Viver com Eles

De Lady_Butterfly

131K 3.9K 317

Vivia uma vida bem normal, rodeada de amigos. Talvez fosse mais do que normal já que tinha direito a luxos ao... Mai multe

Viver com Eles
1º Capítulo
2º Capítulo
3º Capítulo
4º Capítulo
5º Capítulo
6º Capítulo
7º Capítulo
8º Capítulo
9º Capítulo
10º Capítulo
11º Capítulo
12º Capítulo
13º Capítulo
14º Capítulo
15º Capítulo
16º Capítulo
17º Capítulo
18º Capítulo
19º Capítulo
20º Capítulo
21º Capítulo
22º Capítulo
23º Capítulo
24º Capítulo
25º Capítulo
26º Capítulo
27º Capítulo
28º Capítulo
29º Capítulo
30º Capítulo
31º Capítulo
32º Capítulo
33º Capítulo
34º Capítulo
35º Capítulo
36º Capítulo
37º Capítulo
38º Capítulo
39º Capítulo
40º Capítulo
41º Capítulo
42º Capítulo
Epílogo

43.º Capítulo

1.6K 76 2
De Lady_Butterfly

O feiticeiro já de pé observou a namorada no chão e quando levantou o olhar na direcção da Borboleta Morta, os pequenos confrontos que ainda decorriam, cessaram. Os seus olhos brilharam e Ana atirou-lhe o tridente, devolvendo-lhe a arma que ele cravou no solo e de imediato, a terra que tinha ficado de aparência infértil, voltou às suas cores verdejantes. De seguida, deslocou-se rapidamente até ao seu irmão Tiago e tocando-lhe no braço, murmurou poucas palavras que fizeram o seu irmão abrir os olhos e sorrir ao vê-lo. Seguiu-se o outro feiticeiro do fogo. Um simples toque em Filipe o despertou. Ele perguntava-se o que se havia passado. Ricardo não respondeu e virou-se na direcção da Borboleta Morta.

- Vais desafiar-me? Não vais conseguir aquilo que os feiticeiros mais poderosos que enfrentei, falharam.

Quando as bruxas tentaram atacá-lo, ele atirou-lhes o tridente que limitou-se a partir-lhe as varinhas que tinham nas mãos e depois como um boomerang voltou para as suas mãos.

- Vais fazer o mesmo que tua mamã? – Ironizou a bruxa com um sorriso desafiante.

- Segundo o Karma, a Água representa o “cíclico”, ou seja, o que se repete. Contudo, vou provar que já ultrapassei essas ideias absurdas. Posso ser a mudança se quiser. – Desapareceu e reapareceu mesmo à frente da bruxa que tentou afastar-se, mas ele segurou-a pelas duas mãos. – Purificação!

Ela procurou libertar-se das mãos dele. Porém, logo, sentiu o seu poder tomar conta do seu corpo. Não conseguia fazer nada contra a força que rapidamente livrava o seu corpo de toda e qualquer magia que pudesse ser prejudicial para outros ou mesmo para ela. Era como se uma imensa corrente de água percorresse todo o seu corpo e tal como a maré furiosa, fosse incapaz de ser parada.

- Irás viver. Porém como e entre humanos numa vida que te dou através desta purificação. – Falou Ricardo, ainda sem largar as suas mãos.

- Ela fez demasiado mal a este mundo! – Argumentou um dos anciões.

- Ela destruiu parte da minha família. – Disse, não deixando que caísse no chão e segurando-a pelos braços. – A vingança não os trará de volta. Matá-la não os trará de volta.

- Isso é um disparate! – Disse a sua avó aproximando-se.

Ela que se mantivera sempre à margem dos acontecimentos viu de imediato vários feiticeiros, nomeadamente nobres, colocarem-se no seu caminho. Todos conseguiam pressentir a energia que ao mesmo tempo era intensa e suave. As duas dicotomias tocavam-se tão perfeitamente que seria impossível, alguém não reconhecer o feiticeiro como uma entidade a ser respeitada e protegida a todo e qualquer custo.

- Sei como me educaste, sei que foi tudo para este momento. – Respondeu o feiticeiro, encarando a sua avó com ar compreensivo. - Mas esta é a minha escolha.

- Eduquei-te porque o meu filho…

- Avó, sei que devias pressentir que algo terrível iria acontecer ao meu pai, à nossa família e com a ajuda da Borboleta Morta tudo se proporcionou para que fosse educado de duas formas distintas. – Fez uma pausa, olhando para Dalila que continuava inconsciente perto de Luís e Clara. – Todavia, sabia que um dia não teria que dar ouvidos a ninguém, teria simplesmente que tomar as minhas próprias decisões. – Olhou para as outras bruxas que já se encontravam rodeadas de caçadores de bruxa. – Chega de prisões, torturas e mortes inúteis. Existem outras formas de resolver as coisas.

- E as traições? – Perguntou um dos anciões.

- Se for a pensar bem, tenho sido traído por muita gente há muito tempo mesmo por vocês que se encarregaram de selar os meus poderes e de colocar uma feiticeira de poderes temporários num lugar que me pertence. Tomaram decisões por mim, alegando que eu não saberia fazer melhor nem teria poder para tal. – Respondeu o jovem de cabelos escuros e ainda com um azul intenso dos seus olhos bem evidente para quem olhasse para ele.

- As coisas não são bem assim… - Tentou dizer um deles.

- Cale-se velhote. Foi sempre assim. Vocês sempre tiveram palpites para tudo. – Disse Filipe.

- Isso mesmo! Se reduzam à vossa insignificância e outros que estão presentes se têm um pingo de respeito pela pessoa que está na vossa frente, demonstrem. – Disse Milena, fazendo uma vénia.

Outros se seguiram e os soldados reais pediram desculpas e chegaram a ajoelhar-se.

- As desculpas estão aceites e não preciso que façam isto. – Disse, sorrindo-lhes. – Agora o que precisamos fazer é mudar o que está errado. Os considerados verdadeiramente traidores terão outro tipo de castigo que considero muito mais útil que as torturas.

- O que pretende fazer? – Perguntou um dos anciãos.

- E quanto a mim? – Perguntou a rapariga que para muitos durante anos servira como referência do poder real.

- Já sei o que fazer. – Disse com um ar calmo e aproximando-se de Ana que estava sentada no chão com um ar exausta. Ele sorriu-lhe e ela retribuiu.

Algumas horas mais tarde, os dois encontravam-se num dos terraços do Castelo dos Quatro Elementos. Ricardo tivera que tomar medidas imediatas quanto aos traidores considerados perigosos para o seu mundo e também anunciar outras medidas a todos. Preferiu estabelecer a ordem antes de tomar qualquer outra atitude relativamente a assuntos mais pessoais.

- Está na hora de regressares. – Disse Ricardo, verificando mais uma vez que ninguém os via.

Ana sorriu, dizendo-lhe que sabia que estava na hora de regressar a casa. Contudo, pediu-lhe um último favor. Um pouco timidamente, pediu-lhe um abraço e antes que o rapaz respondesse, ela abraçou-o. Ele não recusou e pousou uma das suas mãos sobre os cabelos da rapariga que tivera um papel importante na sua recuperação. Já ela? Não escondia a felicidade na expressão do seu rosto enquanto prolongava um pouco mais aquele gesto de carinho, encostada ao peito do feiticeiro e por fim, agradeceu por tudo, restabelecendo a distância entre os dois.

- Podias ter morrido e eu não me perdoaria. - Falou o rapaz, passando a mão no rosto da rapariga. – No entanto, tenho que admitir que se não estivesses aqui as coisas poderiam ter sido demasiado diferentes e ter tido um fim diferente mas porque tu estavas aqui, estamos os dois a sorrir neste momento. Apesar de que correste muitos riscos.

- É coisa de família. Não somos todos um bocadinho impulsivos? Está-me no sangue. – Disse divertida. - Nunca te esqueças que sou muito feliz e em grande parte é porque tu estás na minha vida. – Disse, afastando-se com um sorriso e uma lágrima a cair-lhe pelo rosto.

- Essa não é a tua verdadeira aparência, pois não? – Perguntou-lhe Ricardo.

Ela acenou negativamente.

- Os meus cabelos são bem mais longos e de outra cor. – Fez sinal a Ricardo para manter o silêncio. - Não quero que digas o que estás a pensar neste momento porque é melhor assim. Já interferi o suficiente e está na hora de voltar. – Disse, fazendo os seus olhos brilharem e surgiu um portal atrás de si. – Obrigada.

Sorriu-lhe e entrou no portal, desaparecendo.

- Eu é que agradeço. - Murmurou o feiticeiro, deixando o terraço e indo até um dos quartos.

Fechou a porta e percebeu que Dalila começava a mexer-se na cama. Foi até ela, sentando-se na cama e esperando que abrisse os olhos. A jovem demorou até conseguir focar a sua vista. Inicialmente, pensou que não estivesse a ver Ricardo e até estivesse a alucinar quando este lhe perguntou como se sentia. Para ter a certeza, sentou-se com a máxima rapidez que conseguiu e tocou o peito do rapaz até chegar ao seu rosto.

- Tu estás bem… - Murmurou. – Isto é real.

- Claro que é. Não podia estar melhor mas não perguntei como eu estava e sim como tu estavas. – Disse divertido.

Ela abraçou-o, não conseguindo evitar as lágrimas.

- Pensei que…

- Fizeste tudo muito bem e embora não soubesses separar a minha energia vital da tua, quando me senti com forças suficientes e tive consciência para isso, não deixei que me desses a tua vida também. – Acariciou-lhe os cabelos. – Correste um risco muito grande. Realmente, não pensas muito antes de agir.

- Olha quem fala! Podes dizer o que quiseres mas faria tudo outra vez! – Disse, afastando-se um pouco para olhar de frente para o feiticeiro. – Não estou a sonhar, pois não? Ou morri e isto é alguma espécie de céu ou dimens…

O rapaz beijou-a e de seguida, murmurou:

- Já te provei que tudo é real?

- Sim. - Disse com um sorriso e então reparou que não conhecia aquele lugar. – Onde estamos?

- No Castelo dos Quatro Elementos. – Respondeu, vendo que a rapariga observava o quarto elegantemente decorado e com os elementos reais presentes nos quatro cantos daquela divisão. As janelas enormes, decoradas com cortinas que pareciam ser de um material desconhecido que brilhava muito levemente quando os raios das lua lhe tocavam.

- Pois. - Disse, levando uma das mãos à cabeça. – Alma dos Reis. Tu descendes de…

- Sempre te disse que tinha sangue azul, não foi? – Brincou.

Dalila riu-se com o feiticeiro. Quantas vezes teria ela pensado que ele tinha mania das grandezas e que devia pensar que era um rei rodeado de escravos?

- Meu Deus, agora sim, tens motivos para empinar o nariz. – Olhou novamente em volta. – Vais-te mudar para aqui? – Sentiu-se entristecer um pouco. Havia uma distância entre eles uma vez que a partir daquele momento, deviam exigir a presença dele naquele mundo onde magia imperava. Dalila era consciente que não Ricardo seria a pessoa mais adequada para guiar aquele mundo. Isso claro tiraria o seu tempo, mas seria por uma boa causa. E ela? Bem, ela não pertencia aquele lugar. Provavelmente, a conversa que se seguiria, teria algo a ver com o seu regresso a um mundo onde ele não estava.

- Este não é o lugar onde quero estar. – Falou o rapaz, chamando-a à realidade fora dos seus pensamentos. Um pouco atónita tentou perceber se ele não teria que ficar ali para orientar o mundo dos feiticeiros. Seria mais prático e deveria ser quase uma exigência por parte dos anciões. Vendo todas essas dúvidas e receios nos olhos da sua namorada, o jovem procurou explicar que teria muito mais a aprender no mundo dos humanos embora não estivesse nos seus planos desprezar as responsabilidades que passaria a ter com os feiticeiros no geral. Todavia, iria regressar para o mundo dos humanos para viver o mais que pudesse como eles. Ao ouvir isso, a rapariga não entendia o motivo de tudo aquilo e perguntou-se se mais alguma coisa teria acontecido enquanto esteve inconsciente. Ele explicou que os feiticeiros sempre viveram ou pelo menos procuraram ao máximo, viver à parte dos humanos, escolhendo assim locais isolados e afastados dos centros urbanos. Considerando que isso não fosse o mais correcto, seria melhor mudar isso e passar a viver o mais próximo possível dos humanos para entendê-los e aprender com eles.

- Na verdade, usei os meus poderes para purificar muitos dos poderes que foram usados erradamente por alguns e assim impedi-los de voltar a ter acesso à sua magia até que percebam o quão importante é viver com os humanos que são uma parte importante de nós mesmos.

- Tu purificaste as bruxas e outros feiticeiros? Tipo apagar memórias e enviá-los para sítios? – Perguntou Dalila curiosa acerca dos acontecimentos que ocorreram na sua “ausência”.

- Não apaguei memórias, apenas selei poderes até que abram os seus corações para um mundo que também é o nosso e nós afastámo-nos tanto que deixámos de dar-lhe a importância que deveríamos.

- Mesmo a Borboleta Morta? – Perguntou um pouco hesitante.

- Não os traria de volta, apenas mancharia as minhas mãos de sangue.

Ela sorriu, abraçando-o novamente.

- Fico tão feliz por ti. Houve uma vez em que pensei que darias mesmo um bom rei aqui porque tomarias as decisões de forma diferente e agora sei que não me enganei.

- Obrigado por confiares em mim. – Disse Ricardo, afastando-a um pouco. - É noite, sei que já dormiste algumas horas. Porém, mais algumas não te fariam mal. Passaste por muito hoje.

Subitamente, outra pergunta saltou na mente da rapariga. Perguntou-lhe pela Ana ao que feiticeiro, depois de pensar um pouco, disse que estava bem e que tinha voltado para o lugar de onde veio. Obviamente, Dalila desconfiou que ele tinha descoberto a verdade sobre a rapariga misteriosa. Contudo, o rapaz disse apenas que seria melhor não tocar mais sobre esse assunto porque um dia mais tarde, Dalila descobriria por conta própria, essas respostas.

- Preciso dizer-te uma coisa. – Começou a rapariga, pressentindo que seria melhor mudar de assunto e por fim, dizer-lhe umas coisas que não queria mais guardar dentro dela. - No Ano Novo pedi que pessoas importantes para mim fossem felizes, desejei muito que fosses feliz.

- Parece que os desejos se completavam. – Concluiu o rapaz com um sorriso. – Pedi que as pessoas à minha volta fossem felizes. O que foi? – Notou que a rapariga parecia acanhada com alguma coisa. - Nem parece teu ficares envergonhada. Logo tu que me dizes as coisas normalmente sem pensar nelas primeiro. – Brincou.

- Sempre fui muito egoísta e tinha um medo terrível de ficar sozinha. Já tive medo de morrer e penso que se fosse como era antes, teria simplesmente fugido. Contudo, mais uma vez apercebi-me de como mudei e de como estava disposta a morrer por ti. – Falou, sentindo a sua voz tremer um pouco. - A verdade é que senti medo novamente porque pensei que ia morrer sem dizer-te que… eu amo-te…

Ele sorriu e beijou-a, fazendo desaparecer a tensão que se formara para lhe dizer aquelas palavras. Eram verdadeiras e marcavam um novo começo para ambos.

Continuă lectura

O să-ți placă și

94.8K 3.3K 31
Bianca e uma menina q se muda para EUA e la ela vai encontrar seu amor Gustavo
385K 24.2K 73
Duas pessoas completamente diferentes, ele tem tudo o que quer, ela é batalhadora, Se tem um sonho ela corre atrás para realizá-lo. Ele só precisa...
TRUE LUNA De EmyllyAnnara0

Ficțiune adolescenți

58.1K 3.7K 94
TODOS OS DIREITOS AUTORAIS SÃO DE "Tessa Lily!" "Eu, Logan Carter, Alfa da matilha Lua Crescente, rejeito você, Emmy Parker da matilha Lua Crescente...
48.6K 3.4K 54
Depois de quase 6 anos, o mundo dela virou de cabeça para baixo. Uma filha e muitas descobertas. Novas paixões, novas surpresas; novos sentimentos. A...