Só Fingindo

By paradisexcityy

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(História postada apenas aqui) Lydia Carpenter ama clichês: assistes filmes românticos clichês, lê clichês, m... More

notas iniciais
personagens
dedicatória
epígrafe
zero
um
dois
três
quatro
cinco
seis
sete
oito
nove
dez
onze
doze
treze
quatorze
+ extra
quinze
dezesseis
dezessete
dezoito
dezenove
vinte e um
vinte e dois - parte 1
vinte e dois - parte 2
vinte e três
vinte e quatro
vinte e cinco
vinte e seis
vinte e sete
vinte e oito
vinte e nove
trinta
trinta e um
trinta e dois
trinta e três
trinta e quatro
trinta e cinco
trinta e seis
trinta e sete
trinta e oito
trinta e nove
quarenta
quarenta e um
quarenta e dois
quarenta e três
quarenta e quatro
quarenta e cinco
quarenta e seis
quarenta e sete
quarenta e oito
quarenta e nove
cinquenta (fim)
agradecimentos
bônus especial

vinte

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By paradisexcityy

CAPÍTULO 20

Provar os vestidos do baile não foi tão legal quanto eu esperava. Minha cabeça estava em outro lugar.

Não conseguia parar de pensar nas palavras dos meus pais com Cole e o quanto ele ficou magoado. E o pior: não conseguia parar de pensar nele. Quando eu pensava nele não era mais só sobre o meu plano, sentia que havia algo a mais entre nós e aquilo me assustava para caralho.

Bom, chega de pensar no Cole, cérebro estúpido!

Eu estava pensando em ir com uma roupa parecida com o figurino de "Estrelas Além do Tempo", mas Stacey disse que não era nada sexy. E ela não desistiu do seu argumento nem mesmo quando eu falei que elas cientistas, e uma cientista não tem que ser sexy e sim inteligente.

- Achei algo perfeito para você! - ouvi sua voz dentro de um armário cheio de roupas.

Já suspirei pensando que ela iria me mostrar a roupa mais Christina Aguilera em "Burlesque" que conseguiu achar. Porém, meu queixo caiu totalmente quando vi o vestido que ela estava segurando junto de um sorriso animado.

- Espere, isso é...

- O vestido da Kate Hudson em "Como Perder um Homem em 10 Dias"! - ela deu um gritinho e eu me levantei rapidamente até o vestido amarelo. - Óbvio, não é original, mas é muito parecido.

Aí meu Deus! Meu coração bateu muito forte ao ver aquela maravilha ao vivo.

- É realmente perfeito, Stacey - falei e estava sendo sincera.

Eu amava muito aquele filme e com certeza a cena da Andie Anderson descendo as escadas com aquele vestido era a minha favorita. Aparentemente Stacey me escutava de verdade se sabia que aquilo era a minha cara.

- Você não quer usar? - perguntei, já que ela havia achado. - Eu não sou loira...

- E daí, Lydia? - exclamou, parecendo um sermão. - Brooke também não é ruiva e vai de Jessica Rabbit.

Dei uma risada. Óbvio que ela vai.

- Ele é realmente maravilhoso... - comentei, dando um sorriso enquanto passava a mão pela seda.

- Eu sei, eu sou ótima! - ela sorriu também. - Agora vai se trocar, garota, e veja como fica!

Dei um último sorriso para ela antes de ir para o provador. Às vezes Stacey me lembrava do porquê nos tornamos amigas em primeiro lugar. Ela realmente conseguia ser uma boa pessoa quando queria.

Eu estava me sentindo deslumbrante ao me fitar no espelho.

Honestamente, nunca pensei que fosse encontrar uma réplica tão perfeita daquele vestido amarelo e aquilo me deixava muito eufórica.

Mas não tive muito tempo para apreciar antes de ouvir meu celular apitando com as várias mensagens que recebia. Pensei ser algo importante, mas era apenas Cole querendo saber onde eu estava. Falei meio na má vontade, porque não sabia em que pé estávamos.

Cole tinha sérios problemas de temperamentos osciláveis.

Ou talvez o problema fosse eu.

Ou talvez apenas não combinávamos.

De qualquer jeito, saí do provador ainda com o vestido e um sorriso no rosto, apenas para encontrar Stacey de braços cruzados e emburrada.

- Seu macho está aqui - avisou ela, revirando os olhos.

- Quem? Cole? Mas já?

- A não ser que você tenha outros machos, acho que Cole é a única opção - disse ela.

Deus, ela tinha razão: Cole era o meu único macho.

Por um momento comecei a pensar em como eu não havia ficado com ninguém sem ser ele depois de terminar com Jason. Eu fiquei solteira para permanecer solteira e sem machos? Apenas um falso? Aquilo estava errado!

Pensei também se Cole ficava com outras garotas mesmo com o nosso fingimento. Besteira minha, óbvio que ficava. Eu era a única trouxa que não sabia aproveitar a vida de solteira.

Fui até a porta da loja, onde o encontrei do lado de fora, apoiado no vidro. Ele parecia apreensivo e foi bem rápido até mim quando me viu.

- Eu realmente estou curiosa para saber o que é tão urgente que te fez vir para um loja de vestidos - comentei.

Ele deslizou seu olhar para o meu corpo e piscou algumas vezes. Percebi que ficou meio sem reação.

Dei um sorriso pequeno porque foi exatamente daquele jeito que o Benjamin ficou quando viu Andie no vestido.

- Por que você tá usando essa porra?

E lá se foi qualquer romantismo que eu poderia esperar.

- Essa porra é o meu possível vestido do baile - expliquei, cruzando os braços. - Agora desembucha, Sawyer. O que foi?

- Sabe no jantar com os seus pais? - assenti, engolindo seco ao lembrar daquele desastre. - Você perguntou para o seu pai se ele tinha mandado um detetive particular atrás de mim. E, bom, acho que talvez possa ser verdade.

Minha primeira reação foi soltar uma gargalhada. Depois, percebendo que ele falava sério, franzi o cenho.

- Por que você acha isso?

- Eu notei um cara me seguindo a manhã inteira - disse ele, olhando para os lados. - E um homem também encarou Caroline depois da aula. Ela ficou muito assustada.

Fiquei totalmente confusa.

- Espera, como você sabe que era o mesmo homem?

- Lydia, só pode ser - falou ele, meio irritado. - Pensa bem, que tipo de maluco pervertido fica seguindo alguém o dia inteiro e nem assalta a pessoa?

- Um serial killer?

- Pelo amor de Deus, eu estou falando sério! Seu pai passou dos limites.

- Cole, eu entendo a preocupação, mas não acho que ele realmente... - parei de falar quando vi algo atrás de Cole que me fez estreitar o olhar.

Um homem bem longe estava nos fotografando.

- Vamos entrar - murmurei, sentindo meu coração bater tão forte.

- Eu não quero entrar nessa loja de vestidos...

- Vamos entrar - repeti, fazendo um sinal com a cabeça. - Olha rapidamente e vê se é o mesmo cara.

Fui entrando na loja, enquanto Cole virou a cabeça de fininho antes de entrar.

- Esse é o cara! - falou mais alto do que deveria. - O cara que estava me seguindo!

Totalmente desnorteada, sentei num banco lá dentro e coloquei uma mão na testa.

- Eu não acredito que ele realmente fez isso... - murmurei, sentindo muita vergonha do meu pai e de mim mesma.

Como era possível ele confiar tão pouco em mim que precisava bisbilhotar meu suposto namorado para isso? Ou será que ele queria provar alguma coisa?

O que diabos ele queria chegar com isso? Descobrir algum podre dos Sawyers e me convencer que ele não era um bom partido? Deus, não deveria ter me afetado tanto com essa maluquice do meu pai, mas me afetei. Demais.

- Vamos interrogar ele - falei, levantando a cabeça.

- Eu não acho muito inteligente ir atrás de alguém que está te seguindo... - comentou, receoso.

- Que se dane - me levantei, determinada. - Quero saber que porra meu pai está planejando.

Cole me olhava meio assustado e só andou atrás quando eu bati os pés determinada a falar com o cara. Ele continuava fingindo que era invisível até quando eu parei bem na sua frente. O homem escondeu sua câmera.

- Você sabe que existem direitos de imagem, né? - foi o que eu falei. - Você pode ser preso por revelar fotos sem permissão da pessoa fotografada!

O homem me olhou meio sem reação. Eu estava parecendo uma louca e sabia disso.

- Não é você que eu estou interessado - disse ele calmamente.

- Owen Carpenter te pagou para fazer isso? - indaguei, apontando para Cole. - Ir atrás desse garoto?

- Isso é confidencial.

Bom, estava explicado!

- Você é um péssimo detetive particular - fui mais perto, levantando um dedo. - Fala para ele que eu sei o que está fazendo e isso não vai ficar assim.

Saí de lá puxando Cole pela jaqueta antes que pudesse contestar. Eu estava irritada, mais irritada do que pensei que fosse possível.

Na verdade, parte de mim estava muito decepcionada.

Eu sempre esperei muitas coisas do meu pai, menos aquilo. Definitivamente não esperava aquilo.

- Vamos embora - murmurei para Cole.

- Claro, o que você quiser... - comentou. - Mas acho que você deveria trocar o vestido antes.

Só naquele momento percebi que ainda estava usando o vestido amarelo e tinha uma mulher da loja correndo desesperada até mim, provavelmente achando que eu era uma ladra.

- Moça, volte aqui! - ela gritou e eu coloquei a mão na cabeça, envergonhada.

Céus, aquele dia tinha como piorar?

Cole me levou para a sua casa, porque eu obviamente não queria enfrentar meus pais naquela hora e porque os seus não estavam em casa. Era horrível pensar que tínhamos tantos problemas com nossas famílias que ir para a casa era um sofrimento para ambos.

Nem Caroline estava, o que me fez ficar aliviada porque não estava com vontade de conversar com ninguém. Se eu não estivesse na casa dos Sawyer, apenas me jogaria na cama e ficaria em posição fetal até organizar meus pensamentos.

Será que Cole me deixaria ficar devastada em posição fetal em sua cama?

Fiquei um pouco nervosa quando Cole começou a subir as escadas e eu percebi que estávamos indo para o seu quarto. Comecei a suar sem nem saber o porquê. Eu não estava preparada para invadir a vida dele assim.

Ele abriu a porta e me deixou entrar, já se jogando na cama quando entrou atrás de mim. Fiquei desconfortável naquele local, porque estava totalmente dentro do seu lugar pessoal. Tinham pôsteres ao redor de todo o cômodo de algumas bandas que eu conhecia e tudo era estupidamente escuro. As paredes não chegavam a serem pretas, mas todos os móveis eram.

Ele realmente havia incorporado o estilo de emo dos anos 2000.

Fui até sua escrivaninha – não esperava que ele tivesse uma, admiti para mim mesma –, fuçando seu quarto como ele fizera no meu. E foi quando eu encontrei vários desenhos em cima da mesma mesa.

- Ora, ora, como você é mentiroso, Sawyer - falei, levantando um dos desenhos com um sorriso.

Ele não tinha prestado atenção naquilo e apenas murmurou um "o quê?".

- Você disse que não tinha sonhos - falei e ele levantou o olhar.

Cole se levantou quando viu que estava mexendo em seus desenhos. Eram muito bons, tipo estilo revista de quadrinho refinada bom. Me perguntei por que ele nunca havia mencionado nada.

- Isso não é um sonho - disse ele. - É um hobby.

- Hobbies fazem sonhos, Cole - falei, me virando para ele e apoiando as costas na mesa.

Ele suspirou e percebi que estávamos mais perto do que eu gostaria.

- Eu não tenho tempo para desejar que isso seja mais do que um passatempo.

Aquilo era tão triste. Cole poderia fazer coisas incríveis se não tivesse uma família horrível que o impedisse de sonhar.

Malditas famílias que nos faziam suportar aquelas coisas ridículas.

Subitamente senti uma imensa vontade de chorar. Não iria chorar, era fisicamente incapaz; mas quis. Por mim, por Cole, por Caroline e por sua mãe que vivia um relacionamento abusivo. A vida não era nem um pouco justa.

Abri caminho até sentar em sua cama, colocando a mão nos olhos para ele não perceber o quanto eu estava frágil. Não sabia o porquê dos meus hormônios ficarem à flor da pele, mas a vontade de chorar não passava.

As lágrimas continuaram a ameaçar e não desciam. Só aquele comum nó na garganta.

Percebi que Cole gentilmente depositou a mão em meu ombro e levantei o olhar. Ele me olhava com tristeza e ternura misturadas, algo muito atípico, mas uma boa visão.

- Está tudo bem, você pode chorar - ele deu um sorriso. - Não precisa ser forte o tempo inteiro.

Aqueles eram os principais problemas: eu não podia chorar e eu não era forte. Eu era uma farsa que apenas entalava a tristeza até ela parar de incomodar dentro de mim.

Como o nosso relacionamento, tudo em mim era falso.

Desde os meus amigos, até a minha família. Até eu. Quem era Lydia sem ser uma vergonha aos meus pais e uma mimada aos olhos de todos? Ninguém.

- Nem você, garotos também choram - falei, lembrando da música.

Eu sorri quando ouvi a risada espontânea de Cole.

- É verdade - disse, olhando para a frente com um sorriso. - Eu nunca mostro os desenhos para ninguém, sabia?

- Bom, tecnicamente você não me mostrou. Eu que xeretei nas suas coisas.

- Sim, mas eu poderia ter tirado das suas mãos como você fez comigo - relembrou ele e eu fiquei vermelha.

Meu diário era particular, poxa. Ele não precisava me mostrar se fosse tão particular quanto estava insinuando.

- Por que você me mostrou, então?

- Eu não sei - ele suspirou e voltou a me olhar. - Acho que confio em você.

Meu coração deu uns pulinhos ao ouvir aquelas palavras, porque eu não esperava por aquilo.

- Acho que eu também confio em você, Sawyer - falei antes que pudesse pensar em ficar quieta.

Era estranho proclamar palavras que eram tão fortes para mim. Eu raramente confia nas pessoas num geral, mas já havia me aberto o suficiente com Cole para saber que ele não iria me julgar. Ele nunca me julgava, diferente de várias pessoas.

Quando menos percebi, seus lábios eram as únicas coisas que eu conseguia fitar. Mesmo sem olhar em seus olhos, sabia que ele também estava fazendo o mesmo.

Bem diferente da última vez, quando nossas bocas se tocaram, foi lento e calmo. Meu nó na garganta se desfez. Foi como se tivéssemos todo o tempo do mundo. Dessa vez eu não estava sob efeito de drogas, a não ser que contasse os efeitos que ele estava causando em mim.

Foi diferente. Sua língua parecia conhecer a minha enquanto ele causava aqueles pensamentos estranhos. Quando as pessoas falavam sobre borboletas no estômago era uma mentira. Borboletas eram calmas demais para a montanha-russa acontecendo dentro de mim.

Eu estava acostumada a beijar Jason sóbria, afinal namoramos por dois anos. Mas com Cole foi uma nova experiência. Eu estava nervosa por estar grudada nele em plena luz do dia, sentindo coisas estranhas e desejando apenas mais. Era como se eu tremesse só com a sua mão em minha cintura e meu coração quase saísse para fora do corpo.

Pequenos formigamentos percorriam onde ele me tocava e aquilo me deixava muito assustada.

Eu não poderia mais fingir que Cole Sawyer não me afetava diariamente e aquilo não era bom. Todos sabiam que trabalho e amor não deveriam se misturar, e eu sentia que o nosso acordo era algum tipo de trabalho.

Cole era meio que obrigado a ficar comigo. Então, o que aquilo significava?

Mas eu não conseguia pensar em mais nada além de que queria ficar mais perto dele, ouvir seu batimento cardíaco enquanto o meu próprio já parecia ensurdecedor.

Daquela vez não pareceu um erro, contudo, porque parecia a coisa mais certa que eu havia feito em meses.

N/A:

Oii gente, espero que estejam bem!! O que acharam do capítulo? Cole perdoa as coisas fácil, fiquem tranquilos!

Para quem não conhece o filme mencionado no começo do capítulo (Como Perder um Homem em 10 Dias), eu vou postar uma foto do tal vestido icônico no story. É @/paradisexcity_!!

Aliás, com todo esse problema do bug rolando, eu ainda não sei o que vou fazer com a história, para ser honesta. Se o Wattpad não resolver essa merda em algum tempo, talvez retire a história. Mas eu realmente não queria fazer isso.

Enfim, é isso por hoje. (Eu sempre escrevo muito aqui, né?)

Beijosss!

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