aos poucos.

Beijos e até semana que vem (talvez).

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