P R E P A R A T I V O S
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2023
Nova Iorque — Apartamento no Brooklyn
Os seus cabelos ruivos estavam presos em um coque alto, no topo de sua cabeça. Os tons alaranjados do pôr do sol passavam pela janela aberta e refletiam em sua pele pálida. A suas mãos deslizavam pelo colo e pela barriga, lentamente.
Alpine, deitada sobre a poltrona, miou, chamando a atenção da dona.
— Tem certeza? — Amelia Griffins perguntou para a gata, girando no próprio eixo e sentindo a saia do vestido dançar ao seu redor. — Porque, se não, acho que dá tempo de fazer alguma alteração.
A gatinha miou duas vezes, os olhos azuis brilhando em tédio. Amelia bufou e concordou com a cabeça.
— Não precisa ficar nervosa! — disse. — Está perfeito, então?
Alpine desceu da poltrona e pulou sobre a cômoda ao lado do espelho. Ela analisou a dona de cima a baixo, inclinando a cabeça para o lado e ronronando.
— Eu estou nervosa — confessou Amelia, encarando o vestido branco que cobria o seu corpo.
Em duas semanas, ou melhor, no dia 10 de Agosto, seria o casamento de Amelia e Bucky. Estava tudo pronto. As comidas e bebidas, as decorações, o bolo, as músicas... Tudo. Em duas semanas, todos os convidados, Amelia, Bucky e Alpine, embarcariam em dois jatos rumo ao local em que o casamento aconteceria.
Agora, pela vigésima vez na semana, Amelia provava o seu vestido de noiva; trancada dentro do quarto com Alpine — e, às vezes, Natasha. Finalmente, o dia em que tanto sonhou estava chegando. E ela não via a hora de poder dizer sim e ser pra sempre a senhora Barnes.
— Você acha que eu mudo meu sobrenome? — indagou para Alpine. — Amelia Katherine Griffins-Barnes? Ou Barnes-Griffins? Ou tiro o Griffins? Meu Deus! O que eu faço, Alpine?
Tudo que Alpine fez foi encarar a dona e miar. Amelia franziu o cenho, tentando decifrar aquele miado. Ela girou no lugar mais uma vez e se encarou no espelho. Um sorriso surgiu em seu rosto e ela aproximou-se da gata, dando um beijo em sua cabeça.
— Acho que Griffins-Barnes fica melhor. Obrigada pela ajuda, Alpine — sorriu, acariciando as costas dela.
A verdade era que Amelia amava usar o seu vestido e usava a desculpa de "é só pra ver se ainda serve" para poder vesti-lo todos os dias. Claro que Natasha e Alpine já haviam percebido isso. Ela amava tudo em seu vestido; as rendas, os bordados, o decote, a saia levinha. Tudo. Era o vestido de seus sonhos.
Ela se recordava de ler revistas sobre noivas quando era pequena e dizer para a sua mãe, Elizabeth, que já sabia como seria o seu. Amelia suspirou, a sua mãe iria amar vê-la casando com o homem que tanto amava. Gostaria que Beth ainda estivesse viva. Gostaria que ela estivesse presente, ao lado de Laura e Clint, no dia de seu casamento.
Amy mordeu os lábios, tentando segurar as lágrimas que surgiram em seus olhos. Alpine lambeu a sua mão e miou baixinho, como se soubesse que a dona estivesse prestes a chorar de saudade.
— Estou bem — disse Amy, sorrindo. — Bom... — suspirou. — Acho melhor tirar o vestido, né?
Alpine miou e Amy fez um biquinho com os lábios, levando os dedos até o zíper em suas costas. No entanto, antes que o descesse, a porta se abriu em um rompante, revelando ninguém mais, ninguém menos que Bucky Barnes, o noivo.
Amelia arregalou os olhos e encarou-o pelo reflexo do espelho. Bucky tinha os lábios abertos e os olhos azuis a olhavam dos pés à cabeça, emocionados.
— Caramba... — arfou Bucky, levando uma mão à boca.
A mulher engoliu seco e olhou ao redor, pegando um pacote de absorventes e acertando em Bucky. Droga.
— Sai daqui! — gritou ela. — Vai embora, Bucky!
Ela jogou a esponja de maquiagem na cara dele, que desviou e jogou o pacote de absorventes no chão, ao lado da esponjinha. O homem tinha lágrimas nos olhos e um sorriso bobo nos lábios. Lentamente, ele caminhou até ela, que encolheu-se, tentando cobrir o seu corpo.
— Fecha o olho, James! — pediu ela, nervosa. — Meu Deus!
— Meu amor... Nossa...
— Fecha o olho, caramba!
— Você está muito linda! — arfou ele, parando a centímetros da mulher desesperada.
— Bucky!
— Amelia!
O homem ergue a mão para tocar o ombro nu dela e Amy dá um tapa na mão dele, rindo, nervosa. Ela empurra o homem pelo peito e corre até a porta, encostando-se ali.
— Não chega perto de mim.
— Ah, para com isso, doll. — Bucky riu, muito interessado nos detalhes do vestido de sua noiva. Caramba. A sua noiva.
— Eu vou apagar a sua memória — ameaçou Amelia, aflita. — Você não pode me ver assim.
— Você não sabe fazer isso.
— Eu aprendo! — gritou. Queria chorar. — Dá azar, Bucky. Vou ter que trocar o vestido...
— Ah, mas não vai, não! — falou o homem, colocando as mãos na cintura e inclinando a cabeça para o lado. — Eu quero você usando esse vestido.
— É uma tradição, o noivo não pode ver a noiva usando o vestido antes do grande dia. E você seu... seu... idiota gostoso que eu amo, acabou de nos dar muito azar. E agora, meu Deus?
— Deixa de ser dramática, minha noivinha... — sorriu, lambendo os lábios. — E aí? Como é que tira esse vestido?
— Bucky! — riu. — É um assunto sério.
— Vem cá — chamou.
— Não!
— Ah, Amy, vem cá... — Ele caminhou até ela, que correu para a outra extremidade do quarto de hóspedes. Bucky riu.
— Não chegue perto de mim.
— Não foge de mim — sorriu, abrindo os braços. — Vem com o seu noivo.
— Bucky Barnes!
— Amelia Griffins!
— Se você der mais um passo eu irei te ferir — ameaçou Amelia, franzindo as sobrancelhas.
— Me ferir? — Ele arqueou as sobrancelhas. Amelia concordou. — Vai dar um tapa na minha cara?
Ele fez uma cara safada e gemeu. Amelia revirou os olhos e gargalhou.
— Safado! — disse. — Um soco bem no meio das suas pernas...
— Não adianta querer me bater, meu amor — falou ele. — Isso não vai me impedir de chegar perto de você.
Com isso, Bucky deu três passos largos e esticou o braço de metal, pegando o pulso de Amelia e a puxando para seus braços. Ela soltou um gritinho, dando tapinhas no peito dele e segurando a risada.
— Me solta!
— Não! — falou, sério. — Você está onde deve estar.
— Bucky...
Ele deu um tapa na bunda dela e cerrou os olhos. O vestido era lindo, muito lindo. Os seus olhos encheram de lágrimas e um sorriso torto surgiu em seus lábios. Caraca, era o cara mais sortudo do mundo.
— Você é a noiva mais perfeita que eu já vi, doll. — Ele sussurrou, levando as mãos para a cintura dela.
— Obrigada — sorriu, emocionada. — Mas agora teremos azar.
— Azar — resmungou. — Não percebeu que somos sortudos pra caramba?
Amelia revirou os olhos e empurrou-o pelo peito. Ela caminhou até o espelho e encarou o vestido de noiva que cobria o seu corpo. Bucky parou atrás dela, observando cada detalhe refletido no espelho. Ela estava perfeita. Poderia casar com ela bem ali, naquele quarto de hóspedes.
— Vamos casar. — Amy murmurou.
— Vamos casar — sorriu Bucky, abraçando-a pela cintura e enfiando o rosto na curva do pescoço dela. — Você vai ser a senhora Barnes.
— Bucky, nós vamos casar! — riu, extasiada. — Finalmente, vamos nos casar.
O homem a olhou pelo espelho e beijou a pele sensível de seu pescoço, abrindo um sorriso apaixonado a cada beijo dado. Sim, finalmente, eles iriam se casar. Depois de tanto tempo, finalmente, subiriam no altar e diriam as duas palavras finais. Finalmente, eles seriam o senhor e a senhora Barnes. Finalmente, seriam marido e mulher. Finalmente.
— Então você não está pensando em me abandonar no altar — brincou Bucky.
Amelia arqueou as sobrancelhas e estalou a língua entre os dentes.
— Droga — murmurou. — Era exatamente isso que eu ia fazer. Você estragou a surpresa, James.
— Ah, mas que pena.
Eles riram.
— Você está linda, meu amor — sorriu, inspirando o cheiro de frutas que vinha do cabelo dela.
— Eu sei.
— Quer ver o meu terno? — perguntou, levantando uma sobrancelha. — Quer fazer amor usando nossas roupas do casamento?
Amelia virou para Bucky, soltando uma gargalhada alta. Ele sentou na cama e observou-a parar entre suas pernas, apoiando as mãos em seus ombros. Os cabelos ruivos caíram sobre a lateral do rosto de Amy, um sorriso largo puxando os cantos dos lábios dela. Bucky arrepiou-se, sentindo as mãos gelarem e o estômago revirar. Droga. Era muito apaixonado por essa mulher.
— O que foi? — perguntou Amy, estranhando a expressão contorcida no rosto dele.
— Você me deixa nervoso — murmurou.
— Quê?
— É que sou muito apaixonado por você.
— Eu sei, eu escutei quando você pensou — riu, batendo com indicador na testa dele.
— Você é impossível.
— E você é completamente rendido por mim — falou, sentando-se no colo dele. O vestido atrapalhava um pouco no processo, mas Amelia conseguiu acomodar-se confortavelmente sobre as coxas do noivo. — Meu cachorrinho.
— Eu estou mais para um gatinho, não acha? — Fez um biquinho adorável com os lábios.
— Palhaço — riu. — E convencido.
Bucky sorriu, levando as mãos até o quadril de Amelia e observando de perto o detalhe de renda que cobria os seios dela.
— Você gostou mesmo?
— Claro que sim. Você não gostou?
— Não acha que tem muita renda? — perguntou, deslizando os dedos pelo peito.
— É lindo, doll. — Bucky falou, pegando a mão dela. — É muito lindo.
A ruiva concordou com um acenar de cabeça, levando as mãos até os cabelos curtos de Bucky. Um sorriso safado curvou-se em seus lábios.
— Sabia que tem uma lingerie combinando?
Bucky ergueu a cabeça para olhá-la. Ele engoliu seco e piscou, nervoso.
— Lingerie?
— Aham. E uma cinta liga... — comentou. Amy subiu um pouco a saia do vestido, expondo suas coxas nuas. — Vai ficar bem aqui.
— Nossa... Eu... Eu p-posso ver?
— Não — sorriu. — Isso vai ser surpresa, amor.
— Você é má — resmungou, decepcionado. — Quero divórcio!
Amelia gargalhou. Bucky jogou o corpo para trás, trazendo-a para perto. Ela se aconchegou sobre o corpo quente do noivo e fechou os olhos, escutando as batidas descompassadas do coração dele. Os dedos de Bucky deslizavam por seus cabelos, em um cafuné gostoso.
Alpine que estava escondida debaixo da cama, pulou no colchão, miando para os donos. Ela subiu nas costas de Amelia e acomodou-se ali, ronronando alto. O casal sorriu.
— Eu amo você... — sussurrou Amelia, erguendo a cabeça para encarar os olhos azuis que tanto amava.
— Eu amo você mais.
Alpine miou.
— Também te amamos, bebêzinha. — Amelia disse. Ela deslizou para o colchão, deitando a cabeça no peito do noivo e colocando Alpine na barriga dele.
A felicidade que percorria por suas veias era extasiante. Às vezes, Amy sentia que fosse explodir de alegria. Ou flutuar pelos ares.
— Oi, senhora Barnes — murmurou Bucky, olhando para baixo, para a cabeleira ruiva de Amy.
Ela ergueu a cabeça e sorriu, beijando o queixo dele.
— Oi, senhor Barnes.
De repente, a porta do quarto se abriu. Sam Wilson arregalou os olhos e entrou no quarto de hóspedes. Ele abriu a boca para dizer algo, mas fechou. Não parecia muito feliz.
— O que estão fazendo aqui sozinhos? — indagou. — Meu Deus do céu! O vestido! Ele não pode ver o vestido! Vocês estão fazendo tudo errado!
O casal gargalhou.
— Que gritaria é essa? — Natasha perguntou, aparecendo pela porta.
— Amelia está usando o vestido na frente do Bucky e o idiota do Bucky está vendo o vestido! — Sam berrou.
— Ela ficou linda, né? — Nat perguntou para Bucky.
— Perfeita.
— Eu que ajudei a escolher. — Deu de ombros, sentando-se no pé da cama.
— O que vocês estão fazendo? — Samuel perguntou, indignado. — Vocês não podiam ter esperado até o dia do casamento? Você não podia ter trancado a porta antes de experimentar o vestido? Vocês são dois burros.
— Samuel — chamou Amelia, com a voz calma. — Relaxa. Está tudo bem.
— Você não mostrou pra ele a lingerie, né? — Sam perguntou, cruzando os braços em frente ao peito.
— Claro que não.
— Ótimo.
— Você viu a lingerie? — Bucky perguntou, sentando-se na cama e encostando-se na cabeceira.
— Nós que ajudamos a escolher — explicou Sam, apontando para ele e Natasha. — Você vai ter um infarto.
— A cinta liga... — Natasha murmurou, batendo palminhas.
Bucky engoliu seco.
— Podemos parar de falar da lingerie?
— Ele está nervoso — comentou Amelia, dando tapinhas no peito do homem.
Sam sentou-se no colchão, ao lado de Natasha, abraçando-a de lado. Amelia deitou a cabeça no ombro de Bucky e acariciou a barriga de Alpine, que estava esparramada no colo do homem.
— Vocês vão se casar — murmurou Sam, olhando para os amigos.
— É surreal — disse Natasha, sorrindo. — Finalmente, vocês vão se casar.
Amelia sorriu, fechando os olhos. Bem ali, sobre aquela cama de casal pequena, estava a sua família. E não via a hora de se reunir com a outra metade dela. E, o principal, mal podia esperar para aumentar essa família grande e caótica que tinham.
— Eu amo vocês! — Ela disse, depois de um tempo em silêncio.
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Nota da autora: Eu amo tanto esse extra 🥺 ELES VÃO CASAR, GENTE!!!! Não caiu a minha ficha ainda, meu Deus. Espero que tenham gostado desse capítulo :)
Enfim, em breve eu começo a postar os extras de Samtasha 🙏🏼❤️
E AMANHÃ estreia a segunda temporada de Fix You!!!!!!!! Pra quem não sabe, a sequência vai ser chamar Lover e já está disponível no meu perfil 🥰
Bem, é isso! Vejo vocês amanhã, até lá ❤️