Bailey May
Minha cabeça já estava girando, via tudo turvo. Savannah não parava de falar,reclamava de tudo e não parava de dizer o quanto amava o estúpido noivo. A minha ideia era só tomar alguns drinks, mas a gente tá se divertindo tanto, que eu já perdi a conta de quantos copos já virei.
— Pepeeee, vamos cantar, por favor. — ela fez cara de cachorrinho.
— Eu não sou o Pepe, Savannah . Meu nome Bailey é , criatura! — revirei os olhos. Era a terceira vez que ela se confundia.
— Que se foda! — ela se levantou e sentou no meu colo. — Por favor, eu quero muito cantar, vai ser divertido. Olha o nosso público, todos estão esperando a nossa belíssima apresentação. — ela falou tudo embolado.
Olhei em volta e o bar estava cheio, parece ser uma boa ideia. Savannah tem razão,todos estão esperando pela nossa apresentação.
Tirei ela do meu colo, e fomos em direção ao cara alto careca, aquele que ignorou a Savannah.
— Senhor? — Me apoiei na Savannah para não cair. — Nós queremos cantar. — sorri amarelo para Savannah, que estava com olhos inchados de tanto chorar.
O homem olhou para nós com nojo e desprezo, e então falou com sua voz grossa e autoritária:
— E qual música os pombinhos querem cantar? — sua voz carregava sarcasmo.
— Eu quero cantar Macarena. — Savannah falou empolgada. O careca revirou os olhos e selecionou a música.
Nós subimos no pequeno palco, onde tinha um telão do lado, para vermos a letra da música. O bar ficou colorido, com luzes azul e rosa. A atenção de todos veio para nós,alguns nos olhavam com curiosidade, outros com desprezo. Então a música começou a tocar e uma adrenalina começou a subir pelo meu corpo, e acho que em Savannah também.
Mas acho que essa "adrenalina" é vergonha. Que merda eu tô fazendo aqui em cima?
Dale a tu cuerpo alegria Macarena
Que tu cuerpo es pa' darle alegria y cosa buena
Dale a tu cuerpo alegria, Macarena
Hey Macarena
Dale a tu cuerpo alegria Macarena
Que tu cuerpo es pa' darle alegria y cosa buena
Dale a tu cuerpo alegria, Macarena
Hey Macarena
Savannah cantava tudo desafinado, não sabia se ria ou cantava junto, então do nada ela começou a dançar e eu fui na vibe dela. A gente dançava e ria do nosso jeito desengonçado de dançar.
O cara careca olhava pra gente tentando ficar sério, mas não é que o ogro sabe sorrir. E o pior que não era só ele, as pessoas que estavam no bar estavam afastando suas mesas para dançarem junto com a gente.
— Agora é a vez de vocês. — Savannah gritou empolgada. E todos cantaram em união:
— Dale a tu cuerpo alegria Macarena
Que tu cuerpo es pa' darle alegria y cosa buena
Dale a tu cuerpo alegria, Macarena
Hey Macarena! — A última parte eles gritaram, enquanto colocavam a mão na cintura e rebolavam
Mas uma coisa que não era para acontecer, acabou acontecendo. Savannah veio em minha direção e me puxou pelo braço, não entendi direito o porquê dela fazer, só fui entender quando os seus lábios se uniram com os meus.
O beijo era envolvente, quente. Tinha necessidade, era um beijo de urgência. Ela me puxava para mais perto, enquanto eu tentava ir para trás. A imagem da Sabina passou pela minha cabeça. Então eu afastei ela com certa brutalidade.
Que porra eu tô fazendo?
— Você é maluca? Eu sou louco pela Sabina. — Eu falei segurando o seu braço. Mas minha voz saiu abafada, pois o pessoal continuou cantando, não se importando com o nosso beijo.
Ela me olhou com certa raiva, mas acho que ela entendeu que o meu coração já tinha dona. Então ela continuou cantando, como se nada tivesse acontecido.
— Hey macarena! — todos gritaram novamente o final da música.
Os meus olhos foram em direção à um pessoal que estava amontoado na porta de entrada. Era Sabina, a vovó e Pepe.
MEU DEUS, SERÁ QUE ELA VIU? E PEPE?
Mas antes, precisamos voltar algumas horas atrás....
SABINA POV.
Eu não posso ficar aqui parada enquanto ela pode estar se oferecendo para ele.Isso é bem a cara da Savannah, ela gosta de me irritar, e sempre quer pegar as pessoas que eu gosto. Mas eu não gosto do Bailey, claro. Só quero salva-lo dessa cobra.Tento ligar para ele mas o seu celular começa a tocar.
O idiota esqueceu de levar o celular, ótimo!
E agora? Como eu vou saber onde eles estão? Uma luz divina seria ótima agora.
O telefone do Bailey começou a tocar, peguei e vi que era um tal de Robert. Esse nome é muito familiar, esse Robert deve ser o sócio do Bailey, claro!
Atendi e esperei o mesmo falar.
— Ei Bailey! Cara, você nunca mais apareceu aqui. Como é que vão as coisas com a Sabina? — ele falou com um tom malicioso.
Como esse cara me conhece? Será que o Bailey contou tudo para ele? Ai meu Deus, esse cara deve saber de tudo.
— Bailey? Você está aí? — respirei fundo tomando coragem para falar.
— Não, o Bailey não estar aqui. — falei constrangida por ter atendido. — Você quer deixar recado?
— Ai merda! Não, não... eu... ligo depois. Desculpa pelo incômodo. — Ele respondeu rápido.
Isso está ficando cada vez mais estranho, com certeza esse cara me conhece.
— Robert. — Chamei depois de um tempo. — Você... você me conhece?
Ele ficou minutos sem responder, até pensei que ele estava evitando falar comigo
— Sim. — ele respondeu com receio. — Bailey falou de você no cassino. Nós somos melhores amigos sabe... ele nunca esconde nada de mim. — ele riu quando terminou de falar.
Não sei, mas algo me diz que isso não é verdade. E o meu sexto sentido nunca falha. Talvez isso tudo seja apenas paranóia da minha cabeça. Eles são melhores amigos,claro que o Bailey ia falar sobre mim.
Melhores amigos... Mas é claro! Ele deve saber disso também.
— Robert, você conhece o Bailey há anos, não é? — perguntei eufórica.
— Sim, claro! Por quê?
— Então me responde isso: para onde o Bailey vai quando está com raiva? — Eu andava de um lado para o outro no quarto. Ele tem que saber!
— Ele vai beber! — Robert falou rindo. Pela primeira vez, senti que ele estava relaxado. — Ele sempre vai no bar do Maike bigodudo.
Maike bigodudo?! Que apelido mais escroto.
— Você pode mandar a localização desse bar, por favor. Preciso salvar seu amigo de uma vadia desqualificada. — falei olhando o relógio, está ficando tarde.
— Então eu não vou dar. — ele falou calmamente.
— Como é que é? Por que você não vai dar?! — Já estava estressada com isso tudo, e esse cara não está ajudando.
— Porque ele deve estar se divertindo, e eu como bom amigo, não posso deixar ninguém atrapalhar.
Atrapalhar?! Eu vou SALVA-LO, será que ninguém entende isso? Eu não quero a Savannah perto dele, eu sei do que ela é capaz. Então com muita paciência e delicadeza falei:
— Olha aqui, seu desgraçado, se você não me der a porra da localização, eu vou atrás de você até no inferno e arranco suas bolas, com uma faca de cortar pão! E não duvide, eu sou capaz de fazer isso.— Gritei, fechando a minha mão em punho.
— Eu vou mandar. Calma, não precisa usar a violência! — ele gaguejou.
— Foi um prazer conversar com você, querido. Beijinhos. — desliguei o celular satisfeita.Viro em direção à porta e vejo vovó e Pepe me olhando assustados. Acho que escutaram quando eu gritei. Sorri sem graça.
— Essa é minha neta! — vovó falou orgulhosa. — Agora vamos logo, eu já estou pronta.— ela passou a mão no seu vestido florido rosa, e depois tocou nos lábios, onde tinha um batom vermelho bem chamativo.
— Não, vovó. Você vai ficar, eu preciso resolver isso sozinha. Não quero que a senhora vá. — falei olhando para ela amorosamente.
— Sabina, eu não ligo para o quê você diz, eu vou e pronto! Agora vamos atrás daqueles dois safadinhos. — ela falou puxando Pepe.
Não tem como piorar. Por que velho tem que ser tão teimoso, hein? Custa obedecer? Não.
Pepe assumiu o assento do motorista e eu fui ao seu lado, enquanto vovó ia atrás com um sorriso amarelo no rosto.
— Sabina, promete que não vai bater na sua irmã de novo? — ele me olhou sério.— Savannah não deve está fazendo nada demais.
— Isso Pepe, é o que nós vamos ver. — falei olhando para vovó, que ruia as unhas. — Mas eu não vou bater nela. Não esse tipo de mulher que briga por causa de homem.
Ah,mais eu vou bater sim! E vai ser por tudo que essa vadia já fez comigo. E vou bater no Bailey também, vou bater tanto...
— Olha! Esse é o bar! — vovó falou empolgada. Me tirando dos meus devaneios
Entramos no bar, e tinha várias pessoas cantando e gritando, então eu olhei em direção ao mini palco e vi...