quarenta

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CAPÍTULO 40

Eu consegui minha carteira de motorista bem no dia do baile.

Ou seja, aquele já havia começado sendo o melhor dia da minha vida. Primeiro porque os meus pais ficaram fora o tempo inteiro e eu não precisei lidar com nenhum drama. Depois veio a carteira.

E, finalmente, o grande baile que eu havia preparado.

Fiquei um pouco decepcionada porque meus pais não estavam lá para tirar a minha clássica foto no pé da escada, mas não surpresa. Aquela parte do meu sonho de menina havia ido embora fazia tempo.

Mas a segunda parte essencial nos filmes clichês: o mocinho vendo a garota pronta.

Tive que admitir que fiquei impressionada com o resultado de Sawyer. Eu o havia obrigado a ir de terno para ser o Matthew Mccoughney da minha Kate Hudson no filme e ele só aceitou porque eu estava enchendo o seu saco. Cole, contudo, estava realmente muito, muito bonito.

Meu Deus, eu tive que me controlar para não perder a pose ao andar até o seu carro e quase cair no meio do jardim. Por que ele tinha esse estranho efeito sobre mim, céus? Eu nunca iria entender.

Felizmente, eu não fui a única que fiquei impressionada. Sawyer também estava com os olhos brilhantes e todo aquele charme das cenas dos filmes parecia muito real. E eu gostei do efeito que descobri que havia causado nele.

- Uau, você estão tão... uau - brincou com uma risada e eu fiz uma careta, mas logo em seguida ri também.

- Não acredito que você lembrou - falei, dando uma voltinha. - Obrigada, Sawyer. Eu sei.

- Espera, não acabou - afirmou, pegando um papel do seu bolso. - Lydia, você brilha mais que o sol e as estrelas juntos...

- Você anotou essas coisas num papel?! - indaguei. - Porra, Sawyer.

Ele começou a rir e continuou lendo o papel.

- Tem mais, calma - avisou e depois abriu um sorriso sacana. - Gata, doeu?

- Hã?

- Quando você caiu do céu? - ele piscou para mim e eu tive que dar um tapa nele. - Ei! Eu só estava fazendo o que você pediu!

- Vai se foder, Sawyer! - dei uma gargalhada. - Fala algo sincero! Que venha do coração.

Cole parou de rir e me fitou por um tempo. Por inteiro. Me senti meio envergonhada com seus olhos no meu corpo todo desse jeito. Eu já deveria estar acostumada com isso até aquele momento.

Mas não. O seu olhar ainda despertava o meu exagerado nervosismo. Sempre.

- Sua bunda ficou ótima nesse vestido, docinho - concluiu.

- Ah, obrigada - sorri. - É seda.

Ele assentiu com a cabeça, ainda me olhando com um certo divertimento em seus lábios. Eu sentia que havia mais do que certo calor naquele olhar, mas naquele momento tudo o que eu presenciei foi um formigamento entre as minhas pernas.

Cole me puxou pela cintura e eu abri um sorriso, que não se desmanchou nem quando meus lábios tocaram nos seus. Nossos narizes roçavam um no outro e eu me vi perdida naquela sensação de que conhecia seu sistema respiratório como se fosse o meu. Seus dedos apreciavam o vestido e eu me deliciava por tê-lo apenas para mim. Não sabia em que momento da minha vida virei uma pessoa sortuda, mas com certeza havia tirado sorte grande com ele. Porque, por mais que a noite estivesse fria, eu me sentia quase pegando fogo nos braços de Sawyer.

Só FingindoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora