God's Menu | TAEJIN

By reasontaejin

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"É fácil escolher o que você quer nessa loja Qualquer coisa no cardápio vai satisfazer seus 5 sentidos" Seokj... More

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By reasontaejin


atualizando bem cedinho porque esta autora aqui é universitária e tá em fim de semestre, ou seja, ATOLADA kkkk então é melhor que eu tire um tempinho aqui enquanto eu to trabalhando pra durante a tarde eu conseguir estudar.

MAS E AÍ, NOSSOS MENINOS FORAM INDICADOS AO GRAMMY AAAAAAAAAAAAAAAA QUE FELICIDADE. Tem nada a ver com a fic, mas é sempre bom ficar feliz por eles <3

Enfim, vamos ao cap? kkkk temos aqui a primeira dose de taejin, mas queria lembrar que o que acontece nesse cap não define NADA. Taehyung ainda tem taaaanta coisa pra viver e pensar rs

enfim, boa leitura xuxus. E obrigada pelos votos e comentários <3 eu to mt feliz pelo retorno! Em breve a fic vai ser postada tb no spirit!

Taehyung não precisou de despertador para acordar naquela manhã, seu corpo tão ansioso despertou naturalmente, fazendo o inquieto rapaz levantar da cama e já se arrumar para poder abrir o restaurante.

Antes do horário de almoço, ele e Chan sempre arrumavam o salão e iniciavam o preparo básico de alimentos que sempre apareciam nas receitas. Era crucial deixar coisas adiantadas, pois no horário de rush as coisas aconteciam rápido, os pedidos chegavam um atrás do outro e só havia um cozinheiro disponível, sendo revezado por ambos.

O Kim sabia que naquele dia receberia uma ligação importante, aquela que ditaria o futuro de seu negócio, por isso não conseguia ficar parado, pois quanto mais deixava que o pensamento tomasse sua mente, mais ficava nervoso. Assim que estava pronto, desceu as escadas, já estando no restaurante, pronto para preparar para abrir.

Não demorou muito para que Bang Chan chegasse, um pouco menos nervoso que o mais velho, mas ainda assim com expectativas altíssimas pelo dia de hoje. Juntos, tentaram aliviar a tensão cumprindo suas tarefas. Taehyung deixou o salão limpo, desceu as cadeiras, limpou os forros das mesas e depois foi checar o armazenamento. Tudo okay. Chan separou os alimentos, pois naquele dia em questão ele estaria na cozinha, começou a cortar tudo o que precisava e deixou os congelados fora do freezer para ficarem prontos para o uso mais tarde.

Era uma manhã um pouco fria de outubro, logo mais o inverno daria as caras e Taehyung precisava começar a pensar nos aquecedores, mais um item de preocupação à sua lista. Os dois rapazes vestiam roupas mais aconchegantes ao clima, mas a correria do dia fez com que eles suassem um pouco. Era sempre assim.

— Seokjin disse a que horas ligaria? — Chan perguntou enquanto picotava uma cebola e Taehyung balançava a perna de forma inquieta ao seu lado.

— Não, só disse que ligaria — respondeu olhando as unhas roídas. — Pode ser a qualquer momento, por isso todo esse nervo.

Chan deu uma risadinha e colocou a cebola picada num recipiente, depois lavou as mãos e secou no avental escuro. Ambos já tinham adiantado muita coisa e nem era 11h da manhã ainda, o que significava que o plano de ocupar a mente havia ido por água abaixo.

— E se ele vier aqui?

Taehyung imediatamente fez a possibilidade flutuar por sua mente. Seokjin chegando com um terno elegante, o andar quase como um desfilar pelas portas, o sorriso ladino e sugestivo para ele e uma boa notícia sendo transmitida. Aquilo causava uma sensação na boca de seu estômago.

— Se ele passar por aquelas portas vai ver um homem nervoso que já roeu todas as unhas possíveis — riu nervoso e Chan balançou a cabeça.

— Totalmente compreensível. Mas vai dar tudo certo, confia em mim, hyung. — Ele deu uma piscadela e voltou a cortar os alimentos na tábua.

Taehyung respirou fundo e decidiu seguir para o escritório em busca de qualquer coisa para ocupar a mente. Assim que fechou a porta e se sentou na frente do notebook, procurou qualquer coisinha nos arquivos que diziam respeito ao restaurante, mas já estava tudo mais do que organizado. Ele fazia o controle do estoque anotando em planilhas, a contabilidade tinha um arquivo próprio e tudo isso já estava organizado. Bufou frustrado e apenas jogou a cabeça para trás, fechando os olhos e sentindo todo o nervoso percorrer por suas veias. O mal do Kim era ser muito ansioso para tudo, isso às vezes o atrapalhava em âmbitos da vida, não queria que isso afetasse o expediente de hoje.

Passou as mãos pelos fios escuros e tentou buscar um pouco de calma, mas logo foi interrompido pelo único som que queria ouvir naquela manhã: O toque de seu celular.

Atrapalhado, ele abriu os olhos instantaneamente e tateou os bolsos em busca do aparelho que vibrava e com as mãos trêmulas viu o mesmo número que havia ligado marcando a visita alguns dias antes. Com certeza era Seokjin.

Deslizou o dedo pela tela e tentou não transparecer que estava quase em colapso quando atendeu.

— Alô?

Taehyung? — Era a voz dele chamando por seu nome, sugestiva e suave. Dava quase para imaginar o sorriso de canto do mais velho do outro lado da linha — É o Seokjin. Como você está?

— Ótimo! Estou ótimo, e você?

Seokjin, que estava em sua casa, mais precisamente em sua cama, se aconchegou sorrindo ao ouvir a voz profunda do outro, percebendo sua ansiedade.

— Estou muito bem. Sabe, eu ia te ligar mais tarde, mas não tem porquê adiar isso, então eu vou te dizer de uma vez, assim acabamos com a ansiedade um do outro.

Taehyung engoliu em seco com a pausa leve que Jin fez. Era a hora de saber do futuro de seu estabelecimento, se iria ao céu ou se levaria um tombo astronômico. Seu corpo estremeceu e ele se preparou, fosse o que fosse que seria dito.

— Pode falar.

Seokjin conseguia visualizar as veias dos braços trêmulos de Taehyung e seu corpo inquieto enquanto ele mexia nos cabelos, tentando transferir o sentimento nervoso para qualquer canto. Soltou uma risada em sopro imaginando o quão atraente ele deveria estar naquele momento.

Meus parabéns, Taehyung. O La Familia agora faz parte do grupo do Sindeul-ui Menyu! Eu visitei todos os estabelecimentos que estavam com a proposta e o seu foi o melhor, então decidi que vamos investir no seu restaurante.

Os olhos dele se arregalaram na hora e sua boca ficou levemente aberta enquanto processava a informação. Era o que mais queria ouvir, mas parecia tão irreal, tão longínquo que achou que ainda estava sonhando.

Mas não, ele estava muito bem acordado, aquilo era verdade, a mais pura delas. Ele foi desperto de seu transe com a risada suave de Jin do outro lado da linha.

Taehyung? Ainda está aí?

— Ah, sim! Céus, eu só não estou conseguindo acreditar! — respondeu atônito. — Muito obrigado por isso, Seokjin! Obrigado por ter confiado em mim, eu tenho certeza que vamos conseguir juntos fazer um ótimo trabalho por aqui!

Você pode me agradecer pessoalmente — disse. — Precisamos alinhar algumas coisas. Pode me encontrar mais tarde?

— Claro, só dizer onde! — exclamou se levantando da cadeira.

Vou te enviar a localização. Nos vemos às 18h?

— Com certeza.

Com os ânimos lá em cima, ele encerrou a ligação e saiu correndo do escritório tal qual uma bala, tropeçando nos próprios pés e nas mesas do salão. Abriu a porta da cozinha esbaforido, fazendo Chan quase se cortar com a faca. O mais novo arregalou os olhos ao ver o estado eufórico do amigo.

— Bang Chan! A gente conseguiu! A gente conseguiu, caralho! — gritou tão alto que sua voz ecoou pelo recinto.

— O que? É sério, hyung? — Chan exclamou largando tudo na bancada.

— Sim! O Seokjin acabou de me ligar!

Chan correu para Taehyung e o abraçou forte, ambos pulando de alegria por aquele momento que tanto esperaram. Agora eles tinham um investidor, teriam recursos para expandir o negócio e transformar aquele pequeno e intimista restaurante em algo bem maior. As coisas melhorariam, o trabalho duro iria render mais dinheiro e mais sucesso. Não poderiam estar mais felizes.

— Seokjin pediu que eu o encontrasse hoje mais tarde. Meu deus, eu tô surtando! — Taehyung disse se soltando do abraço.

— Uau, ganha notícia boa e um date ainda por cima — Chan disse de forma sugestiva, fazendo Taehyung revirar os olhos.

— É um encontro de negócios, seu idiota. Você e o Jimin insistindo nisso, até parece que aquele homem vai querer algo comigo. Além do mais, eu já disse, não misturo profissional e pessoal.

— Sei... Não dou um mês.

— Pra quê? — Franziu o cenho.

— Pra você dar uma escapadinha com ele e o levar pra cama — Chan disse com a sobrancelha erguida e ganhou um tapa ardido no braço. — Ai!

— Para de dizer asneira. Agora vamos trabalhar, a gente vai ter que fazer muito por aqui nos próximos meses.

Bang Chan riu e balançou a cabeça. Eles estavam imersos em felicidade, agarrando aquela oportunidade que tinham com unhas e dentes. A vida iria melhorar de agora em diante.

[...]

Taehyung recebeu a localização do lugar e viu que Seokjin o havia chamado para ir a um barzinho a alguns quarteirões dali. Era um local bem casual, certamente o mais velho havia escolhido para que eles ficassem descontraídos enquanto conversavam. Sendo assim, ele se arrumou de acordo com a ocasião, trajando jeans escuros, uma camiseta de botões vermelha, um sobretudo preto e sapatos fechados. Os fios escuros estavam alinhados e úmidos, o perfume exalando pelo quarto enquanto ele dava os últimos retoques na aparência.

Logo que estava pronto e o horário já batia em seu relógio, chamou um carro para levá-lo. Não queria usar seu automóvel velho para ir, afinal, se estavam indo a um barzinho, com certeza iria beber. Taehyung era muito responsável nesse quesito e uma multa gorda por conta de direção irresponsável não estava em seus planos e muito menos em seu orçamento atual.

Quando desceu para a rua, o carro já estava na porta. Ele cumprimentou o motorista com educação e adentrou o veículo, observando o céu que já dava indícios de noite. A viagem era rápida e só deu tempo de Taehyung trocar algumas mensagens com Jimin, que inclusive estava animado com o suposto "date". O Kim balançou a cabeça rindo da besteira do amigo e uns bons 15 minutos depois já estava pagando a corrida ao simpático motorista e deixando o carro.

O barzinho era bem localizado e aberto. Algumas pessoas já estavam sentadas tomando seus drinks, alguns fumando e soprando a fumaça, outros apenas conversando ou beliscando petiscos. Uma música ambiente tocava ao fundo e Taehyung varreu o local com os olhos à procura de Seokjin. O mais velho já estava lá, o encontrou em uma mesa mais distante, olhando pacientemente para um tablet. Taehyung sorriu e respirou fundo, andando calmamente até ele.

Assim que estava próximo o bastante, ele parou de pé e o mais velho não percebeu sua presença, fazendo com que ele tivesse de o chamar.

— Seokjin? — disse com sua voz barítona, despertando a atenção do outro e fazendo seus olhos se levantarem.

— Taehyung! Oi! — Sorriu se levantando da cadeira — Que bom que veio! Senta! — Indicou com a mão a cadeira em frente de si.

O mais novo sorriu e se acomodou. Ele conseguiu reparar no mais velho, percebendo que ele vestia uma camiseta em gola V preta, calças justas e um sobretudo como o seu. Os cabelos estavam mais despojados, sem o gel habitual, livres e balançando com o vento. Ele estava realmente bonito.

— Quer beber algo?

— Uma cerveja — respondeu e imediatamente Jin chamou o garçom, que se prontificou em pegar a bebida para Taehyung e servi-lo em um copo.

Seokjin não conseguia não reparar em como o mais novo estava atraente, mesmo não fazendo nada. O casaco escondia seus braços pouco definidos, mas seu maxilar forte era alívio do mesmo jeito, os cabelos balançando com o vento só faziam com que ele ficasse ainda mais bonito. Era um homem de tirar o fôlego.

— Eu preciso de verdade agradecer pela oportunidade, Seokjin. Chan e eu ficamos muito felizes, vamos dar nosso melhor — disse animado e com os olhos brilhantes.

— Seu restaurante merece o investimento. Sinceramente eu fiquei fascinado com a comida. Cheguei até a procurar ontem em aplicativos de entrega, mas tive que me contentar em comer outra coisa. — Riu e o outro acompanhou.

— Nós até pensamos nisso, em fazer entregas, mas não estava dentro do orçamento. Mas quem sabe no futuro, não é?

— Com certeza — respondeu e depois deu um gole no drink vermelho que tomava.

Taehyung concentrou seus olhos no homem em sua frente e perdeu o ar quando ele limpou os lábios carnudos com a língua. Era tão atraente, tão sugestivo... E ele simplesmente adorou ver aquilo, mesmo que fosse algo quase insignificante.

— Bom, nós precisamos falar um pouco sobre como vai ser tudo isso — retornou a dizer e Taehyung se recompôs, pigarreando e tentando manter a compostura. — A partir do momento em que firmamos o contrato, o dono e representante do Sindeul-ui Menyu passa a ter parte no seu negócio. É uma porcentagem grande, considerando que nós estamos injetando dinheiro em seu negócio com uma espera a médio prazo de que cresça.

— Eu compreendo, estava ciente disso quando busquei o investimento — disse seguro.

— Imaginei. Você parece ser um homem muito inteligente. — Sorriu de canto e Taehyung ficou com o ego levemente amaciado pelo elogio — 40% é muito em sua concepção?

Taehyung ponderou por um instante. Era um número considerável, no entanto se fosse colocar tudo na mesa, era justo. Ele estava ganhando uma oportunidade grande que jamais teria sozinho.

— É o justo, eu penso. — Bebericou mais um pouco da cerveja.

— Ótimo. — Jin sorriu — Vamos precisar, de agora em diante, montar um plano estratégico e ver o que podemos fazer para alavancar o seu negócio. Isso vai desde estrutura até divulgação. Aqui. — Ele colocou o tablet na mesa, mostrando um mapeamento — Essa é a área em volta do La Familia. Essa é a rua do restaurante, bem larga, o que já nos dá vantagem. Aqui tem uma escola, — Apontou no mapa — prédios residenciais e esses aqui que estão para aluguel, certo?

Taehyung olhou bem, Jin tinha razão.

— Esses dois prédios estão vazios há muito tempo. Esse fica do lado do restaurante. — Apontou com a mão no mapa e Jin fixou seus olhos.

— Exatamente. Nós podemos expandir, mas isso seria a longo prazo. Os clientes que comem no seu restaurante geralmente vem daqui — apontou a rua de cima, onde havia algumas pequenas empresas e lojas — e aqui — apontou a escola. — Nosso plano é expandir a clientela, então atrair o pessoal das outras áreas.

O mais novo observou o mapa com atenção, expandindo a imagem com os dedos e pensando no plano estratégico. Jin parecia ser bom nisso, pensava grande e ele gostava muito que alguém acompanhasse seu raciocínio dessa forma.

— Taehyung, nós temos tudo para poder transformar seu restaurante em um local muito frequentado — disse com a voz mais suave, levando sua mão até a dele, ganhando a atenção de seus olhos.

O toque levemente gelado fez pequenas cargas elétricas percorrerem as veias do mais novo. Era macio, mas ao mesmo tempo sugestivo. Os lábios carnudos estampavam aquele sorriso de canto e os olhos fixos e confiantes quase que hipnotizavam. O mais novo não se desvencilhou do toque, tampouco achou ruim, na verdade ele estava preso num transe que era olhar Seokjin.

— Tenho certeza de que você vai saber exatamente como fazer isso — sussurrou um pouco atônito, sem piscar ou desviar o olhar.

Levemente o outro recuou a mão e deu mais um gole no drink. Seokjin sabia exatamente como começar aquele joguinho, com sutileza, com calma, sem se apressar. Toques diziam muito, olhares o mesmo. A forma como ele fitava o mais novo mostrava nas entrelinhas que ele era desejado, que sua atenção estava totalmente voltada a ele. O mais velho era esperto e sagaz, mas também extremamente paciente.

E Taehyung, sem perceber, estava dando passos lentos na direção daquele joguinho. Por mais que seu lado profissional fosse bastante evidente, era inevitável não ficar mexido com aquelas coisas, com aquele olhar, com a voz aveludada, com as intenções.

— Bem, meu pai quer se reunir conosco. Provavelmente para que assinemos o contrato — falou de forma natural, como se aquele breve e pequeno momento nem tivesse acontecido. — Vou ver direito com ele quando isso vai acontecer, mas não deve demorar.

O mais novo, tentando se recuperar do transe, assentiu e logo depois tomou um gole longo de cerveja. Sua cabeça estava começando a ficar bagunçada, as reações de seu corpo e sua postura entregavam que ele não estava cem por cento concentrado apenas no profissional.

O seu copo já estava vazio outra vez e o garçom prontamente resolveu o problema. Seokjin guardou o tablet em sua bolsa e então entrelaçou os dedos em cima da mesa, fitando Taehyung com o típico sorriso.

— Bem, já que a gente está bebendo, que tal se nos conhecermos um pouco melhor? Vamos trabalhar juntos por um longo tempo.

Taehyung sorriu de canto também e concordou, fazia sentido no fim das contas.

— Eu não sei falar muito de mim. — Deu de ombros.

— Tenho certeza que tem coisas interessantes a contar.

Riu soprado e depois de um gole voltou a dizer.

— Bem, eu tenho 25 anos, herdei o restaurante quando a minha avó morreu, sou formado em gastronomia e moro num apartamento pequeno em cima do La Familia.

Seokjin se ajeitou na cadeira.

— Formado em gastronomia? Isso é ótimo. A comida que eu provei naquele dia não foi você quem fez, certo? — O outro assentiu — Então quero, o quanto antes, provar do que você tem a oferecer.

Mais uma frase ambígua que fez a boca do estômago de Taehyung esfriar. Por mais que ele tentasse não pensar que aquilo era um flerte descarado, seu inconsciente gritava para ele responder à altura.

— É mesmo? Eu tenho muito a oferecer — levantou a sobrancelha ao dizer, mas se arrependeu instantaneamente.

Era como Jimin dizia, ele era um conquistadorzinho e isso estava intrínseco em si, podia tentar o quanto fosse não demonstrar e ser alguém sério e profissional, mas seu verdadeiro eu sempre vinha à tona, principalmente quando tinha interesse envolvido. Taehyung não podia negar nem por um segundo sequer que aquele homem sentado em sua frente o atraía, que era bonito, que tinha uma voz sedutora. Jamais poderia ser hipócrita e tentar desviar do fato de que gostou de conhecer aquele investidor, não só pela oportunidade, mas porque ele era exatamente o seu tipo.

Seokjin deu um pequeno sorriso vitorioso e bebeu o restante de seu drink. Via como o outro estava um tanto confuso em suas reações e sempre acaba entregando seu interesse, mesmo que fosse sem querer. Só com aquela frase ele pôde deduzir que Taehyung era do tipo flertador de pé de ouvido, daqueles que deixa sua marca, que gosta de contato.

— Mas e você? Não quero falar só sobre mim — o mais novo disse tentando soar natural.

— Bem, como você já sabe, minha família é dona da Sindeul-ui Menyu, mas isso é só detalhe. Eu trabalhava com a parte de imprensa e divulgação da marca, mas meu pai decidiu que eu deveria me dedicar à outras coisas agora. — Deu de ombros — Eu moro em um condomínio perto do seu restaurante, poucos quarteirões acima e vivo sozinho. Acho que é isso.

— Também vivo sozinho — Taehyung completou, não sabia o motivo, mas precisava enfatizar aquela informação. — Já pensei em morar com um dos meus amigos, mas é melhor ficar em um local só meu, eu prefiro. Privacidade é tudo.

Jin assentiu e logo mais um copo de seu drink chegou. Conforme o álcool ia invadindo o corpo de ambos, mais eles se soltavam e o assunto começava a render. Mais descontraídos e sorridentes, cada um começou a contar sobre a vida, faculdade, família e até mesmo relacionamentos. Ali Seokjin conseguiu garantir que Taehyung era solteiro, a informação foi guardada muito bem por ele. Claro que a diferença do estilo de vida dos dois era discrepante, mas naquela hora mal importava, estavam absortos na conversa e nas risadas, como se tivessem se conhecido há anos.

Em dado momento, Taehyung foi ao banheiro e quando retornou, não ocupou a cadeira que estava antes, sentando-se ao lado de Jin e podendo conversar mais de perto. O mais velho adorou aquilo. Pouco falavam sobre negócios, por mais que a ideia daquele encontro fosse essa, o assunto pareceu ter ficado minimizado para os dois. Eles iam explorando cada pedacinho da história um do outro, falando sobre experiências desde adolescentes até atuais.

Enquanto ria, Seokjin tocava sutilmente o ombro de Taehyung e ele não repelia o toque, muito pelo contrário. Os perfumes de ambos se misturavam em seus olfatos, o calor corporal trocado pelos ombros que se recostavam. Definitivamente aquele não era um encontro de negócios mais.

— Então quer dizer que você deu um pé na bunda daquele ator famoso? — Taehyung perguntou divertido depois de horas de conversa.

— Não foi um pé na bunda, só não queria mais — respondeu rindo. — Tinha química e tudo, mas é um saco não conseguir manter conversa com alguém, sabe?

— Entendi. Eu também andei saindo de um rolo tem uns meses. O garoto estava no caminho pra se apaixonar e eu não estava na mesma sintonia. Agora meu melhor amigo quer dar uns beijos nele.

Seokjin deu uma risada soprada, seus dedos finos apertando o ombro do mais novo. Eles pareciam estar bem íntimos naquele ponto, mas não o bastante. Mas Jin sabia que ainda estava cedo para dar um passo a mais, deixaria o gostinho de sua presença marcada no mais novo, fazer com que ele buscasse por mais com o tempo.

Não estava com pressa tampouco era imediatista, aquilo levava um certo tempo.

— Aposto que esse cara ainda te liga às vezes, acertei? — Taehyung perguntou.

— É, ele liga, geralmente quando bate a carência, mas eu não vou até ele — respondeu e depois deu um gole no drink. — Sabe, tem um certo tipo de pessoa que acha que o mundo deve comer na palma de suas mãos, mas eu não gosto disso. Eu não curto me sentir pressionado, eu prefiro as coisas naturais, toda aquela dança desde o se conhecer e o ir para os finalmentes.

— É muito bom ir desvendando as pessoas, de pouco em pouco... Como um livro que você lê — Taehyung disse mais baixo, os olhos fixados nos lábios do mais velho. — Qual a graça quando conhece tudo de uma vez? Sem a emoção da descoberta, sem as surpresas no meio do caminho?

Seokjin sorriu e concordou com a cabeça.

— Exatamente assim que eu penso.

Uma tensão se fez entre eles e o silêncio gritava mil e uma coisas. Levemente alterado, Taehyung lutava dentro de si mesmo, a vontade de beijar aquela boca convidativa e o senso de se manter sério e profissional brigando em seu interior. Sua respiração estava pesada e seus olhos concentrados, quase se deixando cair pela tentação.

Mas foi salvo pelo gongo.

O toque do celular de Seokjin desfez o clima e ele praguejou mentalmente, pois estava sentindo que estava ganhando aquela disputa por pelo menos um segundo. Contrariado ele pegou o aparelho e viu o nome de Yoongi brilhando na tela. Nunca quis tanto esganar o melhor amigo.

— Você me dá licença um minutinho? — indagou e o mais novo, acordando novamente do transe, assentiu rapidamente.

Jin se levantou e foi para um lugar mais vazio. Atendeu a ligação no meio do caminho já pronto para soltar os cachorros em cima do Min.

— Yoongi, você tá' atrapalhando meu flerte.

Boa noite pra você também, hyung — disse rindo do outro lado da linha. — Desculpa estragar seu joguinho de sedução, mas eu preciso da sua ajuda.

— O que houve? — Suspirou.

Problemas que eu não sei resolver. Não precisa ser agora e nem hoje, mas amanhã de manhã com certeza. Parece que a informação de que você estava procurando um investimento vazou e a imprensa está pegando fogo querendo saber sobre isso. Não sei lidar com essa pressão, eu vou surtar!

— Yoongi, por deus, isso é fácil de driblar. — Ele passou a mão nos cabelos — Olha, amanhã de manhã eu passo na empresa antes de ir pro restaurante, ok? Agora vai descansar, vai namorar um pouquinho com o Hoseok e me deixa voltar pra mesa. O Taehyung tá atordoado e eu tô adorando ver ele vindo pra mim sem nem se dar conta.

Yoongi riu soprado do outro lado da linha.

Você realmente gostou desse cara, né?

Jin olhou de rabo de olho para a mesa e viu Taehyung tomando um gole de sua bebida. Seu pomo de adão evidente enquanto ele engolia o líquido fez o Kim perder o fôlego, o maxilar marcado era sexy. Sentado com o braço na cadeira ao lado e olhando ao longe, Seokjin podia jurar que aquele homem nem sequer era real, só um produto de sua imaginação.

— Nós conversamos a noite toda... Yoongie, eu realmente quero ver até onde consigo chegar. Ele além de bonito, é interessante. Não é como esses caras com quem eu andava saindo — disse sorrindo ladindo.

Só toma cuidado, viu? Você tem essa mania de joguinhos de sedução, interesse, mas pode acabar se apaixonando no futuro. Antes de tudo vocês agora são sócios.

Seokjin revirou os olhos e bufou.

— Eu não tenho 16 anos, Yoongi. Eu sei o que estou fazendo. Enfim, nos falamos amanhã. Vou voltar para o cara sensacional ali na mesa, até depois.

Encerrou a ligação e colocou o celular no bolso do casaco. Yoongi sempre tentava lhe passar a sensatez, e não era como se Seokjin fosse inconsequente e burro, mas precisava de um lembrete sempre, pois sua mente focada quase o deixava cego.

Retornou para mesa e os olhos de Taehyung acompanhavam os movimentos de seu corpo curvilíneo, até que se sentou e sorriu para o mais novo, que mordia o lábio inferior de forma leve.

— Problemas? — indagou.

— Alguns, mas nada que não seja possível resolver. — Pegou o drink entre seus dedos finos e deu um gole — Cansado?

Ele fez que não com a cabeça e se ajeitou na cadeira. O braço coberto pelo casaco estava na cadeira em que Jin se sentava, aquilo dava uma certa proximidade aos dois, mais do que deveria talvez.

— Estou me divertindo aqui — respondeu com sua voz barítona e sussurrada. — E você?

— O mesmo. Merecemos isso, afinal amanhã começamos o trabalho duro.

Taehyung concordou e novamente voltou a reparar naquele homem perto de si. Ele tinha um perfume doce, que entrava em seu olfato e se instalava como um vício. Era bom aspirar aquele cheiro enquanto o tinha há centímetros perto.

As horas foram se passando enquanto eles não conseguiam parar de conversar. A todo momento um novo assunto surgia, fazendo com que eles se entretessem e aproveitassem a companhia um do outro.

Levemente bêbados, perceberam que talvez fosse hora de voltarem para casa, afinal, tinham trabalho — muito, por sinal — para fazer no outro dia. Seokjin insistiu em pagar a conta, mesmo que Taehyung tivesse se oferecido, e então chamaram um carro. Assim que deixaram o bar, juntos adentraram o veículo, que indicava a casa do mais novo no mapa. Não conseguiam parar de falar, mesmo durante o trajeto e quando o mesmo terminou, saltaram do carro e andaram lado a lado.

Na porta que dava acesso externo às escadas para o apartamento de Taehyung, eles pararam com as mãos nos bolsos e se fitaram.

— Está entregue, Kim Taehyung. Espero que tenha se divertido tanto quanto eu — disse mais baixo, apesar do silêncio que reinava na rua quase escura, não fosse os postes e algumas residências ainda acordadas.

— Me diverti muito, disso pode ter certeza. Obrigado pelo convite.

O mais velho lhe lançou aquele sorriso ladino e piscou algumas vezes. Precisou de muito autocontrole para não separar a distância entre eles e se deleitar com os lábios comprimidos de Taehyung.

— Vou indo então, é pertinho então vou andando. Boa noite, Taehyung. Nos vemos amanhã — ele deu uma piscadela e vagarosamente virou-se para seguir seu caminho.

O mais novo não teve a oportunidade de dizer nada, mas ficou plantado ali no mesmo lugar, vendo a silhueta se afastando aos poucos. Por que aquilo parecia tão pouco? Por que parecia que ele queria mais?

Aquela noite havia mexido com sua cabeça. Aqueles olhos penetrantes, os toques sutis, o tom de voz mais baixo... Céus, ele realmente precisava tirar essas coisas da cabeça por hora, eles iriam trabalhar juntos, aquilo não foi um encontro.

O mais velho virou a cabeça levemente e sorriu quando viu que o outro ainda estava o observando. Acenou com a mão e então acelerou seus passos. Sentia-se satisfeito, ele estava conseguindo, aos poucos, o que pretendia. Agora tinha um restaurante para engatar e uma pessoa a conquistar...

Só depois que já não se via mais nada que o mais novo pegou as chaves e abriu a porta, indo para casa com algo estranho em seu estômago. Mal percebeu o sorrisinho descarado que preenchia seus lábios, principalmente quando se lembrava de tudo.

Estava sendo atraído com sucesso, por mais que tentasse lutar contra isso.

Ambos dormiram bem naquela noite, cada um com seus pensamentos direcionados a diferentes coisas. Taehyung entre não imaginar coisas impuras e focar no trabalho e Seokjin em só conseguir pensar nisso. O que tinham em comum entre si era que os rostos de ambos não saíam dos pensamentos.

Se Taehyung achava que era simples se manter cem por cento profissional, depois daquela noite percebeu que caía nos encantos do mais velho mais fácil do que imaginava.

-

Parece que alguém tá caindo nos encantos do Jin heh mas não julgo kk

Como eu disse, essa noite deles dois não define NAAADA kkkkk o Taehyung coitado, ele n se segura, por mais que ele tente e sinceramente? QUEM SOU EU PRA JULGAR

enfim, nos  vemos semana que vem?

Até a próxima!

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