Pisco meus olhos lentamente ao sentir algo pulando em cima da cama que estou deitado. Bocejo, me sentando na cama da Dama e recordando de tudo que aconteceu. Ela cuidou de mim, ninguém nunca havia cuidado de mim. A Cindy me trata com carinho, amor. Eu não mereço ela.
Passo as mãos no meu cabelo o bagunçando, abro um sorriso ao ver a Cindy dormindo lindamente. Sorrio mais ainda vendo a gatinha dela, a Nina, sentada ao lado.
Acaricio o pelo da gata e vejo a mesma esfregar a cabeça na minha mão, enquanto ronrona. Levanto da cama e caminho até a janela, abro um pouco as cortinas para ver o dia ensolarado. Analiso o quarto da Cindy e vejo o quanto ele é delicado. As coisas dela são organizadas e chiques.
Caminho até alguns quadros colocados perto da janela e com um banquinho branco do lado. A minha Dama tem muito talento para desenhos, pinturas. Qualquer coisa que envolva arte.
Saio dos meus devaneios com o barulho do despertador dela, o desligo vendo o horário. Merda! Temos que ir para o colégio, hoje é segunda.
Braços macios rodeiam a minha cintura e sinto um beijo ser depositado nas minhas costas. Coloco minha mão por cima da dela e acaricio.
— Bom dia, Vagabundo — Cindy diz com a voz sonolenta, enquanto caminha parando na minha frente.
— Bom dia, Dama — sussurro, enquanto ela olha minuciosamente para o meu abdômen.
— Os hematomas vão desaparecer aos poucos, agora só precisa tomar um remédio para a dor — fala me olhando preocupada.
— Não está doendo — minto, ainda dói um pouco. Ela abre um sorriso debochado e dá um soco na minha costela — Porra, Cindy! — grunho de dor, ao sentir o soco certeiro que ela me dá.
— E não tá doendo? — ela indaga irônica — Temos que ir para o colégio. Vamos tomar um banho e tomar café — fala, caminhando até o closet.
— Tenho que vazar! Preciso ir pro meu barraco — falo coçando minha nuca — Já é de manhã e ninguém pode me ver sair daqui. Se seus pais me virem, nós estamos fodidos.
— Eles viajaram. Não irão ver nada. Você vai tomar café comigo sim, e irei para o colégio com você! — sorrio com a determinação que ela fala — Os seguranças não irão dizer nada, nem a governanta e muito menos o meu motorista. Eles são legais. Só tem um segurança que é baba ovo dos meus pais. Se ele te ver, eu suborno ele — diz dando de ombros — Aquele cara aceita tudo por dinheiro. Nada que grana não resolva — caminho até ela e dou um beijo no seu pescoço — Pega uma toalha nessa segunda gaveta. Vou te esperar no banheiro — beija a minha bochecha.
Acho que nós iremos tomar banho juntos. Ela manda, e eu obedeço.
Pego a toalha onde ela falou e caminho para o banheiro dela. Só o quarto é do tamanho do meu barraco, imagine o banheiro. Adentro no espaço, e vejo a Cindy sentada em cima da pia, enrolada em uma toalha enquanto escova os dentes.
— Valeu — digo, assim que ela me joga um escova de dentes reserva. Escovo meus dentes, enquanto olho para ela que faz o mesmo. Terminamos de escovar, ela desce de cima da pia e a puxo pela cintura a beijando ferozmente. Ainda sinto um incômodo no lábio machucado, mas ignoro.
— Vamos tomar banho logo ou chegaremos atrasados no colégio — diz espalmando a mão no meu peito e se afastando. Ela caminha até a banheira cheia de água e espumas, e deixa a toalha cair aos seus pés. Viro meu rosto para não olhar para aquela perdição, e não perder o meu juízo — Vem — chama e me viro. Tiro minha cueca lentamente e ela coloca a mão no olhos como se tivesse tapando. Solto uma risada ao vê-la abrir um fresta entre seus dedos para dar uma espiada. Entro na banheira, ficando atrás dela — Foi só uma espiadinha de nada — Cindy diz piscando os olhos inocente e sorrio.
— Você é linda — sussurro, colocando uma mecha do seu cabelo atrás da orelha. Vejo suas bochechas ficarem vermelhas e meu coração se agita.
— Sabe o que está faltando agora? — a olho curioso — Um champanhe. Ainda vamos tomar banho de banheira com um duas taças de champanhe e olhando para uma bela vista! — segura a minha mão e entrelaça os nossos dedos — Vagabundo, eu estou sentindo alguém ficar animadinho aqui embaixo.... — sussurra maliciosa, enquanto senta no meu colo e fecho meus olhos sentindo o prazer dominar o meu corpo.
— Diaba... — sussurro com a voz rouca, enquanto sinto ela depositar beijos pelo meu pescoço.
— Eu mesma, uma diabinha muito má — morde o lóbulo da minha orelha, enquanto passe as mãos pelo meu abdômen. Levo minhas mãos até a lateral da sua bunda e aperto, com a outra mão seguro seu queixo e lhe dou um beijo ardente. Ela arranha as minhas costas, e eu aperto sua cintura. Já estou a ponto de explodir de tesão_
— Vagabundo... acho melhor... tomarmos nosso banho... — sussurra ofegante, fazendo pausas a cada vez que chupo seu pescoço.
— Estou a ponto de perder a minha sanidade Dama, melhor pararmos — digo beijando sua boca. Ela enlaça seus braços ao redor do meu pescoço e sinto seus seios nus contra o meu peitoral —Quando formos até o fim, irei me perder em você, Cindy. Cada pedacinho do seu corpo é a minha perdição e meu vício. Você por completo tira a minha sanidade — ela me deixa rendido.
— Xavier, você me faz bem, sabia? Me faz bem como ninguém nunca fez — confessa, encostando a cabeça no meu peito.
[......]
— Eu não aguento mais! Vou queimar esses livros! Que saco! — Jonny resmunga, enquanto o professor Bobbie lê um livro. Só a voz desse cara me dá vontade de bater nele — Cara, conversei com aquela tua amiga, a Valerie — fala e o encaro — Gostei, acho que vai dá certo. Conheceu ela aonde? A Valerie me disse que mora na periferia — indaga curiosa.
— Conheci por acaso — ele não sabe que moro na periferia. Para todos desse colégio, com exceção da Dama, eu sou Xavier Russell, um playboy de família rica.
— A morte ela é necessária, todos irão morrer um dia. Mas algumas pessoas merecem sofrer antes de morrer, pessoas culpadas e que causam tragédias na vida de outros irão morrer. Esta pessoa será torturada, deve sofrer por causar tragédias. E assim será! — o professor Bobbie fala tudo com um olhar psicopata e fitando a Cindy que conversa com o Mattel distraída.
Este professor de merda não gosta da Dama porque a culpa pelo acidente do filho. Pelo que a Cindy me falou, ela terminou com o cara quando descobriu que ele a traía, o idiota não aceitou e saiu para beber. Sofreu um acidente e ficou em coma. Agora o Bobbie culpa a Cindy que é inocente.
Ela me disse que já tentou visitar o ex, para levar flores mas sempre barram a entrada dela. Disse também que às vezes se sente culpada, sendo que ela não tem culpa de absolutamente nada.
Deixa esse professor filho da puta querer fazer algo com a Cindy que ele vai ficar sem os dentes.
— Você e a Cindy chegaram juntos, o lance está sério mesmo! Quando irá a pedir em namoro? — Jonny indaga curioso.
— Não irei a pedir em namoro. Não envolvemos sentimentos na nossa relação — explico, rabiscando no meu caderno.
— Era para rir da piada? Não envolve sentimentos? É sério? — ele pergunta incrédulo e surpreso.
— Por que a surpresa? — indago curioso.
— Vou nem dizer nada... — Jonny murmura com tédio e reviro meus olhos. Bufo irritado com a gravata apertando meu pescoço. A Cindy deu um nó bem apertado. Folgo a gravata e bagunço meus cabelos, abro alguns botões da camisa do uniforme deixando meu peitoral a mostra.
Ergo meu olhar para a Dama que está me observando, enquanto morde a tampa da caneta.
— Gostoso — Cindy siliba, me mandando beijo e pisco para ela sorrindo safado.
Esfrego meu rosto com as duas mãos.
A Dama está abalando completamente as minhas estruturas!
[......]
A sexta-feira chega rapidamente. Eu e Cindy ficando mais próximos, e grudados um no outro. O fogo e desejo consumindo os nossos corpos. E eu cada vez mais me perdendo naquela garota.
— Chegou um parque de diversões na cidade, bem maneiro. Bora? Eu, você, a Valerie, Cindy e o Mattel? — Jonny pergunta, enquanto caminhamos até o refeitório — Hoje à noite. A Valerie e o Mattel já confirmaram!
— Acho que não vou, cara! — digo, enquanto coço minha nuca.
— Certeza? — nunca fui a um parque de diversões, nem sei como é um.
— Certeza. Eu não vou! — afirmo e ele dá de ombros. Adentramos no refeitório, procuro a mesa onde a Cindy está sentada com o olhar e a vejo na última mesa com o Mattel. Pego meu almoço, para depois ir embora do colégio. Me dirijo até a mesa dela junto com o Jonny. Paro atrás dela e beijo seus cabelos macios amontoados em um coque bagunçado.
— Oii! — Cindy fala sorrindo e beijando minha bochecha. Sento ao lado dela e coloco minha bandeja em cima da mesa — Quais as novidades? — indaga curiosa olhando para o Jonny.
— Parque de diversões. Eu, você, o Mattel, Valerie e Xavier! — Jonny diz sorrindo cínico para mim.
— Parque de diversões?! — ela exclama entusiasmada — Eu quero ir! Pode confirmar minha presença, Jonny! — fala bebendo seu suco de morango.
— É assim que se fala, gatinha! Falta só esse rabugento confirmar — aponta para mim e sorrio cínico.
— Vagabundo? Por que não quer ir?— ela pergunta, segurando meu queixo —Vamos. Eu vou de todo jeito, só que seria mais divertido se fosse comigo — Cindy sussurra acariciando minha nuca e me arrepiando com essa voz fodidamente linda dela — Vamos. Vai ser legal, não irá se arrepender! Vagabundo... —sussurra mordendo o meu lábio inferior e bufo rendido.
— Tá — resmungo e ela solta um grito entusiasmado. Já valeu a pena ir nesse parque só pelo sorriso de alegria que a Cindy deu.
— Meu Vagabundo vai! — ela bate palma animada e sorrindo para eles.
— Xavier já se rendeu pela Cindy. Adoro! — Mattel grita, jogando o pouco cabelo para o lado e passando a mão no seu suspensório.
— Qual esse lance de "Dama e Vagabundo"? — Jonny pergunta divertido.
— É coisa nossa... — digo deixando as palavras no ar. Coloco minha mão por cima coxa da Cindy debaixo da mesa. Ela encosta a cabeça no meu ombro e ergue o rosto para me olhar e dou um selinho na sua boca gostosa.
— Vocês são muito corajosos de beijar assim, correndo o risco da diretora pegar vocês e levarem advertência — Mattel diz nos olhando.
— Depois que a Cindy agarrou o Xavier na frente da diretora, eu não duvido é de mais nada! — Jonny fala e solto uma risada junto com a Dama.
— Quebrar as regras é bom! — Cindy diz sorrindo para mim.
— Casal fora da lei! — Mattel exclama divertido.
— Vocês nem imaginam o quanto... — sussurro e a Cindy belisca meu abdômen por debaixo da blusa.
— Fechou então! Às 20:00 no parque de diversões! — Jonny avisa entusiasmado.
— Vai ser bom, Xavier, irá gostar — sussurra, segurando a minha mão.
— Gosto de tudo quando estou com você... —falo sem pensar. A Cindy me olha com um sorriso bobo no rosto que faz o meu coração bater mais rápido.
Com esse sorriso ela consegue o que quiser de mim. Estou completamente fodido!