Just a Year - (COMPLETA)

By alexia-macedo

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Rebeca mora em São Paulo e está no último ano do ensino médio. Tudo que ela quer é apenas aproveitar esse últ... More

Sinopse
Capitulo 1
Capitulo 2
Capitulo 3
Capitulo 4
Capitulo 5
Capitulo 6 (bônus)
Capitulo 7
Capitulo 8
Capitulo 9
Capitulo 10
Capitulo 11
Capitulo 12
Capitulo 13
Capitulo 14
Capitulo 15
Capitulo 16
Capitulo 17
Capitulo 18
Capitulo 19
Capitulo 20
Capitulo 21
Capitulo 23
Capitulo 24
Capitulo 25 (Especial 6 mil leituras)
Capitulo 26
Capitulo 27
Capitulo 28
Capitulo 29
Capitulo 30
Capitulo 31
Capitulo 32
Capitulo 33
Capitulo 34
Capitulo 35
Capitulo 36
Capitulo 37
Capitulo 38
Capitulo 39
Capitulo 40
Capitulo 41
Capitulo 42
Capitulo 43
Capitulo 44
Capitulo 45 (Final)
EPILOGO
Agradecimentos
Novidades para os leitores!

Capitulo 22

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By alexia-macedo

Depois de alguns minutos dando socos nas portas fechadas do elevador e gritando coisas como “eu tenho que sair daqui agora” e “se você não me tirar daqui vai se ver comigo depois”, ele se senta do meu lado, no chão. Nossos braços estão quase se tocando e tento não me afastar bruscamente dele, mas meu corpo parece querer fugir daqui como se ele tivesse com lepra.

A forma como ele age me deixa mais do que irritada. Me deixa incrivelmente magoada. Tão magoada que posso sentir meus olhos arderem e uma luta constante em manter a compostura e a mente vazia, pois sei que se pensar sobre o que está acontecendo as lágrimas vão sair descontroladamente.

Ainda bem que venho praticando meu autocontrole emocional nas últimas três semanas. A cada vez que vejo a Cecilia e o Brian, a cada vez que ele me olha e parece que não vê nada. Venho treinando meu controle emocional abafando qualquer tentativa de analisar ou refletir sobre o que eu sinto. Apenas sufoco tudo. É melhor assim. Melhor do que deixar que ele tenha qualquer domínio sobre mim, sobre minhas reações, pensamentos e sentimentos.

A cada vez que o Brian aparece na minha mente, tento fazer de tudo para que ele saia no mesmo instante. Como uma fumaça negra. Às vezes a fumaça se dissipa. Às vezes ela me embebeda.

- Como você pode ficar tão calma assim? – Ele me olha e eu continuo olhando para meus pés. Posso sentir o lado direito do meu rosto queimar, como se seu olhar fosse um laser. E me controlo ao máximo para não deixar meus olhos desviarem até os cantos.

- Porque, para mim, não é tão insuportável ficar aqui. – Engulo a saliva com dificuldade, é como se ele tivesse vendo cada reação minha, como se pudesse ver quantos batimentos meu coração dava por minuto. Tento controlar minha respiração e minhas emoções para não ter uma batalha interna entre ficar com desejo de beijá-lo e com tanta raiva que seria capaz de espanca-lo. Por mais que eu saiba que não faria tanto estrago assim. – E ficar nervosa não vai fazer com que isso concerte mais rápido.

Ele tamborila os dedos no chão e o barulho me incomoda. Ver ele ao meu lado me incomoda. É como se qualquer coisa que ele fizesse me tirasse do sério e, novamente, percebo que estou sucumbindo a esse sentimento que nem sei qual é. Ele consegue me deixar completamente maluca, consegue provocar em mim uma batalha mental, emocional e todos os “al” que existe dentro de mim. Suspiro frustrada. E logo percebo que foi um erro, já que ele volta novamente sua atenção para mim.

- Você está bem? – Ele me olha meticulosamente, dá para perceber pela forma como seus olhos estão semicerrados e próximos de mim, tão próximos que é impossível não notar, mesmo que eu esteja olhando para frente feito um estatua. Sua proximidade me faz perder um pouco a fala e o controle da respiração.

- Eu estava, até decidi entrar aqui mesmo com você dentro. – Por mais que minha mente dissesse: diga apenas um sim, diga apenas um sim, diga apenas um sim. Minha boca não obedeceu. É estranho perceber em como nem eu mesmo consigo me controlar. É como se dentro de mim abitasse várias personalidades, enquanto uma quer ser fria, a outra que explodir de raiva.

- Qual seu problema? – Ele se afasta e não me impeço de soltar um suspiro de alivio.

- Estar no mesmo elevador que você? – Sorrio ironicamente e arrisco um olhar rápido.

- Você bateu a porta na minha cara mais cedo!

- Você tem agido como se eu nem existisse. E acabou de me tratar como uma leprosa, como se fosse morrer se respirasse o mesmo ar que eu por apenas alguns minutos.

- Você está insinuando que tenho medo de você? – Ele pergunta e percebo que está com um sorriso irônico, pronto para uma gargalhada.

- Estou dizendo que você parece estar com nojo de mim.

Ele fica quieto, tão quieto que não consigo nem ouvir sua respiração, que estava ofegante a minutos atrás por causa de tanto esforço para chamar a atenção do porteiro. Fecho meus olhos e só volto abrir após alguns minutos, quando escuto um barulho. Meu coração dá um pulo de felicidade, precipitado e iludido achando o elevador voltou a funcionar e eu simplesmente não vou ter que aturar mais o Brian, mas é apenas esse infeliz que voltou a bater nas portas.

- Sei que você está tendo uma vista privilegiada, mas, por favor, pode me ajudar com isso aqui? Ou então só vamos sair daqui a dois dias. – Ele diz e percebo que está cansado, pois sua respiração sai cortada e ofegante pela boca. Sua boca está levemente rosada e... Foco Rebeca! Foco!

Reviro os olhos. Ele só poder estar de brincadeira comigo! Vista privilegiada? Ajudar ele? Machucar minhas mãos e ainda agir como um gorila preso em uma gaiola?

- O que é?

- O que é o que, Brian? – Pergunto impaciente. Sinto minha paciência como um copo d’água e a cada vez que o Brian respira ou fala, uma gota é pingada. Em poucos minutos esse copo está prestes a transbordar. E é bom que isso não aconteça antes desse elevador e essas portas abrir.

- Você vai ficar aí olhando para frente como se eu nem existisse?

- Não foi isso que você fez comigo nas últimas semanas? – Me atrevo a olhar para cima e nossos olhos se cruzam. Torço para que esteja conseguindo passar indiferença, mesmo que esteja me sentindo magoada.

Por que diabos eu estava magoada? Por ele simplesmente fingir que não existo e namorar uma menina que age como se eu fosse lixo? Eu não deveria estar nem aí, deveria apenas seguir meu ano e torcer para que ele acabe. Bom, pelo menos essa última parte realmente está acontecendo.

- Não vou fazer papel de idiota. A essa altura o porteiro já deve ter percebido que aconteceu algum problema e já deve estar entrando com providencias para fazer essa gerigonça descer.

- Acontece que ele não sabe que estamos aqui dentro! – Ele diz e sua voz sobre uns dois tons a mais, fazendo minha mente latejar.

- Se você puder ser civilizado e falar em uma altura normal eu agradeceria muito, seus gritos já causaram um enorme estrago na minha cabeça. – Suspiro irritada e passo as mãos pela testa tentando me acalmar e parar os gritos que ecoam na minha cabeça. – Você acha mesmo que ele não ouviu esses seus gritos? Você parece um gorila preso em uma grade.

- Eu tenho que sair daqui logo! Eu tenho um compromisso. – Ele volta a se sentar no chão e faço o mesmo, mantendo a maior distancia possível entre nós.

- Ah claro, sua loirinha oxigenada não pode esperar dez minutos! – Será que tem como trazer as palavras pra dentro da boca depois que são ditas? Parece que minha mente pensa e falar, sem nenhum filtro entre o cérebro e a boca.

Ele solta um grito misturado com gemido de frustração e se larga no chão com um barulho. Minha vontade é de jurar que nunca mais usarei esse elevador, mas sei que minhas pernas iriam virar gelatina se eu descesse e subisse todos os dias essas escadas. Eu nunca fui de praticar nenhum esporte e sou magra, a única coisa que tenho feito é correr e isso só começou a acontecer a menos de três meses, o que ainda não me eu quase nada de resistência física, apenas alguns músculos que começaram a ficar definidos, mas só consigo notar, pois toda vez que corro vou dar uma conferida. Como uma criança em noite de natal que corre a todo instante para a janela para ver se tem presente. Por mais que saiba que o presente só chega ao meio da noite.

- No que você está pensando? – Foco meu olhar no dele e minha expressão é de pura surpresa. Como assim no que estou pensando? Porque ele quer saber isso? E porque ele acha que tem o direito de saber dos meus pensamentos? Ele não deveria nem estar falando comigo. – Você estava com uma expressão um tanto engraçada, fiquei curioso.

- Continue curioso.

- Acho que alguém chupou limão hoje.

- E acho que alguém deveria cuidar da própria vida.

Ele fica em silencio, finalmente. Eu realmente não queria ser grossa e agir com tanta estupidez, na verdade não faço a menor ideia de onde todo esse ódio surgiu. O pior é que eu não faço a menor ideia é de como o Brian consegue despertar em mim tantos sentimentos, principalmente os maus.

 - De verdade, Rebeca. Qual é o seu problema? Porque não consigo ver motivo nenhum para você me tratar desse jeito!

- Você passou duas semanas me ignorando completamente. Olhava pra mim como quem olha para uma folha em branco. Era como se eu fosse invisível. E isso simplesmente do nada.

- Do nada? – Ele se levanta também e só aí percebo que me levantei também. Ele se aproxima de mim e eu me encosto na parede do elevador. – Você me beija em um dia e em menos de uma semana eu vejo você entrando no prédio de manhã cedo, toda despenteada e beijando outro garoto, que obviamente não é seu namorado.

É minha vez de gargalhar. Estou completamente surpresa e uma risada nervosa toma conta de mim. Então quer dizer que ele realmente fez tudo isso por ciúmes?

- Você é patético, Brian. Simplesmente patético. – Vejo ele me fulminar com os olhos e sinto meu estomago estremecer. Como isso é possível? – Ele não é meu namorado. É meu amigo. Voltamos de um luau. E ele me beijou de surpresa. Eu não estava descabelada, no máximo eu estava com alguns fora do lugar por causa da noite em claro, vendo o sol nascer na praia. – faço questão de falar essa parte com mais firmeza para que ele evite pensar em qualquer coisa através de sua mente maldosa. – E mesmo eu tendo te explicado tudo isso, eu não tenho menor obrigação. Você me beijou o que? Três vezes? Duas? E todas elas foi você que tomou a iniciativa, pelo que eu me lembre. E outra, você não tem direito de ter ciúmes de mim. Você me beijava e no outro dia agia como se não fosse absolutamente nada. Você não tem o direito de se sentir assim.

Vejo que ele me encara com uma expressão indecifrável. Posso sentir de leve seu hálito, já que ele respira fundo pela boca. Por mais que eu queria me mexer e ir para o canto oposto do elevador, não consigo me mexer. É como se ele pudesse me congelar com o olhar a única coisa capaz de mexer em mim é meu coração, sobressaltado.

E então ele explode em uma risada. Sua risada é amarga e rouca e me causa um arrepio nas costas. Principalmente por sua proximidade.

- Você realmente acha que pode me enrolar e botar no bolso com essa história de luau? – Ele se afasta e inspiro profundamente. Nem sequer tinha percebido que estava perdendo a respiração. – Você realmente não é nada do que eu imaginei que fosse. Você é uma... uma...

Posso sentir uma raiva se formar dentro de mim. Espero atentamente que ele continue e então escuto um barulho. E percebo que o elevador está descendo. Vejo que ele também percebeu, mas continua me olhando. Sustento o olhar no dele e tento soar desafiadoramente. Quero que ele termine a frase, consigo imaginar inúmeras palavras que se passa pela sua cabeça e sinto nojo. Não sei o que vou fazer se ele falar realmente o que eu imagino. E ele não tem o menor direito de falar assim comigo.

As portas se abrem e ele apenas balança a cabeça e sai. Corro atrás dele depois de alguns segundos parada, congelada.

- Vamos Brian! Me diga! – Grito sem me importar com os olhares do porteiro. Desço as escadas e atravesso o portão com ele. Ele finge de surdo e começa a atravessar a rua. Eu deveria dar meia volta e ir para casa, mas algo borbulha dentro de mim. Uma vontade louca de gritar, de bater nele, de chorar de raiva. Sigo ele e grito novamente. –Me diga!

E então ele está do outro lado da rua. Eu estou no meio da rua. Atravessando. E então grito novamente. Mas dessa vez é um grito diferente. É um grito acompanhado de faróis. E de buzina. E de um grito, que escuto bem ao longe, do meu nome.

                                       E aí, o que acharam do capitulo? Muitas emoções, não?! Deixem nos comentários o que vocês acham que vão acontecer e não se esqueça de votar, tudo isso me ajuda muito :)

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