Quando eu estava descendo as escadas, sem ninguém me seguindo depois de ameaçar o idiota que estava me vigiando hoje, fui para o pátio, comecei a andar ao redor, vendo a partir do cultivo e depois comecei a caminhar vendo o pátio em que eles deixam as pessoas lá para "organizarem" os errantes.
Como eu falei, eles são psicopatas. Vi a ex-mulher do Dwight, que é atualmente uma das mulheres do Negan, já que esse idiota tem um harém nesse inferno. Ela passou direto por mim, não me encarando, abaixando a cabeça e seguiu caminho. As vezes eu quero entender do porquê de ela abaixar sempre a cabeça quando passa por mim.
Quando eu estava observando aquela merda toda, quando tinha alguns caras com letras nas roupas, vi uma letra nova e eu me aproximei para ver quem seria.
Senti o mundo rodar, mas me segurei para não cair, era o Daryl, ele quem estava aqui, ele estava no meio daquelas coisas, usando a merda da camisa com a letra "A".
...
- Você comeu alguma coisa? – ouvi o doutor Carson falar e eu o encarei confirmando. - Deve ter sido uma simples queda de pressão, a temperatura está alta e abafado. Sente falta de ar? – neguei mais uma vez e ele confirmou com um aceno. – Tudo bem, tome bastante água, precisa ficar hidratada.
- Só isso? – perguntou o Negan com aquela coisa de baisebol nas mãos.
- Sim, ela só teve uma queda de pressão por conta desse calor, vai ficar tudo bem com ela e o bebê.
- Tudo bem, ela aguentaria pegar estrada? – o encarei sem entender e ele sorriu para mim.
- Não é muito aconselhável por conta dos enjoos, tonturas, pressão... – o interrompi.
- Para onde quer me levar? – perguntei sentindo minhas mãos suarem.
- Quer visitar seu antigo pessoal?
Se me deixarem... – não deixei o Carson falar.
- Eu vou. – não pensei duas vezes. Eu precisava vê-los, contar o máximo que eu podia, contar que o Daryl estava aqui. Minutos depois me encontrei com o pessoal no estacionamento, segundos depois Dwight apareceu segurando o Daryl, ficamos nos encarando por um certo momento até que o Negan ficou na minha frente.
- Entra. – ele indicou um dos caminhões e entramos, ele ficou do lado do passageiro eu do seu lado e um dos capangas dirigindo. Mais de uma hora depois, eu me segurando para não vomitar a cada virada que o cara dava com o carro e de parar o carro para eu vomitar chegamos.
Quando meu irmão me viu, ele tentou chegar perto e eu olhei para a Rosita que o segurou. Eu tentei chegar perto do Daryl, mas eu não consegui, o Negan me puxou para ficar do seu lado.
- Você disse que iria vir daqui há uma semana. Vamos logo ver o que tem, para eu cair fora, como pode ver, temos uma grávida no meio.
- Separamos metade... – Rick foi interrompido.
- E quem disse que é você quem vai decidir o que levamos? – falou e logo os capangas começaram a caminhar dentro da comunidade. – Pode ficar tranquilo, eles só vão averiguar o local, é um padrão. Querida, vai nos mostrar o lugar junto com o Rick? – olhou pra mim e eu revirei os olhos, ele tentou se aproximar de mim e eu me afastei.
- Quero ir no tumulo dos meus pais. – falei e ele sorriu olhando para mim.
- Não, você vem comigo. – e começamos a andar. Olhei para o Spencer que estava de olho na minha barriga e a acariciei demonstrando que estava tudo bem comigo. – Você, você e minha florzinha aqui, vamos lá. – começamos a andar, andei um pouco mais atrás e o Daryl estava quase perto de mim, no lado direito e o Rick no lado esquerdo. Um dos capangas chegou mostrando o vídeo que minha mãe fez quando eles chegaram, me deixando com um aperto no coração sentindo saudades dos meus pais e da paz, antes dessa merda toda. Por enquanto que ele continuava a ser debochado e sarcástico, chegou a um dos assuntos que vem me preocupando muito, que é a Maggie.
- Posso perguntar? – perguntei ao Negan que negou.
- Você não tem direito a nada meu amor. Onde ela está? Eu a queria ver. – eu estava começando a ficar nervosa com aquilo tudo.
- Quer prestar aos seus respeitos? – ouvi a voz do Padre Gabriel e eu o encarei sentindo minha respiração pesar. Encarei ao Rick e ele estava com a visão abaixada, não querendo nos ver.
- O que você está dizendo? – perguntei nervosa.
- Chegou me assunto cara.
- Me desculpa, sou o Padre Gabriel.
- Ela não aguentou mesmo? Caralho. A enterraram aqui? – perguntou e comecei a chorar.
- No cemitério que fizemos aqui, perto da igreja. – Rick falou.
- Pelo jeito vamos ver seus pais também, minha querida. – ele tentou segurar meu braço e eu comecei a caminhar na frente, não esperando ninguém. Cheguei na frente de todos encontrando o lugar vazio e eu olhei ao redor, procurando pelo nome da Maggie e eu o achei, me ajoelhei no chão chorando, me sentindo culpada por ela estar ali.
- Nossa, isso não precisava ter acontecido. – sai do transe assim que os quatro chegaram no local, me levantei e perto de mim estava Padre Gabriel, que passou a mão na calça que estava suja de terra, ele sustentou seu olhar no meu e eu respirei fundo pedindo a Deus para que isso seja verdade, que isso tudo fosse um tipo de armação.
- Daryl sabe como é, eu já peguei sua mulher, não é sua mulher? Ou esse bebê é de outra pessoa? Eu ainda quero entender isso.
- Você não tem o que entender, o pai do meu bebê está morto, morreu.
- Está enterrado aqui também? Ou era aquele ruivo? Ou o chinês?
- Não, não e não. E Glenn não era chinês, era coreano. O pai do meu filho está morto por uma horda, algum problema com esse fato?
- Mais respeito quando fala comigo docinho.
- Ou o que? Vai me matar como faz com todos que te irritam? Você está perturbando uma mulher grávida, com hormônios a flor da pele, uma mulher que está cansada de ficar naquela merda de quartinho que você me deixa, eu queria estar aqui, mas não você me... – ele se aproximou me calando, segurou firme, mas não forte meu queixo.
- Cala a merda da boca.
- Ou o que? Vai me bater? Vai me estuprar? Faz isso, eu mesmo te mato, faço o que você sempre faz quando fazem isso, correto?
- Hannah... – Rick tentou se aproximar.
- Você se aproxima e eu o mato.
- Você está me deixando nervosa, eu vou ao banheiro. – sai sem pestanejar e fui para a casa que era dos meus pais e que meu irmão ainda mora. Assim que entrei na casa vi alguns dos capangas pegando camas e algumas outras coisas da casa.
- Quem são? Sua família? Onde estão? – ouvi a Arart me perguntou e eu a encarei, ela estava olhando para uma das fotos penduradas na parede.
- Só sobrou eu e o Spencer, o do meio.
- Foi o que saiu com a mulher?
- Com Rosita, isso mesmo. Bem, vou do banheiro, minha bexiga está cheia.
- Se precisar de algo, me avisa. – confirmei com um aceno de cabeça e subi as escadas. Ela era uma das que eu poderia dizer que suporto, desde o primeiro momento ela foi gentil comigo, não sei se é por eu ser mulher, na primeira vez ela ainda não sabia que eu estava grávida, e depois que descobriu a proteção piorou digamos assim, quando ela está em serviço junto com os outros ela tenta de alguma forma me proteger do Negan ou dos outros capangas.
Fui ao banheiro do meu irmão, tranquei a porta e corri para fazer xixi. Depois comecei a procurar algo que eu possa dar um aviso, revirei os olhos peguei uma gilete e cortei meu dedo começando a escrever no espelho que eu estava bem e que tudo iria ficar bem.
Quando sai do banheiro escondi a chave onde meu irmão esconde suas outras chaves e deixei como aviso o passarinho de origami feito por ele mesmo, perto do vaso.
Sai do quarto me batendo com um dos caras, e os parei quando tentaram entrar aqui.
- Vai levar as cuecas do meu irmão também? – perguntei e mostrei que o colchão eles já tinham levado, eles reviraram os olhos e foram para o outro cômodo. Desci as escadas e quando cheguei na frente da casa encontrei Enid sendo perturbada por um dos capangas.
- Vai para alguma festa? – perguntou o cara com um sorriso malicioso.
- Posso ficar com eles, por favor? – perguntou a menina e eu passei pelo Carl que estava espumando de raiva, mas não podia fazer muito. Mas eu podia fazer, em certas partes. Ele chegou perto dela passando a mão em seu rosto e eu empurrei. Cheguei perto do idiota e peguei as bolas devolvendo para a Enid.
- Encosta nela de novo, e você quem vai pagar caro. – os caras estavam ao redor olhando sem fazer nada.
- Hannah, querida. – Negan me chamou e o cara estava me olhando com raiva.
- É melhor tomar cuidado sua vaga... – não pensei duas vezes, eu só lhe dei um murro e causei a merda de um alvoroço, até que o Negan me pegou pelo braço, mas eu o puxei chamando sua atenção, todos nos encaravam e eu cheguei perto dele transbordando raiva.
- Eu que estou te dando um aviso Negan, eu, Hannah, a mulher que você assediava naquele hospital por enquanto que sua mulher estava morrendo da porra de um câncer. Se algum desses caras, ou até mesmo você, encostar em alguma mulher sem sua permissão, a importunar, a constranger de qualquer forma que seja, sou eu quem vai arrancar suas bolas. – falei baixo somente para ele ouvir e o desgraçado estava com um sorrisinho de deboche no rosto.
- E quem você pensa que é para dar ordens?
- Eu sou a porra de uma mulher que não soube ter atitude antes, mas agora tem.