Sempre sua Garota [✓]

ars_amanda द्वारा

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🏆 OBRA VENCEDORA DO WATTYS 2021🏆 A vida de Lennon Clarke tomou um rumo inesperado ao ser traída por seu fut... अधिक

SEMPRE SUA GAROTA
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prêmios
prólogo
parte única| sua garota
01| antes | ele
02| agora | não volte
03| antes | nós e mais dois
04| agora | lar doce lar
05| antes | elas
06 | agora | feridas
07 | antes | quase
08 | agora | medos
09 | antes | idiota
10 | agora | em queda
12 | agora | minta por amor
13 | antes | sem arrependimentos
14 | agora | as coisas que ignoramos
15 | antes | estamos bem
16 | agora | em colisão
17 | antes | estou bem
18 | agora | vida nova
19 | antes | não estou bem
20 | agora | verdades nunca ditas
21 | antes |é melhor assim
22 | agora | últimas palavras

11 | antes | aposte em nós

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ars_amanda द्वारा

BOSTON, USA
COMEÇO DO VERÃO

Meus dedos envolvem a curvatura do volante do pequeno furgão, meus ouvidos não conseguem ignorar as inúmeras e constantes gotas de água que caem do céu em encontro com a lataria do automóvel. Recosto minha testa no volante, não conseguindo conter a frustração que se alastra por meu interior.

Sabe aquele dia em que tudo dá errado?

Aquele dia em que você tem aquele famoso pensamento egoísta: deveria ter ficado na cama.

Esse era um daqueles dias.

Poderia enumerar as coisas que deram errado naquele fatídico dia de verão:

1.    O despertador do Avery não tocou, acordamos atrasados e quase nos atropelando;

2.    O refrigerador do restaurante simplesmente parou durante a madrugada, estragando quase toda a comida pronta para o buffet de um casamento em outra cidade;

3.    O motorista do furgão, que levaria o bolo e demais comidas para o casamento ficou doente;

4.    Eu fui obrigada a levar o furgão até uma cidade que ficava a quase uma hora de distância de Boston;

5.    A rodovia principal ficou interditada devido a um acidente;

6.    Tive a péssima ideia de pegar uma rota secundária, que o GPS me indicou;

7.    Começou a chover, enquanto anoitecia;

8.    O pneu do furgão furou e as ruelas que prendiam a roda estavam emperradas. Sim eu tentei trocar o pneu.

9.    A seguradora informou que levaria de duas a cinco horas para alguém aparecer para me ajudar;

10.  A bateria do meu celular estava já em modo economia, ou seja, iria durar no máximo mais uma hora. E eu tinha esquecido o carregador.

Jogo meu corpo para trás, apoiando minhas costas no banco de couro preto. Desvencilho meus dedos do volante. Agarro o aparelho telefônico ao meu lado. Não deveria mexer nele, não mesmo, pois sabia que a qualquer momento a bateria podia acabar, mas a solidão estava me inquietando. E o homem que não respondia minhas mensagens estava me deixando mais nervosa ainda.

Abro o aplicativo de mensagens. Aperto em cima da mensagem com o nome Avery e passo os olhos em nossas últimas palavras.

A seguradora disse que vão levar de duas a
cinco horas para chegar

00:15 ✓✓

É só passar a chuva amor,
eles já chegam
                           00:16 ✓✓

Assim espero
00:18 ✓✓

Ele tinha visualizado, mas não tinha respondido. O que ele está fazendo?

Aquela fagulha de questionamento inquieta minha mente. O ócio não era um bom companheiro para a imaginação. Através do vidro do para-brisa observo a escuridão ao meu redor. A minha frente uma estrada simples, com um asfalto todo irregular e alguns buracos. Ao redor mato, de um lado uma plantação de milho, do outro lado uma plantação de trigo. Era só o que eu via.

Enquanto a intensidade da chuva oscilava em fraca e forte. A algum tempo atrás tinha desistido de sintonizar alguma estação de rádio, a única estação que pegava era a com um pastor falando sobre demônios, escuridão e vícios. Desliguei depois de ouvir cinco minutos daquele discurso.

Um barulho diferente se mescla com a chuva, elevo o olhar até o retrovisor preso no teto. Ajeito com os meus dedos uma posição que facilitasse minha visão. Um ronco se aproxima, enquanto uma luz alta é refletida no pequeno espelho.

Nas duas horas que estava parada naquele lugar não tinha passado uma alma viva.

Meu coração se acelera, minha respiração fica pesada, as palmas das minhas mãos ficam úmidas e suadas, sinto uma corrente de pavor percorrer meu corpo quando a luz se aproxima e diminui a velocidade. Ele some do meu campo de visão, o rugido do motor para. Estico minha mão para o banco do passageiro, envolvendo entre meus dedos minha única arma: um guarda-chuva.

Minha boca seca. E a ideia de dirigir por quase uma hora, para fazer um buffet de casamento em uma cidade que não conhecia começava a parecer a maior burrice da minha vida.

Corro meu olhar para o retrovisor suspenso no teto: nada.

Uma batida envolve o interior da lataria. Agarro com força o nylon do guarda-chuva, dou um pulo para o lado. Encarando a janela fechada ao meu lado e encontrando uma figura assustadora: uma pessoa de capacete preto parada ao lado da minha porta.

— Sou eu Lennon — aquela voz soa familiar, mas minhas pálpebras abrem e fecham mais vezes do que deveriam — O Avery.

Finalmente consigo ligar a voz a pessoa.

Avery

Toda a tensão do meu corpo se esvai, assim como as minhas forças, amolecendo cada fibra dos meus músculos. Rapidamente levo minha mão ao puxador na porta do meu lado. Ele se afasta. Meus pés explodem em uma poça de água, umedecendo meu tênis de lona e minha meia.

— Avery ? — questiono enxergando mal devido as inúmeras gostas de água que nos acolhia, que se chocavam contra nossos corpos.

Sinto as gotas umedecendo minhas roupas, alterando minha temperatura corporal. O homem diante de mim ergue a viseira do capacete, revelando seus olhos de avelã.

— Avery — suspiro aliviada.

Jogo meu corpo contra o seu. Seus braços me envolvem firmes e fortes. Como queria ficar naqueles braços, nos braços do meu idiota. Nossa relação estava cada dia mais séria. Já faziam quase três meses que estávamos juntos naquela aventura, há dois meses ele tinha me dado o posto de sua garota.

E era assim que me sentia todos os dias: sua garota. Cada dia o necessitava mais. Cada dia esperava chegar o seu inevitável final, só para encontra-lo me esperando do lado de fora do Leminski. Dizer que praticamente estávamos morando juntos era eufemismo, tinha roupas dele no meu apartamento, tinha roupas minhas no veleiro dele, seu cheiro estava nos meus lençóis, o meu cheiro estava nos lençóis dele. Nos últimos dois meses apenas nos separamos por trabalho.

Normalmente porque ele tinha reportagem em outra cidade. Ou, porque eu tinha algum buffet em outra cidade.

Afasto nossos corpos, seus braços não deixam de envolver minha cintura, minhas mãos agarram seus ombros.

— O que você está fazendo aqui? — sinto que fiz a pergunta errada.

Pois a pergunta certa era: Por que você está aqui?

— Você acha que iria deixar a minha garota, sozinha, no meio do nada? — sua resposta é uma pergunta retorica.

Maneio negativamente a cabeça, enquanto não consigo conter meus lábios ávidos por delinearem um sorriso que vinha do meu coração, meu coração que palpitava por aquele homem.

— Você é maluco — afirmo.

Queria reprovar aquela atitude dele. Dizer que era maluquice, mas não conseguia, não podia. Pois cada centelha do meu corpo estava feliz por sua presença.

Seus olhos desviam dos meus, enquanto a chuva de intensidade média envolvia nossos corpos. Ele observa o pneu traseiro murcho, com a borracha esmagada no chão.

— Tentei trocar — comento — Mas faltou força.

Seus olhos repousam sobre mim. Seus lábios se curvam divertidos, a ponta do seu dedo acaricia a curvatura do meu nariz.

— Vou dar um jeito — murmura, selando meus lábios brevemente.

Seus braços deixam meu corpo solitário e desprotegido. Enquanto ele caminha para a parte de trás do furgão, abrindo as portas duplas. Eu recolho meu corpo para o interior do automóvel, pousando meu joelho no banco do motorista e esticando minha mão para agarrar o guarda-chuva esquecido ali.

Armo o acessório preto, protegendo meu corpo já molhado da chuva. Encontro Avery já com o pneu para fora, e com a chave de roda em mãos. Me aproximo e permito que a proteção de nylon cubra nos dois contra as gotas de água insistentes.

O homem diante dos meus olhos faz-me sentir fraca, quando sem nenhum esforço desprende as ruelas do pneu. O tempo que havia gasto tentado fazer aquilo – uns dez minutos – é o tempo que ele leva para trocar todo o pneu, guardar o a borracha furada no interior do furgão, junto com a chave e a alavanca.

A chuva diminui para uma garoa.

— Meu herói — curvo os lábios agradecida, quando ele se aproxima, limpando as mãos em algum pano esquecido no furgão.

Seus lábios se curva pretenciosos. Suas mãos esfregam suas madeixas molhadas e desarrumadas.

— Sempre que precisar — seu corpo se recosta na lateral do automóvel, que ainda tinha que conduzir até a cidade próxima — Você vai seguir viagem? — ele questiona.

Balanço a cabeça positivamente. Estava a quinze minutos de distância do meu destino final. E tinha mais trabalho do que gostaria para fazer, certamente passaria a noite arrumando as coisas para o buffet de um casamento no horário do almoço.

— Tenho muito serviço — dou um passo, diminuindo nossa distância.

Meu dedo inquieto passeia pelo zíper da sua jaqueta de couro.

— Eu te acompanho — anuncia

—O que? — surpresa reajo.

Ele dá de ombros.

— Eu não vou deixar você seguir viagem sozinha — ele olha o ambiente escuro e sombrio ao nosso redor — E certamente você vai precisar de ajudante — revela, apontando o polegar com o punho cerrado para trás, sobre seus ombros — O rio transbordou lá atrás, duvido que a sua equipe chegue a tempo para terminar de preparar o buffet.

O pavor percorre meu interior.

— Sério?

Ele assente.

1:30

Vergonhosamente chegamos a nosso destino final somente a 1:30, um horário aproximado claro, não exato, pois só tinha olhado para o relógio do celular uma vez durante o trajeto.

—Desculpa o horário — pela enésima vez profiro aquelas mesmas palavras para mulher na casa dos cinquenta anos, uma senhora robusta, estatura mediana, cabelos vermelhos artificiais e curtos, pele clara e sorriso gentil .

Margarete ou Meg, a assiste pessoal do padre da paroquia loca. A responsável por cuidar da pequena igreja, que mal pudemos ver devido a chuva que nublava uma visão um pouco mais detalhada. Meg também era responsável pelo salão anexo que se estendia até o jardim, onde seria realizada a festa e também preparado o buffet.

— Está tudo bem querida — gentilmente sua mão afaga meu ombro, como se procurasse esvair toda minha preocupação — A culpa foi do mau tempo — ela aponta seu polegar para o teto, não literalmente para o teto, mais precisamente para o céu que cobria toda a cidade.

Curvo os lábios. Enquanto analiso o amplo ambiente, uma cozinha bem equipada, com utensílios e equipamentos simples, nada que se equiparasse a uma cozinha industrial, mas não ficava atrás.

Um rosnar mesclado com um bufo rouba nossa atenção em direção a porta dupla no meio daquele ambiente. E empurrando com o ombro a madeira - com um pequeno vidro na parte superior – Avery abre caminho para seu corpo e para a terceira caixa térmica que trazia.

— Isso é pesado — resmunga mais para si mesmo do que para nós.

Seus olhos finalmente notam nossas presenças assim que seu corpo está por completo naquele ambiente. Seus lábios se curvam – não aquele sorriso fácil de sempre – mas se curvam.

— Já estou quase terminando — anuncia, se aproximando de uma das mesas próximas e depositando a pesada caixa térmica, que deveriam ser as carnes, sobre a madeira sustentada por quatro pernas, um grunhido escapa por entre seus lábios — Só faltam mais duas — bufa.

Passando as costas da sua mão na sua testa, não que estivesse suando, bom talvez estaria suando, não tinha como saber, pois ele tinha me seguido na moto, debaixo da chuva, então dizer que suas calças e botas estavam molhadas era eufemismo para encharcadas. Sua camiseta branca havia sido salva graças a jaqueta de couro.

Suas avelãs fazem questão de encontrar meus olhos. Ele sorri.  Dessa vez o mesmo sorriso fácil de sempre. Ele pisca, antes de me dar as costas e sumir pela mesma passagem.

— Esse seu ajudante é uma broa — aquelas palavras são sopradas contra a minha orelha, como um segredo íntimo, que involuntariamente curvam meus lábios — Eu com meus vinte e tantos anos — a mulher cantarola para o alto, agora que estamos sozinhas.

Uma risada resfolega em minhas narinas, recuando meus lábios que dão espaço para meus dentes. Dou dois passos para girar meu corpo, encontrando a senhora com um olhar distante e brilhante, como se estivesse imaginando Avery e sua versão de vinte e tantos anos juntos.

Deveria sentir ciúmes. Certamente deveria. Mas não, pelo contrário, me sentia sortuda, porque tudo – tudo mesmo – daquilo era meu.

Só meu.

— Ele tem namorada? — curiosa Meg questiona.

Namorada? Não, apenas uma garota.

Dou de ombros, entrando em uma brincadeira em que eu ficaria em terceira pessoa. Sopro o ar por entre minhas narinas.

— Que eu saiba ele tem uma garota, sim — as palavras saem com pouco interesse por entre meus lábios, como se eu estivesse comentando alguma notícia lida em qualquer ligar — Dizem que ela é muito ciumenta — enalteço essa última palavra em um cantar.

Mentira

Quase

Fujo meu olhar do da mulher de meia idade. Girando os calcanhares, me dedico a agarrar e abrir meu estojo de faca, desenrolando o case preto, revelando inúmeras ferramentas afiadas, prateadas, reluzentes e de cabo preto.

Meus bebês

— Que pena — aquele lamento ressoa próximo a mim. Um suspiro escapa por entre as narinas femininas — Vou deixar vocês trabalharem.

Desiludida e demonstrando certo cansado Margarete anuncia.

— Amanhã o dia promete — mudando completamente de assunto, comenta, um comentário que não consigo discordar — Se precisarem de qualquer coisa, estou na casa aqui ao lado.

A fito sobre os ombros.

— Obrigado Meg — curvo os lábios.

Gentilmente ela imita meu gesto, antes de tomar o caminho em direção a porta que era entreaberta novamente, dando passagem para o corpo do homem alto, musculoso, cabeleira castanha e bufante.

De soslaio, não ignoro o encontro das únicas outras duas pessoas naquele ambiente. Não ignoro o olhar atento e analítico de Meg sobre o corpo de Avery, acompanhado de um suspiro de desilusão.

— Que pena — murmura desaparecendo por entre a porta.

O homem, ignorando todos os fatos, apoia a última caixa na mesma mesa em que estavam as outras coisas. Se aproximando em passos detectáveis por meus tímpanos, que não conseguem ignorar o roçar da borracha da sola dos seus coturnos com a lajota.

— O que foi aquilo? — questiona, apontando com o polegar por sobre os ombros.

Dou de ombros.

— Apenas mais uma fã sua — resumo a história naquela frase.

— Ok — ele cantarola aquela sílaba, entendendo que não diria mais nenhuma palavra sobre o assunto.

Não consigo ignorar o calor do seu corpo, assim como sua respiração pesada próxima a mim. Definitivamente era impossível ignorar a existência de John Avery, ele consumia todo o ar daquele ambiente espaçoso.

De soslaio o observo afundar as mãos nos bolsos da sua calça jeans, empertigando o ombro em uma linha diagonal.

— Então — murmura, enquanto me ocupo em separar duas facas — O que posso fazer?

Paraliso minha tarefa com aquelas palavras. Fito o homem parado ao meu lado.

— Você sabe fazer algo na cozinha? — questiono ciente da sua pouca habilidade e entrosamento com a cozinha.

Não que ele não cozinhasse, mas era algo esporádico, que fazia de vez em quando, mais aos finais de semana, mas sabia que seu cardápio não era algo amplo.

— Engraçadinha — seu tom é reprovador e desprovido de humor.

Mas sua postura não é de ofensa, pois ele tira uma das mãos do bolso da sua calça e passa a ponta do dedo na curvatura do meu nariz, até a ponta, arrancando o corriqueiro sorriso dos meus lábios.

— Você pode descascar algumas batatas, cortar alguns tomates e cebola — vago o olhar pelo ambiente, encontrando o caixote com aqueles produtos na mesa próxima a porta.

— Sim senhora — seu corpo se empertiga, como se estivesse perante algum oficial.

E assim ele se dedica a tarefa atribuída por mim. Enquanto eu me dedico em terminar de afiar a faca de carne e limpar as carnes bovinas e alguns frutos do mar.

Tínhamos serviço para até o amanhecer. Tinha que preparar molhos, salada de batata, assar carnes, preparar saladas e algumas outras coisas. Sorte que não éramos encarregados pela mesa de doce, apenas pelo bolo, que com sorte chegaria pela manhã com o restante da equipe.

Meu corpo exausto desaba sobre o banco do meio de madeira encerada. Meus olhos vagam pelas paredes de tijolo da pequena capela, quase no topo de uma pequena erupção, nada que pudesse ser considerado como uma montanha.

O pequeno lugar era pequeno, as paredes eram brancas, o foro era um pé direito alto branco que se juntava no topo, apenas com algumas vigas que atravessavam de forma perpendicular com o piso.

Não tinha muitas imagens de santos. Os bancos ainda estavam enfeitados com rosas brancas e perfumadas. O tapete vermelho ainda estava estendido no corredor central e por onde a noiva tinha passado a algumas horas atrás.

O casamento tinha sido lindo. A comida do buffet tinha agradado a todos os convidados. E apesar do desastre do dia anterior, aquele evento tinha sido o melhor que já tinha preparado. A equipe tinha chegado as seis horas, eu pude descansar até umas sete aninhada nos braços de Avery em uma pousada local.

O Avery tinha se mostrado um excelente ajudante.

— John Avery — meus lábios se curvam assim que seu nome queima em meus lábios, em um sussurro somente para os meus tímpanos.

Pensar em minha vida antes do meu caminho cruzar com o daquele homem era estranho, quase como um sonho que tive em alguma noite. Era para mim estar casada com Todd Flanegan. Era para mim ser a senhora Flanegan naquele momento. E talvez,  em uma pequena igreja parecida com aquela, eu tivesse dito sim para aquele homem, meu destino nunca teria cruzado com o de Avery.

Curvo os lábios o mínimo possível, sentindo um alivio no meu interior, cerro minhas pálpebras, agradecendo pôr as coisas terem acontecido como aconteceram. Por hoje poder experimentar algo extraordinário ao lado de um homem incrível.

Se Todd teria feito a metade do que Avery tinha feito por mim? Eu sabia que não. Ela jamais tinha gostado dos encontros dos Clarke e se divertido como Avery se divertia. Jamais tinha ido me buscar depois de um expediente sem termos marcado algo, pelo simples prazer de estarmos juntos. E jamais teria saído no meio da noite para me salvar no meio do nada.

Avery era tudo que Todd não era. E tudo que eu não sabia que queria e precisava.

Sabe quando você se acostuma com aquela relação morna? Que considera estável? O cara perfeito para uma garota. E olha que eu achava Todd perfeito pelos motivos errados, para mim ele era perfeito porque: tinha um emprego estável, um apartamento, um carro, pagava sempre os jantares, elogiava minhas roupas, era educado com a minha família, fazíamos um bom sexo, ele contava algumas piadas engraçadas e fazia me sentir segura ao seu lado.

— Arrependida de não ter se casado? — aquela pergunta é soprada logo atrás da minha orelha, ouriçando os pequenos pelos da minha nuca.

Curvo os lábios, mantendo minha cabeça parada, assim que reconheço aquela voz. Seu tom era de curiosidade e divertimento. Enquanto limito a minha breve resposta a um balançar de ombros, meus dedos brincam um com os outros repousados em meu colo revestido por uma calça jeans.

Uma cabeleira escura invade meu campo de visão, não conseguindo ignorar o corpo do homem que se estica sobre a madeira do banco e tomba sua cabeça na direção do meu colo, me obrigando a sustentar minhas mãos no ar. Sua cabeça repousa em minhas coxas, seu sorriso fácil está dançante em seus lábios, enquanto a madeixas do seu cabelo caem para trás.

— Então? — ele insiste, com suas avelãs brilhando de curiosidade.

Instintivamente as pontas dos meus dedos roçam suas madeixas macias, abrindo caminho por entre seu couro cabelo. Seus lábios se alargam com aquele afago. Meu coração se aquece e tudo parece se encaixar.

— Hoje percebo que teria me casado pelos motivos errados — finalmente uma resposta sincera escapa por entre meus lábios.

Seus cenhos dançam curiosos e atentos em mim. Desvio o olhar em direção ao altar na minha frente, como se tivesse medo de me afogar naquele olhar.

— E quais são os motivos certos?

Crispo meus lábios e enrugo minha testa. Não sabendo a resposta para aquela pergunta. Se me perguntassem naquele momento quais seriam os motivos certos para passar o resto da vida com alguém, eu não saberia. Finalmente tinha saído dos contos de fadas, onde o príncipe perfeito existia, onde finais felizes se resumiam a um casamento, uma casa com cerca branca, um cachorro e dois ou três filhos correndo pelo jardim. Não que não fosse um final feliz aceitável. Era. Mas príncipes encantados podiam virar sapos.

Todd virou.

E sapos podiam ser mais e melhores do que príncipes.

Avery era.

Pois era o cara conhecido no lugar errado, no momento errado, com nada convencional, que não morava em um castelo, nem tinha um carro, era tudo que nós ensinavam a evitar. Era tudo que não deveria ter em um marido ideal.

E mesmo assim era um meio capítulo aceitável.

— Sei lá — meus dedos cessam a caricia, minha cabeça tomba encontrando seu olhar — Me diz você — rebato a pergunta — Quais são os motivos certos para alguém se casar?

Seus olhos dançam na orbe, olham para cima pensativos. O sorriso se esvai dos seus lábios, mas retorna com a mesma velocidade que seu olhar se fixa ao meu.

— Já vi dois casos de pessoas que se casaram sem motivos — revela, estalando a língua no céu da boca — Um casal de amigos se conheceu em Vegas, eles apostaram, ela perdeu e teve que se casar com ele, são felizes — ele conta sorridente — Outro casal se casou naquele programa, Amor a Primeira Vista, hoje são felizes e tem dois filhos.

— Ual — minha mente toma meus lábios — Exemplos curiosos.

Ele dá de ombros, suas pálpebras se fecham e se abrem rapidamente.

— Acho que essa coisa de motivos atrapalha — comenta.

E lá estava o mesmo homem que um dia começou a falar do nada na cela ao lado da minha.

— O que é perfeito para mim — seu dedo indicador dança entre nós dois — Pode não ser para você, e vice versa. E ás vezes o perfeito não é o melhor, ás vezes tudo que precisamos é um momento em que decidimos nos arriscar, nos jogar e apostar naquele momento, e não perder tempo percorrendo um momento melhor, sonhando.

Curvo os lábios.

— Poético.

Suas pupilas se fixam nas minhas, seus lábios delineiam um sorriso diferente, um misto de algo travesso com feliz. Em um impulso Avery senta-se no banco, abandonando as pontas dos meus dedos que sentem falta de estar em contato com seu corpo.

Ele senta-se ao meu lado, apoiando as mãos no banco de madeira, encara o altar a sua frente, mas seus olhos não observavam aquele cenário, era como se vissem algo além.

— Esse é o momento Lennon — anuncia.

Estreito os olhos confusa. Seus cenhos dançam uma sugestão que desconheço. Seu corpo desliza em direção ao chão. Ele se ajoelha entre os bancos. Ele se ajoelha ao meu lado, com um dos seus joelhos tocando o chão e o outro dobrado em um ângulo de 45°. Seu braço se sustenta no seu joelho dobrado. Seus olhos me encaram.

O que ele está fazendo?

Enquanto meu cérebro dispara todos os sinais vermelhos, verdes, laranjas e amarelos.

— Lennon Clarke — seus lábios silabam meu nome com um sorriso latente — Você aceita se casar comigo? — sua mão se estende em minha direção, como se me convidasse para uma dança.

Casar?

Meus lábios se curvam trêmulos. Meus pulmões oscilam em um liberar e captar o ar, enquanto uma risada nervosa resfolega em minhas narinas.

Casar?

Uma gargalhada nervosa explode por entre meus lábios, desvio meu olhar dos seus. Maneando negativamente a cabeça diante daquela brincadeira.

— Vamos Lennon — ele insiste convicto — Aposte em nós. Se jogue. Casa comigo?

— Isso é loucura — finalmente consigo proferir algo.

Ele maneia a cabeça positivamente.

— A maior loucura da sua e da minha vida — ele concorda, aquilo me surpreende — E vai ser a melhor loucura das nossas vidas.

Seus olhos brilham, seus lábios sorriem e seu corpo exala uma certeza que me assusta. Me apavora. Me devora.

— Vamos nós casar, aqui e agora — ele sentencia.

— Aqui e agora? — fico nervosa.

Tudo girava ao meu redor. Mas em meu interior era uma confusão de sentimentos e emoções.

Como mulher me sentia lisonjeada por ser pedida em casamento. Por aquele homem querer ficar comigo. Por ama-lo. Droga. Uma parte de mim gritava para me jogar, me jogar em seus braços, me jogar na sua loucura e apostar o resto da minha vida naquele momento.

Mas ainda existia a razão, que gritava a plenos pulmões: é loucura. Você só o conhece há o que? Três, quatro meses. Se contar nosso primeiro encontro é cinco.

— Você é maluco — e meus lábios dão voz a razão.

Ele dá de ombros, a ofensa não o atinge, passa por ele intacto. Meus joelhos tremem para se colocar em pé. Sua mão agarra a minha detendo todo o meu corpo. Seu calor passa para o meu corpo.

— Eu não preciso de mais nada para saber que quero passar o resto da minha vida com você — suas mãos acolhem a minha — Só preciso disso — sua cabeça se reclina, seus olhos vagam pelo ambiente — De uma igreja — sua cabeça pende sugestivamente para o lado — Um padre que depois de duas garrafas de vinho talvez esteja feliz em nos ajudar — seus lábios se curvam, sua cabeça se inclina para a frente, sua mão que está em cima da minha abre espaço para que seus lábios possam tocar a minha pele, aperto minhas pálpebras, sentindo a razão perder força — E de você, a minha garota, que só precisa dizer sim.

Ele resume tudo. De maneira fácil ele descomplica tudo. E minha razão se vê abalada.

Abro os olhos, para contemplar seus lábios acariciando a fina pele do peito da minha mão e seu olhar preso na minha face.

— É loucura — as palavras saem sem convicção — Vamos nos casar assim? — passo os olhos por nossas roupas: jeans e camiseta — E nossas famílias?

Seus lábios deixam um vazio na minha pele. Seu tronco se empertiga. Enquanto seu olhar assume um tom sério, não bravo, apenas sério.

— Você quer passar meses preparando um casamento? — questiona, dançando seus cenhos ardilosamente — Organizando uma festa para os outros, e que apenas vai nos estressar? Fazer brigar por qual flores queremos ou o sabor do bolo? — seu tom é de desdém — E no final da noite, depois do casamento, vamos estar tão cansados que nem vamos querer aproveitar a noite de núpcias — um sorriso atraente assume seus lábios.

A menos de seis meses estava preparando um casamento. E estava sendo um saco. Todd e eu discordávamos de tudo. Brigávamos por tudo. Tinha noites que ia dormir exausta. E tinha noites que nem nós falávamos de tão cansados ou porque estávamos irritados um com o outro.

Ponto para o Avery, nisso ele tinha razão.

Sinto seus lábios pousarem em minha mão e caminharem pelo meu braço, arrepiado meu corpo, disparando meu coração, despertando o órgão no meio das minhas pernas, me fazendo morder meu lábio inferior e sentir que não estava cansada demais para ir para a cama com aquele homem.

— Eu quero que seja assim — seus lábios sussurram contra a minha pele — Somente eu e você.

Aperto minhas pálpebras.

— E nossas famílias — dou voz a parte do meu consciente que ainda resistia.

Sinto seus lábios se curvarem contra minha pele.

— Podemos fazer uma festa estilo dos Clarke — abro os pálpebras diante daquela insinuação confusa, afinal qual seria o estilo dos Clarke? — Um churrasco cheio de carne, muita bebida e toda a sua enorme família e a minha pequena — e lá estava a solução para tudo.

Droga

Minha razão estava do tamanho de uma pulga. E os argumentos contra pareciam ter se esvaído. Poderia arrumar todos os motivos para não fazermos aquilo, mas aquele homem – disposto – arrumaria uma solução.

— Vamos? — insiste.

Um sonoro bater da madeira com o batente ecoa pelo teto abobadado, invadindo nossa atmosfera. Ambos encaramos a figura do homem baixo, gorducho e alegre caminhar pelo altar. Sorridente os olhos do homem de certa idade nos encontra.

— Achei que não tinha ninguém aqui — se desculpa o padre pela intromissão.

Quando quem estava invadindo algo era nós dois.

Os olhos de Avery observam a figura, que quase como um aviso do destino estava ali, disponível. Seus olhos correm em direção aos meus.

— Aceita?

Droga

Aquilo seria uma loucura. O início de uma confusão sem fim, onde teria que explicar para a minha família porque tinha feito aquilo. Mas por outro lado não conseguia ignorar a certeza que somente crescia em meu peito, a certeza de que: eu amava aquele homem ajoelhado em meus pés e não vislumbrava, nem imaginava uma vida sem ele.

— Aceito — maneio positivamente a cabeça rendida.

Ele sorri, quase ri. Seu corpo se coloca em pé em um pulo, puxando o meu, obrigando minhas pernas a empertigarem os joelhos e sustentarem meu corpo.

— Padre — ele detém o senhor que caminhava em direção a uma porta oposta pela qual ele tinha entrado — Você aceitaria casar um jovem casal apaixonado?

Os olhos do homem se estreitam em nossa direção.

— Ela está grávida? — ele me encara.

Abaixo a cabeça e rio, pois sabia que ouviria aquela pergunta de todos os membros da minha família.

— Ela está apaixonada — Avery o corrige.

— E você? — o homem gorducho a alguns metros de nos questiona.

Os dedos de Avery envolvem com força – mas não para machucar – minha mão.

— Duplamente apaixonado.

Comprimo meus dedos na pele macia que envolvia a minha.

— Está bem — e fácil assim o homem representante de Deus concorda.

Acho que Avery tinha razão, as duas garrafas de vinho o tinham tornado mais flexível.

Tomar alguns minutos para me arrumar não ajudaram muito. Apenas consegui pentear meus cabelos castanhos , deixá-los soltos sobre meus ombros, fazer uma maquiagem nada elaborada, apenas um lápis e rímel nos olhos, uma base na face e um batom vermelho nos lábios.

Enquanto obrigava o meu cérebro a não pensar, e a ignorar a todos os alertas contrários à loucura que estava prestes a fazer. Contudo parte de mim se sentia tranquila e confortável com aquela decisão, como se fosse a coisa certa a fazer.

Dizer sim a quem se ama. Apenas dizer uma palavra, sem motivos, sem planejamento elaborado, sem discussões e sem pensar muito. Bastava me jogar em um futuro que jamais havia sonhado, porém que certamente não seria muito diferente da realidade atual.

Somente mudaria de status, deixaria de ser a sua garota, para me tornar a sua esposa.

Não teve entrada triunfal. Não tivemos tapete vermelho, apesar de ainda estar ali no corredor, não houve convidados. Eu abandonei o banheiro e caminhei em direção ao altar, em direção ao homem ansioso à minha espera.

Meus dedos envolvem um pequeno buque improvisado com flores do campo e um laço azul perfeito, obra da Meg.

— Pelo menos a noiva tem que ter o buque — murmura a mulher gorducha de certa idade satisfeita com seu trabalho — Usei as flores que chegaram para o altar. Eu mesma as escolhi — seu sorriso é cheio de orgulho.

Eu sorrio agradecida por tanto carinho de uma desconhecida. Enquanto esperávamos o padre se arrumar e tomar uma ou duas xicaras de café, um fato que não me fazia tirar a observação de Avery que ele tinha tomado duas ou mais garrafas de vinho.

— Então era você a garota ciumenta? — aquela censura chega como forma de um sussurro próximo a mim.

Curvo os lábios constrangida. Reclinando um pouco a cabeça para baixo, me sintindo mal por ter sido pega naquela mentira. Não sabia ao certo se por não contar que eu era a garota ou por mentir que eu era ciumenta.

— Ele escolheu bem — a mão gorducha da mulher de cabelos vermelhos afaga meu ombro.

E o sonoro encontro da porta com o batente rouba as nossas atenções, enquanto o padre com sua batina caminha até o centro do altar, com uma feição de cansado, mas com um sorriso nos lábios.

— Boa sorte — Meg deseja com sinceridade, se afastando e abrindo passagem no meu campo de visão para ver o homem a quem estava prestes a dizer sim — Obrigado — murmuro de forma aleatória.

John Avery estava da mesma forma: camiseta branca, jeans sujos, coturnos com lama seca, cabelos desgrenhados e aquele irritante sorriso nos lábios.

Dou um passo em sua direção. Ele dá dois. Ficamos a uns cinco passos de distância, com o padre ao nosso lado.

— É de livre e espontânea vontade que você estão aqui? — o homem gorducho e de cabelos grisalhos trajando uma batina nos questiona.

Maneio positivamente a cabeça.

— Sim — e a resposta sai em um coro de apenas duas vozes.

Meus olhos encontram os do homem empertigado diante de mim. Seus lábios estão selados, mas seu olhar é sorridente.

—  O noivo informou que quer fazer os próprios votos — anuncia o padre.

Entreolho o gorducho no altar. Olho Avery delineando um sorriso orgulhoso nos lábios.

Meus lábios silabam uma pergunta silenciosa: como?

Meu futuro marido me ignora. Seus olhos se fixam aos meus. Seus lábios desvencilham o sorriso, assumindo um tom sério, pigarreia, limpando algo preso na sua garganta, movimenta os pés no mesmo lugar, parecendo nervoso.

— Nunca imaginei me apaixonar — ele abaixa o olhar, enquanto suas narinas se expandem sugando o oxigênio ao nosso redor — Mas você cruzou meu caminho e sabe aquele sentimento que eu só ouvia falar? Só lia? — seu questionamento é retorico, quando seus olhos avermelhados encontram o meu — Eu encontrei em um dia qualquer, em um lugar inesperado e em uma pessoa que não conhecia — ele funga. Eu quero abraça-lo — E por uma fração de segundos eu quis saber tudo sobre uma desconhecida. Eu nunca senti aquilo — seus lábios se curvam, seus ombros dançam — Aquela vontade de congelar minha vida em apenas um dia, mas eu senti com você. Por isso eu apostei tudo em você e com você — uma fina camada de água é sustentada por suas pálpebras inferiores — Não me importa se isso dure um dia, um ano ou toda uma vida, eu quero viver com você o tempo que puder segurar entre meus dedos — seus lábios se pausam, seu olhar me analisa, meu coração palpita feito o de um sedentário em uma corrida — Eu amo você Lennon Clarke, e aceito e quero me casar com você.

Algo quente e fujão escorre por meus olhos. Apressadamente levo a ponta dos dedos da minha mão livre para conter aquelas lágrimas. Curvo os lábios, enquanto meu coração se sente acolhido em uma noite de inverno, ele palpita. Quero abraçar, beijar, apertar e nunca deixar escapar aquele homem diante de mim.

Dois pares de olhos queimam sobre mim, me fazendo perceber que é a minha vez de fazer os votos.

— Acho que terei que improvisar — murmuro para os ouvidos do homem parado na minha frente.

Solto o ar por entre meus lábios, enquanto envolvo os caules verdes das flores em minhas mãos. Minha língua umedece meus lábios, enquanto minha cabeça gira. Por uma fração de segundos opto por cerrar minhas pálpebras e deixar que as palavras simples saiam.

— Você é tudo que eu não queria — de alguma parte do meu interior, consigo formular minha primeira frase — Você me faz me arriscar, me jogar, fazer coisas que jamais imaginaria. Com você eu sou eu mesma, mas conheço partes de mim que jamais sabia que existia — suspiro, tragando a fina saliva no interior da minha boca — Eu gosto de quem eu posso ser com você. Você me faz feliz, me completa, me ensina a amar. E eu quero viver isso com você — curvo os lábios em uma breve pausa, cada centelha do meu ser formiga, como se estivesse dentro de algum sonho — Você não é o meu final feliz. Você é o começo de algo melhor. Por isso eu aceito apostar em nós. Eu aceito me casar com você John Avery.

E diante dos meus olhos resplandece o maior sorriso que já tinha visto daqueles lábios.

— As alianças — recorda o homem que guiava aquela cerimonia.

Olho para Avery, que continua a sorrir, antes de enfiar sua mão no bolso da frente da sua calça jeans e arrancar dois pares de aros dourados. Ignorando toda a tradição ele finca seus pés no piso de mármore, reclinando o corpo o mais próximo que fosse capaz do meu.

— Um presente da Meg — seus olhos vagam até a mulher silenciosa atrás de mim — Sobrou do último casamento comunitário que fizeram.

Sobre os ombros fito a mulher de cabelos vermelhos e olhos lacrimejantes, com um lenço entre os dedos para conter a água que transbordava por suas pálpebras. Curvo os lábios e silabo a única palavra que podia: obrigado.

O padre abençoa o par de alianças com água. E logo Avery está segurando minha mão esquerda e deslizando tremulamente o aro no meu dedo. Eu faço o mesmo.

— E com o poder concedido a mim — murmura o pároco — Eu vós declaro marido e mulher — os lábios do homem gorducha se curvam — Andem, se beijem.

E em um passo, quase um pulo, Avery supre nossa distância. Antes de seus lábios sem preliminares alguma selam os meus em um beijo terno e eterno. Nosso primeiro beijo como marido e mulher.

E assim Lennon Clarke se tornou a senhora Avery.
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