Táticas dos amassos

By lhatakenara

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Táticas dos Amassos era o livro mais vendido de Jiraya. Um romance onde ele conta histórias adultas e picant... More

Capítulo 1 - Saori Maito
Capítulo 2 -Kakashi Hatake
Capítulo 3 - Saori Maito
Capítulo 4 - Kakashi Hatake
Capítulo 5 - Saori Maito
Capítulo 6 - Kakashi Hatake
Capítulo 7 - Saori Maito
Capítulo 8 - Kakashi Hatake
Capítulo 9 - Saori Maito
Capítulo 10 - Kakashi Hatake
Capítulo 11 - Saori Maito
Capítulo 12 - Kakashi Hatake
capítulo 13 - Saori Maito
Capítulo 14 - Kakashi Hatake
Capítulo 15 - Saori Maito
Capítulo 16 - Kakashi
Capítulo 17 - Saori Maito
Capítulo 18 - Kakashi Hatake
Capítulo 19 - Saori Maito
Capítulo 21 - Saori Maito
Capítulo 22 - Kakashi Hatake

Capítulo 20 - Kakashi Hatake

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By lhatakenara

O que é a vida após a morte?

O que significa morrer?

Por muitos anos me perguntei o que sentimos quando a morte se aproxima e quando descobriríamos o nosso fim e se estaríamos tão perto do precipício.

O que é morrer?

Quando e onde?

Eram tantas perguntas que assolavam minha mente que eu não sabia responder. Sequer sabia dizer onde estava e  porque de estar ali. Sempre fui um homem cético. Nunca acreditei que poderíamos enxergar algo além da morte. Achei que quando o nosso fim chegasse, entraríamos em um breu obscuro.

Tantas coisas que poderia ter aproveitado, pelo menos queria ter dito a Saori o que sinto por ela, e como o meu coração bate de uma forma diferente por ela. Talvez seja seu sorriso acolhedor, ou quem sabe seu modo simples de acreditar que tudo se resolveria e ficaríamos bem.

Mas não. Nada ficaria bem.

Eu havia partido e não pude me despedir. Eu queria, pelo menos, a pegar em meus braços uma última vez. Beijar seus lábios e agradecer por me fazer feliz.

Pelo menos eu pude deixar aquele sentimento de insuficiência e permitir que Saori me amasse. Queria agradecê-la por me mostrar que talvez, se eu tivesse aberto meu coração mais cedo, poderíamos aproveitar mais momentos juntos.

Queria me desculpar com Sasuke, Sakura e Naruto. Pediria desculpas por não ter sido um bom sensei. Eu poderia ter feito mais, ter me dedicado mais. Gostaria de ter sido um bom amigo para Obito, poderia ter sido mais protetor em relação a Rin. Afinal, diante de tudo, a culpa era minha de alguma maneira.

Continuei a caminhar no vasto corredor escuro, sabia que no final poderia haver alguma luz.

Então isso era morrer?

Cerrei meus punhos ainda lembrando de Saori em choque me olhando, talvez fosse as lembranças embaralhadas, mas algo em minha mente tinha visto sangue em suas roupas. Eu estava preocupado, será que espíritos podem se preocupar com seres humanos? Gai já me odiava e certamente não me perdoaria, suspirei frustrado bagunçando meu cabelo.

A medida que eu caminhava eu via uma chama flamejante e alguém sentado em frente a enorme fogueira, meu corpo paralisou. Eu reconhecia aquele vulto e aquelas roupas. Como poderia? Então eu realmente morri e não estou preso em meu subconsciente.

Engoli seco e sentei ao lado do homem muito parecido comigo ou eu poderia dizer que era parecido com ele? Suas orbes escuras giraram em minha direção, seu rosto continuava da mesma maneira que eu lembrava. Ele abriu um sorriso gentil.

— Olá meu filho, quanto tempo.

Encarei a fogueira que nos iluminava de todo o breu, observando cada chama flamejante aquecer minha alma. Sabia muito bem o que aquilo significava, eu estava conformado. Porém algo dentro de mim estava quebrado. As lembranças dos olhos azuis cheios de lágrimas de Saori fazia meu peito inchar e doer, não sabia que mortos podiam sentir isso.

— Quando foi que o senhor descobriu que a mamãe era importante para você?

Meu velho abriu um sorriso acolhedor e percebi seus olhos encarar o além como se tivesse imaginando. Não conseguia me lembrar muito bem dela, mas lembrava das palavras doces que meu pai sempre falava a seu respeito.

— Sua mãe era uma pessoa incrível, sempre preocupada com todos. Um pouco durona e mandona. — ele suspirou e pegou um graveto ao seu lado e remexeu no fogo. — Ela lembra bastante sua namorada, como é mesmo o nome dela?

— Saori Maito.

— Esse sobrenome me é um pouco familiar. — Meu pai olhou de soslaio para mim. — Como era o nome daquele garoto que você vivia reclamando?

— Gai Maito. Ela é irmã mais nova dele.

E algo surreal aconteceu, eu ouvi a risada do meu pai. Fazia anos que não ouvia sua risada rouca e de alguma maneira me fez pensar em como minha infância poderia ter sido melhor caso ele ainda estivesse vivo. Não o culpava por suas escolhas, sabia que de alguma maneira havia optado por seus amigos naquela missão onde todos viraram as costas para ele.

Quando eu era mais jovem não entendia o peso de suas atitudes, mas hoje eu sabia muito bem que sua decisão havia sido das melhores possíveis. E eu tenho orgulho dele, orgulho por ser um excelente pai e de como ele foi um shinobi espetacular.

— Sabe pai, por muitos anos fiquei com raiva de você. — Comecei ainda encarando a fogueira a nossa frente, precisava desabafar antes de entrar em sono eterno. — Naquela época eu não entendia os motivos que o levou a salvar seus companheiros em vez de obter a glória da missão bem-sucedida. Eu fiquei com muita raiva e não entendia o peso que carregou por optar salvar seus companheiros, mas hoje sei o quão corajoso você foi.

— Kakashi…

— Só queria te dizer que eu lhe perdoou por ter tirado sua vida e ter me deixado. — um singelo sorriso se formou em meus lábios. Olhei em sua direção, seus olhos estavam surpresos. — Sinto orgulho de ser filho do Canino branco de Konoha.

Havíamos ficado em silêncio observando o peso de minhas palavras, mesmo que talvez eu tivesse sido rude. Estava em paz, estava tranquilo em colocar em pratos limpos toda aquela dor que me agonizava, pelo menos parte dela. Eu esperava atravessar e encontrar Obito e Rin, me desculpar por não ter sido um bom líder e por não tê-los protegido melhor.

— Tenho certeza que sua mãe se orgulharia do homem que você se tornou. — Ele pegou uma vareta e remexeu na madeira para aumentar o fogo. — Seria um bom Pai. Obrigado, não sabe como isso foi importante para mim.

Ele sorriu e se levantou, senti que havia sido um convite e não tardei em abraçar meu velho. Precisávamos dessa despedida, já que nunca havia tido uma. Quando me afastei, percebi lágrimas nos olhos cansados do meu pai, mas antes que eu pudesse perguntar, senti minha vista ficando embaçada. Sua voz estava distante e meu corpo parecia se aquecer, era como se uma luz invadissem minhas células.

Antes de apagar completamente pude ouvir a última frase de meu pai.

— Não está na sua hora meu filho, agora poderei descansar e me encontrar com sua mãe.

Senti todo o peso sobre mim, parecia que aos poucos vozes se aproximavam, era como se eu estivesse de corpo presente, mas minha consciência estava longe. Eu ouvia gritos incompreensíveis e aos poucos tudo foi parecendo claro como água me possibilitando abrir meus olhos.

O céu estava azul com nuvens brancas, típico de Konoha. Quando mexi o corpo levemente Chouji e Lee se assustaram.

— Kakashi-Sensei! kamisama, você está vivo.

Eu via as lágrimas nos olhos de Chouji. Apesar de ainda estar um pouco aéreo, tentei sentar mas Lee me segurou, pois senti como se minha visão fosse ficar preta. Com pouco de dificuldade e ajuda, consegui me sentar e vi toda a devastação que Konoha se encontrava.

— O que aconteceu? — Sussurrei olhando em volta, havia destroços para todos os lados. Alguns ninjas médicos estavam auxiliando os machucados. — Onde está Saori? Eu lembro que a vi por aqui.

Lee e Chouji recuaram o corpo, trocaram um breve olhar até Lee lentamente escorregar seu corpo para o lado e pude observar Gai segurando a cabeça de Saori e Sakura tentar estabilizá-la com chakra.

Minha garganta secou e meu coração acelerou, suas roupas estavam sujas. Mesmo com os protestos de Chouji, consegui levantar para caminhar até onde ela estava. Meu corpo estava tenso pelo uso constante do sharingan, mas eu senti todo aquele arrepio horrível percorrer meu corpo ao ver Saori desacordada e sem reação.

Suas roupas estavam sujas com uma mistura de pó e sangue, principalmente suas calças brancas. Gai ergueu o olhar até mim e eu via dor neles, eu não havia conseguido proteger ela. De todas as pessoas, ela era a minha principal preocupação.

Deixei meus joelhos tocarem o chão ainda observando seu corpo e de como não parecia reagir ao chakra de Sakura.

— É minha culpa, eu…— Murmurei ainda estático. — Eu deveria cuidar dela… ela nem deveria estar aqui… É minha culpa.

— Kakashi-Sensei! Por favor, estamos cuidando de tudo. — A voz doce de Sakura soou e ela olhou rapidamente para mim.— Sinto muito, mas não consegui salvar o bebê.

— Bebê? — Gai perguntou, franzindo o cenho. — Saori estava grávida?

— Eu não fazia ideia.

Eu havia perdido a mulher que eu amava e meu filho. Minha cabeça pesava, fechei meus olhos sentindo uma dor latejante. O toque em meu ombro me despertou de minha dor, abri os olhos encontrando os de Sakura.

— Saori-san vai ficar bem, está fora de perigo. Ela bateu a cabeça, mas está bem, apenas dormindo. — Ela me encorajou. — Confie em mim sensei, cuidarei bem dela.

[…]

Após a vitória de Naruto sobre Pain, todos estavam comemorando o heroísmo do meu aluno, minha situação continuava a mesma. Auxiliava na reconstrução da vila e passava o restante dos meus horários livres para ficar ao lado de Saori.

Ela ainda parecia tranquila em um sono profundo, seu rosto já começava a ficar mais rosado. Me recusava sair de seu lado. Havia despertado meu lado protetivo e chegava a ser irritante. Não poderia sair de seu lado, não quando ela havia perdido nosso filho, sabia que ela precisaria de apoio.

Sakura sempre a visitava em sua ronda médica, mas ela dizia que era melhor deixar Saori descansar, pois era um grande choque e que certamente ela não poderia se alterar. Gai trocava poucas palavras comigo e sempre dividimos o turno para que ambos pudéssemos descansar e fazer nossas obrigações.

— Kakashi-Sensei?

Ergui meus olhos até a entrada da ala hospitalar improvisada para os pacientes da devastação que ocorreu em Konoha. Naruto estava ali com algumas flores em sua mão e parecia receoso, assenti para que ele entendesse que poderia entrar.

— Achei que talvez Saori-chan fosse gostar, dattebayo.  — Ele ergueu alguns ramos de orquídeas brancas e eu assenti. — Eu precisava vir, ela sempre foi tão boa comigo.

— Sim, ela é incrível. Ela gosta muito de você, sempre falando que ficaria orgulhosa em te ver sendo Hokage.

— Você a ama sensei?

A pergunta de Naruto me fez refletir. Ela havia dito que me amava e eu fiquei parado apenas a olhando, pois não conseguia falar em voz alta o que eu sentia. Um dos aprendizados que tive lendo os livros de Jiraya-Sama era que o amor nos pegava desprevenido, ele invadia nossa vida sorrateiramente e quando menos percebemos tudo que queremos é fazer parte de tudo que a pessoa gosta, ser digno para estar ao seu lado.

O amor não pode ser explicado, ele pode vir com os anos, mas também pode surgir no primeiro olhar, basta termos certeza do que sentimos.

Não era pelo tempo que estávamos junto e, sim por tudo que vivemos. Todos os sorrisos e brigas. Conviver com Saori era algo simples e prático, ela não era exigente e estava sempre disposta em estender sua mão para qualquer pessoa que seja. Ela não diferenciava se essa pessoa fosse de um clã renomado ou para alguém sem clã, eu poderia listar várias coisas sobre como era fácil amar Saori.

— Sim. — Murmurei ainda a olhando. Logo em seguida suspirei fechando meus olhos. Estava sem a haiate, apenas com minha máscara. Sentia todo o cansaço do meu corpo. — Eu a amo.

— Não sabe como esperei ouvir isso.

Meu coração palpitou quando ouvi a voz rouca e baixa de Saori. Seus olhos azuis estavam entreabertos e um sorriso gentil iluminava o seu rosto. Reagi automaticamente me pondo ao seu lado, tocando com as pontas dos meus dedos em sua face delicada.

— Chamarei Sakura-chan e Shizune-san.

Ouvi a voz afobada de Naruto, mas tudo que prestava atenção era em suas feições e suas caretas de dor. Ela tentou se sentar, mas a pedi que continuasse deitada, não queria que ela se machucasse mais.

— Kakashi, você está chorando? — perguntou enquanto seus olhos azuis pareciam arregalados

Não havia percebido, mas lágrimas escorriam por minha face. Eu não me importava, estava feliz e aliviado em saber que estava viva e bem, não me importaria em chorar em sua frente.

Não quando quase a havia perdido.

— Você está viva! Voltou para mim. — Murmurei rondando seu corpo com meus braços, afundei meu rosto entre seus cabelos escuros. Ela havia voltado para mim, meu coração parecia tão leve ao saber que ela estava bem. — Eu te amo, Saori Maito.

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