Quando o amor é pra sempre (R...

By Strange-Boy

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(COMPLETO E REVISADO) No ano de 1989, em Denver, Colorado - Estados Unidos, Harrison é um garoto de 18 anos q... More

Prólogo
1 - Robin
2 - A festa e a academia
3 - Quadrinhos
4 - Como (ou não) se aproximar de alguém
5 - Uma noite peculiar
6 - Go, Tigers!
7 - 1989... 1990!
[nota aos leitores]
[boas notícias!]
8 - Eu vou sentir falta dos anos 80...
9 - Volta às aulas
10 - O último baile colegial
11 - Chuva de verão
12 - É com você que eu quero estar
13 - O adeus
14- Mudanças da vida
15 - Memórias
16 - C'est La Vie!
17 - Há quem acredite em coincidências
18 - Decisões, decisões...
19 - O que fazer?
20 - Laços que nunca foram rompidos
21 - Lar?
22 - A luz nas trevas
23 - Se reerguendo aos poucos
24 - Desequilíbrio
25 - Arrependimento
27 - De coração quebrado
28 - Prova de amor
29 - Coisas que estão além do nosso alcance
30 - Não vou desistir de você
31 - Forte como era antes
32 - O pedido
33 - Como nos velhos tempos
34 - A vida normal
35 - Faça um pedido
36 - (Des)confiança
Epílogo
Continuação: A História de Gael

26 - Na saúde e na doença

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By Strange-Boy

SCOTT

— Scott? Nossa, que surpresa, não estava te esperando... — Rob disse ao me receber em sua casa em uma noite de domingo. 

— Oi, Robin. É uma hora ruim?

— Não! — ela balançou a cabeça. — Só estou surpresa mesmo! Vem, entra. 

Entrei e limpei os meus tênis no tapetinho de entrada. Segui Robin até a cozinha.

— Eu tô terminando de fazer o jantar. Aceita alguma bebida? 

— Não, Robin, obrigado.

— Alguma coisa? Qualquer coisa?

— Não, não. — sorri levemente. 

— Pelo menos aceita jantar comigo?

— Ah, não sei não...

— Será que sua mulher enciumada vai estranhar? — Robin riu. 

— Então, não é isso... 

— Ah, eu tô só brincando. — ela riu de novo. — Não tem problema.

— É que eu realmente não estou com fome, mas agradeço.

— Tudo bem então, jogador. Por que decidiu me visitar uma hora dessa? É algo em específico?

— Na verdade, sim. — me sentei em uma pequena cadeira enquanto ela mexia na panela. 

— Bom... — ela me olhou brevemente. — Pode começar a falar, então. Sou toda à ouvidos. 

— É o Harry, Robin. 

— Ah, novidade. Por isso eu já esperava, né, meu bem. 

— Ele me evita a qualquer custo, Robin! — esfreguei as palmas das minhas mãos em minhas calças. 

— Ele não faz isso por mal. Você sabe, né?

— Tem dias que ele não fala comigo! Fui ao quarto do motel onde ele está morando e ele me ignorou, não atendeu a porta... E eu sabia que ele estava lá porque a luz estava acesa!

— Bom, Scott...

— Eu ligo e ele não atende, fui até a escola mas falaram que ele não queria me receber...

— Scott, por favor, só escuta. 

Tentei me acalmar e respirei fundo. 

— Pode falar, Robin.

— O Harry me contou sobre tudo. Contou sobre o dia que você se encontrou com ele lá na piscina do colégio e do que quase aconteceu, Scott.

— Então você sabe que-

— Que não é certo o que você está querendo fazer. — ela me interrompeu.

— Eu sei disso! É outro motivo pra eu querer conversar com ele!

— Isso não faz bem nem a você, nem a Harry e nem a Amanda. É difícil essa situação, Scott, muito difícil, muito complicado... Ele não vai querer se machucar ainda mais ficando perto de você, ainda correndo o risco de machucar a Amanda também. 

— Eu sei, Robin...

— Então apenas faça-se um favor e decida-se. 

— O casamento é daqui a três dias e...

— Eu vou ao casamento também. Sabe disso, né?

— Sei.

— Vou acompanhar Harry, inclusive. Vê se não faz nenhuma gracinha. 

— Eu não vou fazer nenhuma gracinha, Robin, o que está dizendo?  

— Scott, decida-se! Ainda dá tempo. — ela insistiu. 

— Não sei não, se Harry não quer nada comigo é melhor eu desistir dessa história e tentar superar isso tudo igual ele tá fazendo agora. Se ele quer que eu o deixe em paz... Bom, que seja!

Robin riu de forma sarcástica.

— O que foi? — perguntei.

— Vocês dois parecem retardados às vezes. 

— Por que tá falando assim? Nós dois quem? — cruzei os braços e fiz uma expressão brava. 

— Falo porque é a verdade! Você e Harrison! — ela olhou pra mim antes de ir mexer em outra panela no fogão. — Eu não sei se vocês são lerdos, burros, ou apenas se fazem disso. 

— E por que a gente agiria assim? 

— Agiria não, agem! Sabe o que eu acho?

— Hum? — murmurei. 

— Acho que vocês dois tentam negar a verdade à todo o custo. Não sei que tanto medo vocês tem. Não sei se é trauma também, enfim... 

— Que verdade, Robin? — me levantei. 

— Ah... — ela revirou os olhos, resmungando. — Tá vendo só?

Olhei pro lado, pensando um pouco em tudo o que Robin tinha dito. 

— Desculpa atrapalhar sua noite, é que estou me sentindo perdido ultimamente, ando muito descontrolado, me estresso fácil... — caminhei até o corredor. 

— Você nunca vai atrapalhar minha noite, Scott. — Robin andou atrás de mim. — Sei que não somos tão próximos, mas ainda somos amigos, não é?

— Claro. — sorri brevemente. — Claro que somos. Gosto muito de você.

— Também gosto muito de você. — ela sorriu também. — Tem certeza que não vai ficar pra jantar?

— Tenho. Te agradeço por tudo mais uma vez. Preciso ir agora. — abri a porta e saí. — Tchau, Robin.

— Tchau, Scott. Se cuida...

***

O lugar do casamento estava todo preparado. Estava tudo lindo. Amanda havia escolhido um lugar no interior, mais na natureza, bem longe mesmo da cidade. O casamento ia acontecer ao anoitecer, então já era possível ver aquelas inúmeras estrelas brilhando por todo o céu. A lua estava crescente. 

O lugar em si era um jardim enorme. A probabilidade de chuva era tão pequena que o dia foi perfeito para esse evento que estávamos fazendo ao ar livre. O lugar transmitia paz, as pessoas conversavam, riam e andavam pelo gramado, mas sem tirar todo o sossego que aquele momento proporcionava. 

O jardim estava completo com vasos de planta, mesas com cadeiras para os convidados, obviamente, e mais a frente os bancos alinhados para o altar, que ficava embaixo de um enorme arco completamente coberto de flores.

Havia a enorme mesa com o banquete para os convidados se servirem à vontade. 

Ah, também tinha o bar, claro.

Esse grande jardim era cercado por uma floresta, apenas com uma pequena rua de pedrinhas que dava para o portão principal. Este, por sua vez, levava-nos para a estrada. 

O estacionamento ficava bem na entrada. Muitos carros já haviam chegado. Outras pessoas acabaram vindo de táxi ou até ônibus. Por mais que fosse um lugar no interior, este era famoso e de fácil acesso. Ao ar livre, preço acessível, era alugado muitas vezes pelas pessoas para realizar essas festas, principalmente as de casamento. 

Havia uma grande casa de três andares em frente ao jardim em que a comemoração acontecia. As pessoas que preferiam poderiam sentar-se e conversar no hall principal, e é claro, também havia o acesso aos banheiros.

Os quartos ficavam no segundo andar da casa.

Amanda estava se arrumando com a ajuda de duas amigas em um quarto enquanto eu também me arrumava, em outro.

Mas eu não estava com ninguém. Não tinha a ajuda de ninguém.

Estava sozinho.

Eu vesti o meu terno preto. Estava a sós com o silêncio predominante no cômodo, sentindo falta de ter um amigo por perto. Um amigo que pudesse estar conversando ali comigo, na hora, me dando apoio, dizendo como estou, o que preciso ajeitar na minha roupa ou no cabelo...

Na escola eu era popular, rodeado de pessoas que diziam ser meus amigos, mas que na verdade não eram. 

Hoje, já adulto, me sinto sozinho.

Amanda é a minha noiva e Robin é a única amiga que tenho.

Ainda tenho Nathalia, também, mas nunca fomos tão próximos...

E o Harry? Bom... Já não posso mais contar com Harry.

Ajeitei a minha gravata borboleta enquanto dava uma última olhada no enorme espelho que cobria a parede do teto ao chão e respirei fundo.

Fui até a janela observar os convidados passearem no andar inferior. Os alto falantes que ficavam pelas paredes tocavam músicas calmas, suaves e que combinavam com a energia do momento e do local. 

Todo o jardim estava enfeitado por um varal de luzes pequenas e amarelas que passava de uma árvore a outra, percorrendo todo o lugar. Aquilo deu um charme, deixando tudo mais aconchegante ainda. 

Olhei para o céu, por último, observando as estrelas. Pedi mentalmente para que eu me sentisse melhor espiritualmente, sentimentalmente, o que fosse... Só queria me sentir bem. Melhor. Estava me sentindo tão estranho... 

Então olhei pra baixo de novo e lá estava ele. 

Harry usava um terno cinza escuro. Estava tão lindo como sempre... Caminhava graciosamente pela pequena rua de pedras, chegando ao jardim. Seu braço dobrado estava sendo segurado por Robin, que o acompanhava fielmente ao lado. Ela usava um coque, dessa vez, com um batom vermelho, brincos que reluziam a mim nessa distância e um vestido longo cor de vinho. 

Eles começaram a sorrir ao ver as pessoas. 

Pro meu bem e pro de Harry também, eu evitaria cumprimentá-los. 

Afinal, não era isso o que ele queria?

Com os cotovelos na janela e ainda o observando de longe, ouvi alguém entrar no quarto e fechar a porta, mas nem me dei o trabalho de olhar. Não desgrudava os olhos de Harrison e eu não sei se era por medo de perdê-lo de vista ou por ele me encantar tanto. Talvez fosse os dois. 

— Scott?

Pela voz, a reconheci. Era minha irmã, Nathalia.

Eu estava me sentindo tão... Triste. 

— Ah, eu pensei que poderia te encontrar aqui! — disse, animada. — Você tá tão bonito. 

Me mantive calado. 

— Acredito que já esteja na hora de ir pro altar, irmão. — ela colocou a mão no meu ombro, ficando ao meu lado na janela. 

— Eu não vou. — decidi.

— O quê? — ela se assustou, afastando-se um pouco. — Como assim? Quê!? A Amanda daqui a pouco já vai estar pronta pra entrar, o que está acontecendo? Tá todo mundo esperando pra celebrar o casamento de vocês!

— Só tem um problema... Não é com ela que eu quero me casar. — olhei fundo nos olhos da minha irmã enquanto eu encontrava sinceridade no que eu dizia. 

— Scott... — ficou boquiaberta, olhando para os lados e coçando a cabeça. — Como você me diz isso? Aqui? Prestes a se casar? Ela é sua noiva, a mulher com quem esteve esses anos! 

— Mas não foi ela por quem eu me apaixonei... — voltei o olhar para o andar de baixo, encontrando Harry de novo. — Não a amo como amei e amo outra pessoa...

— O quê? — Nathalia olhou pra baixo também. 

— Eu daria tudo pra tê-lo de volta... 

— Está falando do...

— Harrison. — sorri pra ela. — Lembra dele, não é?

Nathalia levou uma das mãos até a boca enquanto o observava de longe também. 

Ficamos alguns minutos em silêncio e Nathalia foi até a porta do quarto. 

— Só siga o seu coração, maninho. — abriu a porta. — Quero que seja feliz. 

— Obrigado. — desfiz meu sorriso frouxo e voltei a olhar o jardim por mais um momento.

Nathalia fechou a porta e eu respirei fundo. 

Depois de alguns minutos de reflexão, vagando pelos meus pensamentos, eu não podia esperar muito mais. Eu não tinha o luxo do tempo. Então, andei até a porta, saí do quarto e caminhei pelo corredor até o quarto de Amanda. 

toc, toc, toc

— Sim? — uma voz feminina veio lá de dentro.

— É o Scott.

— O que foi? — uma das amigas de Amanda perguntou. 

— Venham aqui, por favor. — pedi. 

Alguns segundos depois, as duas amigas abriram a porta, deixando somente uma fresta à mostra. 

— O que houve? — uma delas me perguntou.

— Eu preciso muito falar com a Amanda. 

— Mas ela já está quase pronta, não pode ver ela assim e...

— Eu preciso falar com ela imediatamente nesse instante, por favor, será que pode nos dar licença? 

As duas garotas se entreolharam com feições de desdém e abriram mais a porta, deixando o quarto e descendo as escadas. 

Após observá-las caminhando pro andar inferior, entrei no quarto onde Amanda estava e fechei a porta. 

— O que tá havendo? — Amanda me perguntou, assustada. — Não era pra você me ver assim...

Ela estava linda, não tinha como negar. Usava um coque, uma tiara cheia de pequenas flores e um enorme vestido branco todo decorado. 

Meu coração já doía por aquele momento, mas eu não podia adiar aquilo nem mais um minuto.

— Amanda, eu preciso falar sério com você. 

A expressão de preocupação no rosto dela só se intensificou. Sua respiração começou a ficar ofegante. Ela caminhou um pouco pelo quarto e se sentou em uma poltrona.

— Fala. Já me deixou nervosa.

Caminhei e me sentei na poltrona logo na frente dela. 

— Você é uma pessoa maravilhosa, gosto tanto de você e não quero te machucar. Nunca quis.

— Por que está me dizendo isso, Scott? — disse com uma voz de choro. 

— Eu preciso te contar uma coisa muito importante que eu não havia contado antes, Amanda. Eu escondi de você. 

— Você me traiu, Scott!? — elevou a voz enquanto uma lágrima escorreu do seu rosto. 

— Não! Não fiz isso! É algo do meu passado e... Do meu presente também.

— Você gosta de outra, não é? — começou a chorar de vez. 

Respirei fundo. 

— De outro, Amanda. 

Mais lágrimas escorriam do seu rosto, borrando toda a sua maquiagem, enquanto ela me olhava espantada. 

— É o Harrison... 

Ela emitiu um som de surpresa antes de levar uma das mãos ao rosto.

— Eu deveria saber... — falou. — Fui tola! Só nunca imaginei que você gostasse de homens também!

— Porque eu não te contei... — abaixei a cabeça. — Desculpa. Eu e Harry éramos apaixonados na época do colégio, estávamos namorando quando ele foi embora...

— E aí eu fiquei de segunda opção pra você, não é? — ela limpou o rosto, se levantando.

— Amanda, eu sinto muito, não é bem assim...

— É sim! Se aproveitou de mim porque eu sempre gostei de você! 

— Não, Amanda, eu realmente gosto de você, mas eu e Harry... — me levantei.

— Tudo bem. Antes tarde do que nunca! Mas foi um covarde por não ter tomado uma atitude antes, Scott. Escondeu toda a verdade de mim! Covarde

Amanda saiu em passos apertados e abriu a porta, descendo as escadas na frente de todos aqueles convidados. Fui correndo atrás dela, a chamei, mas não adiantou.

Conforme andava atrás dela, as pessoas olhavam espantadas e se perguntavam o que estava havendo. Algumas pessoas tentaram parar ela, mas também foi inútil. 

Quando chegamos no jardim, avistei Amanda indo na direção de Harry e Robbie, que riam e conversavam entre si. Os risos, no entanto, se transformaram em cara de espanto ao verem Amanda indo até eles.

— Você sabia, Robin? — Amanda perguntou em voz alta a ela.

— O que...? — Robin tentou perguntar algo.

— VOCÊ SABIA!? — gritou muito alto. — Que Scott gosta do Harry e fez isso o tempo todo pelas minhas costas! 

— Amanda, eu... — ela tentou se explicar.

— Não, chega! — Amanda não deixou Robin falar. — Você sabia! 

Todos ficaram se entreolhando, as pessoas em volta olhavam e cochichavam entre si. Avistei Nathalia me olhando de longe, preocupada, junto ao marido. 

Eu fiquei parado, em pé, olhando a cena toda sem reação.

— Você, Harry... — Amanda olhou pra ele. 

— Amanda, por favor, eu nunca teria nada com o Scott. Ele é o seu noivo.

— Era! — ela gritou enquanto arrancou a aliança do dedo, a jogando longe na floresta. 

Amanda veio até a mim, furiosa, pegou na minha mão, tirou minha aliança de noivado e fez o mesmo: A jogou longe na floresta.

— Pronto, Harry, pode aproveitar agora! Sei que você ainda é apaixonado por Scott também! — ela gritou pra ele e saiu correndo. 

Saí correndo atrás de Amanda pela rua de pedras. 

— Amanda, por favor, me desculpa! Precisa me entender! — toquei o seu braço. 

Ela virou e me deu um tapa no rosto. 

Ardeu muito. Toquei a área afetada e a olhei. 

— Só me esquece! — disse ríspida enquanto abriu o portão do local e se dirigiu ao ponto de ônibus que ficava ali perto.

As duas amigas que a ajudavam a se vestir naquela sala passaram por mim, me olhando com cara de desdém.

Viado.

— Covarde... 

Elas saíram pelo portão e foram até Amanda. 

Ela teria alguém com quem desabafar e também ser consolada. Se ela não me desculpar, bom... Já não depende mais de mim. 

Ao me virar, vi alguns convidados que seguiram a gente, nos olhando preocupados.

— Tão olhando o quê, gente? É isso, não vai ter mais casamento! — gritei, estressado.

Meus nervos estavam a flor da pele, mas no fundo... No fundo eu estava aliviado por ter seguido o que meu coração mandava. 

As pessoas começaram a andar, tristes, decepcionadas e assustadas. Alguns já caminhavam para ir embora, entrando em seus carros ou se dirigindo ao portão. Outros estavam voltando pro jardim. 

Entre os convidados que estavam ali, encontrei Harry ao lado de Robbie. Os dois parados um do lado do outro, me olhando e também assustados. 

Me dirigi até os dois.

— Por favor, me desculpem...

— O que aconteceu, Scott? — Robbie me perguntou. 

— Contei toda a verdade pra Amanda. Contei que não podia casar com ela. — expliquei enquanto intercalava meu olhar aos dois. 

— Você deixou pra fazer isso no dia do casamento de vocês? Scott, eu te avisei... — Robin falou.

— Eu... Eu só me senti preparado agora! 

— Eu não acredito que fez isso. — Robin tentou sair com Harry. 

— Espera! — pedi e toquei o braço de Harry. — Harry, por favor... Sinto sua falta. 

— Chega, Scott... Machucou a mim, a Amanda... Você já machucou pessoas demais. 

Um soco no estômago ia doer menos. Harry caminhou com Robin em direção a saída também e eu fiquei me sentindo desolado e mais sozinho do que nunca. 

Caminhei de volta ao jardim, cercado de olhares julgadores e estranhos. 

Minha única luz foi esbarrar em Nathalia, que estava indo embora também, com o marido. 

— Vocês também vão embora? — perguntei a ela.

— Scott, o que quer que a gente faça? Temos que sair daqui...

— Eu preciso conversar com alguém...

— Agora não dá. Não é hora disso, desculpa. — ela suspirou. — A gente conversa outra hora, tá bom?

Então ela apertou o passo junto do marido.

Eu sei que errei muito, mas finalmente, quando acreditava estar fazendo a coisa mais certa desses últimos dias, mesmo magoando outras pessoas, era algo que me magoava também.

E tudo o que eu queria agora, no mínimo, era alguém que conversasse comigo, que pudesse me entender e me apoiar.

Mas eu não tinha ninguém. Estava sozinho. 

Harrison, será que você não gosta mais de mim?

Será que não tenho mais nenhum amigo mesmo? Mais ninguém?

Será que eu era um ser humano tão ruim e desprezível assim?

FIM DO CAPÍTULO

Rt pra quem quer dar um abraço no Scott agora 

Até o próximo capítulo! 










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