DOMINADA PELA MÁFIA - SÉRIE B...

By bellnoir

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A jovem e inocente Sofi tem pouco tempo para si e para o amor. Ela gasta seu salário de dois empregos com o a... More

SINOPSE E NOTAS
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
AVATARES
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13

CAPÍTULO 2

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By bellnoir

CAPÍTULO 2

Ono.

Ono...

De onde eu já ouvi esse sobrenome?

Ele me arrepia da cabeça aos pés. Me trás uma sensação ruim; gélida. Tenho certeza que já ouvi alguma vez na vida. Mas de onde, pelo amor de Deus? Não me parece ser um sobrenome famoso... É asiático, não? Provavelmente japonês. Fico pensando na origem, e como esse gringo me conhece para se dar ao trabalho de vir até aqui. Enquanto sigo Ana com passos rápidos até a última salinha no fim do corredor estreito, reparo nas paredes decoradas por desenhos, cartazes e cartolina colorida. Tento aliviar meu humor e a tensão para receber bem o Max. Ao mesmo tempo, me preparo para cortar as arrogâncias do senhor Ono, se necessário. Homens ricos têm esse ego inflado de achar que podem tudo. Que mandam. Que podem ter o que bem entender às custas do seu dinheiro. Se ele acha que pode crescer para cima de mim, está muito enganado.

Cruzamos mais uma porta e finalmente os vejo. A sala tem cadeiras verdes de plástico e brinquedos espalhados por todos os lados, mas eles estão em um ponto mais organizado. Ana não me disse que também haveria uma mulher, mas lá está ela. Jovem, loira, e deslumbrante em um vestido curto, deixando suas belas pernas à mostra. Seus dedos brancos agarram com posse as mãos masculinas com tatuagens. Apesar de tê-lo deixado esperando por mais de quarenta minutos, ele está de pé. Sua postura ereta e firme o faz parecer deslocado no ambiente colorido. Ono parece um sobrenome japonês, mas eu não diria que este homem se enquadra em asiático. Certamente há uma ascendência ali: o cabelo castanho curto ondulado, os olhos escuros e mais arredondados, apesar de puxados. Pelas feições fechadas, ele não está muito bem humorado, mas não perco tempo analisando. A criança é a minha prioridade.

Passo o olho por Max e percebo algo errado. Ele também está de pé, ao lado do tal Ono. Sua cabeça está baixa, os olhos cobertos por cachos dourados, as mãos coladas rentes ao corpo como uma estátua. Nem tocou nos brinquedos. Franzo a testa e antes que possa dizer qualquer coisa, Ana me atropela e estica o braço na direção do homem estranho.

— Senhor Ono, é um prazer revê-lo! — É a primeira vez que eu vejo o sorriso da Ana tão brilhante. Ele etribui o aperto de mão sem dizer nada além de resmungos, seu rosto crispado. Ana aparenta não perceber, pois me segura pela cintura e me traz para perto, exibindo-me como um troféu. — Aqui está a nossa estrela, como o senhor pediu! Maria Sofia é a melhor professora que já tivemos, todas as crianças a amam e já saem do jardim sabendo ler palavras inteiras!

Até agora, não escutei sua voz — só o som da sua língua. Chicoteando dentro da boca, resmungando. Um tremendo de um mal-educado, como eu já esperava. Mas não me preparei para a cor de seus olhos, e nem o desgosto explícito neles. Eu pensei que fossem escuros, mas de perto, são cor de mel, quase dourados. Quando nossos olhos se encontram, preciso desviar os meus. Não é como se eu estivesse sem graça ou intimidada. Por que estaria? Por causa do deboche implícito no sorriso da mulher? Por causa do tamanho do homem, do terno seu caríssimo e de seu olhar intenso e impertinente? Porque, mesmo assim, tenho que tratar ele da forma mais especial possível?

Não sou de me abalar por essas convenções sociais.

— Boa tarde! — Abro um sorriso polido e educado. — Como Ana já me apresentou, sou a professora Sofi. Estou muito honrada pela confiança, senhor O...

— Olha só pra isso... — A mulher interrompe com uma risada contida até então, cutucando o homem. Seu sotaque americano é forte. — Que amor, não é, Luan?

Luan, ótimo. Luan Ono. Já sei o nome dele. Dona Ana se fixa em mim, como se estivesse me dando uma bronca com o olhar. Todos estão me olhando, menos Max, seu rosto tombado para baixo. Sinto o rosto esquentar, e odeio a forma como isso me desestabiliza.

— O que foi? — pergunto.

— Seu rosto, sweetie. — A mulher aponta pra mim, sem tirar o sorriso dos lábios. — Está derretendo tudo. Mas está tão fofa com essas orelhinhas!

Toco meu rosto no automático e a tinta branca cobrindo os meus poros mancha meus dedos. Eu ainda estou com a pintura de gatinho! Minha expressão vacila, mas me esforço para retornar a compostura. Sem nem perceber o que estou fazendo, tiro a tiara de orelhas de gatinho do topo da cabeça e a seguro, retorcendo-a. É ridículo tanto drama em cima disso, eu sou uma professora de jardim de infância. Parte do trabalho é estar sempre com as mais diversas cores na pele.

Dou um riso frouxo para descontrair, relaxando os ombros.

— Ah, isso? — Ergo a tiara. — Esqueci de tirar, estava brincando de teatrinho com as crianças.

— É isso que vocês fazem nessa escola? Ficam brincando o dia inteiro? — Finalmente, a voz de Luan. Sem uma sombra de sotaque. O tom desse homem é tão mal educado quanto a sua aparência sugere.

— Sou pedagoga, senhor. Sei o que estou fazendo — digo, forçando um sorriso. Então ignoro os dois e me agacho para ficar na altura de Max. Meu tom muda para algo mais dócil, e sorrio de verdade: — Agora... E você, rapazinho? Está tão quietinho. Não gostou dos meus bigodinhos de gatinho?

Tombo a cabeça para o lado, pela primeira vez vendo seus olhos castanhos assustados. Mas não é a mim que ele encara. Ele olha para cima, para Luan – como se estivesse pedindo ou esperando algo. Luan Ono o encara de volta com pouco caso. Só então o menino sorri, e fala baixinho:

— Sim... Eu gostei, sim.

— Que bom! Eu vou ser sua nova professora e vamos nos divertir muito daqui pra frente! Pronto para conhecer seus novos amiguinhos?

Max não responde, mas o jeito que me encara fala comigo. Minha intuição grita cada vez mais alto. Definitivamente tem algo errado. Quando estou pronta para chamar Luan e a mulher para conversar e entender mais sobre Max, sou interrompida por uma gargalhada seca acima de mim. Meu rosto se fecha e antes que eu possa me segurar, a língua já está na ponta dos meus dentes.

— O que é tão engraçado?

Ana está prestes a desfalecer ao seu lado.

— Nada, foi só uma coisa que você falou. — O senhor Ono dá mais uma risada curta, como se lembrando de uma piada interna. A vontade de quebrar todos os seus dentes lindos e perfeitamente alinhados aumenta. — Me diz, onde acha que vai estar no futuro?

— Como?

Que pergunta estranha é essa? Olho para ele como se fosse louco e levanto.

— Desculpe senhor, mas o que isso tem a ver com...

Ele estala a língua.

— Perguntei onde você acha que vai estar no futuro — ele repete, impaciente. — Você disse que vai estar com ele daqui pra frente. Não é muito prepotente achar que nada pode mudar?

Eu o olho muda, estática. As palavras estão presas na minha garganta. Esse homem veio aqui para que, exatamente? Me fazer testar os golpes de Krav Maga que aprendi com a Anita? Meu sangue começa a subir, bombear para a cabeça.

Honey, por que não deixamos Max ir com a professora? — ela diz meu nome com muito sotaque. Sua voz é manhosa de uma forma irritante. — Deixa ele brincar um pouco. Não tem problema mesmo, não é? Assim podemos ficar sozinhos.

O homem sibila algo, dá mais uma estalada de língua e olha para Max. Eles parecem dizer coisas um para o outro nesses poucos segundos. O menino treme. Eu ainda estou abismada com a audácia, a arrogância, a má educação, o flerte bem na nossa frente... Como se eu fosse uma babá. Nunca fui tratada assim na minha vida.

— Volto à tarde para buscá-lo — ele decide, pegando a chave do seu carro, segurando de volta na cintura da mulher e se afundando no seu pescoço, sussurrando algo aos pés do ouvido. Ela ri dengosa.

Ele não olha para mim antes de sair. Sequer tenho a chance de ter uma reunião com os dois para falar sobre Max, e já estão indo embora. Antes de suas voz sumirem completamente, consigo escutar a sombra de mais uma risada de Luan Ono. A última coisa que consigo ouvir do corredor é ele dizendo:

— Eric vai adorar isso.

----

Onde Maria Sofia vai estar no futuro? hehe... Eles tem alguns planos para ela. E nada é por acaso, nem esse encontro. 😈

Gostaram do Luan? Ele vai aparecer bastante! E a Sofi com o rosto todo pintado de gatinho? kkkk Luan vai lembrar disso mais tarde. E o Max é um amor, vocês nem imaginam a história dessa criança... 

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