Meu Viúvo - (COMPLETO)

By Kami_Cavalcante

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VERSÃO ATUALIZADA, COMPLETA E REVISADA, JÁ NA AMAZON! Não recomendado para menores de 18 anos! ... Para Victo... More

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EPÍLOGO
Nunca Deixei de Te Amar

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By Kami_Cavalcante

Desculpa se atrapalhei sua leitura com a atualização dos capítulos (é por uma boa causa), mas, por favorzinho, deixe um comentário e sua estrelinha para me incentivar a continuar <3

Beijos purpurinados,

Kami <3

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Estranho é pouco para definir a cena protagonizada por mim e pelo meu patrão. Parecia cena de novela onde o casal de protagonistas ainda não decidiu se beija ou não. O mais rápido que pude, coloquei a mesa e tentei evitar qualquer tipo de contato com ele, até mesmo de pensar sobre ele.

Na noite anterior eu estava falando com Vic sobre nossa amizade e como quero mantê-la. E agora estava prestes, quer dizer, pelo menos fiquei completamente tentada a beijar Victor Hugo, seu marido.

Respirando fundo pela milésima vez, me vejo finalizando a louça do café. Aproveito o celular que Vic me deu e coloco música no fone de ouvido.

Aos poucos vou relaxando, deixando a música tomar conta de mim e, por fim, já estou dançando a velha coreografia de "Mulher Brasileira" do Psirico.

Há tempos não me permito esse tipo de diversão. Mauro e eu nos conhecemos em um bloquinho de rua durante o carnaval e, desde então, não nos desgrudamos. Nosso próximo carnaval foi na casa de praia de sua família quando Leo tinha poucos meses de vida e nossos carnavais seguintes foram sempre ou em casa, ou com alguns que eu achava serem amigos.

Já faz muito tempo que não participo da festa. Mauro havia prometido, depois de um desentendimento que tivemos após eu sugerir que ele fizesse as pazes com sua família, que o próximo seria no bloquinho. Isso nunca aconteceu, pois Mauro já havia me deixado há alguns meses quando o carnaval chegou.

— "... ai, ai, ela é toda boa..." — Me vejo cantar e em seguida, ao fim da música, começo a rir sozinha logo antes de tocar "Pau que nasce torto" e não conseguir me segurar fazendo imediatamente a coreografia me sentindo a própria morena do Tchan.

~*~

Não me demorei a terminar o almoço. A limpeza da casa não era algo que demandava muito do meu tempo, apesar do seu tamanho, eu conseguia limpar tudo de forma rápida e apenas fazer a manutenção durante a semana. Senhor Victor Hugo nunca permanecia tempo o suficiente para sujar.

Por mais que meu patrão tenha algumas manias que eu poderia associar ao meu filho de sete anos facilmente, como sua quase obsessão por bolachas de morango que parecem ter ouro dentro de tão caras, o seu paladar não é tão exigente. Tudo bem que ele não passa sequer 24 horas sem comer o doce, mas ele também não deixa de comer todas as comidas que eu faço, seja o bom e velho arroz com feijão ou algum prato mais elaborado, como massas caseiras.

Após constatar que o almoço do dia está pronto, escuto a voz do meu chefe me chamar, antes mesmo que eu possa começar a servir a mesa. De forma repentina, o senhor Victor Hugo havia passado a ficar mais tempo no escritório de casa desde os últimos dias e eu ainda não havia me acostumado totalmente com isso.

— Helena, no meu escritório. — chama novamente.

Sem espera, me dirijo ao cômodo, só percebendo ainda estar de avental quando fecho a porta, mas já é tarde demais para tirá-lo. Mesmo que não troque muitas palavras comigo, meu chefe parece sempre atento a mim.

— Helena... — quando me viro após fechar a porta, finalmente o vejo.

Usando um óculos de grau com armação dourada fina, o senhor Victor Hugo está sentado atrás de uma imponente mesa de carvalho que ocupa boa parte do espaço. Algumas prateleiras sustentam livros, mas não há plantas ou fotos em qualquer lugar do cômodo, com exceção de dois porta-retratos: um com uma foto dele e Vic sorrindo vestida de branco e ele de smoking e o outro completamente virado para ele, impedindo-me de saber que foto está ali.

— Sente-se, por favor. — Ele aponta a cadeira a sua frente e assim faço. — É um assunto importante, Helena, então vou direto ao ponto.

Droga, será que ele viu o Leo? Eu ainda posso falar que ele é um jardineiro com nanismo. Será que dá certo?

— Senhor Victor Hugo, eu posso...

— Hoje tem jogo, Helena, não vai perder sua novela. — fala impaciente brincando com a aliança dourada em seu dedo esquerdo.

— O que? Como o senhor sabe disso? Eu...

Me ignorando totalmente, ele continua:

— Hoje eu tenho um compromisso importante.

— Ah, é isso? Quer que eu passe alguma camisa para o senhor? — respiro aliviada. — Ou alguém que vem para cá? Quer que eu faça um jantar? A Vic, talvez... — torço para que não seja nenhuma garota de programa ou seja lá que tipo de mulher ele traz para essa casa.

Ele ignora completamente minhas palavras com uma careta e continua:

— Geralmente, a Vic me acompanha nos meus compromissos, entretanto, com a gravidez, ela está um pouco indisposta.

— Ah, entendi. Claro que posso ficar com ela, não é nenhum problema. Eu adoro a Vic! — sorrio como se fôssemos amigos, até me lembrar com quem estou falando. — O senhor pode ir sem se preocupar com ela e o bebê.

— Pode me deixar falar, Helena? — assinto com a cabeça.

— Victoria comentou uma vez que você precisava de dinheiro. Então, se não tiver algo mais importante para fazer, preciso que fique pronta até às sete da noite e...

— O senhor precisa? — levanto uma sobrancelha com desdém.

— Sim. Use o cartão que lhe foi fornecido para as compras da casa e compre uma roupa que fique... — me olha fixamente deixando-me desconfortável. — de acordo. É um evento de negócios, então deverá se vestir bem.

— É o que?

— Prefere que eu vá comprar com você? — verifica o relógio de pulseira de couro em seu pulso e levanta-se deixando seus óculos sobre a mesa. — Faz sentido. Vamos lá, você precisa de uma roupa mais sofisticada do que as que já vi você usar.

— É alguma pegadinha? — questiono sem pensar direito.

Quem ele pensa que é? Meu dono?

— Não, eu trabalho com moda, Helena. Entendo um pouco sobre mulheres. E roupas. — Ele pega as chaves do carro e segue para a porta. — Vamos lá!

— O senhor por acaso perguntou se eu quero ir? — levanto-me da cadeira e, hesitante, vou em sua direção.

— O que?

— Ou vai me sequestrar de novo, me colocar no colo e me obrigar? — ele solta uma risada genuína que me deixa desconcertada. O senhor Victor Hugo é enorme e parece que mesmo que eu não esteja me aproximando, ele está.

— Em primeiro lugar, eu não sequestrei você. Em segundo lugar, seria um favor para ambos: você precisa de dinheiro, eu preciso de uma acompanhante. — dá de ombros. — Mas se bem me lembro, você gostou quando a "sequestrei". Você gostaria disso, Helena? — um sorriso infame toma conta dos seus lábios. — Posso fazer isso se você preferir...

— Não seja ridículo! — ele se aproxima, mantendo-se perto demais de mim.

— Estou apenas perguntando. Se bem me lembro, nos meus braços você fez exatamente o que eu mandei...

Ele é marido da sua amiga, Helena! Amiga essa que tanto ajuda você e seu filho!

— O almoço está pronto, senhor! — passo por ele abrindo a porta para sair do cômodo que parece prestes a me sufocar.

— Não costumo pagar por minhas companhias em eventos. Quanto você quer, Helena? Eu pago! Não me importa de pagar por companhia... — resmunga aparentemente irritado.

— Para tudo existe uma primeira vez. Procure alguém disposta, quem sabe até economiza uma grana.

— E quem disse que eu desejo que qualquer outra companhia que a sua? — ele se aproxima rapidamente, mantendo uma distância curta entre nós dois. — O dinheiro abre portas, Helena.

— É mesmo? — não me dou ao trabalho de virar meu corpo, sem saber do que seria capaz. Apenas olho para ele por cima do ombro e o vejo concordar. — Nesse caso, senhor Victor Hugo, bata em outra porta porque a minha está trancada e reforçada com aço. — saio batendo a porta atrás de mim.

~*~

Por um tempo fiquei na porta analisando minhas palavras para o meu patrão. Ele poderia simplesmente me demitir, não é mesmo?

Como eu poderia simplesmente falar com ele dessa forma? Ele é meu patrão! Mas ao mesmo tempo que sei o quão ridículo tudo isso é, não consigo simplesmente ficar calada. Sinto como se estivesse brincando de gato e rato.

E por que Vic tinha que contar a ele que eu realmente preciso de dinheiro? É óbvio que preciso de dinheiro, eu trabalho para ele, certo? Mas ela não tinha o direito de contar a ele coisas que contei para ela como amiga.

Magoada, ligo para ela. Pronta para enfrentá-la.

— ... eu estava, literalmente, procurando o seu contato para te ligar — diz logo que atende.

— Vic, precisamos conversar.

Eu já sei, Hugo me contou e eu sinto muito — respira fundo. — Eu mesma ia conversar com você. Estava a caminho para falarmos melhor. Mas o teimoso ele se antecipou e meteu os pés pelas mãos, como sempre.

— Mas a questão é...

— Helena, eu o conheço melhor que qualquer outra pessoa no mundo. Mas eu te garanto, Helena, ele não quis te ofender. Te peço desculpas, porque eu deveria ter te explicado e pedido esse favor. — ela parece realmente chateada. — Eu disse que você precisava do dinheiro para comprar umas coisas, que você mudou há pouco tempo para a cidade. Não parece, mas ele tem um coração enorme. Só quis ajudar e não soube fazer as coisas direito. Provavelmente está indo agora mesmo te pedir desculpas. — Escuto um pigarro e encontro o senhor Victor Hugo na porta.

— Preciso desligar, Vic.

Me faz esse favor, Helena! — pede. — Não negue o pedido de uma mulher grávida. Você vai ter um terçol!

— Para de me jogar magia de grávida! Você não vai ficar grávida para sempre.

É ciência, sou médica, sei do que estou falando.

— Te ligo depois. — Desligo.

— Minha irmã sempre diz que não sei me expressar direito e... eu realmente não sei. Além do mais, a Vic me pediu para ser sincero e dizer que eu sinto muito, Helena.

— Saiba que isso não é mais que um favor para uma boa amiga. O que eu preciso vestir, senhor?

~*~

O senhor Victor Hugo ignorou completamente o almoço que eu preparei e avisou que me levaria às compras, parecendo estranhamente animado. Um homem de mais de 1,80m entusiasmado em levar sua empregada para comprar roupas. Nunca vi igual.

Digitei uma mensagem para Vic avisando-lhe que precisava pegar Leo na escola e o buscaria após o tal evento. Jamais deixaria meu filho sozinho enquanto saía de casa.

Meu patrão dirigiu em silêncio até uma grande loja de fachada dourada na Avenida Paulista com as suas iniciais em uma logo dourada sofisticada.

Descendo ao subsolo, senhor Victor Hugo estacionou o seu carro e me conduziu ao elevador, apertando o botão do último andar após digitar em outras teclas. Em nenhum momento o elevador parou entre os andares que separava o subsolo do último andar.

O elevador parou diretamente em uma grande sala com diversas araras cheias de roupas e algumas pessoas mexendo nelas. Com uma mesa idêntica à do seu escritório em casa, porém cheia de roupas, e com toda a sala cercada por janelas grandes, o escritório do senhor Victor Hugo é simplesmente um caos.

— Como você consegue trabalhar aqui? — Praticamente sussurro para ele, arrancando-lhe um sorriso. Eu poderia me acostumar facilmente com seu sorriso bonito.

— Por isso passo tanto tempo trabalhando em casa. Meu escritório é tomado diariamente por estes terroristas — fala a última parte mais alto, chamando a atenção de todos. — Pessoal, essa é a Helena.

As duas mulheres e o rapaz vêm se apresentar. Primeiramente Stella, uma moça de cerca de dezoito anos com tranças no cabelo e pele tão escura que reluz. Em seguida, Cláudia, uma mulher que, com certeza, já passou dos quarenta anos, baixinha, de pele morena e cabelos vermelhos tingidos. Túlio é o último a se apresentar. Alto e com algumas tatuagens espalhadas em sua pele extremamente clara.

— A Helena vai me acompanhar hoje à noite no evento. Preciso que a ajudem a escolher uma roupa. — Ele informa antes de virar as costas voltando para o elevador.

— Espera, o senhor não vai ficar?

— Gosto de ser surpreendido — avisa sem desviar os olhos do celular. — Além do mais, você também precisa de um cabelereiro.

— Eu preciso de um cabelereiro? E você, Fera Feroz? — ele ri sem olhar para mim. — Posso arrumar meu próprio cabelo.

— Não para este evento — responde já dentro do elevador, pouco antes das portas se fecharem.


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𝙨𝙚 𝙘𝙝𝙚𝙜𝙤𝙪 𝙗𝙖𝙜𝙪𝙣ç𝙖𝙣𝙙𝙤 𝙖 𝙢𝙚𝙣𝙩𝙚 𝙩𝙤𝙙𝙖 𝙚𝙪 𝙣𝙖𝙤 𝙘𝙤𝙣𝙨𝙞𝙜𝙤 𝙢𝙖𝙞𝙨 𝙥𝙚𝙣𝙨𝙖𝙧 𝙤𝙪𝙩𝙧𝙖, 𝙖 𝙜𝙚𝙣𝙩𝙚 𝙨𝙚 𝙥𝙖𝙧𝙚...