Só Fingindo

By paradisexcityy

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(História postada apenas aqui) Lydia Carpenter ama clichês: assistes filmes românticos clichês, lê clichês, m... More

notas iniciais
personagens
dedicatória
epígrafe
zero
um
dois
três
quatro
cinco
seis
sete
oito
nove
dez
onze
doze
treze
quatorze
+ extra
quinze
dezesseis
dezessete
dezoito
dezenove
vinte
vinte e um
vinte e dois - parte 1
vinte e dois - parte 2
vinte e quatro
vinte e cinco
vinte e seis
vinte e sete
vinte e oito
vinte e nove
trinta
trinta e um
trinta e dois
trinta e três
trinta e quatro
trinta e cinco
trinta e seis
trinta e sete
trinta e oito
trinta e nove
quarenta
quarenta e um
quarenta e dois
quarenta e três
quarenta e quatro
quarenta e cinco
quarenta e seis
quarenta e sete
quarenta e oito
quarenta e nove
cinquenta (fim)
agradecimentos
bônus especial

vinte e três

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By paradisexcityy

CAPÍTULO 23

Eu havia tido um orgasmo com Cole Sawyer fazia quase uma semana.

Eu havia tido um orgasmo com Cole Sawyer fazia quase uma semana e ele não deu mais sinal de vida.

Sim, eu havia me aberto total e literalmente para ele para receber um gelo catastrófico.

Eu tentei ignorar esse fato quando ele faltou na segunda-feira de manhã, porque no sábado nós estávamos tranquilos por causa daquilo e eu achei que não tinha como ele me ignorar por querer. Eu realmente achei que estava tudo bem entre nós.

Mas aí ele faltou terça. Depois quarta. Depois quinta e finalmente sexta. Além de ficar sem carona todos esses dias, ele não atendia o celular. E ele não tinha sido sequestrado, não, porque eu esbarrei com ele algumas vezes na rua perto da escola e ele apenas murmurava alguma desculpa para ir para casa. Ele apenas não queria falar comigo.

Era oficial: eu era a garota mais trouxa da história.

Não me permiti pensar sobre o fato de que que estava me sentindo extremamente chateada, porque passava o tempo inteiro fazendo outras coisas e ocupava a minha mente. Não queria pensar nele. Não queria pensar no porquê de ele me deixar de escanteio e pisar no meu coração de uma forma tão sútil e desastrosa.

Comecei a fazer cerâmica por causa disso. Fiz um pau gigante e depois o esmaguei para me sentir mais feliz. O professor me expulsou da sala.

Tentei não aparentar estar tão derrotada pelos corredores, mas infelizmente não consegui esconder de Maisie Smith.

Nós estávamos na aula de educação física e eu fiquei até feliz de poder liberar minha raiva chutando uma bola com bastante agressividade. Maisie se sentou ao meu lado enquanto eu amarrava o cadarço do tênis.

- Você está com uma cara péssima - disse ela, colocando seu tênis.

- Uau, obrigada pelo elogio - brinquei, tentando me concentrar apenas nos malditos cadarços.

Eu me sentia uma garotinha de cinco anos que não sabia calçar um tênis e aquilo me deixou ainda mais irritada.

- O que aconteceu? - perguntou ela, com a voz doce e sincera.

- Nada - menti. Levantei a cabeça com um sorriso para ela. - Estou bem.

- Sério? - ela não acreditou. - E por que eu não te vejo mais com Cole?

Às vezes eu me esquecia que ela sabia do nosso acordo. Na verdade, ela sabia mais do que muita gente.

- Eu não sei - admiti.

- Ele tá doente?

- Não - neguei com a cabeça. - Quero dizer, não sei. Acho que não.

- Então, o que houve?

- Acho que ele está me ignorando - falei, suspirando e me deixando finalmente tocar a ferida que mal havia sido feita e eu já tapei. - Porque nós... nós fizemos coisas.

- Você pode falar a palavra "sexo", Lydia - ela riu e eu me deixei dar um sorriso. - Eu duvido que ele esteja te ignorando por causa disso.

- Não chegamos a fazer isso, mas foi quase. E não tem outra explicação - dei um sorriso. - Aparentemente Cole é igual à todos os caras desse planeta e assim que conseguiu se dar bem meteu o pé para fora.

Maisie franziu o cenho, me observando atentamente.

- Ou pode ter acontecido alguma coisa - concluiu ela.

- Tipo o quê? - indaguei, ficando cansada daquele assunto na hora. - Nada aconteceu, Maisie. Sejamos sinceras, eu e Cole não combinamos. Essa porra toda estava fadada ao fracasso!

- Eu acho que vocês combinam sim! - minha amiga levantou o nariz e eu neguei com a cabeça.

- Claro que não - contestei. - Somos igual um ácido e uma base! Totalmente diferentes!

- É, mas juntos vocês podem formar o cloreto de sódio! - ela deu um sorriso esperto e eu tentei não rir da piada, apesar de achar engraçada.

Que droga. Também tinha esquecido que Maisie era nerd como eu.

- Foi um mau exemplo - falei, suspirando. - Isso é inútil. Pensar nisso e tocar na mesma tecla. Não sei porque me permiti...

Eu estava começando a liberar os sentimentos que não eram permitidos. Mexi a cabeça, me levantando. A professora apitou e fomos jogar.

Era ridículo ficar afetada por causa de algo que já deveria ser comum. Homens sempre faziam isso. Quando conseguiam o queriam, deixavam a mocinha com o coração partido na mão.

E eu me odiava por pensar que Cole poderia ser diferente do que qualquer um.

O almoço foi tão depressivo que eu comecei a me arrepender de ter ido para escola naquele dia. Eu estava remexendo na comida com o garfo sem fome alguma e ainda tinha que escutar minhas amigas falarem da nova promoção que tinha numa loja.

- O que aconteceu, Lydia? - indagou Stacey depois de um tempo. - Você sempre gosta de falar de promoções.

Me segurei para não revirar os olhos. Elas não tinham culpa do meu mau humor.

Stacey e eu ficamos também muito estranhas durante alguns dias, mas - diferente de um certo alguém - acabamos voltando ao normal. Chegamos a um consenso de esquecer que aquela noite existiu e conviver como antes: pacificamente e sendo melhores amigas. Ou quase isso.

Era a melhor opção e eu não estava com paciência para lidar com o drama dela bem naquela semana.

- Eu só não tô bem hoje.

- Você brigou com Cole? - perguntou Brooke, parecendo realmente preocupada. - Não te vi mais com ele.

- É, nós brigamos - menti.

Minhas amigas se entreolharam e Brooke me lançou um sorriso de dó. Que ódio, não gostava que sentissem pena de mim.

- Se vocês terminarem, posso ficar com ele? - disse Brooke e Stacey deu um tapa no braço dela. - Calma, eu tô só zoando!

Não entendam errado, a Brooke sempre foi assim. Não tinha sentido ficar brava, era o seu jeito.

Eu iria rir ou a reprimir num dia comum, mas estava cansada demais para aquilo. Então, não falei nada. Apenas dei de ombros.

- Brooke, pelo amor de Deus - frisou Stacey. - A garota já tá um caco e você fala isso.

- Eu não tô um caco... - falei, mas soou mais como um sussurro fraco.

Argh, droga.

- Eu só estava só tentando animar o ambiente! - explicou Brooke. - Vocês são o meu casal favorito, ok?

Forcei um sorriso. Não éramos um casal. Nunca fomos.

- O seu casal favorito deveria ser você e o seu namorado, né? - disse Stacey.

- É, talvez - ela deu de ombros. - Acho que vou terminar com ele.

- Qual o problema agora? - perguntou Stacey.

- Eu não sei... - falou e parecia sincera. - Acho que uma hora cansa.

Talvez aquela fosse a verdade. Talvez Cole tivesse cansado de mim. Era uma boa opção. Provavelmente a única opção.

- Eu não te entendo, Brooke - continuou minha amiga. - Você não gosta dele? Apesar do dinheiro, claro.

- Sim, claro que gosto - disse Brooke, dando um sorriso. - Eu gosto de como ele é atencioso e sempre está por perto para me ajudar.

- Parece que você está descrevendo a afeição por um amigo - concluiu Stacey, levando sua uva até a boca com um sorriso vencedor.

Eu estava ouvindo sem falar nada, apenas tentando focar em algo sem ser o Cole cansado de mim. Eu era tão chata assim?

- E o que você sabe sobre gostar de alguém, Stacey? - minha amiga parecia brava.

Stacey endureceu ao seu lado e eu percebi que ficou levemente afetada com aquela constatação. Franzi o cenho. Eu ainda não tinha esquecido do incidente no banheiro.

- Tem razão, eu não sei nada - ela se virou para mim. - Mas a Lydia deve saber. Afinal, ela troca de namorado mais rápido que trocamos de roupa.

Tentei não ficar brava com aquilo e falar o que ela estava esperando. O que eu sabia sobre gostar alguém, afinal? Pensei em quando costumava gostar de Jason.

- Eu não sei... acho que quando você gosta alguém você não para de pensar na pessoa - expliquei, suspirando. - Tipo, você fica nervosa só de estar com a pessoa e parece que a sua voz fica muito difícil de sair.

Dei um sorriso comigo mesma. Eu costumava gostar dessa sensação.

- Mas mesmo assim você só quer falar com a pessoa - continuei. - O tempo inteiro. Você gosta de ficar com ela, independente do nervosismo.

Aí meu Deus. Eu não estava falando sobre Jason. Não, eu estava falando do que sentia sobre o Cole.

Não, Lydia, por favor. Não goste dele. Não goste dele.

Eu não podia gostar dele. Não naquele momento, quando ele obviamente mostrou que não gostava nada de mim. Subitamente, senti uma vontade enorme de chorar.

Ainda bem que eu não conseguia chorar, porque eu ia parecer uma vadia patética chorando pelo namorado falso que não ligava para ela no meio da cantina.

Ao invés disso, eu apenas continuei falando o que estava entalado fazia muito tempo.

- E, se você gosta do Bryce, você provavelmente gosta dele apesar dos apesares. Você deve gostar dele mesmo sendo um repente mau-humorado que não liga para nada e cheira a nicotina. E você deve gostar dele mesmo que ele não goste tanto assim de você.

Quando terminei de falar, percebi que as minhas amigas me olhavam como se eu fosse um alienígena.

- Aí Deus, você realmente gosta dele! - exclamou Stacey de um jeito incrédulo.

- De quem? - perguntei, desviando seu olhar insistente.

- Cole!

- Óbvio que ela gosta, Stacey - Brooke revirou os olhos. - Ele é o namorado dela.

Stacey continuou me encarando, tentando arrancar a verdade de mim. Ela não conseguiria. Não nesse momento.

- Eu sei disso - continuou. - Mas eu sempre achei que ela não gostasse de verdade dele.

- E por que eu não gostaria? - perguntei, ficando irritada com aquele questionamento.

- Porque você só queria namorar alguém problemático e perigoso - falou, como se fosse óbvio.

Bom, não era mentira. Por isso, me levantei naquela hora.

- Eu preciso ir para aula - murmurei, saindo de lá sem dar mais nenhuma explicação.

Droga, Lydia, pare de pensar nele! Pare gostar dele, quando ele obviamente não sente o mesmo por você!

Eu decidi que iria afogar às minhas não-lágrimas comendo sorvete e vendo filmes de romance igual a triste patética garota que eu era.

Sendo sincera comigo mesma, fazer maratona dos meus filmes favoritos nunca pareceu tão errado. Eu só consegui ficar mais triste com as mocinhas se apaixonando enquanto eu claramente tinha sido feita de idiota.

Comecei a sofrer desde o começo de "10 Coisas que eu Odeio em Você" – o Patrick sendo pago para sair com a Kat sempre me detonava – até o meio. Fiquei igual uma idiota enchendo a cara de sorvete enquanto poderia muito bem estar fazendo algo de útil da minha vida.

Mas não, eu sofrendo pelo maldito Cole Sawyer.

Subitamente me senti brava. Que raiva que eu tinha desse menino. Desde sua jaqueta idiota até seu sorriso sarcástico. Tudo me dava raiva naquele momento.

Para de pensar, Lydia, me obriguei, se concentre na porra do filme.

Porém, a campainha tocou bem no momento em que o Patrick se recusou a beijar a Kat bêbada.

Foi uma luta me levantar do sofá quentinho, principalmente porque eu estava usando pijama no meio do dia e queria poder ficar enfiada dentro do cobertor. Ninguém realmente respeitava minha maratona de choro, poxa.

Quando abri a porta, contudo, meu coração parou.

- Oi, Lydia - disse a causa da minha patética tristeza.

Não respondi, porque naquele momento todos os sentimentos ignorados surgiram e eu tive que me decidir se estava mais chateada ou brava com Cole.

Todo o sentimento de rejeição voltou como um furacão dentro da minha garganta, quase me obrigando a despejar nele todas as minhas inseguranças. Queria gritar com ele, dizer o quanto havia me magoado por ter parado de falar comigo logo após eu confessar algo pessoal. Logo após eu deixar ele tocar naquela parte que eu tinha tanta vergonha de admitir.

Mas eu não falei nada. Apenas continuei estática enquanto o encarava.

- Posso entrar? - perguntou ao ver que fiquei quieta. - Por favor, algo aconteceu e eu...

Cole não estava machucado – não que eu conseguisse ver, pelo menos –, mas realmente parecia abalado. Até demais.

- O que aconteceu? - perguntei, finalmente.

Ele não sabia como responder. Encarava o chão como se fosse ajudar em alguma coisa. Por isso, apenas abri espaço para que ele entrasse. Abri espaço para que ele entrasse na minha vida, de novo.

E esperei, do fundo do coração, que ele não fosse me magoar novamente.

- Pode entrar.

N/A:

Quem me viu quem me vê postando capítulo rápido shshsjsj mas falando sério, agora eu já to com alguns revisados então talvez não demore muito para ir postando.

Aliás, o que vocês acham que rolou com o Cole? Hum análise.

É isso, beijosss!

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