I'm back com um cap repleto de revelaçõe.
To amando a interação de vocês!
Boa leitura e qualquer erro, finjam que sou perfeita.
;)
Camila POV
- Hein Camila? Me fala o que você quer saber...
- Verônica, por favor, aqui não é a hora nem o local. – Cris tentou intervir.
- E onde seria? Porque eu estou cansada de ser julgada por absolutamente todos sem ninguém ao menos ter procurado me ouvir! Isso inclui você também Cris. – Verônica estava com raiva e eu estava sentindo um misto de vergonha pelo que fiz e medo do que estaria por vir.
- Lauren está jogando, o clima por aqui não está bom. Respeite o momento por ela pelo menos! – Cris foi firme falando com os dentes serrados.
- Por Lauren? É sempre por ela. Eu sempre faço tudo por Lauren, mas ainda assim eu sempre sou vista como a vilã. É incrível! Quer saber... você tinha razão quando disse que eu não deveria ter vindo. Eu mesma deveria ter ME ouvido e não ter vindo... – Falou dando as costas para sair.
- Vero por favor, me desculpa... – Falei com a voz baixa segurando na sua mão.
- Você se desculpa demais Cabello. E faz de menos! É a segunda vez que você faz acusações sobre mim sem saber de absolutamente nada. Quer conversar? Então vamos conversar, mas não fale de mim pelas costas. Eu estou aqui por Lauren e acredite ou não, por você! O mínimo que eu gostaria de receber em troca era um pouco de confiança e respeito.
Veronica disse saindo como um furacão, batendo a porta da sala.
Cris me olhou com pena e me serviu mais uma dose.
- Toma mais essa e vai atrás dela. Você vai precisar.
Tomei em um só gole, me arrependendo em seguida pela forma como desceu rasgando minha garganta e saí atrás de Vero.
(...)
Bati na porta do seu quarto, que era ao lado do meu, na esperança de que ela estivesse ali. Procurei ela por todos os lados e esse seria o último.
Depois de alguns minutos a ouvi destrancar e abrir.
- Ah, é você... – Deu as costas e deixou a porta aberta o que entendi como uma autorização para que eu entrasse.
- Vero eu queria conversar...
- Agora? Agora você quer conversar? – Cruzou os braços abaixo dos seios.
- Olha eu sou muito inconsequente e falo as coisas sem pensar...
- Jura? Se você não falasse eu jamais saberia disso Cabello. – Soou irônica enquanto andava até o mini bar do seu quarto e servia uma dose de whisky.
- Me serve uma dose? – Pedi me aproximando e sentando em uma das poltronas dali.
- Não. Você já bebeu demais e Lauren me mata se você ficar bêbada e eu tiver algo com isso.
O seu tom foi sério mas não pude deixar de rir. Ela estava com raiva mas nem assim deixou de se preocupar comigo e com Lauren.
Andou até o frigobar, pegou uma garrafa com água e me entregou sem dizer nada, depois se sentou na outra poltrona e ficou me observando.
- O que quer saber, Cabello?
- Tudo. – Falei enquanto bebia minha água e a observava rir, balançando a cabeça em um gesto negativo, tomando mais um gole da bebida.
- Tudo é muita coisa, não acha?
- O que aconteceu para vocês romperem? Eram sócias e amigas, não foi o que me disse? – Perguntei.
- Lauren sempre foi minha única família. Crescemos juntas. Minha mãe foi empregada na casa dos Jauregui mas morreu quando eu ainda era pré-adolescente. Então fui criada por eles... Estudava na mesma escola que ela e os pais dela me sustentavam como filha, mas nunca de fato me senti uma, exceto por Lauren que era minha irmã de coração. – Fez uma pausa se levantando e indo servir mais uma dose.
- Sinto muito pela sua mãe... – Falei recebendo um sorriso discreto dela.
- Na adolescência tanto eu quanto Lauren nos descobrimos lésbicas. Nunca tivemos nada uma com a outra, mas chegamos a essa conclusão depois que nos apaixonamos pela mesma garota. Isso não abalou a nossa relação, pelo contrário, a menina era uma filha da puta que só queria brincar com a gente. O que só fortaleceu o nosso laço.
Vero ia me contando aquilo como se estivesse revivendo cada momento daquele.
- Quando os pais dela descobriram, as coisas não ficaram boas. Com o tempo, Lauren foi para a São Paulo capital, já que nós morávamos em uma cidade do interior e não demorou a me levar com ela, só então começamos a fazer faculdade juntas.
- E os pais dela? – Aquele detalhe me interessava.
- Nunca aceitaram. Na verdade eles romperam assim que ela foi para a capital. O pai dela arcou com os custos de tudo até que ela se formasse e depois ela que se virasse. Todos os meses ele depositava grana na nossa conta pra pagar a faculdade, o apartamento, as despesas e só. Foi um tempo apertado de grana, mas não faltava nada.
- Que filho da mãe! Pelo menos ele não abandonou vocês totalmente... – Esbravejei vendo ela rir.
- Sim... Mike era um cara difícil. Mas antes de falecer ele a procurou para pedir perdão.
- Oh, desculpe eu não sabia...
- Ele teve câncer. Mas enfim. A mãe da Lo hoje em dia lida muito bem com isso. Se tornou outra pessoa depois que ficou viúva. Mas nunca saiu da cidade onde moravam.
- Entendo...Mas e aí?
- Bom, depois que terminamos a faculdade, abrimos um pequeno escritório de Relações Públicas que não dava grana nenhuma praticamente. Foi quando Lauren começou a se dedicar mais a jogar poker. Ela já jogava como hobby na faculdade mas aquele hobby em pouco tempo pagava todas as nossas despesas e até mais.
- Uau! Isso é legal!
- Sim... graça a isso eu consegui me especializar em mídia, estudei muito e Lauren também. Mas em um dado momento ela começou a se envolver mais com o poker que com comunicação. Viajava muito para alguns torneios... Nosso escritório já estava tendo uma repercussão ótima e o meu nome já era reconhecido. Eu conheci Lucy, que também é RP e com Lauren mais ausente, Lucy veio para me ajudar a manter os negócios em alta comprando a parte de Lauren da empresa.
- E depois disso? - Perguntei enquanto bebia mais da minha água.
- E depois disso tudo veio abaixo.
- Como assim? - Perguntei confusa.
- Lauren ganhou um campeonato de um site de poker muito famoso, que dava direito a ela disputar um torneio no caribe. É um dos principais torneios do mundo e premia mais de 1 milhão de dólares para o primeiro colocado.
- Acho que ouvi sobre isso. – Falei tentando puxar aquela informação na memória.
- Antes de ir jogar, algumas pessoas, que são empresários e gestores se aproximaram dela para sugerir que ela vendesse cotas de patrocínio. Dessa forma ela garantiria alguma grana mesmo que não tivesse bons resultados. E ela me pediu para ficar a frente disso. Tecnicamente eu fui a sua primeira manager.
- E Cris?
- Cris só chegou depois. Até aquele momento eu negociava com os patrocinadores as vendas das cotas de patrocínio. Algo totalmente novo pra mim, e por isso fiz baseado no que esses managers mais experientes sugeriram.
- Certo...E onde está o problema disso?
- Bom, eu vendi 90% das cotas de patrocínio, por um valor que hoje eu sei que foi muito abaixo do mercado. Lauren jogou esse torneio e ganhou, se tornando a primeira mulher a vencer um PCA e faturando o prêmio de 1 milhão.
- Que incrível! Isso foi um marco e tanto. – Falei sorrindo.
- Sim e não. Com a venda das cotas de patrocínio, que foram de 90%, Lauren só tinha direito a 10% da premiação, que foi pouco mais de 100 mil dólares.
Minha expressão fechou. Eu fique sem nenhuma reação com aquela informação.
- Lauren jogou por horas, durante dias, sem suporte de nada, sem apoio nenhum... Conquistou o maior prêmio da carreira e só tinha direito a 10% de tudo aquilo + o valor das cotas de patrocínio, que foram mínimas. Terminou o torneio com crises de ansiedade fortíssimas, a saúde dela extremamente debilitada por conta da intensidade com que se entregou e no fim, o resultado foi algo bom apenas nas capas das revistas. Porque financeiramente foi o pior negócio. Alguns patrocinadores ganharam 10, 15, 20x mais do que ela que jogou. Foi um baque.
- E então vocês brigaram?
- Não. E então eu fui atrás dos managers para conversar sobre aquilo porque não foi o que eu imaginava que seria. E descobri que eles nada mais eram que golpistas que se aproveitavam de novatos. Empresários que se juntavam em lobbys para ganhar dinheiro fácil em cima das pessoas.
- Que merda...
- Sim... Lauren me pediu ajuda para expor eles e lidar com a mídia para que mais pessoas não passassem por isso. E eu não fiz.
- Como assim não fez? Porque não a ajudou? – Falei com tom de indignação.
- Porque eu descobri que um desses empresários era um dos meus mais novos clientes e eu não poderia entrar em um processo como aquele, justamente contra ele. Se eu cancelasse o contrato eu teria que pagar uma fortuna que eu não tinha, e se eu entrasse em alguma ação contra ele, como Lauren queria, isso também me custaria uma fortuna.
- E porque ela disse que você a roubou?
- Porque é o que ela acha que aconteceu. Esse empresário investiu muito dinheiro na empresa que nesse momento Lauren não fazia mais parte, já que Lucy a comprou. Então ela achou que eu não apenas tirei vantagem nas cotas de patrocínio, como também eu teria me beneficiado fechando um contrato gigante com um dos responsáveis pela desgraça dela.
- E você nunca explicou isso??
- Me diga Camila, você acreditaria? - Ela suspirou e fez uma pausa antes de continuar - Tentei diversas vezes, mas é difícil fazer com que alguém acredite em você quando os fatos estão tão evidentes assim. Lauren construiu as verdades dela com isso e então não pude fazer nada.
- Eu sinto muito Vero... – Falei chegando próximo a ela e abraçando pelos ombros.
- Eu senti tanta falta dela... Ela se mudou. Foi morar em outro apartamento. Não foi ao meu casamento. Juramos ir no casamento uma da outra...- Riu sem humor. – Mas aí você apareceu e por mais trabalho que você esteja me dando, eu tenho que te agradecer por ser o motivo da nossa reaproximação.
- Me desculpe por tudo que eu disse e fiz. Pode ter certeza que vou fazer o possível para que vocês possam voltar a ser boas amigas! Mesmo com seu jeito debochado eu gosto de você vero. – Sorri dando um abraço nela.
- Você me ama, Cabello! – Falou convencida. – Agora desencosta que eu tô carente e minha mulher está longe.
Aquele comentário me fez gargalhar.
- Você está sentindo muita falta dela, não é? Falei me jogando na cama dela.
- Sim. E você é muito folga né Cabello? – Vero riu de como eu já estava me sentindo a vontade.
- Vocês são casada há quanto tempo?
- Dois anos. – Falou sorrindo como uma apaixonada.
- Estou ansiosa para conhecer quem manda nesse relacionamento! – Provoquei.
- Como assim quem manda? Eu mando nesse relacionamento, querida! – Deu os ombros se fazendo de ofendida e jogando os cabelos para o lado esquerdo.
- Aham... Não é o que Lauren diz... E você parece mesmo toda trouxa por ela. – Gargalhei.
- Lauren é que é toda trouxa por você! Toda apaixonadinha...
- Acha mesmo que ela está apaixonada por mim? – Sorri pensando se poderia ser verdade.
- Ainda tem dúvidas? Lauren gosta muito de você, Cabello. Só não a magoe, por favor... – Pediu em um tom de voz baixo.
- Não vou... e a propósito, eu também estou muito apaixonada por ela. – Confessei.
- Eu sei... dá pra sentir nessa aura que paira sobre vocês duas. Do mesmo jeito comigo e Lucy.
- Quando vai encontrá-la?
- Em breve. Ela deve chegar em alguns dias...
- O que ela tanto faz em Londres? – Perguntei enquanto levantava para pegar outra água no frigobar dela e vendo o semblante dela mudar
- Lucy está desenterrando algumas coisas.
- Hum.. que emocionante! Segredos? – perguntei com ar divertido
Vero sorriu de canto e virou seu whisky depositando o copo vazio sobre o mini bar.
- Pode apostar que sim...
Eitaaaaaa! Vem tretas por aí!
E então, no lugar da Lo vocês também teriam se afastado da Vero?
Difícil julgar né?