Quando o amor é pra sempre (R...

By Strange-Boy

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(COMPLETO E REVISADO) No ano de 1989, em Denver, Colorado - Estados Unidos, Harrison é um garoto de 18 anos q... More

Prólogo
1 - Robin
2 - A festa e a academia
3 - Quadrinhos
4 - Como (ou não) se aproximar de alguém
5 - Uma noite peculiar
6 - Go, Tigers!
7 - 1989... 1990!
[nota aos leitores]
[boas notícias!]
8 - Eu vou sentir falta dos anos 80...
9 - Volta às aulas
10 - O último baile colegial
11 - Chuva de verão
12 - É com você que eu quero estar
13 - O adeus
14- Mudanças da vida
15 - Memórias
16 - C'est La Vie!
17 - Há quem acredite em coincidências
18 - Decisões, decisões...
19 - O que fazer?
20 - Laços que nunca foram rompidos
21 - Lar?
22 - A luz nas trevas
23 - Se reerguendo aos poucos
24 - Desequilíbrio
25 - Arrependimento
26 - Na saúde e na doença
27 - De coração quebrado
28 - Prova de amor
29 - Coisas que estão além do nosso alcance
30 - Não vou desistir de você
31 - Forte como era antes
32 - O pedido
33 - Como nos velhos tempos
35 - Faça um pedido
36 - (Des)confiança
Epílogo
Continuação: A História de Gael

34 - A vida normal

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By Strange-Boy

HARRISON

O domingo passou e foi mais um dia de puro amor na casa do S-

Na nossa casa. 

De manhã foi hora de fazer faxina, era preciso. Obviamente que Scott quis me ajudar, mas eu não pude deixar de jeito algum. Foi difícil convencê-lo, mas tive que conseguir. Enquanto eu limpava tudo, ele ficou lá em cima, no quarto, lendo algumas HQs. 

— Se eu ficar aqui embaixo com você, vou ficar irritado vendo você fazer toda essa faxina sozinho e não vou conseguir me controlar. Vou acabar levantando e indo te ajudar. 

Pedi pra que ele deixasse eu fazer o almoço sozinho também, mas como sempre, ele foi teimoso e teve que me ajudar no fim das contas. Ele ficou a tarde toda jogando Final Fantasy 7 e eu assistindo, agarrado com ele no sofá da sala. É claro que às vezes ele dava uma pausa pra aproveitar alguns breves momentos comigo. Entre esses beijos e amassos, não nos atrevíamos a ficar mais tempo ou ir muito além e Scott sabia o porquê. 

Pelo menos parecia que muito em breve ele já estaria totalmente recuperado. Ele ainda sentia algumas dores no corpo e às vezes nas próprias pernas, além da sensação de formigamento.

De noite, Scott queria fazer o jantar sozinho, mas como ele nunca me deixava cozinhar sozinho, também não atendi o pedido dele. O ajudei a cortar os legumes e a ficar de olho na panela. Jantamos e conversamos bastante, como sempre. Assunto não era o que faltava. Estávamos completamente apaixonados um pelo outro, dois namorados com uma conexão surreal, igual quando éramos adolescentes... 

Antes de dormir, ficamos assistindo um talk show que ele adorava, através da pequena TV que ele tinha no quarto. Eu estava com a cabeça apoiada em seu peito, o abraçando de lado e ouvindo sua respiração enquanto ele mexia no meu cabelo. Era como estar no paraíso. Me trazia paz, conforto, aconchego. Era o meu lar. Com tantas sensações boas ao mesmo tempo, logo peguei no sono. 

***

— Vida, vamos logo, lembra que eu tenho que trabalhar daqui a pouco!

— Tem certeza que você quer ir comigo? Sério, não precisa! 

— Scott, eu prometi que te acompanharia pra essa consulta, vamos logo. 

— Aposto que é porque você quer ter certeza do que o médico vai dizer, pra ficar de olho em mim, não é? — ele desceu as escadas e me abraçou forte, enchendo o meu rosto de beijos. 

— Vamos, amor, os beijos ficam pra depois. — o afastei de mim, rindo.

— Difícil adiar essas coisas. — ele me abraçou de lado e fomos andando até a porta da sala. 

Saímos de casa e entramos no carro, pusemos os cintos e desta vez eu ia dirigir. 

— Vamos ver o quão bem você dirige.

— Está me desafiando? — ergui uma sobrancelha pra Scott. 

— Não sei... — ele riu.

— Você só não viu eu dirigindo aquela vez porque estava desmaiado de tanto sono no banco do lado, se lembra, engraçadinho? 

— Não me lembro, eu estava dormindo. — deu de ombros e riu. 

— Ai ai... 

— Você tá até de motorista pra mim agora, é? Vou me acostumar com essa mordomia toda, nerd... 

— Ah, não mesmo! Logo você vai voltar a vida completamente normal. 

— E vou poder te mimar muito também. Não vai ter porque me mandar ficar de repouso... — repousou a mão na minha perna e fez um carinho.

Ele sempre gostava de fazer isso quando andávamos de carro. 

— Tá bom. É justo. — ri. 

Chegando no médico, não demorou muito para que fossemos chamados pra sala dele. 

— Scott, meu caro... Quanto tempo! E o senhor...? 

— Harrison. 

— Senhor Harrison. — ele apertou minha mão. — Podem se sentar, por favor, fiquem à vontade. 

Durante a consulta, o doutor fez várias perguntas a Scott e mais uma vez elogiou a melhora dele, mais rápida que o normal. Enquanto fazia isso, o examinava. 

— É, Scott. Até as muletas já largou, pelo que vi. Muito bem. 

Scott sorriu pra mim. 

— Eu diria que você está liberado pra viver a sua vida normalmente de novo. Já pode voltar ao seu trabalho amanhã. 

— Jura? — os olhos dele brilharam. — Nem acredito! Não aguentava mais!

— Esses jovens de hoje, tão impacientes... — o doutor ria enquanto carimbava a receita. — Aqui, são algumas vitaminas que você ainda precisa tomar. 

— Obrigado, doutor!

— Ah, e outra coisa, precisa fazer exercícios. 

— Claro, eu não via a hora de voltar pra academia e-

— Academia não, Scott. Pelo menos não por enquanto. Levantar peso não é o ideal.

— Bom, então... Então o que sugere?

— Você pode praticar esportes. Tem esse costume?

— Ah sim, o futebol, mas... — Scott olhou pra mim e coçou a cabeça. — Já tem tanto tempo que não jogo. Até perdi o contato com o time que eu jogava. 

— Bom, acho que pode ser uma ótima hora pra reatar essas amizades então. — o médico sorriu pra ele.

— Tudo bem. Mais alguma coisa?

— Por enquanto é só isso, Scott. Mas cuide-se. Não esqueça do que eu disse... Considere fazer terapia. 

— Tudo bem, doutor. — Scott se levantou e apertou a mão dele. — Muito obrigado por tudo. 

— Nos vemos por aí qualquer dia. — ele sorriu de volta.

— Obrigado por tudo mesmo, doutor. Não poderia ter outro médico melhor pra ele durante essa época tão difícil. — sorri e apertei a mão dele também. 

— E você é um ótimo companheiro pra esse meninão aí que só tem tamanho. — ele olhou pra Scott torcendo os lábios. — Escute mais o Harrison e se cuide, rapaz.

— Pode deixar. — Scott sorriu pra ele e olhou pra mim logo em seguida. — Eu tenho a melhor companhia do mundo.

O doutor riu e eu fiquei cheio de vergonha. Parecia que Scott adorava me deixar assim e nem ligava se era na frente das pessoas, estranhas ou não. 

Mas eu adorava ouvir o quanto ele me admirava e me amava... 

Eu faria sempre, de tudo, pra ele ouvir tudo o que eu sentia também. 

Chegando no estacionamento, Scott andou até o carro e abriu a porta do banco do motorista.

— Já que eu estou cem por cento, segundo o doutor... Agora posso dirigir. — Scott piscou pra mim. — Te deixo no trabalho.

— Tá bem... — soltei um riso nasal e abri a outra porta do carro. — Obrigado, amor. 

— De nada! 

Scott deu um tapa na minha bunda antes que eu pudesse me sentar no banco do carona.

— Scott! — arregalei os olhos pra ele. 

— Que foi!? — fez uma cara de perdido, e fez muito bem. 

— Como você é cínico... — cerrei os olhos pra ele. 

Ele não aguentou o personagem e caiu na gargalhada, colocando o cinto. 

— Eu não posso ter essas intimidades com meu namorado agora? 

— Pode, mas a gente tá num estacionamento ao ar livre... E se alguém viu? 

— Você se preocupa demais, amor. Se alguém viu, vai ficar com inveja. — Scott fechou a porta do carro, ainda rindo.

— É, mas é que... — soltei um riso e fechei a porta também. — Não é bem disso que eu to falando.

— Me explica? — ele olhou pra mim e mexeu no meu cabelo. 

— Eu tenho medo de gente homofóbica... — suspirei enquanto colocava o cinto. — Tenho medo de que nos vejam e queiram nos fazer mal. 

Scott respirou fundo e fez um carinho no meu rosto. 

— A gente tá dentro do carro, amor. É muito difícil alguém ver a gente... Tenta não se preocupar tanto com isso, tá bom? Olha...

Olhei pra ele enquanto o escutava atentamente.

— Prometo que vou tentar ter mais cuidado com essas coisas. Também não quero que nada do tipo aconteça.

— Eu sei... Obrigado, Scott. 

— E não importa o que aconteça, eu vou estar aqui pra te proteger. 

— Às vezes pode ser que você não consiga... Que não seja o suficiente...

— Não fala assim, amor. 

— Só prometa ter mais cuidado. Por favor. 

— Prometo, Harry. 

— Tá bem... — sorri. 

SCOTT 

Depois de deixar Harry no trabalho, passei na farmácia pra comprar o restante dos medicamentos que o doutor havia prescrito pra mim. Cheguei em casa e fui preparar o almoço. Ao ter liberdade de fazer isso sozinho e sem me preocupar com muito mais coisas sobre a minha saúde, coloquei música alta no rádio pra comemorar enquanto cozinhava. 

Eu estava de volta! Era o Scott de antes! 

Isso significava que além de poder fazer as coisas normalmente... 

Agora sim eu poderia transar com Harrison. Sem preocupações. Sem barreiras. Nada mais nos impediria! Meu Deus, como eu vou estar ansioso pra ele chegar do trabalho logo! Como vou passar essas horas? Como fazer com que elas passem rápido? Vou estar contando os minutos, vai ser uma eternidade...

Mas sim, voltei a ser o Scott que era antes desse ocorrido horrível que se passou... 

Mas o que passou me ensinou a ser mais forte ainda.

Mesmo assim, não esquecia os conselhos do doutor.

— Por enquanto é só isso, Scott. Mas cuide-se. Não esqueça do que eu disse... Considere fazer terapia. 

Abaixei o volume da música e liguei para uma clínica terapêutica que ficava perto de casa, que inclusive todos falavam bem. Consegui marcar uma consulta e assim como Harry, ia começar a fazer terapia também. 

Depois, lembrei que eu deveria fazer mais uma ligação importante. 

— Oi, aqui é o Scott. [...] Isso. [...] Estou ligando pra dizer que já posso voltar a trabalhar amanhã mesmo. [...] Sim, perfeito! [...] Estou com o atestado médico sim, pode deixar que levarei. [...] Obrigado a você, bom dia! 

Aumentei o volume da música de novo e voltei a cozinhar. 

Depois de comer, descansei um pouco jogando videogame e era hora de tentar me reaproximar dos jogadores do Eagles

Respirei fundo ao ligar para o meu amigo mais próximo da época. 

— Nate?

— Sim... Quem é?

— É o Scott! — ri, nervoso, coçando a cabeça. — Lembra de mim? Tudo bem?

— Scott... Meu Deus, cara, quanto tempo!

— Pois é. — falei ainda rindo. 

Eu tive uma certa amizade com cada jogador da equipe, mas Nate era o líder e foi com quem eu mais compartilhei coisas em comuns. Por isso, nos aproximamos.

Porém, desde que nos formamos na faculdade, fomos nos distanciando e eventualmente perdemos o contato de vez. 

Continuamos conversando sobre como estavam as nossas vidas. 

— É... Exatamente. E a Amanda, Scott, como ela está? Vocês já se casaram?

— Bom...

— Ih... Lá vem bomba. 

— É. Eu me separei dela. 

— Nossa, o que houve?

— Então, depois eu te conto melhor sobre isso, numa outra hora. Pode ser?

— Claro! Sem problema.

— Tenho muita coisa pra te atualizar. Você nem imagina... 

— Mas tá tudo bem, cara? Assim fico preocupado contigo. 

— Não, relaxa! Eu nunca estive melhor, acredite. — ri. — Nunca estive tão feliz em toda minha vida. 

— Que ótimo, amigo! 

— É... Mas então, eu tô precisando muito voltar a fazer algumas atividades físicas. Não tô podendo malhar na academia agora e queria saber se vocês ainda jogam futebol. 

— Ah, sim, jogamos! O Eagles não está morto!

— Será que eu posso voltar a jogar com vocês de vez em quando?

— Claro! — ele riu. — Fico feliz em saber que vai voltar a jogar com a gente. Sabe, depois te chamar várias vezes pra jogar e você nunca ter tempo pra ir, eu desisti.

— Não te culpo, Nate. 

— É, mas eu entendo, sem pressão nenhuma... Na época você estava super ocupado com as coisas do casamento, além de trabalhar e mal ter tempo livre...

— Pois é...

— Então, combinamos um jogo contra outra equipe de uns amigos nossos, mais tarde, hoje mesmo.

— Sério? Nossa, vai ser ótimo! Eu com certeza vou estar lá.

— Aparece lá pras quatro horas, na praça que a gente costumava jogar mesmo. Pode ser?

— Claro, claro! — ri. — Tô tão feliz em voltar a jogar com vocês. Posso ter até desaprendido a jogar futebol... 

— Ah, tá! — Nate gargalhou. — Scott Miller, desaprendendo a jogar futebol? Só se você sofreu algum tipo de lavagem cerebral. 

— Se você diz... — ri. — Nos vemos mais tarde então, Nate. 

— Até mais tarde, amigo! 

— Até. — sorri e desliguei o telefone. 

Robbie era minha amiga, mas eu sentia falta dos meus amigos da faculdade também. Talvez seria uma ótima oportunidade pra eu reatar essas amizades. 

HARRISON 

Eu estava corrigindo algumas provas quando me chamaram para a sala dos professores. Parece que alguém queria falar comigo no telefone.

— Tem alguém na linha querendo falar comigo? Tudo bem, pode passar, por favor.

— Alô.

— Oi? 

— Será que eu poderia falar com o senhor Harrison? — uma voz grossa, aparentemente forçada, falou ao telefone.

— Sou eu mesmo. Quem deseja?

— Eu queria dizer que você é o cara mais bonito e gostoso da cidade. 

— Ah. — ri. — E quem será que me ligou pra dizer isso?

— Não, não. Da cidade não, do estado, do país, do mundo todo. — Scott já falava com a voz normal. 

— Depois de você, é claro. 

— Não, você é o primeiro da lista. 

— Você é muito bobo.

— E você adora.

— É, eu não vou negar isso. — ri e me encostei na parede. 

— Saudades de você.

— Estou há algumas horas fora de casa trabalhando e você já tá com saudade, é?

— Sim, vida. 

— Não posso dizer nada. — deixei escapar um riso nasal. — Também estou com saudade.

— É mesmo, é?

— Claro, Scott. 

— Escuta, eu estou ligando pra você porque também queria te convidar pra me ver jogando futebol daqui a pouco.

— Gente, mas já? Tão rápido? — ergui as sobrancelhas. 

— Sim. — Scott riu levemente. — Liguei pro meu antigo amigo do Eagles e adivinha? Vou voltar a jogar com eles.

— Isso é ótimo, amor! 

— É naquela praça que fica perto do restaurante. Sabe onde é?

— Ah, sim... Sei sim. 

— Combinamos de começar a jogar umas quatro horas da tarde, tem como você aparecer lá essa hora?

— Não sei, amor. — conferi a hora no meu relógio de pulso. — Acho que vou chegar atrasado. Tenho algumas provas pra corrigir ainda.

— Ah, não tem pressa! Assim que puder, tá bom? Se não puder, vou entender.

— Não! Eu posso sim, não esquenta. Só devo chegar atrasado mesmo.

— Tá bem, Harry. Vou te esperar lá. Vou de carro, e aí voltamos juntos pra casa depois, pode ser?

— Claro, amor.

— Tá bom, vida, não quero te atrapalhar mais, boa sorte pra corrigir essas provas! 

— Você não atrapalha nunca. — ri. — Te amo.

— Eu te amo mais.

— Ah, não começa! 

— Te amo mais. Beijo. 

— Eu... — Scott havia desligado. — Filho da mãe! 

***

Não demorou para que eu avistasse a quadra de futebol e toda a equipe do Eagles, vestidos com uniforme verde, contra alguma outra equipe que usava azul. 

Pouquíssimas pessoas acompanhavam o jogo, sentadas ao redor da quadra, em alguns bancos. Deveriam ser parentes, conhecidos, amigos, namoradas de alguns jogadores, não sei. 

Caminhei até um dos bancos e me sentei. Estava cansado do trabalho então respirei fundo.

Meus olhos procuraram Scott durante o jogo, e quando o encontrei, ele já estava olhando pra mim enquanto corria pelo campo. Deu um sorriso e acenou pra mim. 

Fiz o mesmo de volta. 

O jogo encerrou com o time do Eagles vitoriosos, com 5 x 3. Não poderia ser diferente. Scott não esqueceu nadinha de como jogar futebol.

Enquanto todos comemoravam e se cumprimentavam, Scott me chamou para ir até lá. Com vergonha por não conhecer ninguém do time, me levantei do banco e caminhei até eles.

Scott estava suado, mas eu não ligava pra isso. Me abraçou forte e me deu um longo selinho na boca. 

Não tive reação, fiquei estático. Não esperava que ele fosse fazer isso assim, em público e ao ar livre, em volta daquelas pessoas que eu nem conhecia. 

Não quis conferir os olhares, foquei em Scott, sorridente, olhando pra mim.

— Oi, vida! 

— Oi. — sorri, sem graça.

— Nate, pessoal do time, queria apresentar pra vocês o Harrison. — ele disse ao se virar pro time, com a mão apoiada no meu braço.

— Oi. — acenei pra eles de uma forma tímida e desconfortável. 

— Ele é meu namorado. — Scott afirmou.

— Olha só, que surpresa. O famoso Harrison! — o menino que aparentemente se chamava Nate comentou e veio até a mim com um enorme sorriso no rosto. 

Nate tinha uma descendência asiática. Tinha o cabelo preto e liso, olhos puxados e porte atlético. 

— Famoso Harrison? — ergui as sobrancelhas, com os olhos arregalados. 

— Claro! — Nate riu e apertou forte a minha mão. — Scott sempre falou de você!

— Isso é verdade. — Scott riu. — O Nate é o líder da nossa equipe, Harry. 

— Eu só não achei que Scott te amava tanto assim a ponto de ser seu namorado. Confesso que nisso eu estou surpreso! 

— É... Então. Agora sabe que amo o Harry. — Scott sorriu pra mim com as mãos apoiadas no quadril. — Na verdade eu sempre o amei. Nunca deixei de amar. 

Alguns meninos da equipe começaram a bater palmas e assobiar pra gente, o que fez com que eu ficasse mais vermelho ainda. Alguns deles vieram me cumprimentar com um enorme sorriso, desejando parabéns e felicidades pra mim e Scott. 

— Olha só que pombinhos esses dois, não é? Nunca vi Scott tão feliz assim. — Nate riu, cruzando os braços e entreolhando Scott e eu. — O que importa é ser feliz! O amor é o amor, né? 

— Isso mesmo... Fico feliz que você não tenha nenhum preconceito. — comentei com um sorriso torto.

— Ah, mas nós temos! — um menino falou, caminhando com outros dois atrás dele que pareciam apoiá-lo.

— Que isso, cara!? — outro garoto o repreendeu.

— É isso mesmo. Que história é essa de ficar de gracinha com outro menino, Scott? Você é bicha agora?

Scott se enfezou ao fitá-lo diretamente, arqueando as sobrancelhas e com fúria nos olhos. 

— Ei cara, que desrespeito é esse? — um dos meninos falou.

— É, mais respeito com o Scott! — outros começaram a protestar também. 

— Pro seu governo, eu sou bi. E agora não, sempre fui. Algum problema com isso? — Scott se aproximou mais do rapaz com uma pose ameaçadora. 

— Ei, calma. — alguém o afastou calmamente. 

— E vocês todos apoiam isso? — o homofóbico riu ao olhar pro restante do time. — Pois saiba que eu e meus dois amigos aqui não. 

— Ah, não? — Nate chegou perto deles. 

— Não. — ele se manteve firme e forte, cruzando os braços. 

— Pois saiba que no nosso time do Eagles, um dos pilares básicos para ser um jogador é o respeito com o próximo. 

— Eu- 

— E se vocês três afirmam não ter esse tipo de respeito, pouco nos importa. Estamos cagando pra sua opinião de merda. 

Alguns garotos começaram a rir e a se entreolharem. 

— Olha aqui. — o homofóbico apontou o dedo indicador bem próximo ao rosto de Nate.

— Olha aqui você. — Nate deu um tapa na mão do idiota, o que o fez ficar boquiaberto. — Vocês três estão fora do time.

— O quê? Você não pode fazer isso! 

— Posso e devo. Eu sou o líder. — riu e deu de ombros. — E vocês? Quem são?

— Ah, tudo bem, cara, não liga pra isso não. — o outro menino tentou consolá-lo. 

— É, cara, vamos, deixa esse time de merda pra lá...

— Vamos deixar o time sim, mas é porque não fazemos parte de um time de bichas!

Scott tentou avançar nele, mas continuou sendo segurado por um dos meninos do time. Eu apenas assistia tudo calado, adorando a atitude madura e responsável de Nate. 

— Mais respeito com o palavreado! — Nate começou a gritar. — E não, não somos um time só de gays, aqui tem qualquer tipo de sexualidade porque não julgamos ninguém! E mesmo que fossemos todos gays, não teria problema nenhum, seu preconceituoso de merda! 

O time começou a gritar, a gargalhar e a aplaudir. Alguns vaiavam os três homofóbicos que saíram sem palavras, andando furiosos para longe do campo. 

— Harry... Desculpa por isso. — Scott se aproximou de mim com uma feição preocupada, me abraçou forte e deu um beijo na minha cabeça. 

— Não foi culpa sua. Não se preocupa. — fechei os olhos ao retribuir o abraço.

— Foi sim, se eu não tivesse te beijado e confiado no time assim ao contar pra eles que você é o meu namorado...

— Se você não tivesse feito nada disso, talvez não descobrisse tão cedo o quão incrível seus amigos do Eagle são. — Nate se intrometeu na conversa, sorrindo e cruzando os braços ao nos olhar. 

— Nate... Obrigado. Vocês são incríveis mesmo. — sorri ao olhar pra ele, me desfazendo do abraço do Scott. 

— Nah. — ele fez um gesto com a mão. — O respeito é o mínimo que o mundo precisa. Não somos especiais por respeitá-los.

— Mas são especiais por nos defender. — afirmei.

— Sim, o Harry tem razão. Obrigado por tudo. A todos vocês. — Scott disse. 

Os rapazes começaram a dizer que não foi nada. Falaram palavras legais e acolhedoras. Eu ficava feliz em saber que Scott tinha amigos tão legais de novo, ainda mais pra jogar futebol, coisa que ele adorava fazer. 

— A gente se vê por aí, pombinhos. — Nate sorriu e acenou brevemente com a mão, antes de sair andando com o restante do time. 

— Tchau, Nate. — acenei de volta. 

— A gente se vê. — Scott se despediu. 

***

Depois de ter andado com Scott me abraçando de lado até o carro, nós entramos e ficamos calados até um certo ponto do caminho.

— Me desculpe por aquilo. 

— Hã?— ergui as sobrancelhas ao olhar pra ele. 

— Aquelas coisas que aqueles três idiotas disseram. 

— Ah. — voltei a olhar pra frente. — Não foi culpa sua, amor. 

— Foi sim, eu que te chamei pra ir lá e-

— Me chamou pra me apresentar para seus amigos. — levemente apoiei a minha mão sobre a sua, em cima do volante. — Foram eles que tiveram aquela reação e isso não tem nada a ver com você. Sempre haverão idiotas por aí, cheios de ódio e ignorância. 

Scott olhou pra mim com uma feição preocupada. 

— Não foi culpa sua. — esbocei um sorriso torto no rosto. 

— Eu te amo.

— Também te amo, Scott. Te amo muito. 

Ele voltou a se concentrar ao olhar pra frente, sorrindo e pegando na minha mão para beijar o dorso dela enquanto dirigia. 

***

Estava um pouco cansado do dia de hoje, mas o banho relaxante que eu havia tomado ajudou muito. Como eu havia esquecido de levar outra roupa, enrolei a toalha em volta da minha cintura e a prendi. 

Joguei a roupa suja no cesto e saí do banheiro. 

Assim que adentrei o corredor, me deparei com Scott subindo as escadas.

Ele parou no último degrau e ficou congelado, me olhando de boca aberta.  

— Ah, desculpa. — falei todo sem graça e apertei os passos para o quarto. 

Corri para o guarda roupa para procurar qualquer camisa e qualquer roupa de baixo. Sério, poderia ser qualquer peça que fosse, serviria. Estava com pressa, não queria ficar vestido assim na frente dele. Me sentia envergonhado, não tinha essa intimidade toda com ele ainda. Eu e Scott agora dividíamos o guarda roupa. Parecia até que eu estava casado com ele. Que engraçado. 

— Ei, Harry. — ele falou ao entrar no cômodo e fechar a porta logo atrás dele. 

— Sim? — falei sem parar de procurar por alguma camisa minha pelos cabides. 

— Ei, ei, ei. — ele segurou minhas mãos delicadamente e me fez virar pela sua frente. 

Eu ainda podia sentir os pingos de água escorrendo pelos meus cabelos e deslizando pelo meu rosto, assim como os que deslizavam pelo pescoço, peito... Talvez tudo isso contribuísse ainda mais para que eu ficasse cada vez mais arrepiado. 

— Não precisa se apressar para se vestir na minha frente, nunca. — ele sorriu e levou minhas mãos até a sua boca para beijá-las, sem tirar o olhar de mim. 

Não sabia o que dizer, pois ainda estava sem graça. Abaixei os braços lentamente.

— Bom, eu- 

— Escuta. — ele fechou o guarda roupa. — Você está lindo assim. É lindo e maravilhoso do jeito que é, não precisa ter vergonha. 

— Ah. — ri, envergonhado, abaixando a cabeça. — Obrigado, amor. 

— Gosto de ver assim. — Scott deslizou as costas de seus dedos pelo meu peito nu, o que fez com que meu coração estivesse prestes a pular da minha boca a qualquer momento. 

— É? — foi o que consegui responder. 

— Claro. Já percebeu como somos nus, transparentes de alma um para o outro?

— É verdade. Claro que sim. — tentei disfarçar meu nervosismo com um sorriso. 

— Como acha que eu poderia ter a capacidade de não gostar de você nu fisicamente também? — ele se aproximou pra me beijar, mas eu afastei.

— Olha... — ajeitei a toalha na minha cintura. 

— Harry. — Scott me olhou seriamente.

— O que foi? Fala. 

— Não era só por eu estar de repouso que me evitou, não é?

— Você tem razão. — abaixei a cabeça e suspirei, admitindo. — Tem outra coisa.

— Você não precisa ter vergonha. 

O olhei por alguns segundos enquanto ficávamos em silêncio. 

— Harry... — Scott franziu o cenho. — Você ainda é virgem?

— Quê? Não. — eu ri. — Não sou virgem, Scott, não é nenhum medo pela primeira vez...

— Então o que é? Por favor, me fala. Confie em mim. — ele se aproximou de mim novamente. 

— Eu nunca senti tanta insegurança assim em ir pra cama com alguém a não ser você. Nem eu mesmo sei o porquê. Estava negando isso em mim até agora!

— Tente me explicar. — Scott sorriu de lado, segurando na minha cintura e me puxando pra perto dele.

— Você sempre foi o único que mexeu comigo de verdade, te amo tanto... Tanto que eu nem sei. — falei ao olhá-lo tão de perto, em seus olhos. 

— Eu sinto o mesmo. Te entendo perfeitamente. Até eu estou nervoso, Harry. — Scott deu um riso estremecido. — Até parece que é a minha primeira vez. 

— Exatamente isso! — eu ri também. — É tipo isso que estou tentando explicar... 

— Porque temos uma conexão tão grande... E isso é tão surreal...

— É... — suspirei, fechando os olhos para beijá-lo. 

— Mas vai ficar tudo bem, eu te prometo. Te prometo. — ele me disse logo antes de me beijar. 

Como se não fosse mais possível, ele me agarrou mais ainda e involuntariamente fez com que a toalha caísse no chão. Ambos percebemos tal ocorrido, mas não cessamos o beijo. 

Levei minhas mãos para a sua nuca e o beijo ficou mais intenso, sedento.

Scott deslizava, com força, as mãos pelas minhas costas enquanto molhava meus lábios e passava sua língua na minha. Nossas respirações começaram a ficar ofegantes. 

Ele continuou descendo suas mãos cada vez mais baixo até apertar minha bunda. Seu desejo era evidente, assim como o meu. 

Meu coração acelerava, suava frio, sentia borboletas no estômago. Era algo que queríamos tanto desde 1989, meu Deus... Como pode passar tanto tempo? Tanto tempo afastados e só agora estávamos nos despindo um para o outro, fisicamente. 

Ele foi me levando aos beijos para a cama, fazendo com que deitasse por cima de mim. Os beijos continuaram e...

De repente, o telefone que havia dentro do quarto começou a tocar. 

No mesmo momento, Scott encerrou o beijo e revirou os olhos. Não tive muita reação, apenas o olhei levantando da cama. 

Ele ia atender o telefone e...

Espera. Ele não vai atender? 

Scott arrancou o cabo do telefone da tomada num puxão só, o que acabou fazendo com que o aparelho caísse no chão. 

Ele olhou pra mim e riu. 

— Nada vai nos atrapalhar hoje. 

— É mesmo? — ri e o abracei enquanto ele engatinhava por cima de mim na cama novamente. 

Nada

Ele voltou a me beijar na mesma intensidade de antes. O calor do momento não havia se perdido. 

Nos perdemos nos beijos, trocando toda aquela paixão e calor dos nossos corpos e também das nossas almas. Todo aquele desejo que havia ficado preso dentro de nós em todos esses anos estava sendo libertado de uma vez nesse momento. 

Minhas mãos deslizavam pelos braços dele, que logo me seguraram firme contra o seu corpo. Agarrei suas costas e o pressionei contra mim também. Logo, meus dedos estavam levantando a blusa que ele vestia de uma forma lenta. 

Scott, então, pausou os beijos para que me ajudasse a tirar a sua primeira peça de roupa. Logo depois, ele mesmo tirou a parte debaixo, ficando só de cueca. 

O joguei para o outro lado da cama, ficando por cima dele. Nossas respirações estavam ofegantes e os beijos, junto com a troca de carícias, estavam ficando cada vez mais intensos. Talvez desesperados, sedentos, sem poder esperar nem mais um segundo. 

Levei a minha mão para o volume que Scott guardava em sua cueca. Estava firme igual uma rocha e por mais que eu também já estivesse, fiquei mais ainda, o que antes parecia algo impossível. 

SCOTT

Sentir Harrison me tocar assim era como estar no céu, flutuando sobre as nuvens e sentindo coisas que eu jamais senti antes em toda a minha vida. Enquanto eu o segurava em cima de mim, agarrei sua bunda com força ao mesmo tempo que ele abaixava minha cueca apenas com uma das mãos. Com as pernas, joguei ela para longe, ficando totalmente nu diante de Harry, da mesma forma que ele já estava antes. 

Foi aí que percebi que eu não o havia admirado desta forma ainda, mas essa hora havia chegado. 

Em mais um golpe de teimosia, joguei Harry para o lado e fiquei por cima dele. Ao nos olharmos, isso fez com que ríssemos um para o outro. 

O pressionei contra a cama e beijei o seu pescoço lentamente, mas aumentei o ritmo conforme ouvia os gemidos que ele deixava escapar bem próximo do meu ouvido. O cheiro e o gosto dele eram bom demais para serem verdade, mas eram. Era real o que estávamos vivendo. Vamos ser felizes juntos e isso jamais será de outra forma. Não vou deixar que seja. 

Escorreguei meus dedos pelo seu abdômen e fui abaixando os beijos. Olhei para cima, fazendo com que os nossos olhares se encontrassem. 

Quando meus beijos chegaram no seu membro, o segurei gentilmente com uma das mãos e o coloquei na boca, sem perder o contato visual com ele. 

Harry fechou os olhos e jogou sua cabeça pra trás, emitindo um suspiro de prazer.

Fiz com que meus lábios deslizassem lentamente e até o final. 

Eu nunca havia transado com um garoto antes, mas meu desejo sempre foi ele e apenas ele: Harrison. Mal tínhamos começado, mas estava sendo a melhor experiência da minha vida. Sempre seria. Com ele. Era com ele que eu queria estar e trocar todas as minhas energias, o meu sexo, o meu amor. 

HARRISON

Scott começou a deslizar a boca em movimentos mais rápidos, o que fez com que eu acabasse me contorcendo de tanto prazer que sentia. Agarrei os seus cabelos com uma das mãos de forma firme, acompanhando o movimento que a sua cabeça fazia. 

Depois de alguns minutos, sentindo que eu já estava prestes a explodir em um orgasmo a qualquer forma, tive que me conter, pois não queria que fosse tão rápido assim. 

Scott subiu para me beijar novamente e eu o abracei forte enquanto fazíamos isso.  

— Sabe... — sussurrou entre os beijos. — Eu sempre odiei que mexessem no meu cabelo.

— Ah. — olhei pra ele, surpreso. — Desculpa, é que-

— Não, não. — ele riu levemente e me deu mais um beijo. — Não tinha terminado de falar. Você é o único que gosto que mexa no meu cabelo. 

— Nossa, então ganhei esse mérito? — ri ao fitar seus lábios. 

— Pois é, Harrison. Tem total poder de fazer isso e ainda me agradar. 

Voltei a beijá-lo e rolamos na cama, fazendo com que ele ficasse por baixo de mim mais uma vez.

— Até quando vamos ficar nessa briga? — Scott riu.

— Você não gosta?

— Gosto. Não estou reclamando. — ele explicou e mordeu o meu queixo.

Não podia esperar mais, então sem mais preliminares, cheguei para trás na cama e rapidamente iniciei o sexo oral. 

Assim como eu havia feito com ele, Scott agarrou a minha cabeça e acompanhou os movimentos de vai e vem. Seus gemidos de prazer me deixavam cada vez mais excitado, tanto que eu senti a necessidade de me masturbar enquanto chupava, e assim eu fiz. 

O membro de Scott era o maior que já tinha visto. Era algo robusto igual ele, fisicamente. Brutamontes do jeito que era. 

SCOTT

Depois de quase atingir o orgasmo, precisei interrompê-lo, por mais que não quisesse fazer isso. 

— Vem cá. — sussurrei enquanto o levantei até a mim para beijá-lo brevemente. — Você quer ir além? 

— Tá brincando? — Harry riu.

— Porque eu quero muito. — afirmei sério enquanto o olhava nos olhos.

— É o que eu mais quero agora, seu besta. 

— Era só pra confirmar. — ri. 

Harrison também riu e depois de trocarmos mais uns beijos, o empurrei gentilmente na cama. Alcancei a gaveta da mesinha que ficava perto para pegar um lubrificante. 

— Sei que a gente tá num desespero só, mas preciso pedir pra que vá com calma no início, mesmo que eu não seja mais virgem. — Harry gargalhou. 

— Não se preocupa. — ri também. 

Já preparado, abaixei meu corpo contra o dele, levantando suas pernas. Esfreguei meu nariz gentilmente em seu pescoço, o fazendo ficar arrepiado enquanto sentia aquele seu cheiro que tanto gostava. 

Gentilmente e com todo cuidado que eu tinha, fui entrando em Harry. 

De início, seus olhos fechados denunciavam prazer. Sua boca entreaberta não emitia nenhum som, ainda. 

Lentamente, fui repousando beijos em seu pescoço até subir para o seu rosto. Encostei minha testa na dele e o olhava enquanto fazia movimentos de vai e vem bem devagar. 

Harry entrelaçou seus braços em volta do meu pescoço, jogando sua cabeça pra trás, ainda de olhos fechados. 

Ele havia começado a gemer sutilmente. 

— Me avise se eu te machucar. 

Não obtive resposta.

Ele ouviu, sim, mas acredito que estava em um nível de prazer tão surreal que mal conseguiria falar.

Aos poucos, fui aumentando a velocidade assim como Harry aumentou a intensidade em seus gemidos. O prazer era tanto que eu não deixei de gemer também. O sexo foi ficando tão intenso de forma que ambos começamos a suar. 

Harry me agarrava com força, trocávamos beijos de vez em quando e eu continuava o pressionando contra a cama. 

Eu nunca havia sentido tamanho prazer igual agora. 

Depois de algum tempo, trocamos de posição: virei Harry de costas pra mim. 

O prazer era o mesmo, beijava as suas costas enquanto segurava os seus braços. Harry agarrava o lençol. 

De repente, sem nem ter tempo de avisar, atingi o orgasmo ejaculando dentro dele. Trocávamos gemidos, dando tempo de respirar um pouco em meio ao meu coração super acelerado. 

Repousei meu peito contra as suas costas, deitando meu corpo em cima do dele. 

— Falta você. — ri levemente ao sussurrar. 

Ao me recompor o bastante, Harry me deitou na cama e depois de me beijar por alguns minutos, me masturbava. Ele queria de novo? Será que eu dava conta? 

Sim, eu dava. 

Harry estava sentado sobre mim e logo estávamos naquele sexo louco e apaixonante mais uma vez.  Dessa vez ele estava no controle e mais uma vez eu já não poderia me segurar por muito tempo. 

Agora, Harry podia se masturbar e em instantes atingiu o orgasmo também, sujando todo o meu abdômen e peito. Eu não liguei nem um pouco, pelo contrário, gostei, o que me deixou mais excitado ainda. 

Logo, eu estava ejaculando pela segunda vez em Harrison.

HARRISON

Mortos de cansaço, caímos na cama. Não trocamos uma palavra, apenas olhamos um para o outro profundamente, como se enxergássemos a alma um do outro. Scott acariciou brevemente o meu rosto com o dorso de seus dedos. 

— Precisamos tomar banho. — sussurrei.

— É.

— Vamos?

— Vamos. — ele sorriu.

— Eu tô com tanta preguiça, não sei se consigo levantar agora. — ri. 

— Ah, vamos, Harry. 

Scott se levantou da cama. 

— Não sei se consigo agora. — murmurei contra o travesseiro. 

Ele me surpreendeu quando me pegou no colo, segurando nas minhas pernas e nas minhas costas.

— Ei, o que você tá fazendo? — ri.

— Carregando a princesa, já que está com muito cansaço. — ele riu enquanto caminhávamos para o banheiro.

— Que abusado! Eu vou voltar a te chamar de tigresa.

— Não tem problema, pode voltar a chamar tranquilamente. — Scott acendeu a luz do banheiro com dificuldade. 

— E não é só culpa minha que a gente tenha transado dessa forma tão intensa hoje, tá? Você é o segundo culpado.

— Eu sei disso. — Scott olhou pra mim e riu. 

Tomamos banho juntos, trocando carícias e beijos assim como ensaboamos um ao outro. Nossa intimidade só crescia cada vez mais. 

Quando estávamos ambos de cueca, já deitados para dormir, Scott continuou me olhando nos olhos.

— O que foi? — perguntei, já quase dormindo.

— Eu te amo muito, Harrison.

Scott fez surgir um enorme sorriso no meu rosto.

— Eu também te amo muito, meu amor. — respondi.

— Quero você comigo pra sempre.

— Eu também. — acariciei o seu cabelo enquanto o olhava.

Scott sorriu e fechou os olhos. Logo, parece que já havia pegado no sono.

Meus olhos estavam pesando, então logo fui sendo dominado pelo sono também. 

Eu estava sentindo uma paz profunda. 

créditos: DeviantArt.com/cris-art

FIM DO CAPÍTULO

Mais uma vez reafirmo que a frequência da postagem dos capítulos pode variar, mas que não se preocupem, eu realmente não abandonarei essa história! Podem ficar tranquilos e tranquilas. Às vezes precisamos de um tempo para descansar, renovar as energias e a nossa criatividade também. Gostaria de lembrar também que eu não quero escrever a minha história de qualquer forma, então eu só escrevo quando estou inspirado.

Gente, um feliz natal atrasado pra vocês e também um feliz ano novo. Se cuidem sempre e JUÍZO. Estamos vivendo um momento muito delicado, mas tenhamos esperança de que em breve tudo isso vai passar. 



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