O DESPERTAR - Os Lobos de Est...

De JaniceGhisleri

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(Primeiros Capítulos para degustação) Sinopse: Erick, o beta da alcateia dos lobos, era o mediador e braço di... Mai multe

Sinopse
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Novo livro da série

Capítulo 3

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De JaniceGhisleri


*Degustação


*

Erick e Petrus estavam parados em frente à casa de Kira e olhavam ao redor. Não era uma casa muito grande, mas era bonita, branca com janelas azuis. E o que agradou Erick foi que havia uma varanda com muitos vasos com plantas e flores.

Como ela fazia para cuidar disso tudo? Deveria ter alguém que vinha limpar. Tudo era limpo, arrumado e de uma maneira delicada combinava com Kira.

Erick teve vontade de entrar na casa e ver como era dentro, mas não tinha a chave. Pela lateral, pôde ver que tinha outro jardim e logo a areia da praia.

— Lugar bonito aqui, sossegado — Petrus disse.

— Sim, eu também gostei. É um belo lugar, e aquela frente para a praia é magnífica, ela tem sua praia particular. É raro ter uma propriedade deste tamanho aqui.

— Deve ter sido adquirida há muitos anos, hoje em dia é um luxo ter uma propriedade à beira-mar que não seja tão grande como a nossa.

— Verdade. O litoral está lotado de construções múltiplas.

— É um tanto isolado, não é perigoso para ela viver aqui sozinha?

Erick suspirou.

— Acredito que sim, deve ser perigoso. Mas o que me deixa mais triste é saber que ela não pode apreciar esta beleza toda.

— Como sendo cega consegue viver sozinha?

— Eu não sei, mas ela deve ter sua maneira, eles aprendem coisas que os humanos comuns não prestam muita atenção no seu dia a dia.

— Entendo, parece complicado.

— Acostuma-se, mas não deve ser fácil.

Petrus olhou demoradamente para Erick.

— Não se importa de ela ser cega, Erick?

Erick olhou para Petrus.

— Não, isso não me incomoda. Só o fato de saber o quanto pode ser difícil pra ela. Mas pensando... eu gostaria que ela me visse. Sabe, que visse como eu me pareço.

Petrus bufou.

— Coitada, ia ficar cega novamente por ver sua feiura.

— Sim, muito bonito que você é mesmo — disse zombeteiro e Petrus riu.

— Oh, mas que sua galeguinha é uma coisinha preciosa, isso é.

— Sim, ela é linda — disse com um sorriso.

— Se transformá-la em loba pode haver uma possibilidade de ela voltar a enxergar. Já pensou nisso?

Erick olhou novamente para ele e suspirou.

— Não, não pensei, eu ainda nem sequer consegui acreditar que ela seja minha companheira.

— Não vai fazer como Noah, não é?

— Não, eu não vou. Eu a estava buscando, e eu nunca senti nada parecido com isso. A única vontade que tenho é voltar para aquele hospital e tirá-la dali. Dói-me saber que está machucada.

— Então, o que o aflige?

— É... só que quando você busca muito alguma coisa e ela, de repente, cai sobre você, parece que é um sonho e não uma realidade. Posso acordar amanhã e ver que ela não existe.

— Oh ela existe e eu sou testemunha. Foi uma digna aparição.

— Bem, e que aparição, quase me causa um infarto.

— Lobos têm infartos?

Erick riu.

— Sabe que eu não sei? Nunca vi um.

— Teve sorte, ela poderia ter se machucado seriamente.

— Por Deus, eu jamais me perdoaria.

— Sei. Então, vamos agradar sua galeguinha e encontrar seu cão. Ele deve estar no mato, e pior, pode estar morto, pois se estivesse bem teria voltado para casa e não vejo nada por aqui, nem sequer cheiro de sangue.

— Bem, vamos ver com quanta sorte estamos. Ela disse lado esquerdo, então vamos por aqui.

Os dois seguiram para a lateral da propriedade e se embrenharam no bosque. Realmente era um lugar limpo e bonito e Erick podia ver que o caminho havia sido percorrido diversas vezes.

Logo à frente havia um pequeno lago com um barranco e eles puderam ver de onde Kira retirava sua argila. Ele se zangou e deixou soltar um rosnado quando viu caído no chão um balde e uma pequena pá.

Ela devia estar concentrada em seu trabalho quando a atacaram. Erick podia ver a cena desenrolar e enxergou tudo vermelho, rosnou novamente e tentou engolir sua raiva.

Erick limitou-se a olhar as pegadas e havia marcas de botas: um pé pequeno, que seria o de Kira, pés humanos descalços e pegadas dos cachorros, que eram maiores do que as de Olie.

— Essas marcas de patas são grandes — Petrus disse.

Erick suspirou e olhou para Petrus que estava vendo o mesmo que ele.

— Qual a possibilidade destes cachorros raivosos e violentos serem lobos, Petrus?

Petrus fez uma careta.

— Minha alcateia vive em Creta, não aqui. Não acredito que meu pai tolerasse este comportamento vil de seus lobos com humanas, muito menos uma humana pequena como esta e ainda por cima cega.

— Seu pai é um dos antigos.

— Mas não é um abusador de fêmeas.

— Os antigos não são apreciadores de lobos defeituosos, fracos e que demonstrem riscos ou debilidade para a alcateia. Pelas antigas leis, Lili não seria aceita entre nós e Kira também não.

— Kira não é uma loba.

— Mas parece que se tornou alvo de um.

— Pode ter sido um fato isolado. Nunca ouvi nada disso na minha alcateia, há muitos anos meu pai abdicou de certas leis opressoras. Ele se adaptou ao novo mundo.

— Você e Harley estão há muitos anos fora de casa, as coisas podem ter mudado. Talvez não com seu pai, mas com outros lobos. Você mesmo disse que não concordava com certos pensamentos retrógrados de alguns lobos de sua alcateia.

— Não vimos nada quando estivemos ali depois de sermos libertos.

— Mas não estiveram ali por tempo suficiente para ver algo.

— Sei, mas mesmo assim, ninguém ali faria tal coisa, mas eu falarei com meu pai sobre isso.

Erick suspirou.

— Espero que não. Mas se não foi ninguém da alcateia de seu pai, quem foi? Você disse que não havia outros lobos na Grécia. — Erick mostrou as pegadas com o dedo. — Isso não são pegadas de cachorros, são pegadas de lobo, shifters. Eram lobos e a atacaram, ainda sinto o cheiro deles aqui.

— Estou vendo isso.

— Ela podia ter morrido quando bati nela com o carro. O que teriam feito a ela se eles a tivessem pegado?

— Talvez estivessem só brincando para assustá-la. Acha mesmo que não a teriam pegado antes? Que teriam deixado que fugisse, se realmente queriam pegá-la? Ela não tinha nenhuma chance. Não sei sua real intenção, mas não gosto disso e ainda bem que ela atravessou na frente de seu carro, assim acredito que seu destino foi melhor que a intenção destes lobos.

— Acha que é seguro ela voltar para casa sozinha?

— Eu não sei, acha que eles podem voltar?

Erick fez uma careta e suspirou.

— Merda, eu não sei! Vamos procurar Olie.

Eles continuaram a andar seguindo as pegadas e logo Erick e Petrus estancaram e cheiraram ar.

— Sangue...

Os dois correram pela mata desviando dos galhos e árvores e logo chegaram a uma clareira e mais ao longe eles avistaram Olie, estirado no chão e correram até ele.

— Oh, merda! — Petrus disse e Erick se ajoelhou ao seu lado.

Olie estava muito machucado e todo ensanguentado. Erick podia ver os longos cortes profundos que atravessavam sua barriga e ia até suas costas. Sem contar com diversos arranhões e mordidas.

— Ele está vivo!

— Por Zeus, é um milagre que esteja vivo! — Petrus disse espantado. — Vamos levá-lo a uma veterinária.

— Levaremos para Ester, ela cuidará bem dele.

Erick pegou Olie no colo, com cuidado, sem se importar de que seu sangue sujasse suas roupas, e eles correram de volta para frente da propriedade. Quando chegaram lá, Erick olhou ao redor.

— Veja se consegue uma manta ou um tapete, para colocarmos no jipe. — Petrus correu, foi até a varanda e recolheu um grande tapete que havia ali, depois correu até o jipe e colocou na traseira enquanto Erick colocou cuidadosamente Olie ali.

— Calma, garoto, você vai sair dessa, aguente aí, por Kira.

Erick subiu no banco do motorista e Petrus no carona e seguiram para sua propriedade na marina. Chegando ali, Petrus tomou à frente e pegou Olie, junto com o tapete, carregando-o através da propriedade e seguiram para o deck onde havia uma lancha e um barco a motor ancorados.

— Pode deixar, Erick, eu o levarei para a ilha para que Ester cuide dele.

— Certo, ligarei avisando que está chegando.

Petrus colocou Olie dentro da lancha, limpou as mãos em uma toalha que havia ali e deu a partida. Erick ficou olhando ele se afastar rapidamente cruzando o oceano.

A ilha não era visível a olho nu naquele lado, mas o caminho não era muito longo e ele rezava para que Ester pudesse salvar a vida de Olie. Se ele morresse seria um golpe muito duro para Kira e ele não pretendia ver isso.

Erick pegou o celular do bolso e ligou, e logo Noah atendeu.

— Oi, Noah.

— Oi. Como está?

— Eu estou bem. Como está Ester e Lucian?

— Pense em uma alegria, hoje Lucian começou a engatinhar. Ester está alucinando de felicidade. Só falta engatinhar com ele para motivá-lo — disse rindo e orgulhoso.

— Engatinhando? Mas é muito esperto — disse, rindo. — Fico feliz por vocês. Deve ser emocionante.

Por um momento, Erick desejou passar pela mesma coisa. Ter um filho. Ter sua família. Seu coração aqueceu pelo sentimento que brotou ali. Esperança.

— E o que acontece por aí? Como está a moça?

— Bem, se recuperando. Petrus acabou de sair daqui com a lancha e está levando o cachorro dela, que está muito ferido e preciso que Ester cuide dele.

— Oh, claro, vou avisá-la para se preparar para sua chegada.

— Para que saiba, foi um ataque de lobo.

— Como? — perguntou aturdido.

— Por isso eu a atropelei, ela estava fugindo deles, ela é cega e este é seu cão-guia, que foi cortado quase ao meio e, por um milagre, ainda está vivo. Eu e Petrus o encontramos agora na mata, próximo a nossa casa, ela é nossa vizinha.

— Ela é cega? — perguntou espantado.

— Sim, uma doce e linda cega.

— Oh. Como ela estaria envolvida com lobos e quem são eles?

— Não faço ideia e ela não sabe de nada. Pensa que foram cachorros, como ela é cega somente os ouviu.

— Isso é o que ela diz.

— Bem, eu acredito nela. Quem é, eu não faço ideia, mas adoraria rasgar a garganta destes bastardos.

— Porra, era só o que me faltava! — Noah rosnou.

***

Após tomar banho para retirar o sangue de Olie de cima de si, Erick vestiu uma calça jeans e uma camiseta preta, passou perfume, se ajeitando muito na frente do espelho. Sorriu porque ela, na realidade, não o veria e ele estava se arrumando todo.

Ao mesmo tempo que se achou um imbecil agindo como um adolescente indo a um encontro com sua garota, sentiu-se triste porque ela não o veria. Mas aquilo não importava. O que importava era estar com ela e lhe dar a notícia de que Olie estava vivo.

Ele suspirou quando foi para a garagem e pegou o carro de Noah, pois o seu estava com o retrovisor quebrado, onde havia batido nela. Teria que mandar consertar, e Noah não se importaria de emprestar seu carro.

Ele chegou ao hospital muito rápido. Andando pelos corredores, tentou não dar importância para os olhares de cobiça que as mulheres lhe davam. Era como o mar se abrindo pelos corredores do hospital. Ele quase riu disso.

Houve um tempo que ele sorriria, galantearia e paqueraria, devolvendo os olhares cobiçosos. Agora não mais. Só tinha olhos para a pequena humana que invadiu sua vida e seu coração. Sua companheira. Isso o fez sorrir.

Erick entrou no quarto e ficou paralisado olhando para Kira, ela estava almoçando, devagar, sozinha. Havia uma mesinha sobre suas pernas com uma bandeja com comida.

Ela lentamente levava a colher à boca com a mão esquerda, tomando um caldo, pois a direita estava na tipoia.

Aquilo irritou Erick e ele suspirou, tentando engolir sua raiva.

— Kira? — falou da porta, suavemente.

Ela parou a colher no meio do caminho e piscou várias vezes.

— Sr. Erick?

— Não sou senhor, sou apenas Erick. Vejo que está se sentindo melhor.

— Sim, pelo menos minha dor de cabeça passou. Comer também vai ajudar a me sentir melhor, apesar de que este braço preso é muito incômodo.

Erick não pediu permissão, foi até ela e devagar retirou a colher de sua mão, quando viu que a tigela estava vazia.

— A sopa acabou, aqui há um espaguete e um filé. Deveria comer com o garfo.

— Oh, a enfermeira não me disse, estava quase colocando a mão para saber o que era isso aí no canto da bandeja. Ela não parecia muito agradável e antes que eu perguntasse ela saiu do quarto.

Erick quase rosnou de frustração. Por que as pessoas eram estúpidas?

— Posso lhe ajudar.

Kira se empertigou.

— Posso fazer sozinha, obrigada.

— Não se ofenda, eu só quero ajudar. Não é errado nem vergonhoso precisar de ajuda, às vezes. Já precisei e entendo. Vou cortar a carne e vou lhe dar na boca. Como a enfermeira pensa que poderia fazer isso sozinha? — disse segurando sua ira. Bem que poderia dar com a bandeja em sua cabeça. — Você é destra e só tem uma mão disponível.

Ela espremeu os lábios.

— Como viu isso?

— Sou um bom observador. Vai me permitir ajudar?

— Está bem, obrigada — disse envergonhada.

Erick sorriu, sentou na cama, cortou a carne e levou o garfo até a frente da sua boca.

— Abra a boca — disse docemente e ela abriu, ainda receosa.

Ele colocou o garfo em sua boca e, quando ela fechou, ele o puxou lentamente. Ele enrolou o espaguete no garfo e levou à sua boca, esperando que ela terminasse de mastigar e engolir.

— Abra.

Ela abriu e comeu.

Erick nunca sentiu tanto prazer na vida. Alimentar sua fêmea era como uma carícia em sua alma. Sua fêmea... Esta frase rodopiou em sua mente como um lento bailado e Erick quase suspirou de deleite. Ele finalmente a tinha encontrado e iria cuidar dela, amá-la e fazê-la feliz. Queria e precisava vê-la sorrindo.

— Tenho uma notícia pra você — ele disse.

— É sobre Olie?

— Sim, eu o encontrei.

Ela arregalou os olhos e as lágrimas lutaram para rolar, mas ela tentou segurá-las. O pânico tomou conta dela assim como a esperança.

— Oh, por favor, diga-me.

— Ele está vivo, muito ferido, mas vivo. Petrus o levou para minha prima cuidar dele, ela é veterinária e garanto que fará de tudo para salvá-lo.

Ela tapou a boca com os dedos, tentando segurar um soluço, mas não conseguiu.

— Meu Olie está vivo?

— Sim, Kira, ele está.

— Oh muito obrigada, muito obrigada — disse num sussurro e secou uma lágrima que escorreu pela bochecha.

Ela tateou e quando alcançou a mão de Erick, ela a segurou, a puxou e a beijou; e, em seguida, encostou sua testa no dorso de sua mão e ficou assim por um minuto, como se estivesse em oração e então fungou, deu outro beijo e a soltou, engolindo o choro.

— Obrigada, serei eternamente grata.

Erick estava petrificado com aquilo, imóvel como uma estátua, olhando-a com os olhos arregalados. Santo Deus, seu coração pararia se ela fizesse isso de novo.

— Quando posso estar com ele? — ela perguntou tirando-o de seu choque.

Com dificuldade, ele engoliu em seco, pigarreou e tentou encontrar sua voz.

— Eu não sei, mas eu prometo levá-la para a ilha para estar com ele.

— Ilha?

— Minha prima mora em uma ilha particular não muito longe da costa, assim como eu.

— Oh, isso parece diferente e excêntrico.

— Sim, é um belo lugar, você gostaria dele.

— Tenho certeza que sim. Ela cobra muito caro? Precisa me dizer quanto é, não importa quanto seja, eu darei um jeito de conseguir o dinheiro, somente quero que o salve. Qualquer coisa.

— Não se preocupe com isso, é por minha conta.

— Não pode fazer isso, já está fazendo demais comigo aqui com a conta do hospital.

— Fico feliz em ajudar e não tenho problema com dinheiro, tenho o suficiente pra isso, não se preocupe.

Suficiente era um eufemismo, mas enfim...

— Oh, bem, depois discutiremos isso. Faço questão de pagar — ela disse.

Não, ela não iria, mas ele não iria discutir com ela agora e mudou de assunto.

— Tem certeza de que não conhecia aquelas pessoas, Kira?

Ela suspirou secando outra lágrima.

— Não. Eles sabiam que eu era cega, mas não reconheci a voz, e quando um deles falou, sua voz era grossa, grotesca, aquilo me assustou muito.

Erick ficou pensativo a olhando por um momento.

— Você já esteve com um lobo antes?

— Lobo? — perguntou espantada.

— Sim, um lobo.

— Não. Lobos são ferozes, malvados.

— Nem todos — ele disse rangendo os dentes.

— Minha mãe sempre dizia que odiava os lobos. Que eles eram maus, perversos e assassinos.

Erick arregalou os olhos de espanto. Ora essa, era só o que faltava.

— Por que ela diria tal coisa?

— Eu não sei. Quer dizer, é isso que está tentando me dizer, que eram lobos?

— Sim, eram lobos.

— Olhe, como pode ser que haja lobos ali? Isso é possível? Nunca ouvi isso.

— Sim, é possível.

— Ora essa. Devíamos informar a polícia então, deveriam prendê-los, podem machucar outra pessoa. Quase mataram Olie.

— Eu tomarei conta disso, não se preocupe.

— Ok.

— Kira, o fato de esses lobos terem sido malvados, não quer dizer que outros lobos sejam malvados também.

— Conhece lobos, Sr. Erick?

— Erick. Sim, eu conheço muitos lobos e não são malvados. A não ser que sejam ameaçados.

— Oh! Como conhece lobos?

— Um dia, eu lhe conto e... — Ele tentou pensar em algo. — Hum, eu tenho um lobo.

— Tem? — perguntou espantada.

— Sim, e ele é muito mansinho e jamais machucaria você.

— Oh! Isso parece... legal... Eu acho.

Ele sorriu.

— Sim, é legal. Vou apresentar ele pra você.

— Não! — quase gritou com os olhos arregalados.

— Ele não vai te machucar, é dócil.

— Minha avó sempre disse pra ficar longe dos lobos.

Aquilo apunhalou o coração de Erick como uma facada.

— Sua avó também odiava lobos?

— Sim, ela tinha horror a eles.

Certo... Aquilo era estranho.

— Por quê? — ele perguntou intrigado.

— Bem, eu não sei exatamente. Um dia, ela estava vendo a televisão e havia lobos, uma reportagem eu acho, e ela começou a falar mal deles. Quando perguntei, ela somente disse que tinha horror a eles, pra eu ficar longe deles. Não que eu achei que um dia encontraria algum aqui na Grécia.

— E agora você tem medo deles?

— Sim, e ainda mais depois que me diz que eram lobos que me atacaram. Tenho todos os motivos do mundo para ter medo deles, não acha?

Erick ficou pensativo e suspirou.

— Sim, tem, mas vamos fazer um trato, você e eu?

— Que trato?

— Eu lhe apresento o meu lobo e você verá que ele é dócil, se você não concordar que ele é bom, então ele ficará longe de você.

Era uma mentira, ele jamais ficaria longe dela, mas Erick precisava tirar seu medo dos lobos. Pensar que odiaria aos lobos era impensável, pois era o mesmo que odiá-lo ou temê-lo.

— Não... — disse negando com a cabeça veemente. — Eu não sei se posso fazer isso.

— Eu prometo que ele não vai te ferir. Tem minha palavra de honra.

Erick lentamente passou os dedos em sua bochecha e ela arregalou os olhos. Aquela suave carícia foi como um choque em seu sistema. Kira prendeu a respiração e ficou imóvel, seu coração saltou descompassado no peito.

— Vamos, princesa, eu prometo que ele não vai te machucar — ele sussurrou. — Confie em mim.

Erick levou seus dedos em seu queixo, o segurando levemente, era completamente impossível se afastar, precisava tocar nela e para seu espanto ela não se afastou, pelo contrário, ela pegou em sua mão.

— Vou tentar. Pelo que fez por Olie, eu vou tentar.

Erick quase uivou de alegria e vê-la segurar sua mão novamente era o céu.

Deus! Queria beijá-la, abraçá-la, jogá-la em uma cama e amá-la até que perdessem a sanidade, fazê-la sua. E o faria, em breve.



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