Just a Year - (COMPLETA)

By alexia-macedo

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Rebeca mora em São Paulo e está no último ano do ensino médio. Tudo que ela quer é apenas aproveitar esse últ... More

Sinopse
Capitulo 1
Capitulo 2
Capitulo 3
Capitulo 4
Capitulo 5
Capitulo 6 (bônus)
Capitulo 7
Capitulo 8
Capitulo 9
Capitulo 10
Capitulo 11
Capitulo 12
Capitulo 13
Capitulo 15
Capitulo 16
Capitulo 17
Capitulo 18
Capitulo 19
Capitulo 20
Capitulo 21
Capitulo 22
Capitulo 23
Capitulo 24
Capitulo 25 (Especial 6 mil leituras)
Capitulo 26
Capitulo 27
Capitulo 28
Capitulo 29
Capitulo 30
Capitulo 31
Capitulo 32
Capitulo 33
Capitulo 34
Capitulo 35
Capitulo 36
Capitulo 37
Capitulo 38
Capitulo 39
Capitulo 40
Capitulo 41
Capitulo 42
Capitulo 43
Capitulo 44
Capitulo 45 (Final)
EPILOGO
Agradecimentos
Novidades para os leitores!

Capitulo 14

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By alexia-macedo

Nunca coloquei uma gota de álcool em minha boca, portanto não faço a menor ideia de como é estar bêbada e de resseca. Mas, pelas descrições que já ouvi falar, é a mesma sensação que eu sinto agora. Ontem, depois que o Brian me beijou (quer dizer, depois que eu o agarrei), não conseguia tirar o sorriso do rosto. Me sentia como a Branca de Neve, cantando com os passarinhos. Hoje, ao acordar e recordar, minha vontade é de prender o travesseiro no rosto até não me lembrar de mais nada. É como se aquela não fosse eu, como se eu estivesse sob o efeito de qualquer substancia que tivesse me tirado toda a razão e capacidade pensar, falar ou agir.

Enquanto eu me punia (mentalmente) pela besteira que fiz ontem e por ter agido como uma idiota apaixonada, escutei meu celular vibrar embaixo do travesseiro. Sem nem ao menos olhar para saber de quem era a ligação, atendi.

- Uau! Essa realmente foi uma surpresa, achei que você nunca mais fosse me atender, ou responder alguma mensagem minha. – Juro que posso sentir meu coração indo até a garganta ao ouvir a voz do Guilherme.

Faz um bom tempo que não respondo a ele, fui parando o contato aos poucos, antes passava dois dias sem responder, depois cinco dias, depois uma, duas, três semanas. E aos poucos fui percebendo que ele também estava desistindo de contato. Também né, quem gosta de ser ignorado? Não fazia por mal, mas sabia que esse era o melhor para mim. Meu ano já estava complicado o suficiente, e ele mexia demais comigo, ele mexe demais comigo, para que eu possa deixar ele entra em minha vida, ser amiga dele a acabar alimentando sentimentos que não deveriam existir.

E sim, eu penso cada coisa que pode acontecer, cada ideia, cada hipótese. E tento evitar tudo da melhor forma possível. Minha mãe costuma dizer que sou uma controladora nata, mas é que eu acho nossa vida extremamente imprevisível, e tento apenas ter um pouco do controle que posso.

- Guilherme? – Pergunto mesmo sabendo a resposta.

- Você apagou meu número?

- Não! Claro que não! É só que atendi sem ver quem era. – Falo enquanto me sento na cama. Deve ser seis horas da manhã. O que eu estou fazendo acordada as seis da manhã?!

- Ah, entendi. Bom, você sumiu! Cortou os contatos e tentei me afastar também. Só que, eu meio que não consigo tirar da cabeça que fiz ou disse algo errado, algo que fez você querer se distanciar.

Suspiro. Odeio conflitos, explicações, conversas para resolver as coisas.

- Não, você não fez nada de errado. É só que... – Mais um suspiro- é meio complicado.

- Talvez fique menos complicado se você falar...

- Tem muita coisa acontecendo. Essa mudança, que foi uma mudança drástica de planos. E tudo tá meio complicado, estou tentando estabelecer uma boa relação com meu pai sem que a gente se mate antes... – Dou uma risada sem humor, ainda tentando achar palavras certas para falar que não quero me envolver sem deixar muito na cara que ele mexe comigo. – Eu estou tentando não... ahn... não me apegar muito com as pessoas. Principalmente com quem mora aí, em São Paulo. Me faz ficar com mais saudades e com vontade de voltar.

Minto. Descaradamente. Pode ser que faça sentido e tenha um fundo de verdade, porque realmente falar com as pessoas que moram longe me fazem sentir um aperto no peito e vontade de voltar. Mas não é por isso que não quero contato com ele.

- Essa foi uma das piores desculpas que já ouvi! Mas eu entendo caso você não queira muito contato. E entendo também que esse seja um momento complicado de adaptação. Já passei por isso e vou te dar um espaço. Também queria te falar que, como já havia dito, no Carnaval eu estou voltando pro Rio. E gostaria muito de te ver. Devo passar uns cinco ou quatro dias.

- Que ótimo! Podemos marcar então. – Digo tentando me livrar de um peso que se instalou em minha consciência.

Depois daquela série de “beijos, se cuida/fica bem/vê se não me esquece/até mais”, desligamos. E novamente me volta aquela sensação de ter feito uma grande besteira, como se eu estivesse sob o efeito de alguma substancia. Sinceramente, acho que é melhor eu voltar para São Paulo, pois o ar do Rio de Janeiro está afetando meu cérebro e minha capacidade de tomar decisões certas.

Minha sorte é que faltam duas semanas para o Carnaval e, até lá, posso inventar alguma doença. Ou será que seria grosseiro demais cancelar? E se ele tivesse se animado com nosso possível reencontro? E se ele estiver realmente querendo me ver? Juro que posso sentir meu coração pesar no peito e um pouco de alegria ao pensar nessas hipóteses. E um pouco de pânico também.

***

Sabe aqueles dias em que a depressão bate na porta de casa e resolve ficar hospedada? É mais ou menos assim comigo todos os domingos. É o dia em que eu mais sinto tédio, e não importa o que eu faço, continuo com essa sensação dentro de mim. Como se nada fosse bom.

E vamos combinar que a programação da TV no domingo é para deixar deprimida mesmo. É como se tivesse um acordo, uma lei ou qualquer coisa que proíba de passar algo legal no domingo. Por isso que domingo é o melhor dia para correr. Por mais que a preguiça esteja presente em cada pedacinho de espaço do meu corpo, eu tento vencê-la. E, modéstia parte, sempre consigo.

Assim que tomo um banho e coloco minha roupa de correr (voltando a usar o top roxo) ouço a companhia tocar. Esse é mais um fim de semana em que a Vanessa está viajando, e como meu pai está tirando seu cochilo tradicional, sou a escolhida para ir abrir a porta.

E no mesmo instante tenho vontade de fechar a porta novamente.

É o Brian.

- Eu fiquei de te entregar o livro do Platão... – Ele diz enquanto estende um livro em capa dura e uma edição maravilhosa. Fico pensando que o pai dele é muito maluco para entregar um livro desses nas mãos de três adolescentes, principalmente na mão do seu filho. 

- Ah sim, obrigada. Digo enquanto pego o livro e o coloco, cuidadosamente, na mesinha branca que fica praticamente ao lado da porta.

- Você está indo correr? – Não. Essa é a resposta que coça na minha boca. Mas a verdade é que não tem como mentir, já que estou com roupa de correr, e não estou suada, o que mostra que eu ainda não corri. Aceno de leve. E já posso adivinhar que ele vai me chamar para correr com ele, já que ele também está vestido para correr. – Então, você vai agora?

- Sim

- Posso te acompanhar? – Mordo os lábios e suspiro. Uma parte de mim quer ser grossa e mandar ele ir correr sozinho. E outra parte de mim quer ter a presença dele. E minha parte mais vulnerável vence, como (quase) sempre.

- Claro.

Saio para o corredor e fecho a porta atrás de mim. Essa é a segunda vez que vejo o Brian com essa expressão séria. E por mais que eu observe, não consigo perceber nenhuma alteração do seu humor. Os lábios formam uma linha fina e sua expressão está tão paralisada que parece uma estatua.

O que é bom. Muito bom. Nós começamos a correr e não falamos nada um para o outro. Tem uma nuvem de tensão sobre nós dois, como se casa falarmos alguma coisa, tudo vai explodir. Essa é a sensação que tenho: que vou explodir, e só basta um pequeno motivo. Por isso eu corro, não tento escapar dele, então estou indo em um ritmo mais devagar do que da última vez que corremos juntos. Um passo de cada vez, me concentrando somente nisso.

Depois de um bom tempo correndo, paramos. Naquele mesmo parquinho em que eu sempre paro. Por mais que eu não tenha acelerado os passos, me sinto cansada e ofegante.

- Tá sendo difícil para você? – O Brian pergunta. Olho para ele com uma cara confusa e percebo que ele está suando, mas não demonstra nenhum sinal de cansaço. – Quer dizer, a adaptação, sair de São Paulo e vim pra cá.

Penso um pouco a respeito. Sempre evito me perguntar essas coisas, pois não quero analisar de verdade a situação.

- Não sei. – Digo com sinceridade. – Foi complicado aceitar a ideia de vim pra cá, morar com meu pai, mas já está feito! E só vou poder voltar no final do ano. Então prefiro evitar pensar...

Ele assente de leve e por um momento até chego a pensar que não irá falar mais nada, mas então ele continua.

- Você não tem uma boa relação com seu pai, não é?

- Por que você acha isso?

- Bom, naquele dia você estava na escada chorando e imaginei que fosse uma briga com ele. E você acabou de falar que foi complicado aceitar a ideia de morar com seu pai...

- É. Nós não temos uma boa relação. – Me levanto e aceno para ele indicando que devemos voltar a correr.

Eu odeio quando as pessoas perguntam sobre meu pai, e me lembro que quando meus pais se separaram todos falavam “você não quer que eles voltem?”, “você prefere ficar com quem?”, “como está sendo pra você?”. Essas são as piores coisas que alguém pode perguntar para uma criança que acabou de ter sua família desestruturada. As pessoas deveriam conter um pouco mais de sua curiosidade. E saber que, muitas vezes, não precisamos escutar nada. Apenas saber que temos pessoas ao nosso lado.

Dessa vez eu corro um pouco mais rápido. Sem me concentrar tanto nos passos, mas sim no que está à frente. O Brian me acompanha sem muito esforço e enquanto eu sinto meus pulmões queimarem e começo a arfar, percebo que ele continua do mesmo jeito, como se estivesse tranquilo e tivesse andando normalmente.

Eu odeio essa sua resistência física.

Assim como antes, voltamos correndo sem dizer uma única palavra. Arrisquei alguns olhares para o lado, mas percebi que ele não desviou seu olhar.

- Sabe, eu também não tenho uma boa relação com meu pai. – Ele fala assim que as portas do elevador se fecham. Antes que eu possa perguntar o porquê ele já se adianta- Ele quer que eu siga a tradição da família e seja medico também. E bom, eu não sei ainda o que quero fazer, o que o deixa com ainda mais raiva.

Sorrio compreensiva. Aquilo sorriso que diz “te entendo”. Porque eu realmente o entendia. E isso me dá um pouco de pavor ao pensar que eu e ele temos algo em comum, e passamos por uma situação quase parecida.

- Acho que termino de ler até o carnaval. –Saio do elevador e escuto as portas se fecharem atrás de mim abafando um “tudo bem”. 

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