Estaciono o carro na esquina de uma rua em Miami, acabamos de chegar. Encosto minha cabeça no banco do carro, enquanto esfrego os olhos cansado. Estou dirigindo a quase um dia. Viro meu rosto para o lado e sorrio olhando para a Cindy que está dormindo, acaricio sua bochecha com o polegar e tiro meu cinto. Beijo a testa dela e a acordo suavemente.
— Já chegamos? — ela pergunta sonolenta e balanço a cabeça confirmando. Tiro o cinto dela e a mesma me beija lentamente — Bom dia e eu estou com fome — sorrio, descolando nossos lábios. Quando estava de noite nós paramos para descansar um pouco e comer uns lanches que eu tinha comprado.
— Tenho que resolver alguns bagulhos. Vamos deixar a Nina em um pet shop, eles cuidam dela e amanhã vamos buscá-la enquanto não sabemos para onde iremos — digo saindo do carro.
— Onde deixaremos nossas coisas? —aponta para as malas e mochilas. Bufo lembrando que ainda tenho que pensar nisso. Me encosto no carro e olho para o fim da rua, vendo uma pensão um pouco acabada — Não, não... — diz negando com a cabeça.
— Irmos para um hotel de luxo é pedir para sermos encontrados, já que podem nos reconhecer, então temos que ir para um lugar onde ninguém saiba da sua existência. Já que é rica e praticamente famosa — falo tranquilo e passando meus braços ao redor da sua cintura.
— Okay — Cindy resmunga me abraçando pelo pescoço.
Em alguns minutos nós chegamos na pensão, largo as malas da Cindy na recepção enquanto a mesma segura a Nina nos braços. Uma senhora com um cigarro na mão aparece para nos recepcionar. Ela me encara de cima a baixo e faz o mesmo com a Dama.
— Nós queremos um quarto para passar à noite — digo sem paciência — Quanto cobra pela diária? — a mulher diz o valor sem deixar de olhar para as joias no pescoço da Cindy.
— Se eu fosse você não andava por aqui com essas joias senão quiser ser roubada ou sequestrada — a Cindy rir nervosa pelo que a mulher diz e me olha mortalmente.
— Se der merda, a culpa é sua — ela diz entre dentes e prendo riso enquanto pego a chave do nosso quarto.
— Ninguém vai mexer com você, Dama, ou irá morrer — falo dando de ombros e carregando as malas pelo corredor, seguindo até o quarto.
— Sabe que não tem coragem de matar ninguém, o máximo que irá fazer é deixar alguém em coma pós surra —rebate.
— Só que ninguém precisa saber que eu não sou um assassino. Uma ameaça minha já é o suficiente para deixar alguém com um medo fodido — espero ela abrir a porta do quarto e adentro jogando as malas no chão.
— Até que é bonitinho — ela diz olhando ao redor.
— Viu, não é tão ruim assim. E nem perguntaram o nosso nome — me deito na cama, ela deixa a gatinha no chão e caminha até a cama — Vem cá, temos que pensar para onde iremos — a puxo delicadamente e a mesma se senta em cima do meu abdômen — Onde acha que seus pais a procurariam? — indago curioso.
— Bom, considerando meu estilo e meus gostos... — fala pensativa com o narizinho arrebitado — Meus pais com toda certeza sabem que eu fugi, e irão me procurar em um resort, hotel de luxo, Spa. Em lugares chiques e glamourosos que eu gosto bastante —acaricio sua barriga por dentro da blusa.
— Já sei o lugar que iremos ficar até decidirmos onde iremos viver fixamente — ela me encara curiosa — Texas. Vamos alugar uma fazenda no Texas.
— Fazenda? No Texas? Com bichos e mato? — pergunta fazendo careta e aceno apertando o narizinho dela.
— Uma fazenda no Texas, ninguém irá nos procurar lá — explico, enquanto tiro a blusa dela.
— Okay, iremos para o Texas. Quando? —pergunta curiosa, tirando minha camisa.
— Amanhã. Agora iremos tomar um banho, tomar café, levar a Nina ao pet shop e resolver um bagulho — a beijo lentamente, a pegando no colo e caminhando até o banheiro do quarto.
[......]
— Me espera aqui — me encosto no carro e olho para a Cindy que dá um passo para caminhar até o pet shop. Seguro na mão dela antes que a mesma entre — O que foi, Vagabundo? — me pergunta confusa, a beijo estalado e depois digo.
— Tira essa coleira da Nina e compra outra — falo colocando uma mecha do cabelo dela atrás da orelha.
— Ué, por quê? Vagabundo, é uma coleira exclusiva, eu mandei fazer e foi caríssima. Não irei comprar outra, ela é tão bonita.
— É uma coleira exclusiva, tem o seu nome nela, Cindy. Foi cara pra cacete e pode dar uma boa grana se a gente estiver sem nada. O seu nome nela é um problema, quando tudo estiver resolvido você coloca de novo — mando. A Cindy revira os olhos e me dá um selinho, mordiscando meu lábio inferior.
— Vou lá, já volto — se afasta, adentrando no pet shop. Em alguns minutos ela retorna — Irão cuidar bem dela, é para virmos buscá-la amanhã —passo meus braços ao redor da cintura dela. Meu celular vibra no bolso da calça e o pego — O que é? — me olha curiosa.
— Vem, Dama — entrelaço nossos dedos e vamos caminhando até o local que o Billy marcou. Entro em um beco meio afastado, puxo a Cindy para a minha frente e passo um braço ao redor da cintura dela.
— O que viemos fazer aqui? — ela questiona apertando meu braço.
— Entrei em contato com um cara, o nome dele é Billy, ele faz identidade falsas. Pedi duas, para usarmos quando estivermos em um lugar de risco para — explico a ela.
— Esse aí é o Billy? — sussurra olhando para um cara que aparece no beco.
— Não — falo seriamente e puxo a Cindy para trás — Cadê o Billy? — tiro a arma escondida no cós da minha calça.
— Calma aí rapaz, ele me enviou. As identidades de vocês já estão prontas — coloca a mão no bolso da calça — Seu nome na identidade é Peter Boicce e o da bonitinha aí é Charlotte Reings.
— Cadê as identidades?! — pergunto impaciente, querendo arrancar os olhos desse filho da puta por olhar a minha garota.
— O Billy mandou avisar que é para você ir buscar as identidades em um show de rock, meia noite. Irei lhe mandar o endereço. Ah, e leve o pagamento — solto uma risada sem humor.
— Diga ao Billy que esse não foi o nosso acordo — falo entre dentes.
— Isso está bem estranho, Xavier — Cindy sussurra no meu ouvido.
— Encontre ele no show de rock, resolva com o Billy seus problemas. E se eu fosse você Xavier, ficaria bem esperto. O Trevor Anderson está dando uma recompensa bem alta a quem entregar você a ele, vivo ou morto. O Trevor é perigoso e todos querem ter ele como aliado. Durma de olhos bem abertos — o cara fala saindo do beco.
— Merda! — esbravejo irritado.
— Vagabundo, todos os caras ruins irão te procurar para entregar ao Trevor. Precisamos ir embora de Miami! — me olha com medo e a prenso delicadamente contra a parede do beco meio escuro.
— Eu sei. Por isso que eu preciso dessas identidades falsas, será mais fácil para nós dois. Eu vou sozinho ao show de rock, pego as identidade e nós vamos para o Texas — ela solta uma risada e passa a unha pelo meu peitoral por debaixo da camisa — Por quê está rindo? — pergunto confuso.
— Achei que tinha ouvido você dizer que iria ao show sozinho, sem mim. Acho que foi só um delírio — murmura sorrindo e ao mesmo tempo me encarando séria.
— Você ouviu certo, linda, eu irei ao show sozinho e você vai ficar na pensão em segurança. O show é barra pesada já que o Billy frequenta, então não irei colocá-la em risco — digo seriamente.
— Eu vou deixar você falar sozinho, porque eu irei nesse maldito show, você querendo ou não — bufo irritado — E nem adianta me encarar com raiva, eu estarei mais segura com você e prometo ficar quieta.
— Promete ficar quieta? — pergunto arqueando a sobrancelha.
— Prometo, prometo um pouco. Tentarei ficar quieta — a encaro sem dar um resposta — Eu sei que você irá me levar mesmo — sussurra no meu ouvido e morde meu pescoço.
— Você tira o resto do juízo que eu tenho — falo com a voz rouca e passando meus lábios pelo seu pescoço cheiroso.
— Sei disso. Gosto de te deixar louco — seguro o rosto dela com uma mão e a mesma me beija arduamente.
Enfio minha mão pelo seu cabelo, a prensando na parede mais afastada desse beco, impossibilitando que quem passe na rua nos veja.
Coloco a mão no bolso da minha calça, sem desgrudar nossos lábios. Pego a caixinha que tinha comprado logo após saber que a Dama fugiria comigo.
— Cindy... — sussurro desgrudando nossas bocas, ela me encara com a respiração ofegante e os olhos com o desejo visível. Me separo um pouco dela e abro a caixinha com dois anéis prateados que comprei. Respiro fundo antes de falar — Aceita ser a minha dama? Minha você sempre foi, agora quero oficializar — ela me encara com surpresa e emoção.
— Ai meu Deus, Xavier — sussurra com os olhos marejados — Vagabundo, eu aceito ser a sua dama! Eternamente!_
— exclama com um sorriso lindo no rosto e pulando em cima de mim — E você? Precisa dizer que aceita ser o meu vagabundo — solto uma risada, cheirando seu pescoço.
— Eu já ia dizer isso antes de você falar. Dama, eu aceito ser o seu vagabundo. Eternamente! — ela sorri com lágrimas nos olhos e me beijando com amor.
— O que nós somos? Namorados, casados, amantes? Nunca definimos nada, nem rotulámos — me pergunta confusa.
— Nós somos mais do que tudo isso que você falou, sempre fomos. Você sempre foi minha e eu seu — mordo seu lábio inferior e aperto sua bunda gostosa —Somos um só. Você é a minha vida, Cindy Padilla — limpo uma lágrima que escorre do olho dela.
— Você é meu tudo, Xavier. Eu te amo —passo minha mão pela suas costas macias por debaixo da blusa — Você precisa dormir um pouco, dirigiu muito na viagem — passa a mão pelo meu cabelo — Dormimos e depois nos amamos mais um pouquinho — seguro seu rosto e a beijo duramente e com paixão.
Só espero que eu não me arrependa em levá-la nesse maldito show de rock!