Tori:
Quando voltei da boate minha mãe estava na sala acordada, coisa que nunca acontece, então falei com ela pra saber o que tinha acontecido.
- Algum problema?.
Perguntei.
- Filha, eu sei em que você trabalha, e sinceramente, não é algo que quero pra minha filha.
Falou.
- Então começa a me sustentar como uma mãe de verdade, assim não preciso dormir com desconhecidos por dinheiro.
Falei e subi, até a escada, mais o que me falou me fez parar.
- Não quero ter uma prostituta debaixo do meu teto, até o final de semana, quero que saia da minha casa.
Falou, segui para o quarto.
Ela nunca foi uma boa mãe, agora fazer isso já é demais.
Peguei algumas malas e coloquei todas minhas coisas, saí o mais rápido possível da casa, não quero olhar a cara dessa mulher nunca mais.
Dirigir até a casa da Patty.
- Roxy, tá fazendo o que aqui?.
Perguntou com cara de sono.
- Posso passar a noite aqui?.
Perguntei.
- Claro, entra.
Falou e me ajudou com as malas
Me fez um chá e ficamos conversando na cozinha.
- Vai me contar o que aconteceu?.
Perguntou.
- Minha mãe me expulsou de casa.
Falei.
- Que barra.
Falou.
- Pode me ajudar a procurar um apartamento?.
Perguntei.
- Claro que não, você vai ficar aqui.
Falou.
- Não quero te incomodar.
Falei.
- Eu queria uma colega pra dividir as contas, se quiser, pode ficar, seria incrível.
Falou.
- Então tudo bem.
Falei, foi mais fácil do que pensei.
Ela me levou até o quarto vago, e me deu total liberdade pra decorá-lo, o que não vou fazer de madrugada.
Arrumei a cama e dormi, em poucas horas tenho que ir pra o colégio.
(...)
Quando acordei mal consegui levantar, diferente dos seres humanos eu não sou 70% água, sou 70% sono.
Fui tomar banho pra tentar ficar acordada, foi bem irritante, o chuveiro é elétrico e não a gás, não consegui ajustar na temperatura desejada, então foi um banho rápido e estressante.
Me vesti e fui comer.
Patty ainda dormia, pra ela que não estuda é bem melhor, pode trabalhar a noite, e dormir o dia inteiro.
Peguei uma fatia de bolo e fui comendo no caminho.
Quando cheguei no colégio Trina veio correndo até mim.
- Eu soube o que a mãe fez, fiquei furiosa e muito preocupada, você tá bem? Onde passou a noite?.
Perguntou aparentando preocupação.
- Eu vou morar com uma garota que trabalha comigo.
Falei.
- Vou convencer a mamãe a te deixar voltar.
Falou.
- Não precisa, acho que é melhor assim, mais... Como ela descobriu o que eu faço?.
Perguntei.
- Perdoa, eu discuti com ela, e acabei dizendo o que você faz pra viver já que ela não cuida da gente.
Falou.
- Eu vou pra aula.
Falei.
- Tá com raiva de mim né? É claro que tá, que pergunta idiota, mais enfim, me perdoa, juro que não fiz por mal.
Falou rápido, quase atropelando as palavras.
- Tá tudo bem, sério.
Falei.
- Não tá.
Falou.
- Vamos pra aula, e tentar esquecer isso, por favor.
Pedi.
- Tudo bem, e desculpa mais uma vez.
Falou.
Entramos no corredor e nos separamos no fim dele.
Entrei no laboratório de biologia, já tinha alguns alunos na sala.
Fiquei afastada, não tô afim de socializar com ninguém.
Jade:
Cheguei atrasada no colégio, meu carro desmantelou no caminho e tive que esperar um guincho vir pegar.
Depois arrumei uma táxi e finalmente consegui chegar no colégio.
Fui pra o laboratório de biologia e levei bronca por o atrasado, mais o professor me deixou assistir a aula.
Fiquei no único lugar vago.
- Oi.
A garota que estava na cadeira ao lado falou.
- Oi.
Falei sem dá importância, nunca vi essa menina na minha vida.
- Fiquei feliz por você ter conseguido entrar no time.
Falou.
- Você faz parte da torcida?.
Perguntei.
- Claro, eu consegui que você fosse antes de todas ontem, não lembra?.
Perguntou.
Óbvio que não.
Pensei.
- Claro que sim.
Falei.
- Uma dúvida, o nome que me falou ontem, é seu nome mesmo ou apelido?.
Perguntei, a melhor maneira de perguntar o nome de alguém que você não se lembra sem parecer rude.
- Nome, Lola é sempre apelido, mais minha mãe disse que não queria que eu tivesse apelido, então colocaria um que já fosse pra ser meu nome e não...
Eu interrompi.
- Já entendi.
Falei, ela é muito tagarela.
- Deve tá achando que sou uma matraca né, mais eu só tô nervosa.
Falou.
- Por quê?.
Perguntei.
- Você é super linda, e como eu soube que já teve um rolo com a Tori Vega, pensei que eu pudesse ter alguma chance.
Falou e ficou vermelha instantaneamente.
- Foi só uma brincadeira com a Tori, não rolou nada sério.
Falei.
- Ah, nossa, tô me sentindo uma boba.
Falou e baixou a cabeça.
- Sabe, eu gostei do eu tive com ela, talvez eu posso fazer novamente, com outra pessoa.
Falei e levantei seu rosto.
Ela apenas sorriu e virou o rosto envergonhada.
Achei fofo.
Quando a aula terminou era hora da aula de matemática, então as garotas do time foram ensaiar pra fugir da professora chata.
(...)
Depois que eu já estava com uma roupa de ginástica fiquei me alongando enquanto as meninas que estavam faltando não chegavam.
(...)
Em minutos todas já estavam presentes.
Lola e outras duas meninas começaram a ensinar a coreografia.
- Ei, quer dormir lá em casa hoje?.
Perguntei a Cat.
- Adoraria.
Falou.
- Ótimo, precisamos conversar.
Falei.
- Sobre?.
Perguntou.
- Te conto a noite.
Falei.
- Jade, pode vir aqui?.
Lola pediu.
Fui até a frente onde ela estava.
- Então pessoal, Jade vai ser minha dupla ok, quero que arrumem parceiras para o próximo passo.
Falou e todas foram se juntando em duplas.
- É bem simples, sigam.
Ela falou.
Me contou o que eu tinha que fazer, e segui à risca.
Começava com um giro, que parava quando eu estivesse de costas pra ela, segurava minha cintura com força e me levantava, quando me soltou eu tive que descer até o chão fazendo espacate, ela colocou as mãos em meus ombros e levantou o corpo o equilíbrando apenas pelos braços, depois voltou a ficar de pé me ajudou a levantar.
- Agora vocês.
Falou e as garotas começaram a repetir nossos passos.
- Isso, vocês são ótimas.
Falou motivando as meninas.
- Você é mais.
Falei em seu ouvido.
Ela sorriu enquanto suas bochechas ficaram vermelhas.
Depois de duas horas de treino, tomamos banho e nos arrumamos para voltar às aulas.
(...)
Depois que o horário de aula terminou fui para casa.
Não demorou muito e Cat chegou.
Ficamos de papo furado por um tempo, mais depois resolvi falar o que me motivou a chama lá aqui.
- Ruiva preciso que seja bem matura agora.
Falei.
- Tudo bem.
Falou.
- Eu não sei o que tá acontecendo comigo, tô confusa.
Falei.
- Sobre?.
Perguntou.
- Minha vida amorosa.
Falei.
- Como assim?.
Perguntou.
- Bem, eu namorei um cara, certo?.
Perguntei
- Certo.
Falou.
- Mais também namorei uma garota, certo?
Perguntei.
- Aham.
Falou.
- E então, eu gosto de meninos ou meninas?.
Perguntei.
- Por que tem que ser só um?.
Perguntou.
- Como?.
Perguntei.
- Jade se atualiza, século XXI, não tem essa de gênero, fica com quem você ama, com quem te faz feliz.
Falou, nunca pensei que ouviria isso da Cat.
- A Lola tá interessada em mim, acha que devo dá uma chance?.
Perguntei.
- Já não deu?.
Perguntou.
- Não entendi.
Falei.
- O clima entre as duas hoje, se percebia a quilômetros que tinha alguma coisa entre vocês.
Falou.
- Não aconteceu nada demais, apenas dançamos como todas as outras.
Falei.
- Vai por mim, eu tava do lado de fora, vi tudo, tava rolando um clima, e tenho certeza que vocês duas juntas seriam um casal e tanto.
Falou.
- Vou liga pra ela.
Falei animada e peguei o celular.
- Tem o número dela?.
Perguntei, ela salvou o número na minha agenda e então liguei.
Ligação On.
Lola: Alô?.
Me: Oi Lola, é a Jade.
L: Oi.
Me: Eu tava pensando... O que acha de sair amanhã à noite?.
L: Sério? Eu iria amar.
Me: Que bom, então amanhã podemos conversar no colégio e decidir pra onde vamos.
L: Ótimo.
J: Então, tchau, falamos amanhã.
L: Tchauzinho.
Ligação Off.
Eu estou animada com isso, a Lola parece ser super legal.
Enfim, Cat e eu passamos um tempo conversando depois fomos dormir.