No Compasso das Estrelas | ⚢

By girlfromcv

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Para uns, Porto Baixo não passava de uma cidadezinha praiana esquecida num canto qualquer da Costa Este e ass... More

Nascer do sol
DREAMCAST
Epígrafe
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Epílogo
Especial de Fim de Ano
Tem alguém aí?

Capítulo 8

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By girlfromcv

     
      Yara contava quase um mês de estadia em Porto, mas nunca prestara atenção ao monumento da Praça da Estrela — em frente à prefeitura —, até Léia contar a história por detrás da fundação do Centro Educativo, atribuindo-lhe grande simbolismo, tanto para a escola, como para toda a cidade.

A reação da colega, ao saber, foi de incredulidade, considerando quase um ultraje ela passar por lá quase todos os dias, na ida e na volta da escola, e não se atentar a algo tão majestoso e belo. Um toque de drama, mão no peito e expressão sentida, para enfatizar.

O assunto surgiu na sequência da tour que fizeram no dia anterior, após o término das aulas, como prometido contando toda a história da fundação do Centro que, mais de meio século atrás, funcionava como um internato católico feminino.

Segundo ela, em meados da década de 60, devido a uma enorme crise, o Internato Santa Cecília era obrigado a fechar suas portas e entregar o edifício ao Governo.

Pelos meses que se seguiram, nada foi feito dele, permanecendo, assim, totalmente abandonado.

Cerca de um ano depois, um importante fazendeiro do Sul — conhecido por ser descendente de um escravo forro que fizera fortuna e história no comércio — visitava a cidade, a fim de firmar negócios e alianças pelos arredores.

Sua preocupação foi logo notável, quando ciente da situação que se vivia ali: a inexistência de uma instituição de ensino, o que obrigava os pais a mandar os filhos estudar nas cidades vizinhas e, também, fazia com que muitas outras crianças fossem privadas do acesso ensino, tendo em conta que seus responsáveis não possuíam condições de mantê-las numa escola fora de Porto.

O cavalheiro, de nome Armando Nobre Lima, homem rico e detentor de muitas terras e propriedades, resolvera estender sua estadia, com o objetivo de inteirar-se mais sobre a situação, decidido a trabalhar, junto do povo, pela causa da educação na cidade.

Sorriu brevemente ao lembrar-se da maneira como a alta narrava a história, envolvendo-lhe completamente e fazendo com que se sentisse inserida na mesma época, acompanhando tudo de perto: a chegada de Lima à cidade, o trabalho árduo e incansável para trazer o ensino para o seio da população, a longa negociação com as autoridades de direito para que tivesse licença e pudesse deitar o antigo internato abaixo e construir com base numa nova planta, as tantas coisas de que abrira mão para levar o projeto adiante, entre outros esforços para melhores as condições de vida dos habitantes de Porto.

Contou-lhe Léia que, após algum tempo, a esposa de Armando veio juntar-se a ele e, em toda a sua bondade e vontade de ajudar o próximo, arregaçou as mangas e meteu as mãos à obra, lutando para a melhoria das condições de saúde e saneamento básico. Pois, na época, a cidade contava com apenas um posto de saúde e dois médicos que não ficavam em tempo integral.

Portanto, o hospital da cidade era conhecido como Hospital Judith da Rocha, em homenagem à dama que deixou as mordomias e o conforto do Sul, para auxiliar seu companheiro na edificação de uma cidade litorânea isolada, pouco desenvolvida e esquecida na Costa Este.

Porto era o que era e atraía imensa gente de fora, em grande parte graças a eles.

E, como forma de reconhecimento ao valoroso trabalho que fizeram, e manter vivo o legado, o primeiro prefeito da cidade mandou que fosse esculpida uma estátua do casal na praça do centro.

Nela, via-se Lima com a mão direita elevada, sustentando um livro aberto para o povo e, de frente para ele, Judith, cuja mão contrária à sua segurava um estetoscópio, de maneira que todos pudessem ver.

Era aquele o símbolo da educação e da acessibilidade aos devidos cuidados de saúde para todos, sem distinção, em Porto Baixo.

A preta não pudera deixar de reparar em como os olhos claros da porto-baixense brilhavam enquanto lhe falava; uma demonstração clara do quanto se orgulhava da história contada e dos seus protagonistas.

Rabiscou algo sem importância no canto superior do caderno — vendo a matéria que começara a copiar pela metade —, totalmente alheia ao que o professor de Português lecionava.

O que ela não contava, no entanto, era que seu nome seria citado.

      — ...e você, Yara, pra representar a turma na conversa aberta de amanhã, que vai girar em torno do mês da prevenção ao suicídio. — a afirmação de Matias puxou bruscamente a menina do transe em que se encontrava, fazendo com que fixasse os olhos levemente arregalados e carregados de surpresa, no docente.

Alguns colegas fitavam-na, talvez por não saberem bem quem era ela e quisessem descobrir, ou também por estarem indignados por, justo a menina do fundo da sala que mal abria a boca, ter sido escolhida para algo aparentemente importante, mas que nem ela sabia do que se tratava.

Entretanto, antes que pudesse pedir a palavra para expor suas dúvidas, Matias fez o favor de começar a explicar.

      — Como eu já tinha informado na sexta, amanhã haverá uma conversa aberta entre os alunos do décimo primeiro e décimo segundo ano, sobre setembro amarelo, o mês da prevenção ao suicídio. — à medida que falava, ia caminhando a passos lentos pela sala. — Mas, tendo em conta que não será possível a participação de todos vocês, senão seria uma bagunça tremenda, além de que no auditório não cabe todo mundo, a senhora diretora pediu para que cada diretor de turma escolhesse dois representantes. — cessou seus passos, parando atrás da preta. — Por isso, eu escolhi o Fábio e a vossa colega que chegou esse ano, Yara, para participar e rep...

Yara desligou-se da explicação de Matias, enquanto sua mente reproduzia a parte mais importante e necessária da mensagem, suficiente para que algo dentro de si se remexesse desconfortavelmente, talvez por aquele ser um assunto no qual não lhe agradava muito tocar.

      — ...e vale ressaltar que eu e toda a turma estamos depositando a nossa confiança em vocês, e esperando que venham partilhar connosco tudo o que aprenderam e, quem sabe, podemos  organizar o nosso próprio debate aqui, com base no que vocês nos trouxerem de lá.

      — Professor. — a solarense ouviu alguém chamar, mas não prestou muita atenção. Estava mais ocupada em pensar numa forma de se livrar daquela responsabilidade.

      — Pois não, Fábio?

Assim que escutou o nome de quem chamava pelo professor, ergueu os olhos, a fim de identificar quem seria seu companheiro naquele castigo. Os seus traços lhe eram bastante familiares, bem como a pele bronzeada e o aspecto encaracolado dos cabelos que lhe caíam sobre o testa.

Não deu muita importância, concentrada em ouvir o que ele tinha a dizer, e torcendo para que fosse qualquer coisa que faria Matias desistir da ideia estúpida de mandá-la para a atividade do dia seguinte.

      — Assim, será que o senhor poderia, sei lá, me trocar por outra pessoa? — pediu o rapaz, coçando a parte de trás da cabeça.

"E a mim também, por favor!", suplicou a preta em pensamentos.

      — OK. Mas primeiro me explica por que você quer isso. — pediu, amigavelmente, aproximando-se lentamente do garoto de caracóis.

       — Ah, é que...assim...sabe, eu...não tenho, assim muito jeito pra esse tipo de coisa. — confessou, um tanto encabulado. — Na real, eu nem sei o que é pra fazer lá. Nunca sei o que falar nesses negócios aí.

Um leve burburinho começou a se alastrar pela sala; uma grande maioria manifestando seu desejo de pegar o lugar de Fábio, caso ele não quisesse mesmo participar do debate.

Lacerda quis aproveitar o momento para pôr seu posto à disposição, porém manteve-se calada, tanto por falta de coragem, como porque Matias pigarreou e bateu levemente na mesa, pondo fim à pequena bagunça de vozes que se iniciou.

      — Tudo bem, Fábio, eu te entendo. Isso é completamente normal.  — começou ele, o costumeiro tom sereno marcando presença. — Mas te garanto que não tem por que se sentir assim. A roda de conversa de amanhã vai ser sobretudo um espaço de aprendizagem, onde vão trocar ideias sobre o assunto, apresentar seus pontos de vista sobre o assunto. As dúvidas que tiveram, desde que se encaixem no tema, serão tiradas pela profissional que vai estar lá justamente pra isso. Vai valer a pena. — sentou-se na borda da sua mesa. — Acredite, ninguém está ali pra julgar, apontar o dedo, ou mostrar que sabe mais que fulano ou beltrano. É por isso que chamamos de conversa aberta.

Ao contrário do que a preta percebeu no colega da primeira fila, as palavras do docente não tiveram tanto impacto sobre o seu pensamento.

Mesmo que ele tivesse se dirigindo a Fábio, sentiu como se o que dissera fosse direcionado a si também, pensando que, talvez, não tivesse conseguido disfarçar sua cara de quem preferia morrer a comparecer à atividade do dia seguinte.

      — Conseguiu entender o que eu quis dizer? — Matias voltou a dirigir-se ao aluno.

Recebeu um assentir hesitante e um agradecimento baixo, antes de dar duas palmadinhas em seu ombro — mostrando-lhe disponibilidade para uma conversa depois da aula, caso ele quisesse — e voltar-se para a solarense quase encolhida ao fundo da sala.

      — Quanto a você, Yara, tudo certo?

"Ah, exceto pelo fato de eu não querer estar nesse tal debate ou o que quer que seja, está tudo ótimo!", pensou, porém optou por ficar com aquilo apenas para si.

      — C-claro, claro. — abriu um sorriso, quase imperceptível de tão pequeno, sentindo os olhares dos colegas por todos os lados.

       — Não tem nenhuma questão, algo que queira saber? — questionou, apenas para ter certeza.

"Então, tenho várias. Por exemplo: por que diabos eu tenho que representar a turma?! Eu mal abro a boca aqui na sala e tenho certeza que amanhã não vai ser diferente. Mas tudo bem, segue o baile. Manda quem pode, obedece quem tem juízo, não é isso? Beleza", era o que sua mente lhe empurrava a responder, porém, mais uma vez, preferiu manter dentro de si.

      — Não, está tudo bem. — respondeu, por fim.

      — Perfeito! — o docente bateu as palmas das mãos uma na outra, voltando para a frente da turma, no mesmo instante em que a sineta reverbou por todo o edifício principal. — Estão liberados. Até a próxima aula!

Várias palavras de despedida se seguiram, por parte dos estudantes, antes de começarem a arrumar seus pertences para ir embora.

      — Ah, não se esqueçam da pesquisa que eu pedi pra fazer, hein! Vale ponto! — relembrou o professor, arrancando suspiros e murmúrios decepcionados dos mais novos. Yara, por outro lado, perguntava-se de que raio de pesquisa se tratava, e em que parte ele falara sobre que nem sequer se lembrava. — Agora sim: até a próxima aula!

Pendurou a mochila, após arrumá-la, a seguir escapulindo rapidamente por entre os colegas até o lado de fora da sala, quase esbarrando em alguém que seguia a direção contrária à sua.

      — Ah, está você! — exclamou Léia, em tom animado. Ao notar a sua expressão de quem havia sido condenado à forca, franziu a testa. — Tá tudo bem?

      — E aí? — sorriu fraco. — Estou bem. E você?

      — Morrendo de fome e calor. — bufou, abanando brevemente a borda da camisa do uniforme para cima e para baixo, como que para enfatizar a fala.

Yara riu, gesticulando para que seguissem o fluxo das pessoas, até a saída.

      — Então — prendeu o lábio inferior com os dentes, fitando o chão, à procura a melhor forma de perguntar o que queria, como quem não queria nada. —, ficou sabendo do debate de amanhã?

      — Yeap! — meteu as mãos nos bolsos das calças. — Praticamente toda a escola sabe. Nos últimos anos tem sido, tipo, a atividade oficial de início de ano. — explicou, ficando de lado para alguém passar. — Eu, particularmente, acho que devia ser feito com mais frequência, pelo menos uma vez por mês. Até dei essa sugestão, mas não fizeram nada a respeito. É impressionante como cagam pra isso o ano todo, mas, quando chega em setembro, tá todo mundo preocupado com o aumento da taxa de suicídio a nível mundial.

Yara ajeitou uma alça da mochila, percebendo algo como revolta e indignação na sua fala e balançar de cabeça.

       — Enfim, a hipocrisia. — murmurou, olhando para o chão.

Léia deixou escapar uma risada anasalada, dando uma cotovelada de leve na garota ao seu lado, cujo olhar complacente dizia tudo o que não conseguia expressar em palavras: não poderia concordar mais com ela.
    
     — Mas você ainda não me contou quem vai pela sua turma. — a preta logo tratou de entrar em outro assunto que não a deixasse melancólica, pois, não queria contagiá-la com energias negativas. Definitivamente não. — E aí?

      — Pedrinho e eu. — contou simplesmente.

Lacerda ergueu uma sobrancelha ao notar a calmaria no seu tom de voz — como se apenas houvesse comentado o quão lindo estava o dia —, sem sinal algum de pânico ou nervosismo em seu rosto.

      — O que foi? — quis saber, perante o silêncio e olhar incrédulo da solarense.

      — Você não está nervosa? — Léia negou com um gesto de cabeça. — Tipo, nem um pouquinho assim? — juntou o indicador e o polegar, deixando um espaço quase imperceptível.

      — Não? — encolheu os ombros, abrindo um sorrisinho de canto. — É uma conversa livre, com um tema interessante e muito necessário de ser debatido. É a oportunidade da gente falar de verdade sobre isso e tirar as possíveis dúvidas. E eu tô feliz que, finalmente, vou poder apresentar pra outras pessoas a proposta de falar sobre mais vezes, e não apenas no mês da prevenção. Porque, sabe, se a cada quarenta segundos uma pessoa comete suicídio no mundo, todos os dias devem ser amarelos, né?

      — Claro, você tem toda a razão. — assentiu, seriamente pensativa sobre o que acabara de ouvir. — Eu quase enfartei quando o professor falou que eu vou representar a turma. Deu um frio na barriga. — parou, quando se aproximaram da porta de saída, a fim se manter mais uns minutos longe do sol. — Na verdade, ainda dá, sempre que penso como vai ser amanhã.

      — Sério que te chamaram? — um sorriso largo e genuíno se alargava por seus lábios e olhos, fazendo surgir pontinhos cintilantes em suas pupilas. — Uau! Isso é muito legal!

      — É, talvez. Eu não tenho tanta certeza assim não. — confessou, coçando o sobrolho. — Queria ter toda essa confiança que você tem.

      — Ah, para com isso. Tu é incrível que eu sei. — socou-lhe o braço de leve.— É super normal se sentir um pouco nervosa, por ser nova aqui e tal.  — a preta assentiu, mesmo que aquela não fosse exatamente a razão pela qual estava com os nervos à flor da pele. — Mas, olha, não precisa ficar pensando o tempo todo sobre isso. Relaxa, tenta se distrair com outras coisas, tipo ler um livro ou fazer as taref...a propósito, tu conseguiu resolver aquelas questões de Física?

      — A maioria. — voltou a caminhar, pegando o braço da outra para que a acompanhasse. — Ficaram uns dois ou três por fazer, mas acho que ainda hoje consigo despachar tudo.

Precisava se lembrar de pedir ajuda a Yumi mais tarde, quando fosse à galeria.

Depois de Lena ter contado que a sócia era um Ás na materia, tendo vencido as olimpíadas por dois anos consecutivos em seus tempos de colégio, o seu desespero diminuíra consideravelmente. E mesmo a asiática, vez ou outra perguntava como estavam as coisas, mostrando-se disponível para ajudar em caso de dúvidas.

      — Fico feliz por isso. — disse com sinceridade. — Tava meio assim por não ter conseguido te ajudar, mas assim fico mais tranquila.

      — Ah, deixa de besteira. — levou alguns fios de cabelos para trás da orelha. — A intenção é que conta.

Léia riu anasalado.

      — Minha mãe usa muito essa frase.  — coçou a bochecha. — Opa, falando nela!

A solarense seguiu o seu olhar, encontrando uma mulher loira de vestido longo, acenando para chamar a atenção da filha, antes de se encostar ao carro e cruzar os braços.

      — Bom, eu tenho que ir. — disse Léia, voltando a atenção para a preta.

      — Certo. — assentiu. — Até amanhã, então.

      — Até.

Uma troca de olhares se seguiu após a despedida da porto-baixense, ambas sem saber o que dizer, ou mesmo se algo deveria ser dito.

Porém, em três segundos, um pigarro e um pedido de licença foi o suficiente para que o contato fosse quebrado, pois, estavam praticamente no meio do caminho, fazendo com que as pessoas se espremessem para entrar ou sair do prédio.

Léia soprou-lhe uma última despedida no ar, acenando, antes de dar as costas para ir ao encontro da mãe.

      — Ei, Léia? — a preta chamou, quando ela já estava no segundo degrau.

      — Sim? — respondeu, voltando a aproximar-se.    

Lacerda abriu o fecho maior da mochila e pegou seu exemplar surrado de "Noventa e nove", estendendo-lho, após uma boa olhada na capa, como se estivesse se despedindo.

    — Aqui, toma.

A alta ergueu as sobrancelhas, um pouco confusa, mas não deixou de aceitar o que lhe era entregue, à espera que ela dissesse algo mais.

      — Então, aquele dia, lá na biblioteca, você...bem, você me disse que, só pela sinopse, já parecia ser legal. — fechou a mochila e devolveu às costas. — Então eu achei justo te dar a oportunidade de conhecer a história e, em vez de achar, poder afirmar que é sim muito boa.

A porto-baixense sorriu, fitando por alguns segundos o livro em suas mãos, depois a solarense, que entrelaçava e afastava os dedos continuamente, claramente nervosa.

Considerava-se, desde que se entendia por gente, razoavelmente boa com as palavras mas, naquele momento, expressar-se oralmente era um desafio.

O gesto sa preta podia parecer algo simples e não tão importante a outros olhos, porém, para si, significava muito. Porque, pelo pouco que conhecia dela, sabia que possuía grande estima pelos seus livros, principalmente aquele.

      — Uau, Lacerda! Eu nem sei o que dizer, sério! — riu, nervosa e contente ao mesmo tempo. — Muito obrigada Mesmo! Eu prometo que vou começar o quanto antes e...nossa! A gente se fala amanhã, tá?

Yara sorriu, contagiada pela sua reação.

      — Não precisa agradecer. — disse. — Apenas se divirta, sim?

      — Ah, pode crer que eu vou!

Riram ao mesmo tempo.

      — Então, tchau?

      — Tchau, Lacerda.

A preta observou-a descer os dois lances de escada — vez ou outra olhando para ela por cima do ombro —, e depois parar, à espera que um garoto de boné azul escuro se juntasse a ela, logo depois saindo das dependências do CEANL.

Pela forma calorosa como cumprimentara a mulher encostada ao carro, Yara imaginou que fosse seu filho ou alguém muito próximo.

Começou a descer quando viu o carro da tia a aproximar-se no fundo da rua, e sorriu uma última vez para a garota dos dreads, antes da caminhonete amarela dar partida e sumir do seu campo de visão.

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