• Kim Namjoon •
Muitas vezes olhamos para aquilo que julgamos ser o topo, e desejamos estar ali, fazendo daquilo um sonho. Entranto são raras as vezes em que pensamos nos esforços e nas pequenas coisas que abdicamos. Faziam mais de três meses que eu estava longe de casa, no outro lado do mundo, a Lotus havia saído do território nacional, e estava entrando no grande mercado internacional. Estávamos construindo filiais em outros países, expandindo projetos, dobrando lucros, alcançando grandes status no mundo.
Aos poucos eu tentava respirar, e contava os dias para finalmente voltar a Seul, que felizmente estavam próximos. Apenas mais dois dias, faltavam poucas coisas, as maiores partes já foram resolvidas, antes do que esperávamos, poderia até dizer que o quê viria em diante é apenas uma socialização.
Eu estava saindo de mais uma reunião, em que tudo havia ocorrido dentro dos conformes. Quando entro no elevador vazio, afrouxo a gravata, jogando minha cabeça para trás e respirando fundo. Retiro meu celular do bolso, então percebo que haviam diversas notificações de mensagens, algumas de Jungkook e outras de Yong, porém todas as mensagens da mulher haviam sido apagadas.
Tomo certa preocupação com Jeon quando leio suas mensagens, eu estava longe e me sentia terrível por não poder fazer muito além de tentar lhe confortar com palavras. Antes que pudesse lhe dizer alguma coisa, a notificação anuncia uma chamada, o nome de Yong era exibido na tela, antendo no mesmo instante, eu sentia falta de ouvir sua voz, não eram todos os dias que conseguiamos ligar um para outro.
— Jagya! - atendo saindo da caixa metálica.
Entretanto não há respostas, apenas alguns segundos depois ouço o que provavelmente deveriam ser soluços.
— Nam... - sua voz soa embargada, enquanto parece conter sua respiração.
— Yong o que aconteceu? - instantaneamente uma preocupação me toma. — Está sabendo sobre HiNa, é por isso?
YongSuck não responde, continuo a ouvir chorar, sentindo mais uma vez o peso em não poder ajudar alguém.
— Acho que conversar pode ajudar, mas no seu tempo, eu estarei aqui na linha até que se sinta segura à falar.
Tento ser o mais calmo e lhe passar confiança, eu sabia que precisava que ela confiasse em mim. Ouço algo como uma respiração que se prendia, seguida de um último suspiro.
— Nam... Eu... Me desculpe... - sua voz soa mais alta. — Está tudo bem, eu não deveria incomodá-lo, tem trabalhado muito.
— Ei, está tudo bem, eu preciso que confie em mim para contar quando não estiver bem, YongSuck. Posso estar longe, mas ainda estou aqui...
— Me desculpa, Nam. Eu quero que saiba que eu confio em você, mais do que qualquer pessoa nesse mundo. Nós podemos conversar quando voltar, não quero que se incomode com isso.
— Yong, tem certeza que não quer falar sobre isso agora?
— Está tudo bem, Nam. São apenas mais dois dias, eu consigo esperar até lá. - a voz de Yong assume certa segurança. — Me desculpa, eu não deveria ter lhe preocupado.
— Não peça desculpas, eu estou aqui para você... - digo ao entrar no carro.
— Obrigada, Nam. Te vejo em dois dias.
— Em dois dias... Eu te amo, YongSuck. - digo antes de encerrar a ligação.
Quando chego ao hotel, os diversos pensamentos eclodem em minha mente, eu estava aqui, mas haviam pessoas que precisam de mim em Seul. Tudo já havia se resolvido aqui, eu confiava o suficiente para que as pessoas que trabalhavam junto a mim, poderiam finalizar com as confraternizações. Eu não podia ficar para comemorar, enquanto tudo estava um caos...
Liguei para Shin, o atual diretor da empresa, ele trabalhava como meu braço direito em todos os novos projetos, pedi para que cuidasse do pouco que restava. Busquei pelo vôo mais próximo para Seul, por sorte havia um que sairia daqui algumas horas...
★
Quando sinto o piso frio e familiar abaixo dos meus pés, respiro em alívio. Eu finalmente estava de volta. Deixo todas minhas malas na sala, e sigo pelos cômodos escuro, era início de noite, provavelmente Yong estivesse no escritório trabalhando. Subo as escadas, seguindo para o cômodo porém paro quando noto que a luz deste está apagada. Então me dirijo para o quarto, este também tinha suas luzes apagadas, mas não estava vazio. Ela estava lá, a luz da lua entrava pela janela, iluminando seu corpo adormecido, abraçado ao chachorro de pelagem branca.
Quando dou um passo a frente, Rap Mon se levanta rapidamente, correndo até mim, me abaixo acariciando o animal que se esfrega em minhas pernas. YongSuck se move na cama, piscando seus olhos algumas vezes, dispertando do seu sono.
— Me desculpe, não queria acordá-la.
— Nam? - ela aperta seus olhos.
— Não foram exatamente dois dias... - me levanto me aproximando.
YongSuck tira o cobertor que estava sobre seu corpo, e se levanta rapidamente. Instagno antes que estivéssemos próximos o suficiente, a sua imagem me trava. Meus olhos tentam assimilar o que é real e o que era apenas a imagem da minha imaginação. A mulher se aproxima, puxando minha mão e colocando em sua barriga, ainda era pequena mas era o suficiente para que fosse notado. Meus olhos brilham, acumulando as lágrimas, junto aos seus que já deixavam que elas saíssem. Yong me abraça, apoiando a cabeça em meu peito, levo um tempo para retribuir o carinho, preso no completo choque.
— Então...você... - tento unir as palavras.
— Nós teremos um filho, Kim. - sua voz sai como um sussurro e minha mão se ergue acariciando sua cabeça, deposito um beijo no local quando ouço seus soluços.
— Isso é incrível! - busco reações, eu não podia reunir toda a alegria que passava em meu interior.
— Eu estou com medo, Nam! - diz entre soluços apertando seus braços em volta do meu corpo. — E se eu não for uma boa mãe? E se eu não conseguir cuidar como deveria?
— Ei, nós vamos fazer isso juntos, okay? Não é apenas sua responsabilidade, você é uma pessoa incrível e sei que também será uma mãe incrível. Esse vai ser o nosso trabalho...
— Esse é o problema, Nam. Nós temos tanto trabalho pela frente, nos últimos meses você teve que se dedicar a sua empresa e eu ao meu projeto. E se falharmos? - seu olhar se levanta encontrando o meu.
— Nós não iremos, Yong! Não posso falhar com que eu amo, e se cuidarmos disso juntos, então não iremos falhar. Isso é sobre tudo o que amamos, o amor da frutos, certo? Então esse é um deles.
— Tem razão... - ela afirma fechando seus olhos.
— De tudo que podia acontecer, eu não esperava que fosse isso...
— Ninguém esperava e... Espera. - se afasta rapidamente, correndo para o banheiro do nosso quarto.
A mulher se abaixa próximo a privada, e eu já sabia que esse era um dos efeitos colaterais. Me aproximo segurando seus fios soltos que haviam crescido. Alguns minutos depois Yong se levanta, escovando seus dentes e lavando seu rosto. Ela se afasta, se encostando na parede e sentando no chão, então eu me sento a sua frente, na borda da banheira.
— Acho que alguém não gostou do seu perfume... - sorri fraco. — Isso é triste, porque eu gostava dele.
— Então é sobre isso o amor? Aguentar algumas farpas sem poder retrucar? - rio ao me referir ao ser que ainda nem conhecia. — Está de quanto tempo?
— Quinze semanas, daqui dois dias completamentam dezesseis. - responde com a mão sobre a barriga.
— Quando descobriu?
— Alguns dias depois que você viajou. - afirma mordendo os lábios. — Me desculpa por não te contar, sei como tudo o que estava fazendo era importante, eu não queria tirar seu foco, e sei que voltaria no mesmo momento em que soubesse. Como fez agora...
— Aish, eu não devia ter te deixado sozinha!
— Nam, eu não estava sozinha! - aponta para sua barriga e um leve sorriso deixa seus lábios.
— Como isso aconteceu?
— Como será, Kim? - Yong toma um forma rara de irritação.
— Tem razão, que tipo de pergunta a minha! - ergo minha mão em redenção.
— Me desculpa, Nam. Os hormônios andam falando por mim ultimamente... Aquele dia eu não queria lhe ligar.
— Tudo bem, eu precisava voltar, mesmo sem saber que estava grávida. Quando ligou eu pensei que fosse por HiNa...
— Foi logo depois de saber... Eu estou preocupada, acha que ela vai ficar bem?
— Eu falei com Jungkook antes de entrar no avião, ele não tinha muitas respostas. Mais tarde irei encontrar com ele.
— Eu espero que ela fique bem, é uma pessoa muita boa para passar por tudo que passou.
— Tem razão... Mas eu acho que as melhores pessoas passam pelas piores coisas, para então entenderem o quão forte são. - me aproximo segurando sua mão.
"E são elas que guardam a luz mais linda do mundo, iluminam aquilo que ninguém acreditava que algum um dia podia ter luz. "
Att:
Oi anjinhos, como estão?
Bom eu nem tenho o que falar, só joguei a bomba e corri!
Enfim, se cuidem e bebam água!
Até a próxima att! XxNanda