-Então... - respiro uma vez. - Eu ficarei aqui, e não lutarei, não tentarei fugir ou matar alguém. Mas você vai deixar Ashley e Malvon irem, esquecerá a floresta Carmedash e se contentará comigo - digo sem rodeios e vejo o rei sorrir brevemente e Abbadon arquear as sobrancelhas.
-Acha que vale tudo isso? - Abbadon começa.
-Tenho certeza que sim - o interrompo ainda encarando o rei.
-Pagará por eles? - Thails pergunta desafiando-me.
-Sim - minha voz quase falha, mas ele sorri mais abertamente mostrando os dentes perfeitos.
-Tragam Malvon e a menininha - o rei berra e Abbadon sai bufando e pisando duro feito uma criança. - Será duro para você, Victoria Rebecca - ele avisa entortando a cabeça.
-Eu não ligo - digo secamente ainda encarando seus olhos foscos.
A porta do salão se abre revelando Ash vestindo um vestido vermelho, seus cabelos estavam curtos mas ela estava sorrindo quando me viu, sua expressão mudou assim que viu os grilhões e deu espaço não só para raiva como para culpa e tristeza, mas ela ficou sabiamente quieta.
Ao lado de Ash meu peito se apertou ao ver Malvon. Ele estava terrivelmente magro e ensanguentado, seu olho bom estava inchado e roxo, suas roupas estavam rasgadas e ele parecia mais morto que vivo.
Esse é o preço.
Observo Thails abrir um portal e os dois passarem por ele quase relutantes. Ash mandou-me um olhar de culpa mais uma vez, a tranquilizei com um sorriso fraco e observei eles desaparecerem.
-Vamos ao seu primeiro pagamento? - o rei pergunta sorrindo maldosamente. Ele olha para os soldados que estavam na porta e outros que estavam perto do trono e balança a cabeça lentamente. - Trinta - ele anuncia e sai do salão me deixando com Abbadon e sete soldados.
Dois deles seguram meus braços me deixando imóvel. Engulo seco e inspiro. O primeiro estalo do chicote reverberou pelo salão antes da dor me atingir e eu sufocar o grito em minha garganta. O mesmo processo dez vezes, até eu me entregar a dor, ser sustentada pelos soldados e deixar meus gritos ganharem lugar logo após o estalo.
Sabia que teria cicatrizes, e sabia que meus braços ficariam roxos pela pressão dos guardas, mas também sabia que estava protegendo minha família, a que me restou. É a minha vez de me sacrificar.
Só mais nove - ouço Carli murmurar para mim. Carli não sente dor se sou ferida na forma humana, mas sabe que fico mau humorada quando me machuco, e talvez ela saiba que estou me machucando para que minha família não se machuque, espero que ela me perdoe por nos colocar nessa situação e que saiba que é por quem eu amo, espero mais ainda que saiba que isso não significa que não a amo...
-Para a cela - ouço Abbadon murmurar.
-Ela vai sangrar até morrer se não cuidar disso - um dos guardas avisa.
-Problema dela - o garoto diz e caminha até a porta do salão e sai deixando-a aberta.
Nos momentos que se passaram eu vi muito pouco. Os grilhões deixavam minha cura lenta e a dor me fazia ver estrelas, ou eu realmente as via?
Me colocaram calmamente em um colchão frio de bruços, pude ver o guarda.
-Você... - sussurro com dificuldades.
-Vou acelerar o processo de cura, mas não posso fazer muito mais - o homem diz. Eu tinha um acordo com ele, lembro quando nossos sangues se uniram pingando na neve pouco antes de eu atravessar um portal até Leghonar.
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BẠN ĐANG ĐỌC
Escolhida para lutar
Viễn tưởngA ameaça está próxima. O rei feiticeiro de Thails pretende comandar todos os reinos do continente de Loxigan; Sargenis e Nambler comandados por lobos altamente treinados; Glaviros e Gorvalis liderados por vampiros teoricamente sanguinários. Uma...