𝑨 𝑪𝒐𝒖𝒓𝒕 𝒐𝒇 𝑰𝒄𝒆 𝒂�...

Von mseazzy

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Nesta Archeron, definitivamente, não estava preparada para se tornar uma féerica. Ainda que sendo empurrada c... Mehr

𝔘𝔪
𝔇𝔬𝔦𝔰
𝔗𝔯𝔢𝔰
𝔔𝔲𝔞𝔱𝔯𝔬
ℭ𝔦𝔫𝔠𝔬
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𝔒𝔦𝔱𝔬
𝔑𝔬𝔳𝔢
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Von mseazzy


O começo do Fim.

Nesta Archeron acordou, e embora seu corpo não se movesse, e mal conseguisse respirar, sua consciência a mantinha ali. A féerica tentou se mover, respirar, ou chamar a atenção do Illyriano, quando percebeu que ele não estava mais lá. Tremendo, seu olhar se dirigiu as portas dos aposentos, que pro seu temor, estavam escancaradas. Nesta olhou afundo no corredor, embora pouco enxergasse com a ausência da luz matinal ou dos candelabros

E então, uma sombra se moveu, aproximando-se dela, lentamente. A cada passo que a silhueta dava, a féerica tremia, mais e mais, tentando, mesmo que desesperada e inutilmente, mover as próprias mãos. Nesta sequer piscou quando a silhueta, ou o que quer que fosse, pairou a poucos centímetros dela, e ela pôde jurar que ouviu, tão claro como se o illyriano ou suas irmãs, até mesmo Amren quando uma única palavra saiu, o som rouco, como um gemido agonizante e sem fim.

" - Corra, Minha Senhora. "

E finalmente, ela pôde respirar. A féerica se sobressaltou da cama, e sem pensar, afastou os lençois do próprio corpo e saiu em passos rápidos, que em poucos segundos, tornaram-se uma corrida desesperada. A féerica ainda conseguia distinguir os sons vindos do Grande Salão, embora tudo parecesse mais abafado e distante, como se estivesse submersa. E talvez estivesse, de fato. Nesta Archeron estava submersa no próprio desespero.

A féerica correu, ignorando a festa que ocorria, agora as suas costas, e saiu em desparada, com o coração palpitando com tamanha força, que seu peito parecia prestes a explodir, embora ainda fosse capaz de guiar os seus passos, para onde quer que fosse, aquilo não poderia ser bom.

Porque a Morte lhe chamara pessoalmente para avisá-la, e todo seus sentidos pareciam gritar aos seus ouvidos o perigo de que, o que quer que fosse, estava prestes a ocorrer

A féerica passou pelo espião, correndo tão desesperadamente que sequer se importou com a camisola de seda, um tanto transparente demais para o seu gosto, ou as feições de puro horror estampadas a sua face, junto ao suor pelo seu torso, que fazia com que seus cabelos grudassem pela sua nuca, escorrendo até os seios e suas costas.

Azriel se virou, e ela não teve tempo de olhar para trás, para saber se ele a acompanharia aquela terrível jornada.

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Cassian

O illyriano despertou pelo que deveria ser a quarta batida em sua porta. suave, mas o suficiente para acordá-lo. Ele não sabia quanto tempo havia dormido, embora estivesse cansado o suficiente para querer virar-se e ignorar o som atrás da porta. Cassian sequer permitiu a si mesmo de pensar no que havia acontecido, ao que pareciam ser algumas horas atrás. Pôs a se vestir apressadamente, e obtendo coragem, observou a fêmea que dormia ao seu lado.

Sua parceira, e agora Esposa. Amiga, e também Guerreira. Aquele simples pensamento era capaz de causar-lhe mil sensações ao mesmo tempo. Ainda assim, ele abaixou-se rapidamente, depositando um beijo sob sua testa. Nesta parecia serena e finalmente..em paz. como ele não a via a muito, muito tempo. Ele não se recordara de um momento em que ela acordara gritando - Embora soubesse que gritara diversas vezes pelo seu nome pouco antes de dormir. Pela sua sanidade, ele ignorou as lembranças e cobriu o corpo da fêmea, antes de partir rumo as portas do quarto.

Pra sua surpresa, Elain Archeron o observava, os olhos cintilantes como as estrelas, como se o aguardassem.

Ele estava prestes a perguntar, quando ela adiantou-se, com um olhar perdido e preocupado. Imediatamente, o illyriano ficou tenso, dando uma rapida olhada a féerica que dormia a sua cama, e então fechando a porta, bloqueando a passagem.

- Azriel pediu que eu o chamasse.

Cassian congelou imediatamente, e ela pareceu notar, pois continuou, abaixando o olhar conforme remexia as próprias mãos nervosamente.

- Ele me pediu que fosse discreta, então..

- Leve-me até ele.

A Vidente não disse uma palavra sequer, apenas maneando com a cabeça, conforme seguia pelo corredor. E conforme a acompanhava, Cassian pôde perceber aos poucos, a situação a sua volta. Não sabia quanto tempo exatamente, havia se passado. Entretanto, a festa ainda parecia acontecer no salão, e julgando pelos sons distintos, com um número menor de féericos, talvez. Já haviam seguido pelo corredor, ultrapassando diversos locais, afastando-se cada vez mais do barulho, de modo que o silêncio torna-se se cada vez mais ensurdecedor. Pigarreando conforme abotoava a camisa, ele observou os céus ao passaram rapidamente por uma das janelas

Ao julgar pela cor, deveriam se passar das três da madrugada. O suficiente para explicar o tempo que passara na cama com sua parceira - e principalmente, o quanto estava exausto. Ainda assim, não parecia tarde o suficiente para o encerramento da festa, que celebrava o último mês da gravidez tão aguardada de seus Grão-Senhores. A Corte Noturna teria então, finalmente o seu primeiro herdeiro.

Ou Herdeira, pensou.

- Ele lhe informou o motiv..

- Não.

A voz o cortou como uma tesoura afiada a um novelo de linha, embora ainda fosse gentil e suave. A féerica segurava a barra do vestido, adentrando no salão de oferendas - Um cômodo pouco usado, e já esquecido. O mesmo, em um piso de mármore branco, estendia-se longamente, repleto de velas e estátuas de divindades, algumas tão antigas que nem mesmo ele saberia decifrar. No entanto, apesar da absurda quantidade destas e de suas sombras, haviam somente ele e Elain ali.

- Azriel não está aqui.

Ele murmurou, e apesar da obviedade dos fatos, a vidente parecia desinteressada em sua presença, encarando então a escultura de um rosto feminino, trajando apenas uma coroa. E lentamente, ela se virou para ele.


E pelos deuses, ele congelou assim quando viu a expressão de Elain Archeron.

Cassian recuou um passo, erguendo uma mão, como se alguma forma, tal gesto fosse ajudá-lo a compreender a situação. No entanto, a féerica apenas deu um passo a sua direção. E riu.

Elain Archeron ria maliciosamente.

- Me surpreendeu o tempo em que vocês acreditaram em todo esse papel, mas sejamos honestos, Cassian. Estou cansada.

O illyriano engoliu em seco, a observando, já analisando uma forma de atacá-la, ou de sequer compreender o que diabos estava acontecendo ali. era um maldito sonho?

- Sabe, sempre acreditei ser a mais esperta entre todas as minhas irmãs. Feyre é sentimental demais, e tola como uma porta.. - Cassian rosnou, um aviso. Entretanto, ela não pareceu se abalar conforme continuava, se aproximando ainda mais ao andar a sua volta - Feyre daria a vida por qualquer desconhecido, e não é somente pelo papel de um bom coração, mas por querer se tornar a grande heroína da história.

Uma breve pausa, e a féerica suspirou, sorrindo ao continuar, cada vez mais perto.

- E Nesta, bom.. eu honestamente, tenho pena dela. Todo esse tempo, dando a vida pelos outros, implorando pra que sentissem pena somente porque está afundada na própria tristeza? patético.

Cassian rosnou, aproximando-se dela.

- Não fale da minha esposa.

A palavra, no entanto, pareceu pegá-la desprevenida, pelo que parecia ser a primeira vez, Elain Archeron estava surpresa. E Cassian viu, por um milésimo de segundo, a vidente levar os olhos a mão dele, especialmente, onde a aliança estava.

- Sabe, eu realmente gosto de você, Cassian. Você aceita ser quem é, e até a ajudou nisso, esteve ao lado dela, e deixou Azriel somente para mim. E eu poderia me contentar com isso, mas não. - Um riso de escárnio escapou dos lábios da féerica, agora a um metro de distância. - A vadia não estaria satisfeita, tendo somente um macho para aquecer sua cama, certo?

E foi ali, que Cassian atacou.

O illyriano avançou em um piscar de olhos, e se ela não o previsse, teria sido acertada em cheio. No entanto, Elain Archeron desviou, mesmo que aos tropeços. Pelos mil infernos, Cassian sentiu prazer ao vê-la tropeçar. Sentiria prazer quando acabasse com a maldita, que sorria satisfeita a ele.

- Tão previsível, até mesmo a você.

Cassian rosnou, exibindo as presas e finalmente abrindo as próprias asas, erguendo os punhos em respostas.

- Eu o deixaria viver, se ela não tivesse tomado meu caminho. Saiba então, Cassian, que não é tão difícil ceifar sua vida, ao contrário do que todos pensam.

E então, foi a vez da Féerica atacar, pegando-o desprevenido, e obtendo vantagem sob o elemento surpresa, Elain agarrou os dedos, frios e pálidos, em seus cabelos, pouco antes de afundar o rosto do illyriano em uma das esculturas, de modo que esta se destruísse em cinzas, fragmentos e o sangue do Illyriano, que cuspindo, levou a mão até a da fêmea, virando-a com força o suficiente para sentir o osso se partindo em apenas um estalar.

Elain gemeu, rosnando em resposta, e antes que ambos pudessem dizer algo, as portas se abriram, e Nesta Archeron apareceu, seguida pelo encantador das sombras as suas costas, em pura fúria e poder. Como se a Morte e as Sombras estivessem juntos.

No entanto, a vidente apenas virou-se, com as presas amostra conforme os analisava com um olhar de uma esposa ao ver seu parceiro a mesma cama que uma amante.

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Nesta Archeron

Elain encontrava-se de joelhos, exatamente onde ela queria, poucos segundos antes de avisar seu parceiro manchado pelo próprio sangue, com pedaços de gesso sob os cabelos, agora desgrenhados. Antes que ele pudesse fazer o que gostaria, ela se aproximou, caminhando lenta e confiantemente, como um felino rumo a sua presa. Nesta encarou Cassian, seu parceiro, seu marido por poucos segundos, seu último traço de humanidade daquela noite tão interminável e agonizante. E então, os mesmos olhos que a poucos segundos haviam brilhados, mesmo a pouca iluminação, perderam toda sua luz, tornando-se vorazes e famintos, sem qualquer sinal de piedade quando a féerica levou a mão ao pescoço de sua irmã. Ou o que quer que ela havia se tornado ou fora.

Nesta arrastou a vidente pelo pescoço, segurando-o com mais firmeza do que o necessário, e as suas costas, seu parceiro a observava como se não a reconhecesse, embora um brilho de satisfação tomasse conta de seu olhar. E as suas costas, O encantador das sombras assistia, com as asas amostra e a mais pura escuridão envolta das mãos, aguardando sua vez de intervir, se fosse necessário. No entanto, a guerreira prosseguiu, arrastando a vidente, que se debatia em seus braços, até o centro do salão, pouco antes de arremessá-la contra a parede, entrelaçando os dedos nos fios dourados e cacheados de Elain, arremessou o rosto da própria irmã em uma pancada brutal contra a parede.

- Isso, querida e doce Elain, é pelo meu marido.

Uma segunda pancada, mais forte, e dessa vez a féerica cuspiu sangue, arquejando.

- Isso, é por todas as suas mentiras.

Outra.

- E isso, é por Azriel.

E então, Elain despencou ao chão, e pela primeira vez em sua existência, Nesta Archeron não olhou para trás conforme seguia até os illyrianos. Havia dado poucos passos quando a vidente se reergueu, com um sorriso doentio em seu rosto.

- Antes, não seria do meu agrado acabar com sua vida, mas agora.. agora será.

Até mesmo O Capitão e o Espião ficaram em silêncio, e os passos corridos de Morrigan, que chegara tão lentamente, como se, de alguma forma, Elain também controlasse o ambiente ao seu redor, assim como o futuro

No entanto, Nesta apenas resmungou, como se a vidente fosse pouco mais que um inseto que a incomodava antes de cuspir no rosto da mesma. E foi ali, que Elain Archeron havia perdido completamente a lucidez - a única humanidade que havia lhe restado, talvez. Dessa vez, pro horror de Nesta, o tempo, antes desacelerado, agora se assemelhava a um carretel enrolado, que no momento em que um nó inoportuno era desfeito, a fita corria rapidamente ao seu campo de visão. Com um rosnado, um rosnado que Nesta jamais esqueceria, Elain Archeron desferiu as mãos contra a saia do vestido, completamente amassado - E se reergueu, com uma força descomunal, pegando-a desprevenida conforme a arremessava contra uma das estátuas, que se espatilhou em milhares de fragmentos.

E foi Morrigan, Morrigan, que sempre detestara Nesta. Morrigan, que sempre julgava suas roupas, seu comportamento e sua presença, Morrigan, que a questionava em absolutamente tudo, que tomou a frente, interrompendo o caminho do oráculo, que observava com os olhos marejados, em um misto de mágoa, fúria e decepção, ela se manteve firme ali.

- Chega.

Elain piscou, como se jamais houvesse - E talvez de fato, aquilo fosse verdade - uma ordem. Observando a fêmea em seu caminho, pro horror de Azriel, que finalmente pareceu obter controle do seu corpo, ambas se chocaram em uma luta descomunal, socando, chutando, desferindo golpes e arranhando, empurrando sem hesitação qualquer. - Porque aquilo significava viver. Não somente viver, mas defender os seus.

Fosse a Corte Noturna, ou todos os Oráculos ancestrais que habitavam em um só corpo.

Morrigan lutou bravamente, melhor do que muitas guerreiras e guerreiros que até mesmo Nesta já havia visto.. mas quando seu corpo se chocou em um estalo no chão, aos pés do espião, que agora urrava em um som tão estridente, que ela jurou que os vidros da janela se partiriam, um por um.

E foi ali, que Nesta Archeron finalmente entendeu o que era de fato, Amar alguém.

Amar alguém a tal ponto, que não hesitaria em dar a sua própria vida. Amar alguém a tal ponto, que a simples idéia de viver sem aquela pessoa, parecia um destino pior que a morte que lhe aguardava. O caldeirão teria se partido novamente, ao ouvir os pensamentos que se formavam na mente dela. Nesta amava Cassian a tal ponto, que não conseguia sequer imaginar uma vida sem ele. Não conseguia visualizar acordar um maldito dia, sem sua voz para irritá-la, aborrecê-la, retirar uma risada incoveniente, ou até mesmo um gemido seu

Amava Cassian, o amava a tal ponto, que não teve sombra de dúvida sequer, ou até mesmo medo, quando atirou o próprio corpo em um escudo, o escudo que sempre protegera Elain - O escuro que agora se tornara uma arma, virando-se contra ela, e principalmente, para proteger-se dela, e dos que ela ameaçava. Lentamente, Elain Archeron, visualizando o seu futuro, o futuro que moldara e sabia que sairia como vitoriosa, retirava a adaga do seu vestido, e apunhalava o capitão da corte noturna.

Elain o apunhalou em cheio no coração.

Até perceber, em um piscar de olhos, que não se tratava do Capitão, e sim de sua parceira.. A vidente arregalou os olhos, em um misto de surpresa e horror, conforme a lâmina se encaixava no coração de sua irmã, a mais velha entre elas.


Será derrotada pelo próprio coração

Nós vencemos, nós perdemos

Sua vitória será grandiosa e curta

Será derrotada pelo próprio coração

Nesta Archeron desabou no chão em um som ensurdecedor.

Cassian gritou, gritou de uma forma, que Azriel, Morrigan e até mesmo todos os oráculos dentro daquele único corpo feminino e imortal, jamais seriam capazes de esquecer. O illyriano urrou, como um animal ao perder um dos seus, e caiu de joelhos, em choque. A sua frente, Elain Archeron piscava, completamente horrorizada com o que havia feito, ou talvez a maneira como seus planos haviam sido derrotados, e talvez, só talvez, estivesse horrorizada, em luto pela irmã, caída a sua frente. O olhar de Nesta Archeron, sempre em chamas, marcante e delineado, agora encontrava-se sem vida, em direção a um ponto fixo e inútil, conforme seu parceiro urrava sem fim, com o corpo da esposa em seus braços. Elain Archeron deu um passo para trás, e mesmo com a gargalhada irônica que escapava de seus lábios, as lágrimas rolavam em seu rosto, descendo abaixo em uma correnteza sem fim, junto ao sangue que salpicava todo seu torso.

Morrigan saiu dos braços do Espião, como se fosse incapaz de acreditar no que estava a sua frente, rastejou até a cena, observando a féerica morta e inerte no chão, nos braços de seu parceiro. E Cassian, que ninguém jamais vira derramar uma lágrima, e estava sempre sorrindo, encontrava-se em lágrimas, e em um único sussurro, clamou a sua confidente.

- Mate-me, Morrigan.

Morrigan piscou, horrorizada, enquanto Cassian retirava a adaga do coração de Nesta e entregava em suas mãos, apontando para o próprio peito, suplicante.

Nem mesmo os olhos do capitão ou da féerica, considerada como a balança da justiça, sempre capaz de revelar a verdade, puderam prever a fúria do encantador das sombras, que avançou contra a vidente, e sem dizer uma única palavra, olhando afundo em seus olhos, Azriel cravou, com toda sua força e puro ódio cego e estampado no olhar, a reveladora da verdade no peito de Elain Archeron, e finalmente dando um final a sua vida.

Ou o que restara dela.

Ele não hesitou, nem por um segundo.
Não sentiu sequer remorso, e viu somente um ato de misericórdia ali, a Elain que um dia existira, se é que existira de tal forma.

Azriel encarou afundo os olhos cintilantes dela, com puro ódio, e até mesmo a sua imensidão negra foi capaz de dizer, mesmo em silêncio, mesmo no último momento.

" A encontro no inferno. "


E quando o corpo dela desabou no chão, o mundo, o ambiente a sua volta, que costumara ser confuso, pertubador e distante, parecera voltar aos eixos, aos tempos em que o espião se recordara do som de Morrigan rindo, o sorriso de seus grão senhores, onde ali, havia a paz.

E antes que ele pudesse pensar que a havia restaurado, virou-se de costas, observando seu irmão implorar pela morte como jamais havia feito, Azriel apenas se aproximou, e tomou o lugar da fêmea, sussurrando para Morrigan entre uma respiração cortada.

- Rhyssand e Feyre.

A loira não deu uma palavra, apenas avaliou a situação antes de partir, correndo pelos corredores, agora um tanto mais iluminados conforme o tempo voltara a correr normalmente, como se tudo, voltasse ao normal..tudo..exceto Cassian.

- Cassian.

Azriel sussurrou, levando a mão ao ombro do féerico a sua frente, que mais parecia uma das carcaças deixadas por Amarantha.

- Irmão.

Foi a primeira vez que ele havia dito. Que finalmente havia dito, em voz alta, e tão nitidamente. Por um segundo, o olhar de Cassian tomou ao seu, pouco antes de suplicar novamente.

- Mate-me, porque qualquer coisa é melhor que viver sem ela.

Azriel apertou os lábios, lembrando-se das palavras de Nesta Archeron, há semanas atrás, quando haviam considerado a possibilidade de ela ser a assassina - A essa altura, parecia ridículo. E doeu em seu coração, quando ouviu a voz da féerica em sua mente, conforme recordava-se do sorriso exausto e brincalhão quando disse

" - Se eu o fizer.. mate-me. "

Azriel piscou, conforme uma idéia surgia em sua mente, insana, brilhante e doentia.

Feyre não fora chamada, devido ao avanço de sua gravidez, entretando, Rhyssand chegara, e o Grão Senhor levou seu olhar ao corpo caído de Elain Archeron, largado ao chão como folhas de outono, e lentamente, seu olhar se dirigiu ao corpo de Nesta, e. então o de Cassian. Lentamente, as engrenagens pareciam tornar a funcionar na mente do grão senhor, que transparecia cada vez mais horror conforme entendera o que havia se passado ali. E lentamente, Rhyssand tomou o olhar de Azriel, que por um deslize, havia abaixado suas barreiras, deixando que seu Grão - Senhor adentrasse em sua mente..e visse. visse aquela maldita idéia.

No entanto, Rhyssand se aproximou, abaixando-se, e ignorando completamente as súplicas de Cassian, atirou a lâmina para longe, e delicadamente, como se segurasse sua vida em suas mãos, um brilho de pura luz e poder surgiu, aumentando cada vez mais, até tomar a palma de sua mão, como Azriel jamais havia visto antes, e quando a mão dele aproximou-se do peito paralisado da fêmea, ele levou a sua junto, e quando ambos a tocaram, Azriel sussurou em sua mente, pro horror de Rhyssand.

Sou eu

é você

somos nós.

Acorde, Nesta Archeron.

E pelas profundezas do inferno, Azriel não sabia se fora o que havia dito, mesmo tão profunda e internamente que havia funcionado, ou a faísca de luz, vida e poder que seu Grão Senhor havia dado, mas Nesta Archeron arquejou, abrindo os olhos conforme o buraco em seu peito se fechava.

A última coisa que ouvira fora Cassian, que entre lágrimas, sussurrara um Obrigado profundo, e abraçou a fêmea com força o suficiente para que jamais escapasse.

E ela não escaparia

Sua última recoordação daquela noite, fora o olhar de Morrigan, que coberta de sangue, também abraçara a féerica, e o observava com..desaprovação. Desaprovação e Fúria.

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