Só Mais Um Clichê

By paolabns

73.3K 10K 9.1K

Depois de perder a irmã, algo dentro de Anna Liz mudou. A dor foi capaz de mudá-la exageradamente. Além de se... More

Prefácio e apresentação
Dedicatória
Epígrafe
Prólogo
Capítulo 1 - Dear family
Capítulo 2 - Welcome to boarding school
Capítulo 4 - O violino, a sapatilha e a garota
Capítulo 5 - Problems in sight
Capítulo 6 - Chocolate quente e confusão
Capítulo 7 - Consequências do passado
Capítulo 8 - Passado
Capítulo 9 - Encrenca
Capítulo 10 - Conte a verdade
Capítulo 11 - Behind the messages
Capítulo 12 - Residência Collins
Capítulo 13 - Sensações
Capítulo 14 - Back to school
Capítulo 15 - Brown eyes
Capítulo 16 - Sobre sentimentos
Capítulo 17 - Fora do meu alcance
Capítulo 18 - Perto das estrelas
-
Capítulo 19 - Broken heart
Capítulo 20 - Opostos
Capítulo 21 - I want you for me
Capítulo 22 - Adore You

Capítulo 3 - Sombras do passado

2.7K 473 523
By paolabns

Romances clichês era o meu gênero literário favorito.

Tinha um grande mural na parede do meu quarto, onde eu marcava os livros que havia lido e aqueles que queria ler, marcava cada livro já lido e no final do ano contava para ver qual seria o meu recorde anual de leituras.

Meu primeiro recorde literário foi de cem leituras em um ano, com o passar dos anos essa marca foi aumentando. Depois do que aconteceu com a Helena, passei a ler ainda mais. A leitura havia se tornado o meu refúgio mental, gostava de usar a leitura para esquecer os problemas do mundo real, era um bom método para fugir do caos que minha havia havia se tornado.

A Culpa é das Estrelas é o meu livro favorito, mesmo que haja outros que eu ame, mas esse livro conquistou o meu coração em todos os aspectos. Gostava da história descrita de forma tão bonita e leve, mesmo tratando de problemas reais, problemas que é o dia-a-dia de muitas pessoas.

— Posso te ajudar a escolher uma aula legal para o tempo livre.

Louisa me ajudava a escolher uma aula da minha escolha, algo que era obrigatório no colégio. Precisava escolher uma aula que não tinha ligação com as aulas escolares, como se fosse um hobby ou um passatempo, algo leve para não pesar apenas com atividades chatas habituais.

Não queria voltar a tocar violino e sentia certo receio em voltar para o balé, mas aquelas eram as únicas aulas na quais eu tinha alguma noção. O violino tem um grande valor sentimental pra mim, tenho medo de me sair mal ou voltar com toda aquela cobrança comigo mesma atrás da perfeição.

Suspiro cansada.

— Artesanato parece ser interessante.

Mentira.

Sou péssima em tudo que envolve coordenação motora. Nas aulas de artes era conhecida como a garota do bonequinho de palitos, até porque era a única coisa que sabia fazer. No dia das mães, Susie tinha que se contentar com os meus presentes escolares feitos com macarrão, era humilhante.

— Artesanato é uma péssima escolha — Louisa murmura. — Sabia que o Colbey, um dos alunos dessa aula, come meleca do nariz desde o terceiro ano? — faço uma careta, fazendo Louisa dar risada.

Argh! — lamento. — Não sou muito boa em muitas coisas — confesso, decepcionada.

— Soube que você toca violino — diz com a voz doce. —, deveria entrar na aula de música. A professora dessa aula é simpática e os alunos de lá parecem ser legais e bem receptivos.

Mordo o lábio inferior pensando no assunto com cautela.

— Não sei — resmungo com um aceno. —, faz muito tempo que não toco. Mas... é minha única opção — encolho os ombros deixando de lado o fato de também saber dançar balé. Não quero que as pessoas saibam que tenho medo de dançar.

— Relaxa, minha mãe diz que algumas coisas são como andar de bicicleta — conta com um sorriso sincero. —, é impossível se esquecer depois que se aprende — abro um sorriso de lado em sua direção.

Tentei repetir essa frase na minha cabeça diversas vezes, tentando me convencer daquilo. Me permiti pensar na Helena naquela noite. Dormi com as palavras de Louisa rondando a minha mente, como se com aquilo eu conseguisse me tornar um pouco mais segura com o futuro.

É impossível de se esquecer depois que se aprende.

Confesso que esperava uma bagunça nos corredores a partir do momento que segui com Addie e Louisa em direção aos corredores, saindo dos corredores dos dormitórios, onde alguns estudantes também saiam de seus quartos conversando com os colegas de quarto, parecendo animados, diferente de mim que odeio profundamente ter que acordar cedo.

O uniforme da Diamond não era feio, havia o achado até que bem bonitinho comparado ao que eu estava esperando.

O uniforme era composto por uma saia xadrez nas cores vermelho e branco, uma saia de tecido leve que  chegava perto dos meus joelhos, ela combinava com a camiseta de mangas brancas e a gravata no mesmo tecido da saia xadrez.

Naquela manhã não precisei usar o casaco leve na cor vermelha, que havia vindo com o uniforme, mas estava uma brisa fria o suficiente para me fazer arrepiar com êxtase pelo primeiro dia de aula em um lugar completamente desconhecido por mim.

— Infelizmente nos separamos por aqui hoje — Addie diz quando paramos em frente aos nossos armários que, graças ao bom Deus, eram um ao lado do outro. — Tenho que ir na biblioteca buscar um livro chato que vou precisar para mais uma aula chata — revira os olhos, entediada. — A gente se vê no almoço — ela manda um beijo no ar antes de fechar o armário laranja ao lado do meu, e seguir entre os outros estudantes.

— Hum... — Louisa avalia o seu horário em mãos. — Parece que temos a primeira aula juntas, que bom, assim poderei te apresentar a escola para que você não fique perdida na troca de aulas — ela aponta com um sorriso torto.

Louisa me arrastou pelos corredores assim que o sinal ecoou pelos cantos do colégio, fazendo todos os alunos se despedirem e seguirem correndo em direção as suas respectivas aulas.

— Senhorita Morfhin! — um homem mais velho - que acredito ser o professor -, exclama assim que entramos na sala. Vejo Louisa corar quando ele a encara com um sorriso genuíno. — Sempre pontual! Essa é uma de suas qualidades que te torna a minha aluna favorita — posso jurar que vi os olhos dela brilhar com um sorriso envergonhado.

Mas que diabos está acontecendo?!

Er... — Louisa murmura parecendo não saber o que falar, mas por fim ela me puxou pela não até a mesa onde o homem estava encostado com um ar casual. — Essa é Anna Liz Campbel, a aluna nova — agora o sorriso do homem e enviado a mim, logo ele estende a mão em minha direção.

— Seja bem vinda a Diamond, querida — não gostei muito do tom melancólico que ele dirigiu a mim. — Sou Ricardo Turner, professor de geografia, a seu dispor — aperto sua mão forçando um sorriso quando ele finge uma reverência. — Bem, soube que você é irmã do Arthur, espero que tenham apenas os olhos claros em comum — não pude evitar de ficar confusa com as suas palavras sobre o Arthur.

— Como assim? — questiono com curiosidade.

Senhor Turner da risada pela minha confusão, o que só me deixou mais perdida e curiosa.

— Ah, Arthur Campbel é um dos principais problemas discutidos durante as reuniões de professores nesse colégio — noto os alunos entrando na sala de modo gradual, cada um tomando seu assento habitual. — Um aluno muito difícil, se quer saber — uma aluna veio até nos, apertando a mão do professor em cumprimento, o que o fez desviar a atenção de mim.

Seguro Louisa pelo braço me virando em direção as carteiras vagas. Louisa solta um murmúrio com o puxão brusco.

— Você tem uma paixonote proibida pelo professor de geografia? — pergunto com graça, ela cora rapidamente, me dando a resposta que esperava. — Eu vi a aliança, ele é casado, Louisa — minha mais nova amiga bufa parecendo frustrada quando nos sentamos em carteiras próximas a janela, onde dava a visão do campus quase vazio.

— Ele está se divorciando.

— Continua casado — afimo fazendo ela revirar os olhos com o puxão de orelha pela manhã.

— Não temos nada, Liz — conta —, se é isso que você está pensando — diz com calma, não querendo chamar a atenção de mais ninguém.

— Vi o jeito que ele te olha — sussuro me virando para trás, podendo apoiar os cotovelos em sua carteira. — Aquele não é o olhar de um professor orgulhoso de uma aluna, é bem mais do que isso.

Louisa joga os cabelos negros para trás dos ombros com exaustão.

— Ficamos algumas vezes nas férias de verão do ano passado — revela me deixando de olhos arregalados enquanto tentava processar a informação. — Por favor, Não diga nada — pede quando penso em começar a falar. — Não conte isso para ninguém, nem para a Addie. Você é a única pessoa que sabe, além de mim e do senhor Turner — anuo em compreensão, mas não consegui deixar meu transtorno com aquilo de lado.

— Ele é o quê? Uns vinte anos mais velho que a gente?

Ela fez uma careta indiscreta.

— Não importa mais, agora já foi.

— Já foi? — solto uma risada sarcástica. — Você viu do jeito que ele te olha? Meu Deus, parecia que ele iria te comer com os olhos bem ali na minha frente.

— Está sendo tão exagerada quanto a Addie.

— Estou tentando te acordar desse transe antes que seja tarde — confesso com um estalar de dedos. — Você ficou com um cara casado! — acuso ainda aérea com a revelação bombástica.

— Ele está se divor...

— Mas ainda está casado! — corto sua frase com uma expressão séria. — Louisa, é sério, isso é furada, dê um basta nisso antes que seja tarde.

— Já acabou, tá legal? — murmura um pouco mais baixo quando o professor começa a dar a aula, fazendo a sala ficar em silêncio. — Agora vamos parar de falar sobre isso porque não me sinto confortável com esse assunto — ela coloca os livros sobre a mesa, se virando para o quadro negro onde o professor anotava alguma explicação.

Tentei me concentrar na explicação do senhor Turner, mas ficava a todo momento reparando nos olhares discretos e significativos que ele enviava a todo momento para Louisa, na qual eu não pude ver sua expressão, já que estava tentando demonstrar que não sabia do caso de verão dos dois.

Estava concentrada em arrumar uma explicação para cada olhar do professor direcionado a minha amiga, mas fui tirada dos meus pensamentos malucos quando alguém bateu na porta, quinze minutos depois do início da aula.

Todos na sala levantaram o olhar quando senhor Turner caminhou até a porta. Pude escutar os cochichos que se formava na sala, ergo as sobrancelhas, não entendendo do alvoroço que se formava no ambiente.

— Senhor Collins! — o escuto exclamar assim que abre a porta. — Que prazer ter a sua ilustre presença em minha aula nessa bela manhã de terça feira — ironiza abrindo espaço para o tal garoto passar para dentro da sala.

Engulo em seco quando aquele sobrenome volta a se repetir em minha cabeça como uma luz piscante de alerta vermelho.

— Tive problemas com o meu despertador — a voz forte do garoto me fez arrepiar. — Desculpe pelo meu atraso — ele murmura passando uma das mãos pelos cabelos negros, enquanto as garotas na sala soltavam suspiros super desnecessários ao meu ver.

— Espero que o seu rotineiro problema com o despertador seja resolvido o quanto antes.

Collins assente com um murmúrio em concordância antes do professor - com um gesto de mão -, gesticular para que ele se sente e não atrapalhe mais a aula.

Não me aguentei de curiosidade, e tive que levantar o olhar para me dar por vencida de que aquele não era Ethan Collins, de que aquele garoto com ar irônico não era o meu melhor amigo de infância, mas não pude mais negar quando ele desviou o olhar para mim, como se soubesse que estava sendo observado.

Ele estreitou os olhos, mas por fim, apenas deviou o olhar de volta para a carteira no fundo da sala, onde ele se sentou de modo preguiçoso.

Me virei rapidamente para frente, como se derrepente o ar houvesse se tornado pesado.

"Oi, Ethan", escutei os murmúrios de algumas garotas da sala, o que só respondeu a pergunta que se repetia em minha mente.

Puta merda! Era mesmo Ethan Collins, aquele Ethan. Me senti queimar por dentro quando me virei para ele novamente e o peguei me encarando com curiosidade.

— Ei, Liz — senti uma pontada em meu braço quando Louisa me chamou, me fazendo desviar o olhar para ela. — Tá tudo bem? — anuo mordendo o lábio inferior e desviando o olhar de Ethan.

— Claro — murmuro respirando fundo. —, só estava pensando — abro um sorriso pequeno antes de voltar a olhar para o quadro e prestar a atenção nas palavras ditas pelo professor.

Merda!

Continue Reading

You'll Also Like

9.9K 390 24
- é vc quem eu escolhi pra ser a mulher da minha vida Helena acaba de voltar pro Brasil pra morar com o seu pai,ela morou metade da sua infância no...
80.9K 2.4K 67
Para você que gosta de imaginar cenários com o cantor / aceito pedidos basta apenas comentar no capítulo 1
33.3M 2M 84
De férias da faculdade, Hannah decide passar o final do ano no apartamento do seu irmão mais velho que mora no Brasil. Hannah não vê Bryan a mais de...
159K 12.3K 40
Seria apenas uma viagem divertida entre amigas, mas acaba se tornando muito mais que isso. Uma implicância entre os dois, que se transformaria em alg...