Lívia (COMPLETA)

By JandiOliveira

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No reino Sarabely, a rainha deu a luz a duas gêmeas, a qual deu os nomes de Lívia e Olívia. Mas como a tr... More

CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
CAPÍTULO 31
CAPÍTULO 32
CAPÍTULO 33
CAPÍTULO 34
CAPÍTULO 35
CAPÍTULO 36
CAPÍTULO 37
CAPÍTULO 38
CAPÍTULO 39
CAPÍTULO 40
CAPÍTULO 41
CAPÍTULO 42
CAPÍTULO 43
CAPÍTULO 44
CAPÍTULO 46
CAPÍTULO 47
EPÍLOGO
LIVRO 2
AGRADECIMENTOS
COMEÇOU!!!

CAPÍTULO 45

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By JandiOliveira

Não há canto de pássaros como de costume, nem o vento suave chacoalhando as folhas das árvores como se dançassem a música mais bonita.

Não há nada de belo. O vento cortante ameaça levar tudo á sua frente, não há delicadeza em sua melodia violenta, nem suavidade nos passos frenéticos das folhas que são arrancadas e levadas para longe pela corrente furiosa de ar.

O céu cinzento e trovejante, faz com que a floresta recaia sobre terríveis sombras, barulhos escapam dos arbustos fazendo meu coração disparar a todo segundo com o que quer que possa saltar dali.

Mas ainda assim sigo em frente. Meus olhos vagueiam em direções contrárias e lembro de cada atalho que eu poderia pegar para não ter que caminhar o dobro, nem enfrentar o que quer que o conselho e meu pai panejou para hoje. Mas o pensamento desaparece tão rápido quanto veio, apenas em imaginar os homens escondidos sob cada canto da floresta preparados para disparar uma flecha em minha cabeça assim que eu tentasse cortar o caminho.

Uma gota gelada cai em minha bochecha, logo seguida de mais uma, e mais uma, até que o céu todo desabe em uma chuva de início lenta, mas a cada passo meu, vai se tornando mais grossa.

Apresso meus passos para uma quase corrida antes que a tempestade fique forte demais e atrapalhe minha visão. Mas não vou muito longe antes de avistar uma pequena cabana de madeira no meio do caminho, ao seu redor vejo os troncos das árvores pela metade, derrubadas para abrir espaço no local, interceptando a trajetória em linha reta que só poderia ser feita naquela direção.

Sem ter outra escolha, avanço com cuidado em direção à casa, prestando atenção no chão em busca de qualquer armadilha. A porta estala quando a empurro, a madeira é nova, mas a construção toda é tão mal feita que parece que vai ser arrastada pela menor ventania.

Dou um único passo á frente para adentrar a casa e sinto no mesmo instante o fio se romper acionando a armadilha, a flecha passa zunindo por pouco não levando meu nariz junto, antes de se cravar na madeira do outro lado.

O interior da cabana está escuro, mas ainda vejo a outra porta do outro lado, oferecendo uma saída para o restante do caminho. Meus olhos são atraídos para o canto onde uma pequena mesa está, uma garrafa solitária esta ali junto com uma única vela tentando afastar as sombras da casa, mas o que realmente me chama atenção é o homem amordaçado e preso em uma cadeira. Ele não veste uma camiseta, e seu corpo cheio de cicatrizes de batalhas ganhou mais algumas.

Em seu peito, gravado à faca está escrito RodWell, sangue escorre das letras deformadas e formam uma poça ao seus pés. Não vai demorar para que ele parta para sempre.

Me aproximo dele com cautela, a chuva castiga as paredes frágeis da cabana com violência assim como as batidas de meu coração. As palavras gravadas em seu peito ecoam em minha cabeça, junto da lembrança dos gritos e da flecha em minha direção, uma puxada para trás... cabelos ruivos brilhando à luz do sol enquanto Oliver se colocava na frente... e depois ... depois tinha tanto sangue... tanto.

Por culpa deles.

Engulo em seco tentando desfazer o nó que se forma em minha garganta, não posso fraquejar em frente aquele monstro. Estou prestes a desferir um soco em seu rosto quando vejo de relance um papel embaixo da garrafa sob a mesa. A contra gosto abaixo a mão e o pego.

" Os pecadores devem queimar. "

Releio a frase três vezes antes de finalmente entendê-la. Tiro a rolha da garrafa e a levo até o nariz... o cheiro é de álcool.

Não precisa ter medo, repito para mim mesma, não deve ser tão diferente fazer aquilo em alguém vivo, não pode ser tão diferente de queimar o corpo de Anne na floresta... a única coisa que os distingue é que o coração dele ainda bate.

O coração de Oli não bate mais por culpa dele e de seu povo.

Não sou assim...isso é demais...é...é...

E o coração da criança Lívia ? Ainda pode bater depois de ter a garganta cortada ? Mata inocentes e não pecadores ?

Não. Jamais voltaria... assim como Oliver, aquele homem e todo seu povo eram os culpados.

Quando você dá uma passo para as trevas não pode mais voltar, quando ergui o machado... quando deslizei a adaga, tracei meu caminho para onde não podia haver temor ou hesitação.

Muito menos misericórdia.

Você não é assim.

É o que você é.

Você não é assim.

Isso é tudo o que sou.

Uma assassina, mentirosa e traidora.

Ergo a garrafa e minhas mãos tremem... - Fraqueza - mas não importa porque sei como arranca-lá.

Eu me lembro. Dos homens mortos sob o meu comando...do sangue...gritos... flechas...fios ruivos...e mais sangue.

Desenterro a dor até que ela se torne raiva, até que a raiva se torne ódio... e então me vingo.

O líquido molha sua feridas e ele se encolhe, os olhos embaçados com lágrimas que é orgulhoso demais para derramar.

— Ele não conseguiu falar nada enquanto morria - minha voz sai com dificuldade enquanto falo mas não me importo, arranco a mordaça de sua boca — Apenas cuspia sangue e mais sangue, até que finalmente se foi. Eu queria não ter visto, assim poderia acreditar quando as pessoas dizem que ele partiu sem dor, mas eu assisti ele se engasgar no próprio sangue, vi a dor em seu rosto. Eu sei que ele sofreu.

Pisco para desembaçar a visão e então continuo.

— Ele não conseguiu falar nada enquanto morria, mas eu vou ouvir você gritar enquanto queima - olho em seus olhos quando ergo a vela — Quando eu me lembrar dele em meus braços enquanto partia, e como sua boca se movia silenciosamente, então eu ouvirei seus gritos de novo e de novo, e eu me sentirei bem melhor.

E então o fogo encontra sua pele.

Caminho em direção à porta do outro lado e por um segundo paro ali na saída e escuto seus gritos, soam como música e em cada nota ouço justiça. Por Oliver, Thomas e tantos outros homens sem nome e sem rosto que perderam a vida por causa dos ataques RodWell.

A vingança tinha um gosto doce. E eu queria prová-la novamente.

Saio para a tempestade lá fora mais forte do que nunca, não demora para que eu esteja toda encharcada e tremendo de frio. Sigo em frente com dificuldade, meus pés afundam na lama diminuindo o ritmo da caminhada e as gotas geladas descendo pelas minhas costas causam calafrios a cada instante.

Conforme me aproximo do rio, não é apenas lama que dificulta a caminhada, mas também a água, chuvas fortes faziam o rio transbordar e tudo ao redor alagava como agora, quanto mais perto do rio eu chego mais difícil é caminhar empurrando toda essa água. Mais afrente, meus olhos se deparam com uma ponte erguida sobre o rio. Ela nunca esteve aqui antes, tenho um segundo de alívio ao ter a solução para não ser arrastada pela correnteza, mas quanto mais me aproximo, mais vejo o seu estado decadente.

Saco a espada e corto as duas cordas que prendem a ponte, o monte de madeira podre despenca rápido fazendo várias lascas voarem para as profundezas das águas turbulentas abaixo enquanto se assenta do outro lado. Assim que piso sob ela sinto sua fragilidade, toda a extensão da ponte estala como um prelúdio para o desabamento. Sem outra escolha a não ser cair e morrer afogada na correnteza começo a tirar a armadura que me deixa muito mais pesada, mesmo que me deixe mais quente ou me traga sensação de segurança as placas de metal mais atrapalhariam do que ajudariam nesse momento.

Em questão de segundos minha chemise e a calça estão encharcadas, o vento ricocheteia diretamente em minha pele e fica mais difícil conter os tremores quando as gotas terrivelmente geladas parecem agulhas tentando perfurar a pele. Mas com um passo de cada vez e um coração na boca, aos pouquinhos vou avançando, a madeira treme e as vezes até se parte sob o peso dos meus pés, ainda assim quando volto a erguer os olhos da ponte deplorável já estou a um passo da terra firme novamente, e pronta para continuar o caminho.

Acelero o passo quando a chuva diminui deixando o caminho á frente mais fácil de se ver, tudo parece mais sombrio quando adentro a estrada margeada por árvores altas e carregadas de folhas que se ramificam encontrando-se com as outras até formarem um escudo contra a visão do céu, deixando o lugar mais escuro. Corro para sair mais rápido da estrada, mas o cheiro pútrido que parece vir do fim da estrada me faz querer correr de volta para o início.

O cheiro de podre é tão forte que nem mesmo a chuva é capaz de levar completamente o odor embora, imagino que estaria bem pior se não fosse o céu desabando lá no alto.

Me aproximo do fim da estrada com excitação, o medo vem como uma onda gigante que se espalha pelo meu sangue como se fosse veneno...quando as árvores voltam a se abrir e o céu desponta visível de novo o que meus olhos veem...

Me curvo sob um arbusto para vomitar o pouco do café da manhã que tomei.

Corpos.

Não um, nem dois....  mas um monte. Homens e mulheres mortos empilhados como um monte de feno, no meio do caminho do qual eu não posso desviar.

Ponho para fora mais um pouco antes de me erguer.

Não quero olhar, mas ainda assim me obrigo a encarar o que tenho a minha frente.

Não quero me aproximar, mas ainda assim caminho para mais perto.

Cheguei até aqui e agora não tenho coragem para desistir. Mesmo que seja nojento e horrível, mesmo que meu estômago se contorça com tudo aquilo.

Não.

Não.

Não.

Você tem quer ir.

Fecho os olhos por um segundo, e então sigo em frente.

Um pé na frente do outro...um pé na frente do outro....

Sinto quando minha bota toca o corpo, tento imaginar que é um campo florido ou apenas a terra lamacenta da floresta, mas ainda assim eu sinto a maciez e a inconsistência dos corpos quando a bota os pisoteia, minhas mãos ainda se agarram a peles frias e decompostas para escalar a montanha de pessoas.

Um pé na frente do outro...um pé na frente do outro...

Tento segurar a respiração e evitar o mal cheiro, mas quanto mais tento escapar do ar pútrido, mais sou obrigada a respirar arquejante até  quando não consigo mais segurar, e então toda aquela podridão parece entrar até em minha boca... parece estar em todo lugar.

Tudo dentro de mim se revira enquanto subo pisando em partes que eu nem sabia que existia do corpo humano, agradeço aos deuses por não estar em um dia quente enquanto subo mais e mais para cima, um monte de moscas voando em meu rosto é a ultima coisa de que eu precisava. Alcanço o topo do monte e me agarro em um corpo estendido no alto para me impulsionar para cima, quando sinto que a barriga se meche.

— Puta merda !!

Quase caio para trás e rolo a montanha de corpos. Tomo um cuidado extra para não encostar no mesmo corpo enquanto alcanço o topo e então olho para o que eu tinha tocado antes, e vejo uma mulher viva, os olhos castanhos estão tão esbugalhados que parecem querer saltar para fora, a pobrezinha treme como um cordeiro assustado não sei se é por medo ou frio, pela situação de seu vestido eu chutaria a segunda opção, talvez um pouco dos dois. Ela está amordaçada e suas mãos estão atadas assim como seus pés por  grossas cordas, a pele em volta está machucada pelas tentativas fracassadas de se soltar, mas meus pensamentos passam rápido pelos tormentos daquela jovem mulher e logo voltam a se focar no que realmente importa, o que diabos ela fazia ali em meio a putrefação com o coração ainda batendo.

Me ajoelho ao seu lado e a revisto, acho uma pequena caixinha de madeira no bolso de sua roupa esfarrapada e a abro com cuidado.

Há apenas um papel enrolado lá dentro, protejo-o da chuva enquanto o desenrolo até que as letras apareçam.

"A subida até o trono é tortuosa, pavimentada com sangue e dor, corpos de inimigos e corpos de seu povo trilham sua ascensão. A coroa exige sacrifícios. Faça o seu. "

Encaro confusa o papel em minhas mãos antes dele encharcar, então o amasso com força e arremesso longe, a confusão e enjoo aos poucos dão lugar a frustação.

— Eu não sei o que vocês querem que eu faça — chuto alguma coisa que prefiro jamais saber o que é enquanto encaro o caminho a frente. Olho uma última vez para a mulher estendida sob os corpos e dou de ombros antes de começar a descer.

A descida é bem mais fácil, a perspectiva de estar mais próxima de me afastar daquela montanha cheia de cadáveres seria quase animadora se eu não estivesse deixando aquela mulher.

Salto para o chão e corro sem olhar para trás, não demora para que o cheiro horrível se dissipe no ar. Caminho para recuperar o fôlego enquanto a chuva passa a diminuir. Pulo de susto quando um raio corta o ar a minha frente e segundos depois um trovão reverbera pelo céu, como se marcasse minha chegada á final.

Uma árvore está enfeitada com delicadas fitas vermelhas e um baú cravejado com pedras preciosas repousa em suas raízes. Jogo pedras em sua direção para averiguar se não tem nenhuma armadilha, e aos poucos me aproximo. Meus dedos deslizam pela caixa e pousam em sua fechadura, na abertura para colocar a chave há um novo papel preso, retiro-o e desenrolo.

" A chave está no coração."

Mais que merd.... Ah não.

Me levanto rápido e corro de volta para a pilha de corpos, meus pés chegam a escorregar na terra molhada mas não diminuo o ritmo, preciso acabar com tudo isso logo. O mal cheiro fica mais forte quanto mais me aproximo mas não me importo tanto quanto antes, apesar de escalar os mortos ainda fazer meu estômago revirar. Chego ao topo sem ar, a mulher ainda está deitada ali como eu esperava. Ajoelho ao seu lado e puxo seu vestido para o lado, expondo o lugar do coração.

Uma cicatriz está ali, com pontos ainda.

"A coroa exige sacrifícios"...."A chave está no coração"

Tiro a adaga presa em minha bota, os olhos dela se arregalam enquanto seus gritos são abafados pela mordaça. Passo a mão em seus cabelos tentando acalmá-la mas ela apenas debate mais, tentando se afastar.

— Ei vai ficar tudo bem, shhh — era uma mentira deslavada, mas por um instante ela parou. Foi o suficiente para eu cravar a adaga em seu coração — Sinto muito.

Em um segundo ela estava ali se debatendo, e no outro jazia imóvel em meus braços.

Deslizo a lâmina um pouco mais e então puxo a pele e lá estava... uma chave.

Fecho os olhos da garota antes de pegar a chave, dessa vez não olho para ela uma última vez antes de descer a pilha e seguir meu caminho.

Me aproximo da árvore enfeitada com a chave prateada na mão e me ajoelho em frente ao baú, deslizo a chave na fechadura e destranco. Puxo a tampa e com ansiedade me inclino para ver lá dentro... mas a coroa não está. No fundo do baú há apenas o desenho de um círculo vermelho.

O mesmo do início.

— Mais que merda — chuto a droga do baú antes de me virar e correr.

Avanço pela floresta o mais rápido que posso, o vento balança as folhas das árvores para frente como se tentasse me guiar, mas a única coisa que consegue é levar a fita de meu cabelo. Escalo a montanha de corpos mais rápido dessa vez, a podridão parece mais distante quando minha mente está completamente voltada para chegar no círculo vermelho. A pressa não me deixa descuidada, diminuo o ritmo e atravesso a ponte com cuidado mesmo querendo prosseguir rápido.

Um coração na boca. Um pé na frente do outro. Estalos e madeira se partindo. E então um último passo para a terra firme.

As botas levantam lama, espirros de terra voam para todos os lados como um bando de pássaros assustados enquanto sigo pela floresta. Avisto a cabana ao longe e não demora para que eu a alcance. Não me permito olhar para a massa em carne viva ao canto, tudo é apenas um borrão enquanto corro desesperada para acabar com todo esse terror.

Á minha frente vejo o fim das árvores, o céu cinza e o castelo despontando no horizonte... e o círculo vermelho na terra.

Caio de joelhos ao seu lado e não perco um segundo, enfio as mãos na terra molhada e cavo desesperadamente. Sinto a terra se infiltrar em minhas unhas como os momentos na floresta, quero esquecer tudo isso, o fogo... os olhos castanhos, a pele fria e flácida.

Mas tudo continua ali.

Paro quando meus dedos encontram o metal frio, e uma pequena parte dourada aparece... só mais um pouquinho, e então tenho a coroa em minhas mãos. Passo os dedos pelas pedras encrustadas para tirar um pouco da lama e a observo por um instante antes de correr para pegar o cavalo com os guardas.

Subo com agilidade e não espero os homens me seguirem, balanço as rédeas e o cavalo parte em direção ao castelo... em direção à arena cada vez mais rápido.

Os guardas abrem os portões assim que me avistam, não diminuo a velocidade ao meu aproximar, adentro a arena enlamaçada e vermelha pelo sangue derramado dos jogos.

As pessoas presentes vibram na arquibancada, gritos e palmas ecoam por todo o lugar como se fosse uma canção, e mesmo não querendo sinto meu peito se aquecer enquanto meu corpo ainda treme de frio.

A madeira estala à minhas costas, e me viro bem a tempo de ver Olivia atravessar os portões coberta de lama e sangue. Ao contrário de mim ela não carrega a coroa em sua mão, não, a coroa repousa em sua cabeça enquanto ela cavalga agarrada a rédea com apenas uma mão. A outra está manchada de sangue e terra e segura... um coração humano.

Minha atenção se desvia para a arquibancada onde meu pai se levanta e caminha junto com o conselho para fora da arena, sem uma palavra eles se retiram nos deixando ali na espera.

Era hora de decidir quem é a verdadeira Rainha.

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