Sage:
Voltei pra casa, o clima era o mesmo, de quando saí.
- Iai? Nenhuma noticia?.
Perguntei.
- Eu contatei o FBI.
Papai disse.
- E?.
- Eles vão entrar no caso.
Me sentei junto a Tori, ela estava bem abalada.
- Não fica assim, ela vai voltar.
Falei, mais nem eu tô acreditando nisso.
- Sabe o que é pior?.
Perguntou.
- O que?.
- Ela sumiu me odiando, e se fez alguma bobagem por minha causa?.
- Não se culpa.
- Como não?.
- Sei que ta sofrendo, eu tambem tô, mais ficar se culpando não vai ajudar em nada.
Ela encostou a cabeça no meu peito e eu a abracei.
Quando o celular dela tocou, se fastou para atender.
Fui para perto dos meus pais.
Quando a campainha tocou fui abrir a porta.
- Arc? Tá fazendo o que aqui?.
- Eu soube que sua irmã desapareceu, vim te dar uma força, se quiser.
- Não tô podendo rejeitar.
Falei e ele me abraçou.
Tori:
Quando meu celular tocou fui até o corredor atender.
Ligação On.
Me: Oi P, fala rápido ok.
P: Onde você está?.
Me: Na casa da Jade.
P: Por quê?
Me: Ela sumiu.
P: Ah, não se preocupa, ela tá com o Eddie.
Me: Por quê?.
P: Eu te disse que ia fazer ela pagar.
Me: Patricia...
P: O que?.
Me: Eu quero que a Jade esteja aqui agora.
P: Mais eu to fazendo ela pagar por te fazer sofrer.
Me: Isso não te dá direito de mandar ninguém sequestrar alguém.
P: Foi por você.
Me: Não te pedi nada.
P: Tori...
Me: Se ele tiver feito alguma coisa pra ela, eu nunca vou te perdoar.
Ligação Off.
Voltei pra sala.
- Pessoal, eu sei com quem a Jade está.
Falei.
- Quem?.
O senhor West perguntou.
- É um homem chamado Eddie, ele frequenta uma boate que eu ia.
- Onde ele mora? A Jade está bem?.
- Isso eu não sei.
- Como descobriu?.
- Uma amiga quis se vingar da Jade por ter terminado comigo daquela forma, e ela mandou esse cara fazer alguma coisa.
- Pode nos levar até a boate?.
Um policial perguntou.
- Essa hora está fechada.
- Não importa.
- Tudo bem, me sigam.
Falei.
Dirigi até a boate, o policiais vieram com o camburão atrás.
Quando chegamos o dono do lugar nos deixou entrar e verificar as câmeras.
Quando eu identifiquei o cara, eles levaram as gravações para delegacia e começaram a procura por ele.
(...)
Em poucas horas conseguiram encontrá-lo.
- Vamos logo.
Falei.
- Vamos?.
O policial perguntou.
- Ela é... Era minha namorada, eu vou vocês deixando ou não.
- Não podemos te levar.
- Tudo bem, eu vou atrás no meu carro.
- Não vai desistir?.
- De maneira nenhuma.
- Tudo bem, apenas tome cuidado, não sabemos o tipo de pessoa que ele é.
- Ele levou uma garota à força, tá claro que é um psicopata.
Esperamos um pouco até a ordem de invasão chegar, depois eles sairam na frente e fui em seguida.
Não demorou muito pra chegarmos na casa dele.
Arrombaram a porta e entraram, me disseram pra esperar até terem certeza que não havia perigo, obedeci.
(...)
Passou um tempo, depois eles sairam com o Eddie.
- Cadê ela?.
Perguntei a um dos policiais.
- Isso é muito comum nesses casos.
- Isso o que?.
- A jovem tem marcas de abuso, sem falar na roupa rasgada.
- Sai da minha frente.
Falei e o empurrei, corri para dentro da casa procurando por ela.
Encontrei com vários policiais cuidando dela.
Fui até ela e a abracei, foi unilateral, mais eu não estava esperando retorno, ou estava, mais agora não importa.
- Vamos levá-la para o hospital, é padrão nesses casos.
Um deles disse, entregaram uma jaqueta pra que se cobrisse, são caras bem grandes, ficou um vestido nela.
Pedi para que eu a levasse e eles permitiram.
(...)
- Me desculpa.
Falei.
- Eu devia ter te falado antes o que eu fazia, foi um erro, me perdoa.
Continuei.
- Do que isso importa agora?.
Perguntou.
- Só não tive a chance de dizer antes.
- Ok.
- E também foi minha culpa o que aconteceu com você, não sei nem como posso te compensar.
- A culpa foi da sua amiga.
- Ela só fez isso por que queria que você pagasse...
Ela me interrompeu.
- Já sei o motivo.
- Posso te fazer uma pergunta?.
- Fala.
- Por que não tá me olhando?.
Perguntei, todo tempo ela apenas olhava para estrada.
- Sabe o que ele fez?.
- Sei.
- Acha que eu vou ter coragem de olhar pra cara de alguém depois do que aconteceu?.
- Acho que não deve sentir vergonha.
Falei e ficamos em silêncio por um tempo.
- Agora eu tenho uma pergunta.
Ela disse.
- Faça quantas quiser.
- Já dormiu com aquele homem?.
- Jade...
- Isso é um sim?.
- Dormi.
- Olha que legal, eu transei com um cafetão.
- Não começa.
- Achou o que? Que era só vim aqui, me apoiar em um momento difícil, que eu ia esquecer tudo?.
- Não pensei nada, só tinha uma coisa em mente e era te ver bem.
- Eu pareço bem?.
- Não sei, por que é impossível saber o que se passa aí dentro.
- Eu terminei com você, por quê ta aqui?.
- Por que eu tava preocupada, e não importa o quanto você me afaste, sempre que estiver mal, eu vou cuidar de você.
- Eu não quero os cuidados de uma meretriz.
- Mais a meretriz vai continuar ao seu lado, por que é isso que se faz quando se ama alguém.
Ela ia dizer alguma coisa mais se calou.
O resto do tempo fomos em silencio.
Quando chegamos no hospital ela foi examinada, e a levei pra casa em seguida.
Antes parei em uma loja, comprei uma roupa apresentável para não preocupar mais ainda a família.
Ela se vestiu e voltamos a estrada.
(...)
- Chegamos.
Falei.
- Eu não quero entrar.
- Eles estão preocupados.
- E eu envergonhada.
- Ninguém sabe o que aconteceu.
- Eu sei, e isso já basta.
- Nunca ia imaginar que você era covarde.
- Não sou covarde.
- Então entra lá.
Ela olhou para porta por um tempinho e depois, pela primeira vez no dia, me olhou nos olhos.
- Entra comigo?.
- Não precisa pedir duas vezes.
Entramos e os país dela foram os primeiros a chegar até nós.
Eles a abraçaram, assim como os amigos também fizeram.
Depois subimos para o quarto.
- Acho que tá na minha hora, você precisa descansar.
- Fica.
Pediu.
- Sério?.
- Eu te odeio amanhã, hoje eu preciso de colo.
- Com o maior prazer.
Ela entrou no banheiro.
Saiu pouco tempo depois só de toalha, e foi se vestir.
Tentei desviar a visão, mais foi mais forte que eu.
Ela tava de costas, uma bela vista, tirando as marcas que tinha pelo corpo.
Como a Patricia foi tão doente a esse ponto?.
Lembrei que não tinha falado dela pra os policias, e ela vai pagar pelo que fez a Jade.
Peguei minhas chaves e fui até a delegacia, expliquei toda situação ao delegado, ele enviou um pedido ao juiz para efetuar a prisão, depois de algumas horas ele teve confirmação, e saíram para prendê-la.
Esperei para falar com a vaca.
(...)
No momento em que apareceu na porta eu fiquei tomada de ódio.
Mais me controlei.
Os policiais a levaram pra sala de interrogatório, quando um advogado saiu, eu pedi pra falar com ela.
- Tori, que bom que veio.
- Qual o seu problema?.
- Problema?.
- Ainda não consigo entender, por que fez tudo isso?.
- Eu te amo, e não aguentei te ver sofrer por uma garota que não te valoriza.
- Não justifica.
- Fiz tudo por você.
- Você fez pra si mesma, e espero que fique aqui por um bom tempo, por que o que você fez a Jade passar, não tem perdão.
- Ela mereceu.
- Ninguém merece ser forçada a algo assim.
Falei exaltada.
- Tori...
- Por mim, você e aquele cretino podem apodrecer aqui.
Falei e saí.
Voltei para casa da Jade.
Quando entrei no quarto ela tava deitada, me sentei perto dela.
- Pensei que tinha ido embora.
Ela disse se sentando.
- Tive que fazer uma coisa.
- Eu tenho que te pedir uma coisa.
- Pode falar.
- Não conta o que aconteceu comigo pra os meus pais.
- Eles vão saber, você é de menor, os policiais irão contatar eles e contar o ocorrido.
- Isso é constrangedor.
- Tenta esquecer disso, pelo menos por hoje, e descansa, você passou por muita coisa, merece dormir um pouco.
Ela se deitou e eu também, a abracei o mais forte que consegui, tentei mostrar que ela estava protegida agora, e deu certo, em pouco tempo ela caiu no sono.
Se pelo menos hoje eu vou ter a chance de está com ela, vou aproveitar cada momento.
Fiquei toda noite acordada, a olhei dormir, decorando cada centímetro do seu rosto.
Hoje foi um dia de trégua, não sei como ela vai agir amanhã, então espero que essa noite dure o máximo possível.