Escolhida para lutar

بواسطة gabsalgayer

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A ameaça está próxima. O rei feiticeiro de Thails pretende comandar todos os reinos do continente de Loxigan... المزيد

Prólogo
Capítulo 1 - 𝑷𝒂𝒓𝒕𝒆 𝒖𝒎
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4 - 𝑷𝒂𝒓𝒕𝒆 𝒅𝒐𝒊𝒔
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7 - 𝑷𝒂𝒓𝒕𝒆 𝒕𝒓𝒆𝒔
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Epílogo

Capítulo 31

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بواسطة gabsalgayer

Eu nunca estive tão nervosa, nem quando conheci os filhos de Jake, meu pai biológico, ou quando fui nomeada princesa ou até mesmo na minha primeira luta na arena, com oito anos.

Minhas mãos suavam frio e minha garganta estava seca, eu olhava para os dois lados tentando imaginar de qual deles Adam surgiria.

Até que ele aparece, do lado direito, com um sorriso maior que o rosto.

-Bom dia - ele diz quando se aproxima.

-Oi - resmungo com um sorriso fraco.

-Independente do que você fale ou faça, ela já ama você, se espelha em você e pelas Estrelas, quer ser como você - Adam diz ao segurar minha mão.

-Ainda sim...

-Ainda sim nada, o amor dela por você é irredutível, pelas Estrelas pare com essa insegurança em relação à nossa filha! - ele diz, e se não fosse pelo seu sorriso eu poderia achar que ele estava brigando comigo, mas apenas sorri de volta sem mostrar os dentes.

Caminhamos em silêncio, Adam se ofereceu para me falar sobre ela mas eu neguei dizendo que ela mesma poderia me falar.

Paramos em frente à uma casinha modesta cinza com um jardim muito bem cuidado. Parece que algumas coisas nunca mudam...

-Tem alguma coisa extremamente importante que eu deva saber sobre ela? - pergunto, agora demonstrando nervosismo ao morder o lábio inferior.

-O que quer dizer? - ele rebate parando no lugar e me encarando com divertimento nos olhos. - Ela é metade humana - Adam diz e eu encaro ele com os olhos quase arregalados. - E metade feiticeira.

-Pela Lua, isso é incrível - resmungo e ele sorri.

-Ela vai fazer uma coisa com você quando desenvolver confiança, é seguro e lindo, mas pode ser demorado até que ela confie mesmo em você - Adam avisa. - Ela costuma ter dificuldades para confiar, me lembra alguém... - ele ri e eu me permito acompanhá-lo.

-Isso é tudo? - pergunto e Adam assente sorrindo enquanto voltava a andar.

Adam abre a porta e entra, eu o sigo podendo ver o quão pouco a casa dele mudara desde a última vez que eu estive aqui. 

A mãe de Adam, Corthame, estava apoiada com os cotovelos na bancada da cozinha me olhando com um sorriso enorme.

-Minha menina cresceu tanto! - ela caminha até mim e me puxa para um abraço forte que eu retribuo de bom grado.

-Bom vê-la, Cora. Você está muito bem - digo a chamando pelo apelido e lhe oferecendo um sorriso.

-Você se tornou uma mulher linda! Sempre soube que voltaria - ela diz e aperta um pouco mais o abraça antes de se afastar.

-Obrigada - resmungo e Adam sorri para a mãe que pisca algumas vezes até receber a "mensagem mental que eu não recebo porque não tenho um chip para falar no grupo mental de fofoca".

-Heike está no balanço, Calum foi almoçar com alguns amigos hoje e voltará tarde... - ela avisa e corre para a cozinha para mexer em uma panela que fervia alguma coisa que cheirava à ovo, bacon e queijo.

-Sabe onde fica o balanço - Adam afirma e eu o encaro.

-Eu vou sozinha? - pergunto e ele ergue as sobrancelhas com vontade de rir.

-Ela não sabe que você está aqui mas saberá que é você - Adam avisa. - Você consegue! - ele diz rindo e eu assinto e caminho até a porta dos fundos.

Logo pude ver uma menininha sentada no balanço cantando alguma coisa. Ela tinha cabelos longos, até a metade das costas e usava-os em uma trança que era segurada por um laço vermelho. Heike vestia um vestido amarelo rodado com flores pequenas, e sapatilhas vermelhas.

Quando tomei coragem para me aproximar ela pergunta, com uma voz suave e fina, um sotaque carregado e uma boa pronúncia.

-Papai? Você voltou? - Heike resmunga e se gira no balanço com um sorriso enorme, mas com dentes pequenos e com um leve sinal de diastema. 

-Olá, Heike - digo pela primeira vez na vida, com medo da rejeição. 

A bela menina me encarou por cerca de um minuto e meio até ficar de pé e caminhar até mim hesitante.

-Eu conheço você - ela afirma com um sorriso, seus olhos eram curiosos e levemente irônicos, mas com certeza inocentes.

-Também conheço você - respondo me abaixando para ficar de sua altura. 

-Seu vestido é muito bonito - Heike segura a barra do meu vestido azul marinho.

-O seu é mais - digo sorrindo fraco.

-Você é ela? - a menina me pergunta chegando mais perto.

Eu pude ver claramente que ela era minha, e só minha, Adam ficara quase totalmente fora dela, não tinha nem os olhos dele.

Heike tinha olhos verde-claros vivíssimos, tinha a pele escura como a minha e poucas sardas em torno do nariz e um pouco abaixo dos olhos, a boca era carnuda e seu cabelo era encaracolado, bom, pelo menos isso Adam deu a ela...

Sem conseguir falar, apenas assinto e ela sorri tão abertamente que quase senti meu coração pular. 

-Você é ela!! - Heike pula em mim me apertando forte em um abraço desesperado. - Sabia que era ela! Sabia que não tinha me deixado! - a menina sussurrava mais para ela do que para mim.

Eu não podia deixar de abraçá-la de volta com um sorriso maior que o meu rosto permitia.

-Você é a minha mãe! - ela diz ao se afastar um pouco para me olhar. - Tem os meus olhos e as minhas sardas, a minha pele e a minha boca! É igualzinha a mim!

-Ou você que é igualzinha a mim - digo e ela gargalha alto me fazendo rir com ela. 

-Papai, a mamãe! A mamãe! - Heike berra e eu me viro para encarar Adam parado na porta.

-Ela é bonita, não é? 

-Exatamente como você contou! Ela é igualzinha a mim! - ela berrava animada enquanto segurava firmemente a minha mão.

-Que tal forem ao parque? Sua mãe e você tem muito o que colocar em dia... - Adam diz sorrindo e Heike me olha.

-Você sabe onde fica o parque? Porque eu não sei - digo e ela sorri com os olhinhos brilhando.

-Sei. Vamos, eu levo a gente! - Heike diz e eu me levanto, logo ela está me arrastando até fora de casa.

-Voltamos antes do almoço! - pude gritar e recebi uma confirmação quase mínima de Adam.

Heike e eu andávamos calmamente na rua, não tinha movimento algum hoje.

-Eu adoro brincar de pique pega com os meninos dessa rua, eles são tão legais. Exceto o Carter, ele é muito competitivo e me derruba toda vez que passa por mim - Heike explica.

-Já tentou dar uma surra nele? - pergunto e ela gargalha.

-Papai me xingou quando eu tentei, ele disse que a violência não faz parte da vida humana em Makai - ela diz e eu suspiro.

-Bom, você não é totalmente humana - digo e ela concorda com um sorrisinho. - E agora que estamos juntas, vai aprender a fazer feitiços e se defender... - ela começa a arregalar os olhos. - Mas só quando for mais velha.

-Ah! Papai diz a mesma coisa em relação a ir no parque sozinha... "Só quando fizer sete, Heike Alunia" - ela força a voz para parecer com a de Adam e eu gargalho.

-Alunia, é? - pergunto confusa.

-Era o segundo nome da mãe da vovó, papai diz que significa...

-Se nem a Lua está sozinha, por que você estaria? - dizemos juntas e sorrimos. - Seu pai escolheu bem seus nomes - digo e ela assente animada.

-A vovó sempre fala que é uma sorte ele não querer descontar a raiva em mim por causa do segundo nome dele - Heike e eu gargalhamos.

-É péssimo, não é? - eu digo e ela concorda jogando a cabeça para trás ao rir.

-O que você faz, mamãe? - Heike muda de assunto. -O papai ajuda o rei, a vovó é professora e o vovô cuida da peixaria... e você?

-No momento, não faço nada - resmungo. - Sabe uma coisa? 

- O que? - ela para de caminhar bruscamente e me encara, me abaixo na frente dela com um sorriso de lado.

-Eu fui adotada por um casal muito bondoso, que me nomeou princesa de Sargenis, em Loxigan. Então, eu sou princesa e um dia, quando você for mais velha, eu a nomearei princesa também - sussurro como se fosse o maior segredo que ela um dia poderia sonhar em saber.

Pude sentir meu coração se aquecer ao ver seus olhos brilharem e ela sorrir curiosa.

-Nós seremos princesas? - ela pergunta quase incrédula.

-Bom, nós já somos princesas. Mas não oficialmente, certo? - digo e ela sorri concordando com a cabeça.

-Vamos, o parque é bem ali!! - Heike diz e aponta para um amontoado de madeiras coloridas que formavam os brinquedos da praça. 

𝑨𝒍𝒈𝒖𝒎 𝒕𝒆𝒎𝒑𝒐 𝒅𝒆𝒑𝒐𝒊𝒔

Heike e eu estávamos deitadas na grama, cansadas depois de passar horas brincando no parque.

-Mamãe? - ela me chama calmamente e eu abro os olhos e me apoio nos cotovelos a encarando.

-Sim? - resmungo estranhando ao quão rápido aderi a esse novo nome.

-Pode me dar a sua mão? - Heike pede e eu me sento cruzando as pernas e esticando levemente minha mão até ela, que a segura delicada porém firmemente. - Não se assuste, estaremos aqui o tempo todo - ela diz quase errando algumas palavras.

Heike fecha os olhos e meu estômago parece embrulhar e sinto um frio intenso na barriga. Ao nosso redor brilhava fios de magia lilás, elas piscavam, instáveis e cada vez mais brilhantes. 

-Só feche os olhos, mamãe - ela sussurra e eu faço o que ela pede.

A sensação de frio na barriga se intensifica cada vez mais, mas algo me acalmava e eu não sabia se era por que segurava a pequena mão de Heike ou se era por que meu coração estava quente, estava confortável. 

Então, imagens começaram a aparecer em minha mente, sons, vozes, minha voz, minha e a de Adam. Depois gritos, dor, uivos e então, um porta batendo fortemente e enfim, dor, tristeza, tensão e frio, os sentimentos não permaneceram ali por muito tempo, foram substituídos por imagens de Cora, Calum, Adam e Ethan.

Só percebi o que estava acontecendo quando chegamos no momento que acabamos de viver;

Ela estava me mostrando a vida dela, a gestação, o parto, a minha partida... e o porto seguro dela, que eram o pai, os avós e o padrinho. Haviam flashs de brincadeiras na rua, de noites em claro chorando...  Heike me mostrou o que ela era, quem ela era, em menos de alguns segundos.

Quando acabou, Heike se aninhou em meu colo e ergueu levemente a cabeça para me olhar.

-Eu ainda estou trabalhando nisso, papai disse que não é legal mostrar tudo, principalmente os momentos ruins, mas ainda é difícil controlar o aparece e o que não...

-Foi incrível - digo baixinho enquanto tentava engolir o nó em minha garganta. - Você é incrível e eu gostaria que soubesse que eu não a abandonei e nunca abandonaria, você é muito nova para que eu consiga explicar tudo que aconteceu mas preciso que saiba que sair da sua vida não é uma opção - explico e ela sorri se aconchegando mais em mim.

 Então Heike fecha os olhos, induzindo um sono calmo.

Como se eu não pudesse controlar, minha garganta começa a resmungar uma melodia lenta e acolhedora que logo faz Heike adormecer.

Eu estava ali, fazendo a minha filha dormir diante uma ameaça iminente de morte. 

Se antes eu queria viver apenas pelos meus irmãos e por mim, agora meus motivos são muito maiores. Ben e Henry superariam minha morte, Ash e Nick superariam, Adam superaria, mas e Heike? E Ethan?

Não me permiti continuar pensando nessas possibilidades, me levantei da grama com Heike dormindo no meu ombro e caminhei de volta à casa de Adam ainda cantarolando a mesma melodia baixinho para que só nós duas pudéssemos ouvir.

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