TÓXICO

By WeslleymFreitas

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Depois de um tempo com seu avô aprendendo mais sobre as habilidades elementais e suas singularidades, Piter d... More

INFORMATIVO
PRÓLOGO
I - ENCOMENDA DO PASSADO
II - REENCONTRO
III - DISCUTINDO A RELAÇÃO
IV - CONCELHOS
V - RECONCILIAÇÃO E UMA PITADA DE SAUDADE
VI - PRESENTE ANTECIPADO
XII - FESTA SURPRESA
VIII - PENETRA
X - TENSÃO PRÉ-TORNEIO
XI - TALENTO OCULTO
XII - CONFIRMANDO AS SUSPEITAS
AVISO
XIII - JEITINHO ELEMENTAL
XIV - IDENTIDADE NEM TÃO SECRETA
XV - UM NOVO MEMBRO DA FAMÍLIA
Book Trailer do livro 3 - Exílio

IX - COMPARTILHANDO INFORMAÇÕES

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By WeslleymFreitas

Eu estava sozinho com Kennedy no meu quarto; Kennedy por outro lado, estava dormindo.

Resolvi descer para tomar uma água e me certificar de que todos já dormiam. Já eram mais de dez horas da noite e o dia tinha sido bem agitado. Com a presença não programada da minha "amiguinha" Sofia, as coisas meio que fugiram do controle e por pouco a minha festa de aniversário não virou sinônimo de tragédia.

O que Sofia não contava era que Kennedy houvesse conseguido interceptar o dardo de veneno antes de ser completamente atingido por ele, o que nos dava duas vantagens sobre ela.

1: Ela estava achando que Kennedy estava morto.

2: Vamos poder utilizar o veneno que sobrou dentro do dardo para fazer análises e tentar encontrar uma cura.

Pensando nessas opções, decidi entrar em contato com Lucas o mais rápido possível. O contato direto dele com a AIBTEL poderia nos ajudar a agilizar o processo.

Meu avô nunca me disse onde era a sede da agência, e para falar a verdade, eu nem sei se ela tinha uma. Por se tratar de uma agência especial de treinamento de Elementais, eu só tive notícias dela em campos de treinamento aberto, que foi onde meus amigos passaram alguns dias treinando durante as férias, mas nunca soube se ela tinha uma base fixa como a primeira organização que meu avô inicialmente tinha planejado, antes de Kaila surtar e fazer vários cientistas se aliarem a ela.

Por sorte, consegui colocar Lucas lá dentro, e além de ele agora poder fazer o que gosta com um equipamento de qualidade, ele também pode trocar informações entre mim e a agencia.

A parte de "trocar informação" é meio complicada, pois depois que Kaila morreu, não ouvi falar muito de coisas incomuns relacionados aos Elementais, mas sempre que ficava sabendo de alguma coisa mais específica, tentava me comunicar telepaticamente com Lucas.

De início seus superiores ficaram curiosos para saber de onde ele conseguia tais informações, mesmo que não fossem informações tão perigosas ou coisas do gênero, mas depois de um tempo e sabendo que ele era um gênio dos computadores, eles acabaram desistindo de perguntar.

O fato é que agora eu precisaria entrar em contato com ele de novo, e a informação que eu tenho, dessa vez não é lá tão "simples" como as outras costumavam ser.

* * *

Depois que me certifiquei de que todos dormiam, voltei para o quarto e fui até a minha escrivaninha, onde comecei a me concentrar para tentar um contato telepático com meu primo.

Pelo que parece, ele estava próximo dessa vez, pois não demorei muito para estabelecer contato.

- Onde você está? – Perguntei assim que consegui o contato. – Preciso falar com você o mais breve possível. Consegui uma amostra do VK.

- Como você conseguiu? – Lucas perguntou admirado e também parecendo preocupado.

- O crédito não é meu. Um amigo se arriscou para conseguir e agora, mais do que nunca eu preciso saber se temos como encontrar uma cura.

- Me encontre no bosque da minha antiga universidade amanhã, as 9h. Estarei te esperando.

- Certo. Até lá então.

Encerro a comunicação. Diferente das outras vezes que fiz uma comunicação telepática, dessa vez eu não senti nenhuma dor de cabeça no final.

- Para variar, eu acho que finalmente estou começando a me acostumar essa coisa. – Falei baixinho para mim mesmo. – Acho que agora é hora de dormir.

Puxei meu colchonete e tratei logo de me deitar. Estava ansioso pelo dia seguinte. Me certifiquei de colocar o dardo com o veneno embaixo do meu travesseiro, o que levando em consideração o dano mortal que ele poderia me causar no caso de perfurar a minha pele, era meio que uma imprudência da minha parte deixa-lo ali, mas eu queria ter a certeza de que ele estava próximo a mim e que ninguém iria tirar a única chance que eu tinha de encontrar uma cura.

Depois de observar aquele pequeno frasco mortal, coloquei-o novamente onde estava e tentei dormir.

* * *

Acordei cedo no dia seguinte. Apesar de ser uma coisa que pretendia compartilhar com meus amigos mais tarde, meu encontro com Lucas ainda deveria ser um segredo, pelo menos por enquanto.

Tentei agir naturalmente no decorrer das horas do dia. Tomei café da manhã, ajudei meu pai com umas coisas na horta e no quintal dos fundos, contando também com a ajuda do Kennedy – ele era ótimo com decorações naturais.

Quando finalmente deu a hora de sair, tive que procurar uma desculpa, e eu já sabia qual seria.

- Pessoal, podem me dar uma licencinha? – Falei.

- Claro, filho. Vai aonde? – Meu pai quis saber.

- Queria treinar um pouco algumas habilidades novas. Preciso de um lugar reservado onde eu possa ficar bem concentrado.

- Deixa eu adivinhar; vai para o riacho.

Eu apenas sorri e dei de ombros.

- Tome cuidado filho. Não vá exagerar ou fazer coisas muito perigosas.

- Pode deixar. E Kenny, a tarde eu e você podemos treinar um pouco também. O que acha?

- Acho ótimo.

- Não se importa de ficar aqui de novo, não é?

- Claro que não. Além do mais vou ficar ajudando seu pai com a horta. Tenho umas ideias legais em mente.

- Sendo assim eu já vou indo.

Passei na cozinha para lavar as mãos e avisar para minha mãe que ia sair. Ela, assim como meu pai, deduziu que eu também iria para o riacho, novamente eu omiti a parte de que, na verdade, eu iria passar longe de lá, então apenas sorri e dei de ombros novamente. Logo depois, saí voando em direção ao riacho, porém quando já estava a uma certa distância longe do alcance da visão dos meus pais e de Kennedy, me teleportei para o ponto de encontro que Lucas havia falado.

Era um dia chuvoso na capital do estado; o que foi estranho, pois não lembrava de previsão de tempo ruim para lá nesse dia. Com isso, tive uma ideia do que poderia estar acontecendo.

- Lucas? – Chamei caminhando e olhando por entre as árvores.

- Olá primo! – Respondeu ele, saindo detrás de uma delas. – Para um Elemental como habilidades de teletransporte, você está bem atrasado; dois minutos para ser mais exato.

- Desculpe a demora. Tive que inventar uma desculpa para sair sem que soubessem para aonde eu vinha. – Expliquei. – Mas e aí, qual é a do tempo ruim. Isso é normal ou...

- Pedi para dois dos meus colegas Elementais me darem uma mãozinha com a discrição. Deduzi que ia ter algumas pessoas no bosque, então achei que um tempo ruim às obrigaria a procurar um abrigo e desocupar o nosso ponto de encontro. Mas pode ficar tranquilo que meus amigos não estão próximos.

- Por mim tudo bem. – Falei dando de ombros. – Podemos ir direto ao ponto?

- Está com a amostra? – Lucas perguntou enquanto abria uma pequena maleta que ele segurava.

- Sim. – Falei, tirando um pequeno objeto retangular de metal de dentro do bolso. – Aqui está.

Meu primo pegou o recipiente ainda lacrado e meio que não entendeu o que era aquilo. Ele me lança um olhar sugestivo e só então me recordo que o recipiente não tinha abertura.

- Opa! – Falei meio sem jeito, levando a mão até atrás da cabeça. – Eu tinha esquecido desse detalhe.

Eu estendi minha mão para o recipiente e o metal começou a se fender, revelando o pequeno dardo com um líquido vermelho vibrante contido em seu interior.

- Interessante! – Disse meu primo observando o objeto.

Ele o pegou e o colocou sobre uma espécie de microscópio portátil ou algo parecido. O objeto havia sido tirado de dentro de sua maleta.

Lucas analisa o líquido minuciosamente. Enquanto ele faz a análise, um pequeno display, também dentro da maleta, mostra alguns gráficos que eu não entendia o que eram. Por fim, Lucas finaliza seu trabalho, se afastando do suposto microscópio.

- E então? – Perguntei ansioso.

- Kaila realmente era um gênio da ciência. Esse veneno é algo incrivelmente complexo e mirabolante. Ela utilizou os genes coletados de vocês e criou uma espécie de anticorpo artificial que destrói quaisquer traços do Gene L e principalmente do Gene 7X. Isso explica o motivo de seu avô ter sido afetado tão rapidamente pelo veneno.

- E o que exatamente isso significa?

- Basicamente o veneno faz com que os corpos dos Elementais rejeitem o próprio gene, fazendo com que, mesmo aquelas pessoas que já estão acostumadas com seus dons elementais, venham a sofrer os mesmos sintomas de quando elas começaram a desenvolvê-los, a diferença é que dessa vez elas não vão conseguir se adaptar. O veneno faz com que o corpo veja os genes elementais como intrusos, como um tipo vírus, e começa a... meio que ataca-los, daí tudo entra em colapso e o que sobra são apenas cinzas ou outra coisa relacionada ao elemento da pessoa em específico.

- Isso é terrível! – Falei preocupado e pasmo ao mesmo tempo. – Mas você acha que consegue encontrar uma cura?

- Ainda é cedo para dizer, primo. Mas diante de algo tão complexo, eu não sei se terei sucesso. Mas tem minha palavra de que farei o que estiver ao meu alcance para achar a cura e ajudar vocês.

- Em quanto tempo acha que você conseguiria fazer isso?

- Não faço a mínima ideia. Porquê?

- O Torneio Elemental Nacional será em alguns dias. Eu temo pelo que possa acontecer. Tenho grande razões para suspeita de que Sofia tentará algo.

- Eu entendo sua preocupação, mas isso é uma coisa que tenho que fazer com calma ou posso acabar piorando as coisas.

- Tem razão. De qualquer forma, me prometa que fará o possível para encontrar a cura até o dia do torneio! Algo me diz que vamos precisar dela.

Apesar de relutante, Lucas prometeu. Em seguida, ele guarda suas coisas juntamente com o frasco de veneno, novamente lacrado por mim dentro do recipiente de metal. Logo depois, ele leva a ponta do dedo até seu ouvido direito e comunica aos seus amigos que já poderiam parar com o "show de luzes" no céu. Quase que imediatamente, o sol reapareceu e vento parou de soprar. Segundos depois, dois rapazes aparecem atrás do meu primo com um uniforme da AIBTEL, e pelos símbolos bordados na parte direita da peça de roupa, na altura do peito, os dois possuíam o elemento Eletricidade e Vento como dons elementais.

Lucas então se despede e deixa um aviso:

- Eu entrarei em contato assim que descobrir algo. Esteja atento para seu comunicador.

Ele aponta para meu relógio de pulso. De início eu não entendi, mas então me lembrei do que aquele pequeno dispositivo podia fazer. AION não era apenas um relógio, mas ele podia fazer muito mais do que simplesmente mostrar as horas.

- Estarei aguardando.

- Eu sei que estará, mas antes, vamos facilitar as coisas para você. – Lucas dar um sorriso travesso e então dá um comando ao meu relógio. – AION, adicionar conexão remota AIBTEL – 724/CONNECT.A21

- Conexão com a AIBTEL estabelecida com sucesso. – respondeu meu relógio de imediato. – Iniciando protocolo de quebra de Firewall.

- Inserir senha de acesso: A21/set-connect

- Senha inserida. Conexão 100% estabelecida. Modo anônimo de acesso ativado.

- Pronto. Agora você poderá manter contato comigo quando quiser, sem que eu fique parecendo um retardado falando "sozinho". – Disse Lucas por fim, com um pouco de sarcasmo e parecendo orgulhoso de si mesmo.

- O que você fez? – Perguntei olhando para meu relógio.

- Digamos que trabalhar no setor de tecnologia de uma agência secreta me dar certas... regalias tecnológicas. É só o que você precisa saber.

- Ok então, senhor "regalias tecnológicas"! Nos vemos em breve.

- Pode ter certeza. Até mais primo.

- Até.

Lucas dar um passo para trás e os dois elementais queestavam com ele pegam em seu ombro e ambos desaparecem imediatamente, medeixando ali sozinho em um lindo dia de sol.

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