Escolhida para lutar

بواسطة gabsalgayer

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A ameaça está próxima. O rei feiticeiro de Thails pretende comandar todos os reinos do continente de Loxigan... المزيد

Prólogo
Capítulo 1 - 𝑷𝒂𝒓𝒕𝒆 𝒖𝒎
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4 - 𝑷𝒂𝒓𝒕𝒆 𝒅𝒐𝒊𝒔
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7 - 𝑷𝒂𝒓𝒕𝒆 𝒕𝒓𝒆𝒔
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Epílogo

Capítulo 29

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بواسطة gabsalgayer

Ethan me levou para conhecer diversos lugares em Ahgnares. Como uma pequena padaria no fim da rua principal, próxima ao pequeno museu que eu visitara com Adam há alguns anos...

Acho que nunca comi tanto na vida. Ethan me fez provar as especialidades e o prato principal, os quais eu não decorei o nome. Porém, o café... simplesmente incrível.

-Você já conhece a fonte dos desejos? - ele pergunta e eu o encaro voltando a me aproximar, eu havia me afastado para colocar o copo de café vazio em uma lixeira.

-Acho que não, eu só conhecia o museu, nunca vim para esses lados da cidade... Agora eu sei o que eu estava perdendo - digo e ele ri concordando.

-Vem - ele pega minha mão e me arrasta como uma criança em uma loja de brinquedos até uma fonte de cristais rosa.

-Uau - resmungo e ele ri.

-É bonita, ham?

-Uau - repito e Ethan gargalha. 

Nos sentamos em um banco na frente da mesma e observamos as crianças brincarem.

-Eu tenho duas moedas... - ele diz e eu o encaro.

-Não sou supersticiosa - respondo e Ethan põe a mão sobre o peito fingindo mágoa.

-Jogar uma moeda em uma fonte não significa nada, se preferir - ele diz me oferecendo uma das moedas.

O encaro por alguns segundos até pegar a moeda relutantemente. Levantamos e caminhamos novamente até a fonte, perto das crianças que também seguravam moedas e, com os olhos fechados, faziam seus desejos e as lançavam para o fundo da fonte esperando que ele, algum dia, se realize. 

-Pronta? - Ethan pergunta sorrindo de canto e eu bufo rindo.

Assinto debochadamente e jogo a moeda na fonte depois de pensar em alguma coisa. Me escoro no pequeno degrau da fonte observando nossas moedas afundarem junto com as outras milhares de moedas.

-Cuidado! - ouço Ethan berrar.

Mas já era tarde. Eu já estava encharcada, sentada com as pernas para fora da fonte mostrando meus coturno tão ensopados quanto meu vestido. Mais ao longe eu pude ver o meu agressor: um garotinho de no máximo 12 anos rindo e apontando para mim. Mando-lhe um sorrisinho e ele sai correndo junto com os outros meninos. 

-Eu sinto muito... - Ethan começa mas interrompe a si mesmo para rir.

-Está rindo de mim! - finjo esbravejar.

-Não! Eu nunca riria de uma dama em apuros - ele urra gargalhando.

Bufo e estendo a mão para que ele me ajude a sair.

Mas quando ele a agarra, minha ideia muda e eu o puxo usando toda a força lupina possível o derrubando ao meu lado enquanto ria feito uma louca.

-Você tem muita sorte dessa fonte ser rasa! - ele xinga rindo ainda parcialmente deitado sendo sustentado pelos cotovelos.

Porém eu só sabia rir.

Quando minha pequena crises de risos cessa, percebo Ethan me encarando.

-O que foi? Eu estou suja? Além de encharcada...- pergunto rindo ao levar a mão esquerda ao rosto e ele negar com a cabeça.

-Não é nada, é só... - ele faz uma pequena pausa e ri sozinho. - Você fica linda quando sorri, sabia? - Ethan fala tocando meu queixo com um sorriso enorme. 

Por um momento pensei ter corado, mas a guerreira dentro de mim fingiu que isso era impossível. Rio pelo nariz e respondo:

-Não sei se acredito, mas obrigada - digo sorrindo sem graça.

Ele fica de lado assumindo totalmente o meu campo de visão e colocando a mão gelada e molhada em meu pescoço e traçando linhas invisíveis entre meu pescoço e meu queixo. Seu cabelo platinado e as gotas de água escorrendo pelo seu rosto me deram um desconforto no estômago, talvez seja isso que chamam de borboletas. 

O silêncio se fez presente e, quando eu decido quebrá-lo, Ethan já estava com seu rosto à míseros centímetros do meu, roçando seus lábios nos meus com hesitação, com seu olhar variando entre meus olhos e minha boca, o que fez meu coração voltar a bater da mesma forma violenta como no quarto, sinto seu hálito quente bater contra meu rosto o que me fez suspirar lenta e ruidosamente.

Sei o que ele quer fazer, e não sei se quero impedir.

-Você me permite? - ele sussurra se aproximando e grudando sua testa na minha.

Não tive escolha se não balançar a cabeça afirmativamente inerte pela proximidade absurda. E essa foi sua deixa para tomar meus lábios em um beijo calmo mas de certa forma desesperado, ali eu soube que ansiava por aquilo tanto quanto ele.

Levo minhas mãos até sua nunca e segurando seus cabelos entre os dedos sentindo-o se arrepiar diante meu toque enquanto sua mão passeava agora firme e exploradora pela minhas costas e cintura.

De repente, escuto alguém pigarrear e me afasto de Ethan rapidamente, agora com a certeza de estar corada. Ser pega aos beijos com o rei, dentro de uma fonte, completamente molhada e em público não era meu desejo.

-Ah, minhas Estrelas! - ouço a voz resmungar e finalmente encaro o interruptor.

Eu não o conhecia, e estava com uma farda.

-Vossa Majestade, eu não quis atrapalhá-los... - o homem começa a se desculpar e Ethan sorri sem graça.

-Tudo bem, Gyep... Nós devíamos estar em um lugar mais privado, eu que peço desculpas - Ethan se impulsiona para fora da fonte com tanta facilidade que demorei para perceber sua mão estendida para mim.

A aceito e ele me puxa para fora, agarrando minha cintura para que eu não caia para frente diante tamanha força que usara para me tirar de lá.

-Eu sinto muito, de novo... - o guarda pede sem nos encarar e sai de fininho enquanto Ethan mudava sua mão de lugar da minha cintura até a minha mão.

-Que tal irmos trocar de roupa? - ele pergunta me encarando sorrindo com os olhos.

-Acho uma ideia genial - respondo e ele sorri começando a nos guiar até o castelo. 

Caminhamos em um silêncio confortável até o castelo, a cada cinco passos Ethan apertava minha mão com delicadeza, e uma rua antes dos portões do castelo, eu diminuo o ritmo.

-Por que faz isso? - pergunto e ele para me encarando.

-Isso o que? - Ethan pergunta sorrindo procurando vestígios de qualquer coisa que não felicidade em mim. Ele não achou.

-Apertar a minha mão... a cada cinco passos - eu digo me sentido boba por ser tão específica.

-Eu não contava os passos - Ethan ri se inclinando para mais perto. - Mas quando eu começo a achar que isso pode ser um sonho, parece que preciso ter certeza que não é. Ridículo, eu sei, mas esperei tanto para encontrar você e viver isso...

-Não é ridículo - respondo o repreendendo. - É bem clichê - rio e ele acompanha com uma careta. - Mas é fofo - digo voltando a andar.

-Eu não chamaria de fofo o que passou pela minha cabeça... - ouço ele resmungar.

-O que? - finjo não ter ouvido.

-O que? - Ethan pergunta com uma expressão inocente. Cerro os olhos em sua direção e ele ri. -Não era importante - ele coça a nuca e apressa o passo me arrastando para dentro do castelo.

Caminhamos como ninjas pelos corredores, até porque uma senhora nos dirigiu olhares muito severos por estarmos encharcados. Ethan parou em frente ao meu quarto enquanto ríamos da nossa péssima imitação da mulher brava.

-Nos vemos no almoço? - Ethan pergunta.

-Depende, vai me buscar? - respondo e ele ri.

-Não se acha nesse castelo, não é? - Ethan questiona e eu nego com uma careta e ele ri. - Estarei aqui ás onze horas - ele avisa e me dá um selinho antes de sair correndo pelo corredor enquanto deixava uma trilha de pingos pelo chão.

Rio comigo mesma e adentro o quarto dando de cara com três garotas grudadas na porta.

-Pela Lua! O que fazem aqui? - pergunto com a mão sobre o peito tentando acalmar meu coração que literalmente saltara ao vê-las.

-Ah, desculpe, Vic! Mas o chato do Ethan não fala como estão as coisas entre vocês e a gente precisa saber. É sobrevivência! - Eveli suspira se justificando.

-Eu preciso saber como meu irmãozinho anda tratando a companheira dele! - Estela, a mais velha diz com as palmas das mãos para frente.

-E eu sou curiosa! - Elena diz se jogando na cama.

-Vai contar ou vai continuar bancando a chata da relação? - Eveli briga.

-Vou continuar bancando a chata, pode me passar roupas secas? - peço rindo e Estela me joga um vestido de veludo cinza com mangas longas e as roupas de baixo. - Obrigada.

-Por favorzinho?! -Elena pede antes que eu entre no banheiro. Nego com um sorrisinho e ela bufa - tóxica!

Fecho a porta e me troco rapidamente, tentando não tremer de frio. 

Depois de quase uma hora ouvindo chantagens e apostas entre as meninas, acabo perdendo a pouca paciência que ainda tinha.

-Tudo bem! O que querem saber? Cada uma tem direito à duas perguntas - falo e Elena e Eveli soltam gritinhos animados enquanto eu e Estela cobríamos as orelhas abafando o som.

-Eu primeiro! - Elena berra se impulsionando para frente ficando próxima de mim para não perder nada da minha resposta. - Vocês já se beijaram? Como, quando e onde? 

-Eu disse duas, garota! - eu gargalho e ela faz um beicinho. Bufo e respondo: - sim, hoje, na fonte dos desejos e você deve saber como ocorre um beijo.

-Na verdade, eu nunca beijei antes... - Elena suspira cabisbaixa. - Um dia talvez - ela completa e eu e as meninas rimos.

-Minha vez - Eveli me encara com um sorriso malicioso.

-Minha Lua, olha lá o que vai perguntar em, Eve... - a repreendo e ela ri junto com as outras duas.

-Ele reivindicou a rejeição na noite do baile... Foi por isso que você desmaiou ou foi porque descobriu que ele era o rei? - Eveli pergunta e eu suspiro desviando o olhar.

Como eu poderia falar que fora porque encontrei um antigo amante e descobri que tenho uma filha com o melhor amigo do meu companheiro?

-Não precisa responder se for muito íntimo, estamos curiosas mas não ao ponto de deixar você desconfortável - Estela avisa pondo sua mão sobre a minha e eu sorrio fraco assentindo em sua direção, mas sem encará-la nos olhos.

-Eu encontrei meu ex no baile - digo e elas suspiram surpresas.

-Adam? - Elena quase grita. - Ele é o braço direito do Ethan, é o melhor amigo dele, como pôde? 

-Eu não sabia - digo ainda mantendo a calma, o que eu menos quero é inimizade com qualquer uma das irmãs dele. - E se soubesse, nunca teria ficado com ele.

-Tem mais, não tem?- Estela pergunta baixinho.

-Tem. Mas eu não vou contar se pretendem reagir assim - encaro severamente Elena que se encolhe tristonha.

-Eu sempre tive uma quedinha por ele, desculpe... - ela diz em um sussurro que eu só pude ouvir pela audição lupina.

-A-ah - suspiro e balanço a cabeça para afastar pensamentos desnecessários.

-Pode continuar, eu juro que não vou surtar - Elena suspira. - Você é a pessoa por quem ele morreria sem pensar duas vezes, e você nem é do sangue dele. Ele é o rei, morreria pelo povo dele mas... como rei, iria avaliar formas de sobreviver junto com o povo. Mas por você, e pela família, nem eu sei o quão longe ele poderia ir por ela.

-Eu também morreria pela minha família. Eu estou me recuperando, estou me acostumando com a ideia de ter um companheiro pela primeira vez em quase vinte anos, estou me curando do tempo em que fiquei sozinha por uma decisão só dele. E eu sei que posso amá-lo como ele me ama, só é questão de tempo até que eu... - suspiro sem dar conta do que estava falando.

-Até que você... - Estela me incentiva.

-Até que eu morra por ele também - respondo e ela deixa os ombros caírem com um sorrisinho e os olhos levemente marejados.

-Sabe, ele tem uma cicatriz próxima ao olho e ao nariz... - Estela começa e eu a encaro com curiosidade. - Foi de quando nossa antiga casa pegou fogo e ele foi o terceiro a sair, depois dos nossos pais. No segundo em que ele reparou que nenhuma de nós, nem meus filhos tínhamos saído, ele voltou para dentro da casa e nos tirou de lá uma a uma. E eu não sei expressar o quão grata a ele eu sou por me deixar por último. Se ele tivesse deixado um dos meus filhos, ou uma das minhas malas, vulgo irmãs, eu morreria de tristeza, e acho que é pior do que morrer queimada... -  ela finaliza já com lágrimas pelo rosto. - Eu não suportaria a ideia de que ele te ame tanto e que não seja recíproco. Mal sabia eu e todos na família que já era bem antes de conhecermos você. 

-Eu não sei se já o amo - resmungo.

-Os lobos nascem amando seus companheiros, e nem depois de uma rejeição ele é capaz de deixar de amá-lo. Eu sinto muito lhe informar, mas o amor que ele sente por você e o que você sente por ele nunca vai diminuir... Bem pelo contrário, só vai aumentar cada dia mais, e é inútil e muito imaturo tentar negar isso. Meu companheiro e eu teoricamente nos odiávamos, a cada vinte minutos juntos, dezenove eram brigando e dando patada, e hoje somos casados e temos dois filhos e meio - Estela explica rindo e eu suspiro digerindo a informação.

-E meio? - pergunto confusa e ela gargalha com a mão na barriga. Meu queixo cai e depois não consigo controlar o sorriso. - Parabéns, Estela, pela Lua, eu nem imaginava.

-Eu sei, na família nós temos uma política bem rígida de não contar para mais de vinte pessoas antes da quarta semana - ela fala e eu assinto ainda sorrindo feito boba. - Agora, conta o resto, falta apenas meia hora para Vossa Majestade atrapalhar nosso papo - Estela diz checando o relógio dourado no pulso e nós rimos.

-Bom... - respiro tomando coragem. - Eu tenho uma filha - digo e foi a vez das três abrirem a boca em "o" com os olhos arregalados.

-Heike é sua!? - as três berram e eu levo um susto agora arregalando os meus olhos.

-A não ser que Adam tenha outra filha... Sim - digo e elas parecem pensar um pouco até Estela rir e ficar de pé vindo até mim e me abraçando.

-Eu sabia que uma menina tão linda quanto aquela tinha que ter uma mãe...igual você! Vocês têm absolutamente tudo a ver! O cabelo, a pele e os olhos! Até o jeito de falar é parecido, apesar de que ela troca o R pelo L muitas vezes - Estela fala ainda no abraço.

-Minhas Estrelas, isso é informação demais! - Eveli resmunga ainda com a boca e os olhos abertos, pálida feito um papel. 

-Imagine para mim que descobri no dia do baile... - devolvo o resmungo e Estela e Elena me encaram, já recuperadas.

-Você não a conhece? - Estela pergunta delicadamente com a mão em meu cotovelo.

-Não - digo balançando a cabeça sem encará-la.

-Precisa conhecê-la! Hoje! Ou amanhã! - Elena dispara e eu a encaro.

-Para quê se eu tenho meus dias contados? - resmungo e ela suspira.

-Eu acredito mais em você do que você mesma - Eveli diz com certa raiva na voz.

-Eu acredito em mim, mas aquele homem tem o que? Quinhentos, seiscentos anos? - argumento. - Eu não faço ideia de quais vão ser as regras. Como dizem no Brasil: enquanto eu estou indo, ele já foi duas vezes e está voltando - resmungo e as três espremem os olhos em minha direção inclinando a cabeça simultaneamente para a esquerda como se perguntassem: ela bateu a cabeça?

Bufo e me jogo na poltrona, logo ouvimos a porta bater e Eveli corre para atender.

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