(Não) Cuida de Mim {Jungkook...

By skyxmaze

252K 16.6K 65.7K

"Jeon Jungkook nunca precisou se preocupar com absolutamente nada além de tirar notas altas na escola. Ele só... More

Avisos
1. Bangtan House
2. 1/365
3. Esperança
4. Probabilidade
5. Roupa Suja
6. Rotina Agitada
7. Diacronia
8. De Dois em Dois
9. Férias de Verão
10. Feliz aniversário!
11. Do Ciúmes ao Caos
13. 365/365, Clementine
13. 365/365, This is Home
13. 365/365, Tiny Little Boy
🐝 Epílogo

12. Exceções

20.4K 914 5.7K
By skyxmaze

Alerta de gatilho! Vamos marcar a primeira letra do parágrafo com negrito e a primeira letra do último parágrafo também, pra que vocês saibam quando começa e termina.
⚠️

Jungkook suspirava com uma alta frequência despercebida enquanto tinha os cabelos sendo acariciados pelos dedos de Yoongi. Os dois estavam no sofá, o mais novo deitado com a cabeça no colo do outro, que estava sentado. Passava um filme antigo na televisão, mas o Jeon tinha parado de prestar atenção há tempos.

- O que você tem, pirralho? - a voz do hyung o fez virar a cabeça na direção dele.

- Hum?

- No que você está pensando? - quis saber, encarando o rostinho jovem com curiosidade.

- Nada não - negou rapidinho. Yoongi cerrou os olhos ameaçadoramente, e o Jeonzinho riu. - Só que... já é dezembro, o ano vai acabar. E eu não sei o que vai acontecer depois - acabou suspirando mais uma vez, fazendo um bico desgostoso. O Min riu pelo nariz.

- Ninguém sabe, Jungkook-ah. Essa é a graça - tinha um sorrisinho gostoso nos lábios.

O mais novo levantou e ajeitou a posição até que estivesse sentado ao lado do hyung, com o corpo todo encaixado nele. Yoongi abraçou a cinturinha fina e deitou a própria cabeça na dele quando a sentiu no ombro. Pouco tempo depois, Namjoon e Hoseok apareceram na sala e pareciam estar conversando sobre algo importante, mas o volume era contido.

- Hyung, você acha essa caixa muito grande? - Jimin, que entrava no cômodo correndo, falou mais alto, atraindo a atenção do mais novo da casa. Ele segurava uma caixa bonitinha e a exibia para seu namorado e o Kim.

- Acho que essa serve - Joon fez que sim com a cabeça. Taehyung também entrou na sala, segurando um rolo de fita de cetim e uma tesoura.

- Em que altura é pra cortar, Jimin-ssi? - ele ergueu os braços, pedindo a indicação do mais velho.

- Eu já ia voltar pro quarto, vim só mostrar a caixa pro hyung - respondeu, abanando com as mãos, tentando mostrar que não era importante no momento. - Kookie, depois você me envia aquela foto nossa que o Vector tirou? Quero colocar junto com o presente - o loirinho pediu. Jungkook franziu o cenho.

- Que presente?

- Do Jin-hyung, é aniversário dele depois de amanhã. Aproveitamos que ele foi se encontrar com o orientador do TCC e estamos resolvendo os últimos detalhes - explicou. Kook exibiu compreensão e fez que sim com a cabeça.

- Mas eu só quero dar se for o dinheiro completo, Jiminnie... - Namjoon tentava frear um pouco os planos do professor.

- Você sabe que ele vai ficar todo bobo não importa quanto dinheiro tenha - o referido rolou os olhos.

- Que dinheiro? Pra quê? - Jungkook quis saber, erguendo a coluna para prestar mais atenção.

- Lembra que eu te falei que o hyung está juntando pra comprar um carro há um tempão? - ele assentiu rapidinho com a cabeça. - No começo desse ano eu falei com os meninos e nós decidimos que íamos dar o dinheiro restante no aniversário dele - Joon explicou.

- E por que eu não fiquei sabendo?! - fez uma caretinha brava, cruzando os braços.

- Bom... Quando nós conversamos, você ainda não tinha se mudado... E você não trabalha, Kookie. Te conhecendo, eu sei que você tiraria até mesmo da sua mesada pra ajudar, mas não queria que fizesse isso - o Kim continuou explicando.

- E por que não?! - elevou um pouquinho o tom de voz, incrédulo, e procurou o celular no sofá. - Eu quero dar o carro pro hyung também! Quanto falta? Vou falar com meu padrinho agora mesmo sobre isso, se não for um valor muito alto eu tenho certeza de que ele pode ajudar. - apressou os hyungs, olhando de forma decidida, esperando a resposta.

Eles estavam se comunicando silenciosamente; Jimin e Taehyung olhavam para Namjoon do mesmo jeito que o mais novo fazia, definitivamente esperando o sim. Hoseok e Yoongi o encaravam com certa suspeita, mas parecendo mais neutros, querendo deixar que o Kim decidisse sozinho.

Jungkook segurava o celular aberto no contato do tio, esperando logo que o hyung decidisse. O aniversário de Seokjin era depois de amanhã, aquilo não podia esperar mais. Daquela forma, apertou no comando de ligação e mostrou o celular chamando a Namjoon, que arregalou os olhos e negou com a cabeça. O Jeon colocou no viva-voz.

- Jungkook? - a voz do homem chamou, e o menino sorriu com carinho, conhecendo o jeito que seu padrinho atendia todas as ligações. - Boa noite, meu menino!

- Oi, tio - cumprimentou também, corando um pouquinho por virar o centro das atenções de repente. - Está ocupado? - perguntou antes de tudo. Não costumava ligar sem avisar antes.

- Nunca estou ocupado para o meu sobrinho favorito - respondeu tranquilo. - Estava agora mesmo vendo sobre a data das passagens pra antes da sua formatura - comentou.

- Ah! Vocês vão vir pra minha formatura mesmo? A Millie vem também? - Kook quis saber, animado com aquele assunto. Já estava morrendo de saudades de todos.

- Sim, todos nós vamos! - confirmou, fazendo o Jeon sorrir largo. - Mas agora, diga em que posso ajudá-lo, Kook.

- Okay... Que bom... - disse entre uma risadinha ansiosa. Os hyungs que viam aquilo acharam adorável. - Tio... Estava querendo te pedir uma coisa, mas não tem problema se não der, okay? - entrou no assunto.

- Claro, pode falar - o homem ainda estava com a voz tranquila.

- Hm... O Seokjin-hyung, aquele que você fala bastante, vai fazer aniversário, e os hyungs aqui de casa resolveram se juntar pra dar a ele o dinheiro que falta pra comprar um carro - explicou. - Eu queria saber se você pode adiantar minha mesada e transferir uma quantia um pouco maior esse mês - chegou ao ponto principal, finalmente.

- Dependendo do valor, eu posso depositar inteiro sem tirar da sua mesada, Kook - respondeu. O Jeon sorriu, sonhador, e levantou um olhar animado para o resto dos hyungs. - Me passa as informações certinhas por mensagem e eu te falo o melhor jeito que dá pra fazer isso - pediu.

- Certo, pode deixar! Vou mandar agora mesmo quando desligar - prometeu.

- Tudo bem. Só isso? - Kook confirmou com um murmúrio. - Okay. Me ligue no final de semana após suas provas. E não fique muito nervoso, sei que vai dar tudo certo. Você é ótimo, amo você - se despediu.

- Eu também te amo, padrinho - sorriu. - Tchau! - desligou, rindo quando o padrinho lhe mandou alguns beijos pelo telefone. Olhou em seguida para Namjoon. - Então, você me fala quanto falta e eu passo tudo pra ele, okay, hyung? Mas tem que ser agora, já que eu disse que faria isso rápido - quase mandou, fazendo o Kim lhe olhar com certo desespero. - Eu sabia que o tio ia dar um jeito... Ele é muito bondoso.

Joon suspirou, admitindo a derrota - e, ao mesmo tempo, a vitória que tinha sido conseguir, finalmente, o dinheiro todo para que Jin comprasse o carro. Pensando, depois, percebeu que era até um pouco hipócrita não querer deixar que Jungkook ajudasse após dizer que ele fazia parte do todo que completava a Bangtan.

O dia não demorou a chegar, e começou muito rotineiro para o aniversariante. O despertador tocou cedo, afinal, Namjoon ainda tinha que ir trabalhar, mesmo que fosse fazer só meio período aquele dia. Os dois acordaram de lados opostos da cama, como sempre, mas não levou muito tempo até que o mais novo fosse, já de olhos abertos, procurar os braços do namorado e encher sua pele de beijos de bom dia e feliz aniversário.

Seokjin estava sorridente, mesmo ainda muito sonolento. Gostava de ter certeza que seria um dia bom assim que acordava, e a sensação nunca faltava em nenhum de seus aniversários. Com todo o resto dos moradores em casa, como era todo fim de ano, sabia que teria que se preocupar com pouca coisa até o dia terminar, e estava ansioso para saber quais surpresas cada um tinha preparado em sua homenagem.

Depois de passar bastante tempo agarradinho na cama, o casal se levantou. Namjoon aproveitou que aquele era um dos dias que seu namorado se deixava ser cuidado e mal se importou com o horário enquanto massageava as costas largas e ensaboava o corpo de Jin no banho matinal muito gostoso que tomaram juntos. Por mais que não fosse tão amigo do fogão, o mais novo novo também teve a iniciativa de preparar o café da manhã dos dois, nunca dispensando o bom momento a sós que tinham na Bangtan todos os dias, enquanto o resto ainda dormia.

A surpresa que ambos tiveram foi quando, no meio da refeição, Jungkook apareceu, meio descabelado, com cara de quem tinha acabado de acordar, vestindo um pijama de xadrezinho, com um sorriso largo na direção do mais velho e um desejo de parabéns pelos vinte e seis anos. Já fazia alguns dias que os três não tomavam café juntos por conta do fim das aulas do menor, mas ele tinha decidido acordar cedo para ter aquele momento com os hyungs.

Ficou quase o tempo todo coladinho no Kim mais novo, desinibidamente passando a mão por suas costas e apertando a nuca de vez em quando, sentindo o cheiro da roupa limpa e dando beijinhos carinhosos em seu ombro e sua bochecha quando tinha vontade, ainda que com um pouco de vergonha também.

Quando Namjoon saiu, Jungkook fez questão de arrumar a mesa e lavar a louça sozinho, dizendo que o hyung não precisava fazer nada daquilo porque era um dia especial, assim como não devia se ocupar com a faculdade também. Seokjin resolveu cuidar do jardim, colhendo algumas violetas para fazer um chá que Jimin gostava.

Um pouco mais tarde, o resto da casa levantou, e Hoseok e Yoongi começaram a preparar o almoço dos sete moradores enquanto Jimin e Taehyung ficaram com a - simples - decoração na sala de jantar. Jungkook permaneceu todo o tempo com o hyung mais velho, dando a ele a mesma atenção carinhosa que tinha feito com Joon no café.

Seokjin não ficava tão envergonhado assim, o que fazia o Jeon ficar pelos dois, sentindo borboletas dentro da barriga por conta da naturalidade doméstica com a qual aquele homem bonito passou a tratar seu carinho.

O almoço e a decoração ficaram prontos, Jungkook foi tomar um banho enquanto esperavam Namjoon chegar com o bolo. Foram sentar juntos assim que todo mundo estava reunido, e era engraçado o quanto ficavam satisfeitos com a mesa cheia, mesmo que só acontecesse de vez em quando - talvez essa fosse a razão pela qual gostavam tanto.

O almoço foi elogiado; os dois hyungs bestas que tinham feito ficaram bastante envergonhados. A decoração igualmente foi assunto, mas os dois mais novos, ao contrário, ficaram com os ombros erguidos e um sorriso convencido, adorando o reconhecimento. Jungkook engasgou duas vezes porque o faziam rir enquanto tinha comida na boca, e Seokjin engasgou uma só, quando foi tentar ajudar o mais novo e riu também.

O dia já estava sendo muito bom, em sua perspectiva. Tranquilo, unido, carinhoso, bem doméstico; do jeito que gostava. Namjoon e Jungkook se empenharam em tirar a louça suja e a comida da mesa antes de colocar novos pratos de sobremesa e o bolo bem no centro. Cantaram um parabéns propositadamente desorganizado que fez todo mundo rir, inclusive o aniversariante, que ficou com as orelhas vermelhas ao ser o centro das atenções.

Apagou as velas e cortou sete pedaços - tarefa que normalmente era de Joon por conta da prática que tinha, mas ele tinha voltado à cozinha. Quando chegou na sala de jantar novamente, tinha uma linda caixa nas mãos, e Seokjin rolou os olhos com um sorriso sem jeito.

- Hyung... Esse ano você só vai ganhar um presente - Namjoon avisou, ansioso. Jin passou as mãos no rosto e negou com a cabeça.

- O que foi que você aprontou? - murmurou, fazendo o namorado rir e dar um pulinho animado. Jungkook, que assim como os outros cinco, olhava a entrega, suspirou e sorriu largo, sentindo que se alguém perguntasse se estava apaixonado por Namjoon ele não ia nem negar.

Seokjin pegou a caixa e desfez o laço bonito que segurava a tampa no lugar. A primeira coisa que viu foi uma foto em qualidade duvidosa dos sete moradores e notou imediatamente que tinha sido a do aniversário do maknae. Sorriu e colocou o porta-retrato em cima da mesa. Olhou novamente para dentro da caixa, e o sorriso fechou num passe de mágica.

- O que é isso, Namjoon?! - tinha as sobrancelhas franzidas na direção do namorado, sem coragem nem de tocar na quantidade de dinheiro que parecia ter ali.

- É o dinheiro que falta pra comprar o carro! - anunciou e sorriu. Jin negou com a cabeça, alternando o olhar entre a caixa em seu colo e o namorado em pé. - Eu conversei com os meninos no começo do ano e nós resolvemos nos organizar que nem você. Cada um deu uma parte, esse é nosso presente, hyung! - explicou, ainda sorridente.

- Vocês... - suspirou e negou de novo. - Eu não posso aceitar isso - colocou a caixa em cima da mesa.

- Você não gostou? - o sorriso morreu e ele inclinou a cabeça pro lado, meio confuso. Jin ficou um tempo em silêncio e estalou a língua, passando uma mão pela bochecha.

- Acho que isso é a coisa mais linda que já fizeram por mim... - respondeu, de olhos fixos na caixa.

- Então é claro que pode aceitar! - o moreno rebateu.

- Poxa vida... Não acredito que vocês fizeram isso - passou as mãos pelo rosto de novo, e os meninos perceberam que estava chorando. Namjoon voltou a sorrir, e olhou os outros cinco, que estavam sorrindo tanto quanto. O mais velho subiu o olhar para o namorado, que imediatamente foi lhe dar um abraço confortável.

Joon esfregou o rosto no ombro e no pescoço do outro, feliz por ter conseguido ajudar Seokjin a, finalmente, comprar o carro. O mais velho segurou os dois lados do rosto do outro Kim e selou seus lábios demoradamente, que foi interrompido por um sorriso do mais novo.

- Eu nem sei o que dizer... - o hyung finalmente abriu um sorrisinho e enxugou os olhos de novo. - Obrigado. Mesmo. É perfeito. Eu não sei mais o que dizer - riu brevemente.

- Tudo bem, hyung. O importante é que a gente sabe que você está feliz - Jimin tranquilizou, sorrindo, contente por aquilo ter dado certo.

O clima na casa durante a primeira semana do mês de dezembro estava nada além de perfeito. Seokjin precisou da ajuda de alguns dos mais novos para arrumar a garagem após comprar o carro que, de acordo com o agente da concessionária, chegaria no dia seguinte. A limpeza foi descontraída, mas Jungkook estava confortável de uma forma que o mais velho não tinha visto ainda.

Jin não sabia se era de propósito ou apenas natural o tanto que o mais novinho mostrava ser próximo dos outros. Enquanto Jimin permanecia fiel - e meio emburrado - em sua tarefa de vistoriar, Jungkook tentava alegrá-lo, indo onde ele estava de vez em quando, fazendo uma palhaçada fofinha ou lhe dando um beijinho na boca.

Também tinha armado um tipo de competição com Taehyung, na qual quem fizesse primeiro a tarefa dita por Seokjin, venceria. Acabavam sempre numa correria divertida, às vezes alguns tropeços. O trabalho da vez era colocar as caixas maiores nas prateleiras limpas, e Jungkook estava ganhando.

- Assim não vale! Só pode pegar uma caixa por vez! - Taehyung reclamava, mas o mais novo não estava nem aí. Após terminar de colocar as duas caixas uma ao lado da outra, voltou correndo para buscar mais. Tae puxou sua camisa, mas como aquilo não surtiu muito efeito, acabou agarrando a cintura do mais novo, empurrando as costas dele contra seu peito.

- Me solta, hyung, você tá suado - reclamou, tentando sair do abraço.

- Você também tá - beijou a bochecha dele. - Tá até com a bochecha salgada - notou, e Jungkook gargalhou, batendo no braço dele.

- Eca! Me solta! - continuou reclamando e batendo no Kim. Taehyung o virou e roubou um beijo demorado de seus lábios, sem notar nenhuma resistência.

- Vocês vão ter tempo pra namorar depois, terminem com essas caixas agora - Seokjin jogou uma bola de fita adesiva usada nos dois, que se separaram.

- Que foi, hyung? - Tae tinha uma feição debochada. - Tá com inveja? - começou a beijar o rosto de Kook ainda olhando o mais velho.

- Solta, Tae - segurou o rosto dele e franziu o nariz, roubando um último beijo de sua boca antes de sair de perto e ir pegar a penúltima caixa correndo.

- Kookie, cuidado pra não se machucar - Jimin alertou ao notar que ele mal via o chão.

- Tá bem - respondeu, colocando a caixa por cima de outra e indo até Tae, querendo pegar a caixa que ele segurava.

O carro chegou no dia seguinte, e os rapazes ficaram bons minutos dentro da garagem, admirando a escolha de Seokjin, que prometeu que os levaria para sair - em turnos, já que não cabia todo mundo de uma vez.

Jungkook tinha acordado com a mão de Kim Taehyung alisando seu rosto e a voz calma chamando seu nome na manhã de sábado. Era fácil acordar de bom humor se a primeira coisa que seus olhos vissem fosse o sorriso exuberante daquele homem e os cabelos desbotados grandinhos e bagunçados emoldurando o rosto lindo. Era o dia de seu vestibular para as universidades coreanas, e já estava achando que seria um dia muito bom só pela maneira que havia acordado.

A mesa estava posta para um café da manhã reforçado cheio de coisas saudáveis e gostosas especialmente preparadas por Hoseok e Namjoon, e um café puro, forte, feito do jeito que só Yoongi sabia. Os três hyungs o acompanharam na refeição, mimando o rapazinho tanto quanto conseguiram; Jungkook não parava de sorrir, mesmo que sentisse aquela ansiedade ruim dentro de si, mas tendo quase certeza que tinha morrido e estava no paraíso.

Tomou um banho gostoso e se arrumou com calma, ficou pronto em pouco tempo. Quando foi avisar a Seokjin que já estava pronto, viu que Jimin o esperava com uma lancheira pronta, com água, comida, canetas, remédios e mais tudo que o menor fosse precisar para fazer a prova. Então atacou o menininho com beijos, e Kook lembrou de quando o casal de professores foi viajar no meio do ano, que a despedida tinha sido parecida. Ficou de olhos fechados e as mãos abraçando a cintura do loiro durante toda a sessão de amorzinho.

- Vai dar tudo certo, hm? Você é um menino bonzinho e estudou muito o ano todo, não tem motivo pra ficar nervoso, os hyungs e sua família já estão orgulhosos de você e vai todo mundo ficar muito feliz independente da nota que você tirar porque sabemos que você deu seu melhor - Jimin estava na ponta dos pés enquanto dizia pertinho do rosto do Jeon, que apenas assentia. - A gente te ama muito, fofura - beijou o queixo e a boca dele com carinho.

- Também amo vocês - respondeu, a voz fininha de tão confortável que estava.

- Agora vai... Boa sorte... Não fica nervoso! - foi se afastando devagarinho. Jungkook assentiu com a cabeça.

Andou até a porta com a mochila de tecido fininho quase transparente (a "lancheira") e um casaco nas mãos, mais quatro hyungs estavam ali. Sem muito tempo, apenas deu um selinho em Hoseok, Taehyung e Yoongi, sentindo as bochechas queimarem quando viu que o último era Namjoon. Beijou a bochecha dele e o chamou para entrar no carro, onde Seokjin esperava os dois. Ouviu algumas risadinhas atrás, pela sua maneira de se despedir dos mais velhos "em fileirinha" e entrou no banco de trás do carro novo, atrás do banco do passageiro.

A primeira parte do caminho foi um pouco silenciosa. O Jeon sabia que ficar nervoso não ia ser bom para seu desempenho, mas sentia as palmas suarem um pouquinho. Conferiu os documentos duas vezes e abriu a lancheira apenas para confirmar que tinha tudo que precisava. Seokjin viu um pouco de sua inquietação pelo retrovisor.

- Muito nervoso? - perguntou, sem desviar os olhos do caminho.

- Não muito. Mais ansioso mesmo - respondeu com um sorrisinho e respirou fundo.

- Estamos bem adiantados, hm? - notou, olhando a hora no painel do carro. Kook assentiu com a cabeça porque viu o hyung olhando pelo retrovisor de novo. - Não acredito que você já vai fazer vestibular - disse mais baixo, sorrindo nostálgico.

- Nem eu - riu um pouquinho.

- Acha que sua nota vai ser suficiente pra ficar, Kook? - Namjoon perguntou, estalando os dedos, talvez mais nervoso que o próprio Jeon. O mais novo riu.

- Hyung, posso te responder depois que eu fizer a prova? - pediu, ainda rindo um pouquinho. Os dois outros também riram.

- Quer dizer, não que seja muito importante, você pode repetir a prova no ano que vem, se quiser - adicionou, não querendo que nada o pressionasse.

- Quero entrar esse ano - disse um pouco mais baixo.

- Mas tudo bem se não entrar - Jin se apressou em dizer.

- Eu já sei, hyung - riu levemente. - Você já me disse.

- Só reforçando - piscou um dos olhos, procurando uma vaga ao redor do local da prova do Jeon.

Ainda ficaram por alguns minutos na frente do prédio esperando os portões abrirem. A ansiedade de Jungkook infelizmente começou a aumentar quando viu as outras pessoas de sua idade, uma boa parte ainda revisava o conteúdo principal das matérias mais difíceis - e ele tinha tirado a semana para descansar a mente, assim como desde que seu antigo psicólogo havia recomendado fazer antes de toda prova final.

Os hyungs lhe deram tanto apoio emocional quanto possível, Namjoon segurando sua mão e Seokjin massageando seus ombros e sua nuca carinhosamente, o dizendo para respirar fundo e ficar tranquilo. Abraçou forte os dois antes de entrar, após a abertura dos portões, e acenou com um sorriso ansioso, ao que eles lhe mostravam expressões orgulhosas e nostálgicas.

As mãos do moreninho estavam tremendo quando assinou todos os documentos de presença e seu nome na prova, e ele respirou fundo e tomou alguns goles de água antes de começar a fazer a prova. Percebeu com o tempo que não era nada assim tão assustador e foi ficando mais calmo.

A única coisa que realmente atrapalhou sua cognição foram os pensamentos apaixonados que irrompiam com certa frequência. Instintivamente lembrava do carinho de Jimin quando bebia água, comia alguma coisa ou até mesmo olhava a caneta entre seus dedos, assim como sorria, todo bobo, quando via que havia uma questão de matemática sobre um assunto que tinha estudado com Tae.

Na prova de linguagens haviam algumas referências históricas, e uma delas foi A Revolução dos Bichos, o que o fez segurar uma risada por lembrar do dia na cafeteria com Namjoon. O mínimo detalhe em qualquer canto daqueles textos grandes o fazia pensar em seus companheiros de casa, e se fosse ser atrapalhado com aqueles pensamentos toda vez que estivesse fazendo alguma coisa importante sozinho, não ia sair uma reclamação de dentro de sua boca.

Quando saiu da sala já era noite, e os mesmos hyungs que tinham ido lhe levar já estavam ali esperando - Kook até desconfiava que eles não tinham saído dali. Abraçou os dois com a mesma força que tinha feito antes de entrar e foi só entrar no carro para começar a falar como tinha sido a prova.

Falou em que momento lanchou, os assuntos das questões que teve maior dificuldade em responder e até mesmo quantas vezes foi ao banheiro, querendo deixar os hyungs a par de tudo, e matando a vontade de ter um pouquinho de barulho nos ouvidos, cansado do silêncio mórbido da sala de prova.

Quando chegou em casa foi direto pro quarto de Tae e Yoongi, mas não demorou mais que dois minutos até Jimin e Hoseok aparecerem na porta para ouvir uma parte dos seus relatos de prova. A euforia de Jungkook foi passando aos poucos e um cansaço justificável foi entrando no lugar. Cochilou ali mesmo, numa cama que era tão sua quanto a que tinha no próprio quarto.

Parecia que saber que o ano estava acabando não fazia jus à rapidez com a qual o tempo passava. Todo mundo já sabia que era dezembro, mas a ficha só começou a cair quando Seokjin tirou as caixas de decorações natalinas de cima da prateleira na garagem e chamou os outros para começar a transformar a Bangtan numa república especial de natal.

Namjoon sempre era de muita utilidade na decoração, já que era o mais alto e conseguia pendurar algumas coisas até sem subir na escada. Jimin era organizado e tinha muito jeito com aquele tipo de coisa, assim como o próprio Jin, e os dois eram sempre os mais mandões e tagarelas durante o trabalho.

Taehyung percebeu imediatamente que faltavam dois; Hoseok estava na academia, era o dia das confraternizações de fim de ano para os alunos. Jungkook não tinha descido na hora que Seokjin chamou, mas ninguém realmente comentou nada. À medida que a casa mudava de visual, a energia dos rapazes também ficava diferente.

O mais novo da casa também tinha acordado com um humor diferente. Achava divertido quando aconteciam coincidências no calendário, como o dia oito de outubro ou nove de novembro. Mas o dia dez de dezembro era, sem sombra de dúvida, a data que mais odiava ver a chegada. Pela manhã, quem o avisou da data foi o robozinho inocente que tinha sido seu presente de aniversário.

Há doze anos, sua mãe tinha partido.

Durante a maior parte do tempo, aquele era certamente um assunto do qual o menino já não tinha mais muitos pensamentos acerca, mas era simplesmente impossível aquilo não ser a primeira coisa que vinha em sua cabeça quando via que mais um dez de dezembro havia chegado. E não sentia muita coisa além de saudades, quase revivendo os poucos momentos que ainda lembrava todas as vezes que prestava atenção na própria mente.

Mas, infelizmente, aquele era um dez de dezembro um pouco mais complicado. Por mais que já tivesse se tornado tão próximo quanto possível de seus seis hyungs, nenhum deles sabia que dez de dezembro era O Dez de Dezembro. Também, por mais que tivesse acontecido há doze anos, naquela data era certo: seu sentimento de solidão tornava-se ainda mais barulhento.

Quando ainda morava na mesma casa que o padrinho, era a ele que recorria. Nos primeiros anos, sentia até medo de ficar sozinho por alguns minutos se fosse dez de dezembro. Depois Eunna passou a assumir o papel, e ela também compreendia a situação, já que ficou a par de quem era Jeon Jungkook assim que tinha sido contratada há bons anos. Sem seu tio, sem Eunna, e com vergonha de se abrir sobre aquele assunto para qualquer um dos outros seis, não estava conseguindo ter um bom dia.

Agradecia por ter parentes atenciosos, já que tinha recebido mensagens do tio em várias horas do dia mesmo que soubesse que o horário era totalmente inadequado para o mais velho. Todas elas não traziam nada relacionado à morte de sua mãe, mas Jungkook sabia que Seongguk estava fazendo aquilo por justamente ter noção de como eram seus dez de dezembros.

E Jungkook se sentia ainda mais retraído em falar sobre aquilo com os hyungs por ser o aniversário de doze anos. Já fazia muito tempo, não deveria mais ser ruim como era, e, pensando nisso, julgava a si mesmo por ser, achando que era fraco por não conseguir mudar o involuntário significado que aquele dia já tinha desde que ela tinha ido embora.

Sua inquietação estava pior também por conta da abertura do período de inscrições para vagas nas universidades estadunidenses, as quais tinha prometido ao tio que ia tentar entrar. Além daquilo, tinha começado a pensar há alguns dias que a possibilidade de sua nota não ser alta o suficiente para as universidades coreanas era real. Não queria que aquilo acontecesse, mas se fosse o caso, sua única esperança eram as estrangeiras.

Na verdade, também já não sabia se era mesmo melhor ficar na Coreia tendo oportunidade de uma graduação nos Estados Unidos, onde as universidades eram muito mais renomadas, além de que haveria um maior suporte, por estar perto de sua família.

Não que já soubesse o curso que queria fazer, também, e isso era outra coisa que estava indo e vindo muito regularmente em sua cabeça. Seu histórico de pesquisas estava cheio de coisas relacionadas a testes vocacionais e coisas parecidas, mas ainda não tinha visto muita coisa que chamasse sua atenção nos resultados.

Depois do almoço, tinha sentado na frente do notebook e começado a preencher uma grande quantidade de formulários em inglês, tendo que traduzir cartas de recomendação de alguns de seus professores e anexar documentações muito específicas que nem mesmo sabia que eram exigidas no ato de inscrição. Por vezes, teve até que pedir ajuda ao tio, por não saber do que alguma coisa se tratava.

Estava no meio da terceira aplicação e sua cabeça já estava toda bagunçada, uma pontada de dor incomodando. Por alguns minutos, até achou que tinha desaprendido a pensar em sua primeira língua.

Pensou em descer e pedir um remédio para Jin ou alguma bebida forte a Namjoon, qualquer coisa que fosse capaz de curar sua dor na cabeça, mas acabou desistindo quando considerou que talvez já estivesse exigindo muita atenção dos mais velhos nos últimos dias.

Não queria incomodar mais os hyungs do que sentia que já estava fazendo. Mas um outro lado seu, praticamente implorava pelos carinhos e palavras doces de Jin e Namjoon. Se corrigiu rapidamente e voltou a tentar focar apenas nos formulários, mas deu um pulinho assustado no lugar quando ouviu batidas na porta.

Ergueu as sobrancelhas, um pouco surpreso ao ver Namjoon pela brecha que o mesmo tinha aberto. Ele estava segurando uma guirlanda fofinha, e exibiu o objeto na esperança de ouvir algum comentário sobre.

- Estava pensando em você agorinha mesmo... - foi o que chegou a seus ouvidos quando Kook abriu a boca. Deixou os ombros caírem e sorriu de um jeito tímido que fez o coração do menor acelerar.

- Agora toda vez que eu chego você diz que estava pensando em mim - Namjoon entrou no quarto e sentou num banco perto da mesa, onde o Jeon costumava apoiar os pés enquanto usava o computador.

- Eu penso em você toda hora, hyung - rebateu imediatamente, sem mais nenhum problema em dizer em voz alta. O Kim negou com a cabeça e riu sem graça, impedindo a si mesmo de responder.

- Vim pendurar na sua porta - mostrou a guirlanda, e Kook sorriu um pouquinho. - Adoro essa época do ano. Acho que as coisas ficam mais mágicas de alguma forma, hm? A magia do natal - disse divertidamente, tentando fazer o moreninho rir.

- Sim... É uma época legal - respondeu, mesmo que não gostasse muito. Depois, os dois ficaram em silêncio por alguns momentos.

- O que você está fazendo? - Joon quis saber. Jungkook respirou fundo e coçou a testa.

- Estou aplicando para algumas universidades dos Estados Unidos - respondeu um pouco baixo. A expressão de Namjoon não foi a mais contente.

- Ah, sim - foi o que conseguiu dizer, deduzindo que aquele tinha sido o motivo pelo qual ele não tinha descido. - Precisa de... ajuda? - perguntou, tentando ser prestativo mesmo que a situação não o deixasse exatamente feliz.

- Na verdade, hyung, seria muito bom se você traduzisse uma carta de recomendação que meu professor escreveu pra mim - se sentiu um pouco mais aliviado com a providência do mais velho e por ele saber inglês. Pegou a carta, um caderno e uma caneta e entregou a Namjoon com um sorriso grato. - Eu consigo fazer, mas minha cabeça tá doendo demais.

O hyung começou a ler a carta antes de escrever em inglês e acabou sorrindo um pouquinho com as palavras do professor de sobrenome Bam. Achou já ter ouvido algumas reclamações sobre ele vindas de Jungkook, mas a carta parecia muito sincera, de um profissional que soube observar muito bem, em apenas um ano, o tipo de aluno que estava lidando.

Foi aí que Jungkook começou a chorar. Não a chorar, exatamente, mas pressentir o choro. Apoiou o rosto em uma das mãos, sentindo a cabeça pesar mais. O hyung se apossou de parte da mesa para escrever, e ver Namjoon assim, tão empenhado em ajudá-lo, fez se sentir um bobo por ter se fechado tanto no começo do ano.

As coisas teriam sido diferentes se ele tivesse chegado à Bangtan de coração aberto? Jungkook merecia todo o carinho que os hyungs estavam lhe dando? Como ele tinha deixado se apegar tanto aos mais velhos sendo que, desde o começo, seu plano A era de mudar para os Estados Unidos com os tios? O que o seu padrinho ia achar disso, agora que sua cabecinha confusa não sabia mais para onde queria ir?

- Hey, Kook. - Joon chamou, preocupado, quando viu os olhinhos escuros ficarem úmidos. - Tá tudo bem? Eu já terminei a carta...

- E-Está sim. - esfregou os olhos rapidamente, afastando as lágrimas que queriam vir. - Só estou cansado.

- Vai tomar alguma coisa quente na cozinha e deitar. Ficou o dia todo aqui trabalhando nisso, não é? - ele acenou positivamente com a cabeça, fungando uma vez. - Até quando pode enviar esses formulários?

- De preferência até sexta. Preciso anexar e enviar tudo até o fim da semana...

- Você vai conseguir. - acariciou a nuca alheia de levinho e hesitou, antes de se aproximar e dar um beijo em seu rosto.

O ato fez Jungkook querer chorar mais. O que sua mãe pensaria caso soubesse que seu filho estava por aí se engraçando com pessoas comprometidas? Não sabia dizer, pelo pouco que lembrava dela.

Desceu as escadas desanimado e se perguntando como as coisas seriam diferentes se sua mãe não tivesse adoecido tão nova. Se seu pai não tivesse sido um covarde. Nem sequer podia ir atrás do homem, sua certidão de nascimento não tinha o nome do pai.

- Ah, finalmente você apareceu! - Jin comentou em um tom alto quando o menor passou pelo arco da cozinha. Risadinhas vieram da sala de estar e o hyung virou para aquela direção, onde Jimin e Hoseok trocavam beijinhos e cócegas no sofá da sala. - Ei! Vocês dois! O quarto existe para isso.

- Tá bom, hyung, já estamos subindo! - Jimin riu da implicância do mais velho, sabendo que era de tom carinhoso. Viu o garoto de cabelos castanhos se arrastar em silêncio pela cozinha e o observou, enquanto levantava junto de Hoseok. - Ei, Kook... Vai dormir no seu quarto? Ou vai passar um tempo com o Tae e o Yoon hyung?

Seokjin suspirou, irritado com o que o loirinho estava insinuando. Jungkook percebeu, e isso fez com que ele quisesse não ter saído do quarto. Não estava com o emocional bom para lidar com aquele tipo de coisa hoje.

- Quero ficar sozinho hoje. - se resumiu a dizer, abrindo o armário de sua repartição e vasculhando o que tinha ali.

- Deixa ele, Mini. Está com a cabeça cansada. - Hoseok tranquilizou o mais novo antes que esse reclamasse. Tinha um certo medo de sufocar o Jeonzinho.

E assim que o casal se despediu, o olhar de Seokjin voltou para o garoto - que agora não precisava mais ficar na ponta dos pés para enxergar a prateleira de comidas dos mais velhos. Jungkook puxou consigo um saquinho de marshmallows e uma barra de chocolate, o que definitivamente não era recomendado, já que o mais novo tinha pulado duas refeições e seu corpo precisava de vitaminas.

- Jungkook, eu realmente vou precisar fazer um comentário sobre o seu jantar se resumir a açúcar puro? - o menino não respondeu, apenas revirou os olhos. - Não faça essa cara pra mim, sabe que vai passar mal do estômago se comer esse tanto de doces de uma vez!

- Você não precisa ficar regulando cada grama que eu como, hyung. - respondeu um pouquinho ríspido, colocando os doces sobre a mesa e se virando para procurar por alguma bebida alcóolica dos hyungs na geladeira.

Não queria ficar brigando com o mais velho, mas poxa! Se havia um dia que Jungkook tinha que ser totalmente liberado para comer quantos doces quisesse, esse dia era dez de dezembro!

- Não, não preciso. Mas não tenho culpa de me preocupar tanto com você. - Jin respondeu, não entendendo o motivo da falta de educação do mais novo. O garoto bateu a porta da geladeira com força e colocou latinha de cerveja sobre a mesa, após ouvir aquilo. - Jungkook, o que está acontecendo? Essas porcarias vão te dar cáries e dor de estômago! Além de que é uma terça, você não pode...

- Será que dá pra você parar de querer controlar tudo ao seu redor?! - Jungkook perguntou, elevando um pouco o tom de voz. Naquele mesmo momento Seokjin soube que havia algo de errado acontecendo ali. - Minha vida não é da sua conta, hyung!

- Ora, me desculpe por querer o seu bem-estar, então! - Jin respondeu, em um reflexo impensado.

- Não! Você não pode ficar tomando conta de mim assim! - era muita coisa para a cabecinha de Jungkook assimilar.

O seu último ano na Coreia do Sul estava chegando ao fim. Ele tinha se envolvido emocionalmente com pessoas as quais sabia que não poderia se relacionar e, para melhorar, era o aniversário de morte de sua mãe. A pressão das universidades, o medo do futuro. Tudo aquilo fazia o mais novo querer vomitar o que havia dentro do estômago, da cabeça e do coração para fora, e embora tivesse obtido muito sucesso em conter seu emocional nos últimos meses, aquela sequência de frustrações e dúvidas estava sendo a gota d'água.

- O que está acontecendo? - Namjoon perguntou, preocupado. Ouviu uma gritaria vinda do andar de baixo e desceu mais rápido que os outros para ver o que acontecia. Não conseguiu muitas respostas, porque Jungkook já estava dando-as de bandeja.

- Eu não sei o que fazer! E todos vocês continuam se preocupando comigo, argh! - exclamou um pouco mais alto que anteriormente, levando as mãos para os cabelos embaraçados. - Eu não quero! Eu não posso fazer isso!

- Jungkook, calma... - Jin se aproximou, devagar, reparando que as mãos do menino tremiam e seu rosto já estava pintado com as lágrimas.

- Não! Eu não quero ter calma! Eu tive calma esse tempo todo e agora... E a-agora... Não tem o que fazer. - constatou mais para si mesmo, sem olhar para nada pelas pálpebras estarem apertadas demais tentando conter o choro. - Eu estraguei tudo, tudo! Eu não devia ter vindo pra cá, não devia.

- Kookie, do que você está falando? - Jin perguntou, passando os braços ao redor do menino, que não parecia querer aceitá-lo.

- N-Não... Não m-me chama assim... - pediu choroso. - F-Faz d-doze anos, hyung... Hoje.

- Doze anos? - Seokjin perguntou, confuso. Não sabia muito sobre o passado de Jungkook assim como Tae e Yoongi sabiam, mas queria entender, ajudar. Ele acenou com a cabeça para o mais velho, encolhendo mais a cada toque.

- E-Eu achei que tinha passado... Tinha passado! Eu não sinto mais falta, mas agora tudo está uma bagunça! Ela ia ficar tão, tão t-triste... Eu não sirvo pra nada, hyung! Eu estudo tanto e nem mesmo sei o que quero fazer! - sua fala foi ficando mais furiosa e ofegante conforme deixava as palavras saírem sem muito freio. - Eu me odeio! Odeio tudo!

- Jungkook, não diga uma coisa dessas. - Namjoon pediu, aflito.

- Não!! É verdade! - gritou, abrindo os olhos vermelhinhos dessa vez. - Eu odeio tudo! Até o que faz os hyungs gostarem de mim!! Se eu não fosse a-assim, e-eu não quebraria o coração de ninguém! Ninguém quebraria o meu!! E eu só iria embora sem criar laços com ninguém, porque eu sou um porre p-pra lidar com pe-pessoas! - se virou para Jin outra vez, vendo que ele tinha uma expressão séria e atenta diante do surto das emoções contidas do garoto. Aquele pareceu um ótimo momento para Jungkook vociferar o quanto estava assustado e confuso, mas principalmente, de coração partido. - E vocês não se decidem, ficam dizendo que gostam de mim, que me a-amam, me querem feliz mas não me deixam chegar perto! E é tudo porque eu sou um moleque idiota que não sabe se contentar com o que tem e quero sempre mais, mais e mais! Você devia me odiar, hyung! Me odiar porque eu sempre transo dentro dessa casa e quando não faço isso eu me toco pensando nas únicas pessoas que não me querem! Porque eu sou sujo! Podre, descartável!

Seokjin não deixou que ele continuasse. Jungkook já gritava tanto que sua voz começava a falhar aos pouquinhos, as palavras eram dolorosas de ouvir e dizer. O mais novo esperneou e gritou um pouco quando foi sufocado pelo abraço do mais velho, tentando socar e arranhar seu peitoral até que este o soltasse, mas Jin permaneceu daquele jeito, firme.

Doía demais ver o garoto se depreciando daquela forma, porque um dia já foi como ele. Seokjin já teve nojo da forma como sentia prazer com outras pessoas, já se sentiu feio e desmerecedor de todas as coisas boas que a vida tinha dado até então a ele. Jin já se odiou a ponto de não querer mais viver dentro si próprio, mas se reergueu. Ele queria que Jungkook fizesse o mesmo.

E nesse momento de tanto desgaste, sabia que Jungkook precisava era mesmo de um ombro para chorar e braços fortes para lhe manter em pé.

Namjoon olhava abismado toda a cena que tinha se passado diante de seus olhos, sem saber o que fazer. Era de se esperar que, em algum momento, Jungkook sucumbisse ao estresse e à pressão que estava reforçando sobre si mesmo a tempos. Ele só não esperava que seu namorado seria quem o acolheria e deixaria beijos carinhosos em sua testa.

Levou alguns minutos para que o menino se recuperasse e, assim que o choro ruidoso e dolorido cessou, Jungkook pareceu cair na real do que tinha dito e feito. Quando criança, crises de raiva e ansiedade eram comuns, e ingressar em esportes e clubes estudantis havia sido uma sugestão da sua psicóloga na pré-adolescência. Fazia mais de um ano que não tinha uma daquelas crises e sentiu vergonha de si mesmo por aquilo, mas entendeu completamente os motivos de seus tios terem insistido tanto para que ele não morasse sozinho naquele último ano.

Pediu desculpas a Seokjin, se preocupou em tê-lo machucado ou algo similar, mas tentou se acalmar com as garantias do mais velho de que estava bem, contanto que Kook também estivesse. Poucos minutos depois, outros moradores da casa desceram, preocupados e querendo saber o que tinha acontecido, mas Jin os assegurou de que estava tudo bem até que subissem de volta.

Joon esquentou uma sopa de ervilhas para o mais novo, em silêncio, e aproveitou o tempo em que ele comia para preparar alguns dos marshmallows com chocolate derretido. Montou um espetinho improvisado e ficou aliviado de ver um sorriso tímido do garoto como agradecimento.

Quando o vento assobiou na janela da sala, Jin disse que eles deveriam dormir - e ninguém se opôs quando Jungkook simplesmente os seguiu para a suíte do casal, como um filhote perdido.

Se deitaram em silêncio e, dessa vez, ele quis ficar no meio. Pediu desculpas aos mais velhos e agradeceu por saber que eles compreendiam a situação, mesmo que não a entendessem.

- Eu amo vocês, hyungs. De verdade. - falou, baixinho, olhando para o teto. Namjoon não foi capaz de aguentar muito mais daquilo e se virou para abraçar a cintura fininha e deixar um beijinho casto no pescoço alheio.

- Queremos você feliz, Jungkook. Não importa como ou com quem. - Seokjin suspirou ao ouvir a fala do namorado e também se virou para o meio, até ter as costas do menino em contato com seu tórax.

Os três dormiram depois do Jeon chorar mais um pouquinho, embalados pelas respirações em sincronia, mas dessa vez agradecido por ao menos ter tantas pessoas boas querendo sua felicidade. Mesmo que não fosse a melhor pessoa do mundo, tinha sorte em tê-los. E agora era hora de aproveitar ao máximo possível tudo que ainda estivesse ao seu alcance.

Por isso quis passar o resto da semana sendo mimado de toda forma que os hyungs quisessem fazer. Já tinha se envolvido demais e não era no fim do ano que ia se deixar levar pelos delírios de arrependimento que tinha quando ficava sozinho.

Passou um dia inteiro sem sair de dentro do quarto de Tae e Yoongi, aproveitando do privilégio de ser quase namorado de um pro gamer que recebia lançamentos antes mesmo do mercado. Seu humor estava melhor depois de se distrair com bobagem e sexo, e sentia o peito mais leve após ter descarregado tudo - aquela não tinha sido a maneira ideal, nem mesmo era o dia ideal para que aquilo acontecesse também, mas Jungkook acreditava que alguma coisa tinha melhorado ali dentro de si.

Quis dar e ganhar atenção de outros dois hyungs que lhe amavam também, na sexta-feira, quando sabia que eles teriam bastante tempo livre até o começo da outra semana. No começo do dia, cochilou tão gostoso no colo de Jimin que acordou desnorteado, sem lembrar que tinha dormido na sala após o café da manhã, no meio de um programa de casa que o hyung gostava de ver.

Hoseok estava cozinhando o almoço dos três a pedido de Jimin; nikuman, mais precisamente, que era um tipo de pão japonês cozido no vapor e recheado com carne de porco. O cheirinho bom de comida combinava muito bem com as carícias, faziam Jungkook se sentir em casa de uma maneira diferente do usual.

- Oi, fofura... - Jimin disse sorrindo quando percebeu que ele tinha despertado. Acariciava a orelha que não tinha nenhum piercing e se abaixou para beijar a boca de Jungkook rapidamente. - Descansou?

- Sim... Mas tô com saudades, hyung - o Jeon declarou após passar um tempinho olhando o rosto bonito.

- Que sorte eu estar aqui com você, então - ainda estava sorrindo, bobo de paixão.

- É outro tipo de saudade... Saudade de vontade de ficar perto, sabe? - tentou explicar usando palavras que tinha aprendido com Namjoon, sabendo que já tinha sentido aquilo antes pelos outros homens que amava.

- Mas eu também estou bem pertinho de você - foi aproximando os rostos com uma caretinha engraçada enquanto falava até que as testas estivessem juntinhas e mais um selinho fosse trocado.

- Mais... - disse manhosinho e negou, querendo ter razão a todo custo. Colocou uma das mãos na nuca de Jimin e o segurou perto para dar repetidos selinhos bem curtos em seus lábios. O Park começou a rir no meio do carinho, tendo uma overdose de fofura com o menor. Kook se sentiu bem em fazê-lo rir daquele jeito.

- Amo você - apertou as bochechas dele como costumava fazer desde sempre.

- Também te amo - respondeu no mesmo tom imediatamente, sorrindo. Os dois se beijaram mais uma vez, mais demoradamente, de forma mais intensa. A posição era esquisita, mas o mais novo rapidamente ergueu o corpo e voltou a beijar o hyung, ainda puxando seu corpo para cada vez mais perto.

Jungkook simplesmente amava beijar Jimin. Foi pego de surpresa por aquele hyung logo nas primeiras vezes, mas no momento em que provou os lábios dele com calma, não quis demorar menos de dez minutos apenas os sentindo contra sua boca. Ele era delicado em tudo que fazia, até mesmo naqueles momentos. Tinha tanta maciez em tudo que envolvia Jimin, todas as texturas dele agradavam ao Jeonzinho.

O hyung gostava quando percebia que seu dragãozinho estava entregue, rendido. Era ainda melhor quando Jungkook apenas seguia seus movimentos, com o bônus de não ser nada retraído com as mãos e as roupas, nem se importando se elas estavam ali na hora de tocar o corpo pequeno de Jimin. Quando menos percebeu, já estava sentado nas coxas grossas do mais novo, emaranhando os dedos em seus cabelos pretos e sentindo as mãos dele viajarem por toda a lateral de seu tronco e a extensão das costas.

Jungkook suspirou quando os lábios grossos, quentinhos e molhados selaram o cantinho dos seus numa promessa de volta quando Jimin passou a beijar e chupar seu pescoço. Ao sentir a língua também deixando rastros na pele cheirosa, passou a respirar mais devagar, e acariciou o dragão bonito das costelas dele como se tentasse retribuir o carinho.

- O almoço está pronto! - Hoseok avisou da cozinha.

- Não quero comer agora... - Jimin falou apenas para que o mais novo ouvisse e direcionou uma mão até a virilha do menino, dando um aperto suave mas completamente sugestivo.

- Não? - Jungkook decidiu provocar um pouquinho também, colocando uma das próprias mãos por cima da do loirinho. Ele negou com um murmúrio um tanto arrastado. - O que o hyung quer fazer agora? - sentiu uma mordidinha na clavícula e um aperto mais forte na parte de dentro de sua coxa.

Ajeitou a postura de Jimin em seu colo para que os corpos ficassem totalmente colados e voltou a beijar sua boca, agora segurando sua cintura, brincando com a barra da blusa e ansioso para tirar o mais rápido possível.

- Uau... As coisas estão mais interessantes por aqui - ouviram soar. Jungkook abriu os olhos ao separar do hyung por alguns segundos e sorriu para Hoseok, que estava um pouco surpreso; ainda não tinha passado nem do meio-dia.

Kook colocou as mãos na bunda de Jimin e pressionou os quadris cobertos antes de voltar a se deleitar nos lábios do Park daquela forma. Assim que Jimin apoiou as mãos em seu peito e começou a provocar os dois corpos por si só, Jungkook não demorou a tirar a camisa de seu corpo e beijar de seu ombro até o meio de seu peitoral.

- Vamos pro quarto - Jimin pediu quando puxou seu rosto para perto mais uma vez, fazendo uma trilha de beijinhos em sua bochecha até sua orelha, entrando com as mãos na blusa do mais novo e passando as pontas dos dedos por todo o tronco num carinho que o deixou arrepiado.

Surpreendendo os dois hyungs, Jungkook tomou impulso e se levantou com o Park no colo, segurando suas coxas bem apertadas em volta da cintura e beijando o pescoço dele quando sentiu os braços abraçarem seus ombros. Jimin riu um pouquinho, e Hoseok não teve alternativa a não ser seguir os dois - guardando um pedido de cuidado, pois se o mais novo deixasse o outro cair no meio das escadas, era hospital na certa.

Felizmente o Jeonzinho conseguiu realizar a tarefa com êxito; aquele era seu hyung mais leve. Colocou Jimin na cama enquanto beijava sua boca e sentiu por cima da roupa a ereção dele com a mão. O Park resfolegou contra o rosto do moreno e segurou seu rosto num pedido mudo que não parasse de lhe beijar. Mas Jungkook teve que o fazer quando quase engasgou de surpresa ao sentir Hoseok investir contra sua bunda por cima das roupas, aplicando força suficiente para que ele também sentisse o quanto estava duro apenas em assistir os dois.

- Continua, Kook - mandou com uma voz tranquila, e o menor voltou a beijar Jimin assim que se recuperou.

Beijou o pescoço, o peitoral, se demorou com os mamilos durinhos na boca enquanto o Park lhe chamava de bebê em gemidos excitados, deixou selares em toda a extensão do dragão vermelho e continuou espalhando carinhos pelo corpo de Jimin até estar de frente para o volume dentro de sua calça.

O loiro mordeu o lábio grosso e o deixou escapar pelos dentes gradativamente quando viu Jungkook lhe olhar em expectativa pedindo permissão. Ergueu o quadril, fazendo o menino sorrir com o ato, beijando e esfregando o rostinho contra seu pau duro coberto.

- Vai, fofura... Não tortura o hyung assim - pediu, forçando a saliva garganta a baixo, abrindo as pernas para abrigar a cabeça do menino da melhor maneira. Kook olhou Hoseok por trás de seu corpo, ele ainda se esfregava em sua bunda.

- Posso, hyung? - perguntou por pura provocação, sabendo que o Jung gostava, com as mãos na barra da calça do loiro.

- O que é dessa vez? - o lutador indagou, parecendo estar prestando atenção apenas no jeito que Kook sutilmente rebolava contra seu pau.

- Posso chupar o Jiminnie todinho? - adicionou, fazendo um bico pidão após lubrificar o lábios.

- Ah, por favor... - Jimin choramingou um pouquinho, sabendo que Hoseok não tinha nada a ver com o boquete e só estava sendo provocado. Jungkook tirou a calça e a cueca do loiro de uma só vez.

- Deixa, hyung, seu namorado gozar na minha boca? - continuou, agarrando a ereção avermelhada de Jimin e movimentando devagar.

- Na sua boca? - o Jung sorriu lateralmente e deixou escapar uma risadinha sacana. - Quer que ele encha sua boquinha de porra, é? - viu Jungkook assentir com veemência e o namorado, impaciente, colocar as pernas por cima dos ombros dele, o puxando com a pernas para mais perto. Kook ainda olhava o mais velho dos três quando começou a beijar a parte de dentro da coxa mais próxima do Park.

Hoseok saiu de trás do mais novo e sentou na cama confortavelmente, ao lado de Jimin, antes de tirar a ereção de dentro das roupas e começar a se masturbar. Jungkook gemeu sofrido e necessitado ao ver aquilo, e sentiu a boca salivar à medida que se aproximava do pau do Park.

Deixou beijos molhados e chupões um pouco fortes na virilha e nas coxas do hyung antes de começar a esfregar a língua em toda a extensão e os testículos sensíveis. Jimin afundou a cabeça no travesseiro e pressionou a sola dos pés nas costas do menino. Kook molhou os lábios e colocou o membro dentro da boca habilidosamente, ouvindo um suspiro satisfeito do outro, então um clamor por seu nome.

Olhando para cima, viu que só estava sendo observado por Hoseok - fixamente, tinha a impressão que o hyung nem piscava - e soprou a cabecinha de Jimin para chamar sua atenção. O mais velho se arrumou na cama e apoiou o corpo nos cotovelos para tentar olhar o menino exigente; seus olhos quase fechavam sozinhos às vezes.

Jungkook chupava alternando o olhar entre os dois, mas mirava Hoseok muito mais, provocante. Tinha a impressão que o hyung dos dois gostava muito mais de olhar do que realmente fazer alguma coisa com os dois quando estavam juntos, mas tinha uma vontade muito constante daquelas mãos bonitas testando a firmeza de sua carne, então provocava tanto quanto conseguia por saber que era um dos que cedia mais fácil.

Jimin tinha o lábio inferior preso pelos dentes, tentando impedir a si mesmo de gemer - por conta de Taehyung e Yoongi dormindo no quarto da frente -, e ele ficava mais vermelho a cada vez que Jungkook conseguia capturá-lo com a vista. Até que levou uma das mãos ao cabelo escuro e o segurou entre os dedos, controlando a cabeça dele no meio de suas pernas.

Jungkook ficava cansado às vezes e acabava levantando a cabeça um pouco, deixando a boca aberta para que a saliva em excesso de dentro dela escorresse. Então respirava e sentia a mão do Park acariciar seus cabelos enquanto ele lhe elogiava e encorajava com um sorriso com luxúria e satisfação nos lábios. O Jeon sentia o próprio membro na calça doer de tão duro que estava, e apertava as pernas para tentar se livrar da excitação mesmo que um pouquinho. Levantou as pernas de Jimin mais um pouco e começou a molhar com saliva todo o caminho entre seus testículos e seu ânus, e quando chegou ali, o ouviu gemer mais alto e jogar a cabeça para trás.

O quadril do hyung estava bastante inquieto; quase fodia a si mesmo na língua de Jungkook, quase esquecendo, em certos momentos, que não estava sozinhos em casa. E sentiu o orgasmo chegando quando Kook começou a esfregar dois dedos no buraquinho contraído ao mesmo tempo em que teve seu pau dentro da boca mais uma vez. O garoto os introduziu, um de cada vez, e logo mais começou a abrir o hyung direitinho, como tinha aprendido a fazer no decorrer daquele ano. O membro de Jimin já tocava sua garganta relaxada quase toda vez que a repetição do movimento era feita, e ele já tinha perdido a força nos braços, voltando a deitar na cama com a cabeça enterrada nos travesseiros.

Jungkook começou a acelerar os dedos dentro do Park já bastante sensível e se concentrou na glande inchadinha algumas vezes ao chegar no topo. Sentia a boca toda encharcada pelo líquido amargo que saía de dentro de Jimin e teve que parar por um segundo de novo, apenas para lamber os lábios e voltar a chupar na mesma medida que o dedava. O mais velho mordia as costas da mão e pisava nas costas do Jeon para não gemer tão alto, contorcendo o corpo, arqueando as costas com cada vez mais frequência.

Quando conseguiu, em palavras desconexas, avisar a Jungkook que continuasse porque estava quase, o garoto acelerou os dedos e começou a tocar seu pau ainda enquanto chupava, com a outra mão. Jimin não durou muito após aquilo, gemendo longamente à medida que todo o ar escapava de seus pulmões e a boca do Jeon enchia de seu gozo.

O moreninho só parou após ter certeza que o orgasmo do hyung tinha chegado ao final, então levantou a cabeça, e deixou, com um som erótico, a porra de Jimin escorrer de dentro de sua boca junto a sua saliva enquanto, com a língua suja para fora, encarava Hoseok. Não gostava do sabor, mas achava excitante quando os hyungs o enchiam com aquele prazer, então nunca os impedia de fazer aquilo e por vezes até pedia, mesmo que não conseguisse engolir.

O Jung se esticou na cama e chupou a língua de Jungkook, o beijando sem calma nenhuma, como era normal entre os dois. Jimin ainda tremia um pouco, mas também não foi muito tempo até alcançar uma camisinha e tentar abaixar a calça do mais novo enquanto o ouvia gemer com a forma que Hoseok beijava sua boca e tocava seu corpo. O Jeon separou do hyung para tirar as roupas que cobriam seus membros inferiores, mas voltou a beijá-lo com o mesmo desespero.

Jimin vestiu o preservativo no rapaz e começou a masturbá-lo, ouvindo um gemido desnorteado vindo de dentro de seus lábios. Jungkook ficou contente ao perceber que o Park queria mais mesmo depois de gozar e desviou a atenção de Hoseok para ajeitar o loiro na cama. Puxou um travesseiro e o fez deitar de bruços com o objeto abaixo de seu quadril, deixando sua bunda empinada, e assim que o hyung abriu as próprias nádegas por si só, Kook nem esperou mais nada e foi entrando devagar, gemendo, recompensado por finalmente poder se aliviar.

Ao sinal de Jimin, começou a meter do jeito que tinha aprendido que ele gostava. Substituiu as mãos dele na tarefa de segurar as bandas gordinhas que, separadas, facilitavam seu movimento, e rolou os olhos de prazer quando aumentou sutilmente a velocidade, sentindo a bunda do Park lhe engolir confortavelmente. Apertava com força a carne gostosa para descontar todo o tesão que sentia, não ouvindo reclamações do mais velho, que adorava quando era Jungkook lhe comendo porque ele não tinha tanto cuidado quanto Hoseok.

O pequeno Park adorava transar com o próprio namorado, especialmente depois que ele tinha deixado de lado boa parte da delicadeza. Mas sexo com o jovenzinho era sempre único.

Hoseok não sabia explicar bem o motivo, mas a cada investida do garoto em Jimin, sentia o próprio pau pulsar mais em sua mão. Descobriu ao longo dos meses que gostava de ver aquela cena, de Jimin manhoso e ofegante nas mãos de outra pessoa, sendo colorido de vermelho pelos toques descuidados do adolescente. Gostava de vê-lo sentir prazer e gemer para outra pessoa, gostava de como ele parecia adorar aquilo, principalmente, também, quando era assistido.

Jungkook desceu o corpo para ficar pertinho do hyung e beijou e mordeu seu pescoço e sua nuca ruidosamente, bem perto do ouvido dele, sem parar de ondular o quadril em sua direção. Tinha uma das mãos de apoio na cintura de Jimin e a outra bem ao lado de seu rosto, e quando começou a meter com mais força e os gemidos dele aumentaram de volume, aproximou a mão de sua boca para tentar diminuir o barulho. O Park segurou seu pulso e enfiou dois dedos do Jeon na própria boca, também tentando impedir que os sons mais altos escapassem.

O mais novo apoiou a testa no ombro do hyung, de olhos apertadinhos por conta do prazer, e quando achou que não podia ficar melhor, sentiu as mãos de Hoseok em seu quadril, o mostrando como deveria rebolar dentro de Jimin. Assim que começou a seguir o mais velho, o loirinho pressionou o rosto contra o colchão e empinou a bunda, necessitado, quase arrancando os lençóis.

Jungkook parou por um momento, ouvindo uma reclamação confusa, mas o garoto logo foi compreendido quando virou o corpo de Jimin para frente. O rosto do hyung estava todo arruinado, vermelhinho, extremamente excitante, e sua boca foi imediatamente beijada pelo Jeon enquanto ele tentava penetrá-lo novamente, falhando algumas vezes até sentir a mãozinha do hyung direcionar seu pau ao lugar correto.

Jimin gemeu contra os lábios do mais novo quando voltou a ouvir o barulho do quadril dele contra o próprio, e tirou a mão do membro do Jeon apenas para firmá-las na bunda durinha do rapaz. Apertou até sentir as mãos completamente cheias da carne dele, e Jungkook não reclamou.

- Mushu... - chamou, ofegante, e Hoseok respondeu com um murmúrio. - Come ele - pediu.

O mais novo soltou um gemido rosnado e foi com mais força em Jimin, mais excitado com o pensamento de ter os dois de uma vez só, do jeito que mais gostava.

- Hm, bebê? - Jimin apertou uma das nádegas dele e mordeu o lábio enquanto lhe encarava. Levou dois dedos até os lábios de Jungkook, que os lambuzou com a maior quantidade de saliva que conseguiu. - É isso que você quer?

Segurou o quadril dele parado por algum tempo, até que conseguisse introduzir os dedos no Jeon de um jeito confortável. O mais novo o encarava com fome, ansioso para voltar a se mover, demonstrando em estocadas quase imperceptíveis, dentro de Jimin até o final. O hyung loirinho continuou lhe tocando mesmo quando o toque nas ancas afrouxou, mostrando que deveria voltar a meter.

Hoseok pensou que ia gozar quando viu o namorado sendo fodido daquele jeito enquanto tinha os dedos enterrados em Jungkook. Parou os movimentos da própria mão para vestir uma camisinha, e foi chegando perto dos dois calmamente, segurando o pulso de Jimin e puxando os dedos dele para fora do moreno. Kook gemeu de forma sôfrega ao sentir o pau do hyung tocar seu cuzinho sensível, e olhou por cima do ombro a hora que foi penetrado vagarosamente.

Empurrou a saliva para baixo da garganta e sentiu as pernas ficarem moles. Hoseok apertou suas coxas e beijou seu pescoço, então tirou a camisa que ainda cobria seu torso, e Jimin imediatamente passou as mãos por ali, esfregando seus mamilos algumas vezes, o que o fez gemer e suspirar ainda mais.

- Vai, Jungkook, fode o Jimin - o Jung mandou perto de seu ouvido; aquilo lhe fez gemer mais uma vez. Voltou a meter no hyung loiro, trêmulo de tanto prazer, sentindo o mais velho atrás de seu corpo entrar e sair também, de acordo com seus movimentos. - Mais forte - mandou. Jungkook choramingou e tentou, mas não conseguiu ir muito além.

- É muito pra você, bebê? - Jimin perguntou num tom meio provocante. - Quer que o hyung sente em você agora? Hm? - viu o rapazinho assentir de forma ofegante.

- O gato comeu sua língua, Kookie? - Hoseok provocou, segurando suas ancas para foder o garotinho torpe. - Responde direitinho ao seu hyung - beijou o pescoço e a bochecha dele. O moreno ainda não sabia como não tinha gozado até agora.

- Senta, por f-favor, hyung - pediu ao loiro, que gemeu também, satisfeito.

O Jeon teve seu quadril puxado para trás e fincou as unhas curtinhas nos braços do lutador, quando o sentiu mais fundo. Jimin, agora livre, ajoelhou na cama e Hoseok colocou o mais novo deitado de barriga para cima, entre os travesseiros. Não demorou muito para voltar a penetrá-lo, puxando suas pernas bonitas para cima de suas coxas, assim como o Park também não levou muito tempo até se ajeitar sobre ele e começar a ditar o próprio ritmo, apoiando as mãos sobre o peitoral branquinho e se fodendo com o pau de Jungkook. O mais novo puxou os próprios cabelos, quase enlouquecendo. Parecia que as coisas ficavam melhores a cada transa, não queria que aquilo acabasse nunca.

Pegou o membro de Jimin e começou a tocá-lo, querendo provocar outro orgasmo bom. Prendeu um gemido mais alto ao ver os hyungs num beijo explícito, tão diferente dos que davam fora do quarto, tão aparentemente delicioso que gemiam juntos. Hoseok ajudava o namorado a subir e descer enquanto metia gostoso no Jeon, o deixando a ponto de gritar. Jungkook passou as mãos pelo peitoral do hyung loiro, fixado por aquela tatuagem desde o momento em que a havia visto, mas logo voltou a masturbá-lo.

Hoseok agora o olhava por cima do ombro do namorado, alternando tocar as coxas e a bunda de Jimin na hora de ajudá-lo a sentar. O mais baixo chamava por Jungkook perto do ouvido do Jung, o fazendo sentir coisas que nem sabia nomear, mas que com certeza não eram ruins.

- Você está indo tão bem, baby - o mais velho elogiou o Park. - Olha o rostinho dele, vai gozar daqui a pouco - pediu, beijando a pele exposta. - Diz pro seu hyung como ele é gostoso, Jungkook - falou mais alto.

- Uhum, muito gostoso... Ah, porra, muito gostoso - obedeceu num tom de voz arrastado e choramingado, sentindo o orgasmo chegando mais perto ao que Jimin tinha começado a rebolar sem pudor nenhum em seu colo e Hoseok investia mais rápido em seu interior.

E o Park continuou ouvindo palavras elogiosas, principalmente do namorado, que sabia melhor do que ninguém o quanto aquilo lhe dava prazer.

Do outro lado do corredor, por mais que aqueles três tivessem tentado fazer pouco barulho, Taehyung tinha acordado ao pensar que estava sonhando com os gemidos manhosos de Jungkook. Tentou voltar a dormir quando percebeu que não estava ficando louco e também que aqueles gemidos não eram para si ou Yoongi, que dormia tranquilo logo a seu lado. Não conseguiu, porém, porque somente a ideia de seu coelhinho ter trocado algumas horas de sono pela manhã por um sexo gostoso com seus outros ficantes lhe excitava. Claro que tinha ciúmes de Kook, mas aquela dualidade dele virava sua cabeça.

Mordeu o lábio inferior antes de virar para Yoongi e encarar seu rosto adormecido. Encolheu-se até caber no namorado e beijou e mordeu o pescoço dele com um sorriso travesso no rosto, posicionando a própria mão no pau meio desperto do Min.

Jungkook já tinha desistido de segurar os gemidos também, quase arrancando os próprios cabelos tamanho era o prazer que sentia sendo montado pelos dois hyungs. Jimin estava quase gozando, falando palavras incompreensíveis vez ou outra, pedindo pelos dois homens que amava num tom manhoso, e Hoseok, ouvindo os dois mais novos tão carentes daquele jeito, também não sentia seu ápice tão longe.

O mais novo só aguentou mais alguns minutos - sem realmente saber como conseguiu segurar por tanto tempo. Adorava ficar no meio dos hyungs desde que tinha feito pela primeira vez porque percebeu que não tinha descoberto ainda o limite do próprio prazer, e era com certeza mais gostoso quando sua posição não era limitada a uma só por transa.

Chamou pelos hyungs com os olhos embaçados por lágrimas de prazer, e contorceu tanto o corpo na cama que acabou desforrando uma parte. Sentiu a própria entrada contrair e o membro latejar mais assim que seu orgasmo arrebatador teve início. Seus olhos rolaram e as pálpebras pareceram pesadas, mas lutou para que ficassem abertas. De sua boca, gemidinhos e suspiros soluçados, característicos de quando gozava, saíam repetidamente num tom de voz um pouco alto, e suas mãos estavam no corpo de Jimin.

O hyung mais novo, assistindo a tudo aquilo, também não aguentou e pediu para vir junto ao namorado, que acelerou as estocadas em Jungkook - que, sensível, gemeu ainda mais alto - e atendeu ao pedido. Os dois gozaram no mesmo momento, sem parar os movimentos até que os corpos começassem a se acalmar.

Jimin, esgotado, quase desabou no peito sujo e suado do mais novinho. Seu corpo inteiro estava trêmulo, e Jungkook não estava diferente, mas sentia que podia fazer de novo - e talvez, mais uma vez. Procurou o outro hyung com os olhos enquanto fazia carinho no Park e viu Hoseok recuperando o fôlego no mesmo momento em que removia o preservativo. Colocou Jimin de lado no colchão e saiu de seu interior para fazer o mesmo. Nas transas dos três, o loirinho era sempre o mais acabado ao final.

Taehyung estava entre as pernas do namorado, olhando a cara de sono dele e ouvindo os gemidos extremamente roucos enquanto sentia uma das mãos dele em seu cabelo. Yoongi também tinha um sorriso satisfeito e malicioso ao ser acordado de seu jeito favorito, a sensação da boquinha quente e molhada de seu campeão em volta de sua rola enquanto o corpo estava mole, descansado após uma noite de um sono prazeroso.

- Hoje é um dos dias que meu menino vai me fazer parar de trabalhar e levar reclamação do hyung só pra apagar esse fogo? - perguntou, mesmo sabendo a resposta. Taehyung abriu um sorriso quase inocente, sem precisar responder, enquanto acariciava o pau do namorado com o próprio rosto.

Os três outros tinham resolvido tomar uma ducha antes de almoçar - separadamente, já que Jungkook tinha seus traumas. Jimin foi o primeiro, depois Hoseok e o mais novo por último. O Jeonzinho estava vestido apenas com uma boxer branca no quarto dos hyungs enquanto secava o cabelo quando foi surpreendido por Taehyung na porta do cômodo.

- Bom dia, coelhinho. Tenho um presente pra você, vou te dar lá no meu quarto - estendeu a mão ao mais novo e piscou um dos olhos com uma feição safada. Jungkook deu um sorriso um tanto eufórico, totalmente pensando em aceitar o convite.

- Nada disso! - Jimin respondeu, se colocando de pé. - Vocês ficaram com ele o dia inteiro ontem, nós estamos com saudades, okay? - segurou o braço do Jeon.

- E o que é que tem que passamos o dia com ele ontem? Nós também estamos com saudades - ergueu uma das sobrancelhas e cruzou os braços.

- Infelizmente não há nada que possamos fazer, Kookie vai ficar com a gente hoje - disse num tom de lamento completamente falso. - Inclusive, estamos indo almoçar agora, se nos der licença - pediu que saísse da porta do quarto.

- Jungkookie, você quer almoçar agora ou quer pegar seu presente lá no quarto? - Taehyung perguntou ao maknae, que sorria, torpe, com a discussão dos hyungs. Estava tontinho de paixão.

- Taehyung, ninguém aqui é burro e está todo mundo vendo a merda do seu pau duro. A gente sabe que não tem presente nenhum! - o baixinho rolou os olhos. - Agora sai do meio, estamos com fome - foi mais grosso daquela vez.

- Ah, isso aqui? - apontou o volume nas calças com um sorriso sacana. - Esse é o presente do Kookoo - sorriu mais aberto. - Eu preferia mostrar no quarto, mas se o hyung quiser ver também, não me importo - deu de ombros, desfazendo o laço do moletom e colocando as mãos na barra.

- Credo, Taehyung! Eu não quero ver seu pau! - disse, desesperado, e cobriu o rosto com as duas mãos. Quando o Kim viu que o Jeon tinha sido solto, agarrou seu pulso e começou a puxá-lo para fora do quarto.

O garotinho gargalhava com a situação, e Hoseok e Yoongi, vendo a felicidade que Kook estava, nem pensaram, primeiramente, em se meter na briguinha dos menores. Jimin puxou o ar com indignação quando viu o menino já no meio do corredor.

- Amor! Por que você deixou o Tae pegar ele?! - brigou com o namorado no mesmo momento que alcançou o pulso do mais novo mais uma vez.

- Porque ele sabe que eu estou certo e é isso que o Kookie quer - Taehyung quem respondeu.

- Ai, por favor, Taehyung, o Jungkook acabou de passar quase uma hora e meia transando, você acha que é isso mesmo que ele quer?! - eles continuavam se trocando, palpitando sobre a vontade do menor.

Se o Jeon fosse responder, diria que seu desejo no momento era almoçar com Jimin e Hoseok enquanto fodia com Taehyung e Yoongi. Mas, óbvio, já que isso não era possível, preferia ficar calado, rindo dos dois bobões que tinha que chamar de hyung brigando por sua presença com argumentos nem um pouco adultos.

Jungkook pareceu ter sido o único que ouviu o portão da garagem abrir e então fechar, denunciando a chegada de Seokjin e Namjoon, que tinham saído. Aquilo o fez rir um pouco mais, sentindo o corpo ser puxado para o lado do hyung que falava no momento.

- Vocês começaram a ficar com ele antes, nós temos que recompensar o tempo que perdemos, agora! - Jimin disse, e o puxou.

- Não é problema nosso se vocês são burros, ou cegos, sei lá, e não viram que o Jungkook é uma delícia desde que chegou, principalmente você! - Taehyung rebateu, e o puxou também.

- Mas que baderna é essa dentro da minha casa? - Seokjin havia chegado no corredor, sendo seguido por Namjoon, que sorria, tendo certa noção do que a discussão se tratava.

- Nie hyung! - Jungkook chamou contente ao trocar apenas um olhar com o mais velho da casa, se soltando dos dois que o seguravam com facilidade e indo abraçar o Jin do jeito que estava: apenas de cueca, com a toalha jogada por cima dos ombros.

Seokjin retribuiu o carinho imediatamente, dando o mesmo sorriso convencido que Namjoon quando os quatro outros olharam a cena com expressões desoladas, ao perceberem que, aparentemente, o menorzinho ainda preferia o casal de Kims mesmo enquanto os outros dois brigavam por sua presença - Jungkook achava impossível escolher um hyung favorito, no entanto.

O mais novo separou de Jin e abraçou Namjoon, dando um beijinho demorado em seu rosto. O Kim achou que fosse derreter. Ficou vermelho e olhou os pés, tímido, mas com uma mistura de sensações boas com as ações do mais novo.

- Vai vestir uma roupa, Kook - Seokjin pediu, prezando pela própria saúde mental.

- Está fazendo calor hoje - o rapaz fez um bico pidão.

- Agora, Kookie - o Kim apontou o quarto do mais novo, que abaixou a cabeça, insatisfeito, e foi andando devagar.

- Eu te ajudo a escolher a roupa, coelhinho - Taehyung abraçou os ombros dele.

- Eu também vou! - Jimin entrelaçou os dedos da mão com o mais novo.

- Ele vai sozinho - Jin os impediu, tirando Taehyung do caminho e puxando o braço de Jimin antes de empurrar o mais novo até dentro do próprio quarto e fechar a porta. - Pelo amor de deus, o menino não vai embora amanhã - rolou os olhos e sinalizou com a mão que Namjoon o seguisse antes de começar a andar para a suíte. - Minha formatura é na segunda-feira, espero que já tenham separado as roupas que vão usar - lembrou aos demais. - Nada de All-stars, por favor - a última parte, direcionou aos mais novos, e entrou no quarto. Tae cruzou os braços e o loirinho fez um bico.

- Ele não disse nada sobre Vans - o Kim percebeu e disse num tom meio sussurrado. Jimin abriu um sorriso brilhante, e os dois fizeram um high-five.

Na segunda-feira, Jungkook acordou cedinho sem querer, mas ficou feliz quando viu que ainda dava tempo de tomar café da manhã com Jin e Namjoon. Era o dia da entrega do diploma do mais velho, e Kook percebeu como ele estava eufórico em, finalmente, se graduar. Joon decidiu que só iria à Koya mais tarde e os três ficaram no jardim mesmo.

Seokjin cuidava das pequenas plantações, Namjoon recolheu a bagunça da mesa e Kook se ofereceu para regar a grama. Quando viu que seu hyung mais novo estava voltando de dentro da casa ainda com roupas casuais, resolveu aproveitar que o dia estava bem ensolarado para fazer uma travessura, e molhou parte considerável do corpo de Joon com a mangueira. Ele ficou por quase um minuto estático, boquiaberto, olhando as próprias roupas molhadas enquanto Jungkook ria tanto que a barriga já estava doendo.

Só não viu quando Namjoon correu em sua direção e tirou a mangueira de suas mãos muito velozmente. Ainda correu e conseguiu desviar de alguns esguichos, mas Joon também estava correndo, e assim que alcançou o Jeon, deu um abraço molhado em seu corpo. Jungkook ainda tentou escapar dos braços fortes prendendo suas costas contra o peito dele, mas nem quis mais quando sentiu uma sequência de beijos serem estalados em sua bochecha.

Enquanto Namjoon estava distraído lhe fazendo carinho, pegou a mangueira e a ergueu, fazendo a água que caiu molhar os dois ao mesmo tempo, já que estavam abraçados. Gargalhou quando se deu por ganhador daquela pequena competição - como encarava quase toda brincadeira com os hyungs.

Seokjin, que olhava os meninos, tinha um sorriso cheio de amor no rosto. Mas o que escapou de sua boca foi um suspiro entristecido. Deixou os dois brincando no jardim até terminar com suas plantinhas, indo lá dentro buscar toalhas antes de pedir que desligassem a mangueira e fossem se secar.

Já trocado, Jungkook foi chamado por Jimin para ajudar a arrumar a área externa para a comemoração que fariam à noite, após a formatura do mais velho da casa. Pendurou luzinhas e fitas azuis - que, segundo o Park, combinavam com a faixa da beca que o mais velho usaria - onde o hyung indicava, mudou a mesa de lugar com a ajuda de Hoseok e fez mais algumas coisas até que estivesse tudo pronto. Então, foram almoçar.

De tarde, Taehyung e Yoongi o ajudaram a escolher sua roupa para a noite e ele saíram para comprar as bebidas e os petiscos que consumiriam quando chegassem em casa. Jungkook tinha um sorriso animado, não bebia desde outubro e diria até que estava com saudades.

Quando começaram a se arrumar, o mais novo não pensou que a casa ficaria tão tumultuada. Esbarrou com, pelo menos, três dos hyungs no corredor dos quartos, indo e voltando ao banheiro para verificar seu cabelo e roupas. Ficou extremamente indeciso na hora de escolher os piercings, e decidiu naquele momento que faria mais furos, dessa vez na orelha que ainda não tinha nenhum, para não ter que lidar com aquele tipo de problema.

Estava um pouco inseguro com aquela roupa. Não porque achou que não lhe caía bem; na verdade, caía bem até demais, e era aquela sua preocupação. Tinha algumas calças sociais, camisas, blazers e sapatos específicos para aquelas ocasiões, mas teve uma surpresa que já parecia bem óbvia ao vesti-las: seu corpo tinha crescido. Suas pernas tinham engrossado, seu peito e seus ombros tinham ficado mais largos, sua altura também estava maior.

Ao se olhar no espelho apenas com a calça preta e a camisa branca totalmente abotoada, passou alguns segundos encarando o reflexo com os olhos arregalados e os lábios meio partidos. Assim que vestiu o blazer e atacou o botão do meio, engoliu em seco por ver sua cintura mais fina e seu peito ainda maior. Estava parecendo um homem. Exceto por seu rosto, que ainda era de garotinho curioso.

Na hora de calçar os sapatos, também teve um problema. Nenhum de seus sociais ainda cabia, sentia os dedinhos machucarem se passasse mais de dois minutos com eles calçados. Coçando a nuca enquanto olhava seus outros pares - e sabendo que Jin hyung não ia gostar se aparecesse de tênis -, resolveu escolher botas pretas de plataforma com cano curto que tinha usado pouco.

Surpreendentemente - de novo - gostou e muito do resultado. Decidiu usar aquelas botas mais vezes com um sorrisinho confiante.

Deixou Jimin enfeitar seu rosto com um pouquinho de maquiagem e arriscou até colocar um batom líquido avermelhado que tinha gostinho de cereja. Aquele pedacinho da noite antes da formatura foi seu, os hyungs derretendo de paixão e o fazendo ficar da mesma forma. Jungkook estava verdadeiramente deslumbrado com seus companheiros de casa, achando divertida a mistura de estilos bem visível quando se encontraram na sala.

Seokjin reclamou da camisa folgada com uma gravata de aliens de Taehyung e das calças rasgadas de Hoseok, mas enquanto isso, Jungkook só conseguia prestar atenção no quão lindo ele estava. E lindo nem era a palavra certa. A roupa de Jin parecia muito com a sua, com exceção da gravata azul - que combinava com o cinto de Namjoon.

Jimin e Hoseok pediram um táxi e o restante foi no carro com Seokjin. Quando chegaram, os meninos se dirigiram ao auditório e o mais velho foi ao encontro da mãe, que o esperava junto aos outros formandos e seus respectivos pais. A cerimônia não demorou tanto quanto achavam que seria, e ao final dela, Jin foi tirar as fotos. Tirou algumas sozinho com o diploma e o anel, uma com a mãe e uma apenas com Namjoon, então uma com ambos, e por fim, uma com os seis mais novos juntinhos fazendo bagunça.

Dali, foram a um restaurante que Seokjin tinha reservado com a ajuda da mãe. Jungkook, o único que não conhecia a mulher, ria a todo momento com o quanto ela era carinhosa com a maioria - principalmente com Namjoon -, exceto com o próprio filho, o tratando como se ainda morassem na mesma casa. O mais velho já parecia estar acostumado, sem parar de sorrir nem por um momento, extremamente feliz com aquela segunda-feira incomum.

Jimin, Yoongi, Taehyung e Jungkook começaram a beber logo no restaurante, ansiosos para a verdadeira comemoração ter início logo. Assim que começaram a falar mais alto, Seokjin resolveu que era hora de ir. Pagaram a conta, se despediram da noona, e daquela vez, quem pegou o táxi foram os três que primeiramente estavam no carro.

Um pouquinho altos, Yoongi, Taehyung e Jungkook resolveram parar alguns quarteirões antes de casa, num bar que os mais velhos costumavam frequentar. A situação estava muito engraçada por conta das roupas que usavam, bem destoantes com o local, o que os fez rir por alguns minutos. Passaram um bom tempo lá, trocando carinhos até indecentes, e só se tocaram daquilo quando o celular de Yoongi tocou e um Seokjin bastante preocupado perguntou onde estavam. Pegaram outro táxi e foram para casa.

Os outros também já estavam mais alegres quando chegaram na Bangtan. Seokjin e Namjoon tinham tirado os blazers, e o mais velho, aberto alguns botões da camisa e afrouxado a gravata. Jungkook quis se jogar nos braços daquele homem imediatamente, mas se limitou a um comentário quase sussurrado sobre como o hyung era malvado por andar por aí daquele jeito sem que pudesse tocá-lo.

- Hyung, essa camisa caiu muito bem em você - o mais novo tinha o cotovelo apoiado na mesa e a cabeça descansando no punho enquanto olhava Namjoon. - Talvez o hyung não goste de nada apertando o pescoço, mas a gola alta ficou boa de verdade - o elogiou inocentemente.

Namjoon riu sob a vista do namorado, que tinha um sorriso divertido e meio irônico. Jungkook poderia se surpreender com o quanto ele gostava de algo apertando seu pescoço.

- Você também fica muito bonito com esse tipo de roupa, Jungkook - retribuiu de forma sincera. - Eu gosto de como... - inclinou a cabeça rapidamente, um pouco incerto se deveria mesmo falar daquilo. - Eu gosto de como os botões da sua camisa estão aguentando firme - resolveu falar, meio tímido, mas contente. Devia aquela pequena conquista ao álcool.

- Ah... - o garotinho também ficou tímido de repente, olhando o peitoral inflado que quase estourava os botõezinhos. - Ela costumava servir melhor há alguns meses - comentou, ainda olhando o próprio corpo, então voltou a olhar o hyung e conseguiu, despropositadamente, ver que Joon tinha o olhar direcionado ao mesmo local.

- Pra mim parece perfeita - o barista respondeu, pegando a garrafa de cerveja em cima da mesa e dando um gole generoso. Sentiu a mão de Jin acariciar a base de suas costas e subir até apertar sua nuca carinhosamente.

Jungkook resolveu apenas ouvir o que o resto dos hyungs falava, em seguida, até chegar no melhor nível de sua embriaguez. Já tinha ido ao banheiro duas vezes, e estava sentado entre Seokjin e Taehyung. O alvo de sua manha foi o Kim mais velho, que já lidava com o próprio namorado de forma quase limítrofe, mas não quis deixar o Jeon sem o que queria também.

Seus braços rodeavam as cinturas dos dois, e aquela sensação de conforto e poder que tinha quando deitava entre os dois na cama, nas noites em que Kook escolhia a mornidão ao invés do incêndio, estava presente e enchia seu peito de satisfação - e muita preocupação.

Jungkook só não tinha derretido porque aquele braço forte segurando seu corpo não tinha deixado ainda. Perdido nos próprios pensamentos profundos a respeito daquilo, quase perdeu a conversa animada de Tae e Jimin sobre os produtos de cabelo que mais gostavam.

- E eu estava pensando em pintar de azul antes do meu aniversário, porque o Kook pediu, mas não sei se combinaria comigo - Taehyung falava. - E dizem que azul é difícil de manter numa cor bonita.

- Sim, tem que retocar o tom com bastante frequência - Jimin concordou. - Eu estava pensando em colorir o meu também - contou.

- Sério? - o Kim arregalou os olhos e abriu um sorriso animado. O loirinho assentiu com a cabeça com um sorriso travesso. - De que cor?

- Rosa - respondeu de cara. Taehyung fez um rostinho pensativo. - Se eu passar um tom pastel consigo neutralizar para o loiro de novo até o fim das férias...

- Rosa é uma boa escolha - então concordou, visualizando Jimin com o cabelo naquela cor. Então pensou em si mesmo. - Combina com você. Acho que ficaria bom em mim também.

- Não é má ideia... E se a gente pintar junto? - ergueu as sobrancelhas rapidamente algumas vezes, insinuante.

- Hm...

- Hoje! - Jimin disse mais baixo, mais ainda animado, com medo de um dos hyungs dizer que não logo de cara. - Sim!! Vamos pintar hoje!

- Hoje? - Taehyung chegou mais perto do amigo, interessado na sugestão, mesmo que já estivessem bem alterados por conta da bebida.

- É! Agora! A gente compra a tinta numa loja de conveniência e pinta aqui em casa... O meu loiro está clarinho e o seu cinza já abriu bastante pra pegar outra cor. - explicou com um sorriso travesso cheio de expectativa. Taehyung ponderou, mas não demorou muito a começar a assentir com a cabeça com a mesma expressão animada do hyung. Jimin imitou seu gesto e bateu palminhas em comemoração. - Isso!! Vou pegar minha carteira! - avisou, indo para dentro de casa rapidinho. O Kim também levantou.

- Vão sair? - Yoongi lhe perguntou tranquilamente e ele fez que sim.

- Vamos comprar tinta rosa pra pintar o cabelo - explicou, animadinho.

- Vocês vão pintar o cabelo agora, hyung? - Jungkook ficou curioso, e Tae fez que sim com um sorriso travesso.

- Por quê? Quer pintar também? - o Kim colocou as mãos na cintura, insinuando. O Jeon pausou por um momento, realmente pensando na ideia.

- Voltei. Vamos, Tata - Jimin chamou.

- O Jungkookie vai pintar também! - contou com um sorriso aberto. O Park cobriu a boca com uma das mãos, surpreso.

- Eu n-não sei, hyung... - o moreninho respondeu.

- Então pensa! - Tae pediu.

- Nós vamos comprar tinta suficiente pra todo mundo! Se der vontade, vai ter como fazer - Jimin falou, pegando a mão de Tae e entrelaçando os dedos. - Vamos logo! - o puxou.

Em uma situação comum, Hoseok provavelmente teria se preocupado com o namorado sair na rua naquele estado de embriaguez, mas sua própria ebriedade fez com ele apenas sorrisse e acenasse para o mais novinho enquanto ele saía.

Jungkook tinha um biquinho pensativo. Nunca tinha feito nenhuma mudança no cabelo além dos cortes, nunca por falta de vontade, mas sim de coragem. Tinha certo medo de mexer na aparência e se arrepender, então apenas fazia tudo como o usual.

- E aí, pirralho, vai rolar? - Yoongi chamou sua atenção, bem curioso para saber se o mais novo faria aquilo. Kook suspirou.

- Eu não sei, hyung... E se eu ficar feio? - cresceu o bico, e o Min e o Jung trocaram um olhar, compartilhando do mesmo pensamento.

- Isso é impossível, Jungkook - mas, para a surpresa dos demais, quem respondeu foi Seokjin. O Jeon olhou de lado, parecendo meio confuso com a resposta.

- Você fica bonito de todo jeito, bebê - Hoseok acrescentou, fazendo o menino desviar o olhar com as bochechas coradinhas.

- Eu tenho medo de não gostar... Mas também tenho vontade - contou, querendo que os hyungs o ajudassem a tomar uma decisão.

- Você nunca vai saber se não tentar - Yoongi respondeu com um sorriso de canto.

- Eu pinto se um dos hyungs fizer comigo - propôs e sorriu travesso.

- Seus dois hyungs vão fazer com você - Hoseok lembrou dos mais novos.

- Nããão... Eu quis dizer um de vocês - especificou com olhinhos pidões. A mesa fez silêncio, os quatro mais velhos começaram a se entreolhar. - Pena que o Mushu hyung não pode, por conta das aulas de natação...

- Qual de nós você prefere que pinte, então? - Namjoon perguntou, achando fofo toda a manha do mais novo diante do assunto.

- Acho que qualquer um ficaria lindo com cabelo colorido... - desviou o olhar para os dedos. - Mas se eu fosse escolher, queria que Jin hyung pintasse - contou, sorrindo travesso.

- Eu?! Por quê?! - o mais velho ao seu lado estranhou e riu de maneira engraçada. Kook deu de ombros, sem querer exigir nada. - Eu já não tenho mais idade pra essas coisas.

- Eu vejo o hyung tão sério sempre... E você não é tão velho, Jinnie... Não precisa agir com tanta responsabilidade toda hora - deitou a cabecinha no ombro largo dele e o olhou com manha, tentando convencer. Seokjin riu de novo e negou um pouquinho.

No meio da rua, porém, Taehyung tinha acabado de salvar Jimin de uma queda. Os dois riam descontroladamente, tentando não chamar tanta atenção, mesmo que já estivesse de madrugada e a rua nem tão movimentada. Andavam de mãos dadas desde que tinham saído de casa, mas o mais baixo certamente tinha um problema com a gravidade - ainda mais porque estava bêbado.

- Para de cair, hyung! Se você se machucar, capaz do Hoseok-hyung me machucar do mesmo jeito - reclamou, com a barriga doendo de rir.

- Não é culpa minha! - retrucou, esperneando um pouquinho.

- Claro que é, presta atenção no caminho - continuou. Jimin tentou lhe empurrar, birrento, mas quem saiu do lugar foi o loiro. E quase caiu mais uma vez. - Jiminnie! - brigou mais uma vez.

- Tata... - Jimin riu, abraçando o antebraço do amigo. - Eu sempre achei que você fosse acabar brigando comigo um dia, mas nunca achei que seria por conta do meu equilíbrio bêbado. - falou com os lábios trêmulos, por conta da risada contida. - Achava que ia brigar comigo por conta do Kookie.

- Eu não tenho mais motivo pra isso. Embora você consiga ser bem insuportável quando quer... Não vou te segurar na próxima - avisou, apontando o indicador pro rosto do hyung, que tentou morder o dedo de Tae.

- Tata... - repetiu, e os dois riram, entrando na loja de conveniência. - Não acredito que o Jungkookie vai pintar o cabelo com a gente - deu alguns pulinhos, puxando a blusa folgada de Taehyung.

- Ele disse que não sabia ainda - lembrou, tentando não criar expectativas tão altas.

- Ele vai pintar - o loirinho afirmou, indo até o corredor das geladeiras e pegando quatro garrafas de soju.

- Como você tem tanta certeza? - Tae pegou uma das garrafas e abriu, dando um gole e fazendo Jimin dar um também.

- Eu só tenho - deu de ombros. - E ele vai ficar uma fofura com o cabelo rosinha! - Taehyung riu.

- O próximo passo são as tatuagens - fez uma dancinha, comemorando que o garotinho estava virando um grande gostoso. Chegaram na frente dos pigmentos coloridos e trocaram um sorriso eufórico.

- Escolhe um rosa bem forte. E pega quatro caixas - foram as únicas exigências de Jimin.

Em casa, Jungkook tinha sentado entre Hoseok e Yoongi após mais uma ida ao banheiro. Namjoon e Seokjin não estavam na mesa também, o que o fez pensar no que estariam fazendo.

- Eu acho que vou pintar - falou. - M-Mesmo se não ficar bom.

- Se não gostar, é só raspar - Yoongi deu de ombros. Jungkook arregalou os olhinhos e negou com a cabeça bem rápido.

- De jeito nenhum! - respondeu, apavorado com a ideia.

- O hyung segura sua mão pra você não ter medo, Kookie - Hoseok disse, garantindo a segurança do mais novo. Jungkook deu um suspiro mais aliviado. É, se tivesse que raspar, seria melhor que o hyung estivesse lá.

Se aninhou no peito do Jung e lhe deu um beijinho no pescoço. O lutador ergueu seu queixo para selar seus lábios uma vez, simplesmente, mas o garoto não quis apenas aquilo. Pediu ao hyung mais um com um biquinho, e o mais velho alisou seu rosto com o dedão e o beijou mais demoradamente.

Yoongi rolou os olhos e desviou o olhar. Ver Jungkook com Taehyung tinha ficado tão comum que não lhe despertava mais nenhum sentimento ruim. E achou que estava tudo bem ver o garotinho com os outros da casa também, mas tinha percebido que não, desde o aniversário do mais velho da casa, quando o Jeon passou a manhã inteira grudado em Seokjin. A mesma sensação tinha se repetido boa parte da noite quando olhava o jeito que o hyung segurava a cintura dele.

Tinha um sorriso incrédulo no rosto ao notar que Hoseok e Jungkook estavam mesmo se beijando bem ali, como se estivessem sozinhos. Tentou corrigir o próprio pensamento imediatamente, uma vez que já tinha feito o mesmo algumas dezenas de vezes, mas entendeu que seu incômodo era maior porque gostava do mais novo. Então deixou uma risadinha desacreditada escapar pelo nariz e tomou um gole grande de cerveja.

- Preferem que eu saia pra dar mais privacidade aos dois? - comentou sarcasticamente apenas para interromper aquilo sem ser puxando o Jeon em sua direção. Sorriu ao ouvir o som da risada do mais novo.

- Até parece que você tem ciúmes, hyung - falou, esfregando as bochechas para que não ficassem tão vermelhas.

- É claro que tenho - resmungou, sentindo os braços do menino rodearem seus ombros.

- Não tem nem do Tae hyung, que é seu namorado, quanto mais de mim, que sou só... - esfregou o nariz na pele dele.

- Que só não namora ninguém porque não quer? - Yoongi completou a frase como achou que ela deveria ser. Jungkook riu de novo.

- Quer namorar comigo, hyungie? - perguntou num tom brincalhão e sedutor perto do ouvido do mais velho. Yoongi sentiu o estômago gelar.

- Para com isso, pirralho - continuou num tom resmungão. O garotinho riu mais uma vez e atacou o pescoço e a bochecha do mais velho com beijinhos estalados. Beijou Yoongi até ele finalmente lhe olhar.

Se sentiu tontinho ao encarar os olhos felinos do mais velho, tão cheio das coisas que o hyung não dizia. Fez beijinho de esquimó com o Min e viu um sorrisinho carinhoso surgir em seu rosto, semelhante ao que tinha, apaixonado. Então Yoongi lhe beijou antes que ele mesmo pudesse ter aquela iniciativa, acariciando uma de suas coxas mais rígidas por causa da calça justa.

Deu um pulinho de susto quando sentiu as mãos de Hoseok em sua cintura, e o olhou por cima do ombro curiosamente. O Jung o olhava com vontade. Jungkook quis se dividir em dois para dar atenção aos hyungs que a requisitavam tanto. Suspirou apaixonadamente e levou umas das mãos até a nuca do lutador, puxando seu rosto para mais perto e sentindo Yoongi lhe chamar com mordidinhas.

Sempre que aquilo acontecia, Jungkook sentia que não ia aguentar de tanto prazer, mesmo que os toques não fossem tão intensos a ponto de lhe dar tanto prazer sexual quanto uma transa dava. O prazer que sentia era mais confortável, assim julgava. O prazer de ter as pessoas que amava lhe amando de volta, do jeito que queria. O prazer de tê-las lhe amando do jeito que era.

O prazer gostosinho de sentir os hyungs disputando por seu corpo que, grande para aquela roupa, parecia pequeno para as mãos dos dois, que exploravam as partes que mais gostavam com um conhecimento muito apurado, de quem pensava em tocá-lo centenas de vezes; de quem já tinha feito aquilo centenas de vezes.

Sentiu o quadril de Hoseok tocando sua bunda e empinou, quase sentando em seu colo, e mordeu o lábio de Yoongi de um jeitinho que sabia que o hyung gostava. Uma de suas mãos tocava a dele, ainda repousada em sua coxa, e a outra segurava a camisa dele para que não se afastasse - um costume tão conhecido do menor que os hyungs até estranhavam quando aquilo não acontecia.

Namjoon tinha sido interrompido de entrar no jardim pelo braço do namorado, que, vindo em sua frente, tinha visto antes o que estava acontecendo. Seokjin decidiu sair dali por mais algum tempo, mas foi suavemente impedido pelo corpo do outro Kim, que o olhou quase pedindo permissão. Então se encararam por mais algum tempo, sem ceder.

- Vamos, não quero interromper nada - o mais velho falou baixo, pedindo que Joon saísse do lugar.

- Dono... - Namjoon disse no mesmo tom.

- Não, Namjoon. Vamos, agora - ordenou. O mais novo baixou a cabeça e Seokjin tocou a base de suas costas para fazê-lo andar. - Não fique com essa cara.

- É a única cara que eu tenho. - resmungou. - A casa é sua Jinnie. E além do mais, eles já se beijam o suficiente no resto do tempo.

- Está com ciúmes. - apontou em um tom óbvio, recebendo um resmungar incrédulo em resposta.

- Não é isso... É só... tentador. Ver eles daquele jeito. Eu quero o Jungkook - continuou a lamentar, caminhando para longe do jardim. Seokjin riu baixinho. Segurou o corpo de Namjoon e o empurrou com certa agressividade até o sofá quando chegaram perto dali.

- Você acha que o Jungkook ia querer você se visse que você não passa de uma cadelinha necessitada, Joonie? - a frase fez o mais novo arregalar os olhos, sentindo o coração acelerar na mesma hora. - Acha mesmo que ele ia te querer se soubesse detalhadamente do jeito sujo que minha cadela me serve? - insistiu, colocando as mãos para trás, esperando uma resposta. Se aproximou sutilmente do mais novo e o viu prender a respiração. - Diga a quem você pertence - ordenou.

- Ao senhor, dono - Joon respondeu imediatamente, sentindo as pernas tremerem e a garganta secar. Seokjin assentiu com a cabeça e sorriu ladino.

Foi até o submisso e segurou seu rosto com apenas uma das mãos antes de beijá-lo. Namjoon demorou ainda para reagir, desacostumado com aquele tipo de toque dentro de casa. Continuou com as mãos apoiadas ao lado do corpo, sem saber se tinha permissão para tocar Seokjin, tentando desorientadamente acompanhar o ritmo que seu namorado exigia.

Jin colocou um dos joelhos entre suas pernas, aplicando certa pressão em sua intimidade, o fazendo segurar um gemido e prender a respiração novamente. O dominador passou a mão livre pelo peito coberto de Namjoon e beliscou com certa força um de seus mamilos. Joon já queria chorar só de pensar na possibilidade de estar sendo atiçado daquela forma para ser deixado daquele jeito depois.

- Quem você quer mesmo? - perguntou um tanto irônico, levantando uma das sobrancelhas e mantendo o rosto do submisso erguido em sua direção.

- O senhor, dono. - respondeu, prontamente treinado para aquele tipo de pergunta. Ouviu uma risadinha melódica vinda do quintal e suspirou, lembrando do motivo de estarem naquela situação agora. - Mas... Eu quero o Jungkookie também. E eu estou sendo bonzinho pra que o dono abra exceções para mim.

- Você está sendo bonzinho porque foi adestrado por mim, cãozinho guloso - pressionou o joelho no meio das pernas alheias mais uma vez. - E continuaria bonzinho mesmo se eu não abrisse exceção nenhuma. Vai começar a me desobedecer se eu permanecer no não sobre o garoto, por acaso? - apertou o toque em seu queixo. Namjoon ficou quieto por um momento.

- Isso meu dono vai ter que pagar pra ver - respondeu com firmeza, mesmo sabendo que não era a forma mais adequada. Seokjin riu, começando a movimentar a perna em contato com o membro de Namjoon.

- Eu te garanto que isso não vai precisar acontecer - cerrou os olhos descendo a mão do queixo para o pescoço do submisso. Tirou a dogtag de dentro da blusa branca.

- Porque o senhor não vai permanecer no não? - tentou, sorrindo também, gemendo de vez em quando com o contato do joelho do mais velho.

- Porque se você é inteligente o suficiente pra saber que se andar na linha tem recompensa, também sabe que se sair da linha, eu corto seus agrados - corrigiu, fazendo o mais novo travar a mandíbula.

Desceu uma das mãos pelo ombro de Joon até segurar seu pulso, e direcionou um toque a sua cintura. Namjoon entendeu que podia e imediatamente puxou o corpo do hyung para mais perto do seu. Seokjin o beijou mais uma vez, sem parar de esfregar a perna contra a ereção formada do namorado.

Taehyung disse que não ia segurar, mas teve que fazê-lo mais algumas vezes. O chão da loja era, aparentemente, muito liso, e Jimin ainda caiu com a bunda no chão uma vez. Na volta para casa estavam ainda mais bêbados por conta das garrafas que tinham tomado na loja mesmo. O mais novo resolveu gravar stories no meio da rua, o que deu drasticamente errado por conta do Park se pendurando em seu corpo vezes seguidas.

Seu celular caiu no chão e a tela quebrou todinha. Os dois passaram algum tempo contemplando o aparelho quebrado no chão, então Taehyung o colocou no bolso e voltaram a caminhar em direção à Bangtan, como se nada tivesse acontecido.

- Eu já estava pensando em trocar mesmo - o mais novo comentou e deu de ombros.

- No seu aniversário? - Jimin perguntou, e Tae assentiu com a cabeça. - Acha que o Kookie vai querer passar o ano novo em casa com a gente ou com o tio dele? - quis saber sobre o pensamento do Kim.

- Espero que ele fique com a gente. Quero comemorar meu aniversário com ele - respondeu, e Jimin fez que sim também.

- Espero que ele fique com a gente pra sempre - comentou manhoso, chutando uma pedrinha na rua.

Assim que chegaram em casa, ouviram uma música alta muito animada do quintal. Taehyung reconheceu como uma das músicas que Yoon tinha produzido naquele ano para um girlgroup, e Hoseok e Jungkook estavam de pé fazendo a coreografia, acertando muitos passos para quem estava completamente bêbado.

Seokjin, também de pé, tentava acompanhar os dois que estavam, aparentemente, fazendo aquilo para lhe ensinar aquela coreografia. O mais novo dançava com um sorriso muito alegre e às vezes fazia as expressões sedutoramente fofinhas que as próprias meninas daquele grupo faziam ao performar.

Os meninos ficaram meio surpresos ao ver o mais velho da casa tão soltinho, mas o foco da atenção logo foi trocado, quando Kookie começou a saltitar de animação quando viu que os hyungs tinham chegado com a tinta e correu em passos curtinhos até os dois, enérgico para fazer aquilo antes que sua coragem acabasse.

- O que eu faço? Tenho que tirar essa camisa pra não manchar, certo? - perguntou, tirando a roupa mesmo sem a resposta. - Vai coçar e arder minha cabeça? Quanto tempo isso tudo vai durar até meu cabelo ficar rosinha? Eu vou ser o primeiro? - quase sem parar para respirar, continuou fazendo perguntas e mais perguntas. Quem prestou atenção na cena fofinha, deu risada.

- Sim, coelhinho, vamos ter que começar com você porque seu cabelo ainda é virgem - Taehyung respondeu apenas a última delas num tom arrastado, sentindo o coração derretido. Jungkook esboçou um sorriso safadinho com o próprio pensamento.

- E eu pensando que não tinha sobrado mais nada de virgem no meu corpo - falou. Jimin foi o primeiro a gargalhar alto e empurrar seu ombro. - O cabelo do Nie hyung também é virgem, ele vai depois de mim? - quis saber.

Taehyung e Jimin se entreolharam com os olhos arregalados.

- Jin hyung? - o mais novo dos dois perguntou para confirmar, e Kook assentiu freneticamente com a cabeça.

- Vai... Pintar o cabelo de rosa? - Jimin insistiu, estranhando demais aquela história, e o rapazinho continuou fazendo aquele gesto que acabou o deixando tonto.

- Nada é impossível para Jeon Jungkook - Yoongi quem falou, fazendo os recém-chegados entenderem de quem aquela ideia tinha sido.

- Você tem certeza disso, hyung? - Tae perguntou a Seokjin, que suspirou e sorriu de lado.

- Hoje eu comecei a... Abrir exceções - sorriu em direção ao Kim mais novo. - Mas preciso beber mais um pouco antes disso, então podem ir primeiro e eu já chego lá - ergueu uma garrafa cheia na direção dos três mais novos e tomou quase a metade de uma vez só.

Jimin e Tae continuaram paralisados por alguns momentos até que Kook tomou a iniciativa de puxar os dois para dentro de casa, ansioso para começar aquilo. Decidiu que não ia vestir outra blusa, apenas ficaria sem, e começou a resmungar e fazer biquinho a partir do momento em que os dois mais velhos começaram a pedir que ficasse quieto para que o Park pudesse aplicar o descolorante corretamente.

- Não quero ficar quieto agora. Hyung, me dá um beijo. Eu senti sua falta quando você saiu com Jiminnie - falou a Tae, que apenas olhava o processo do cabelo do mais novo já com uma camisa mais velha do que a que usava antes. - Jimin hyung - falou e tentou olhar para cima, para olhar o mais velho enquanto falava, mas ele colocou sua cabeça de volta no lugar, o que o fez bufar um pouquinho. - Hoseokie hyung estava tão duro na minha bundinha que eu quase pedi pra foder, mas Seokjin e Namjoon hyung vieram na hora e ele não quis mais. E eu fiquei coladinho no Yoongie depois, hyung está tão carinhoso comigo, acho que eu estou apaixonado por ele também... - contou tudo de uma vez, verborrágico, fazendo um bico manhoso no final. - Vocês acham que ele gosta de mim? - olhou os hyungs pelo espelho.

- Ele ama você, Kookie - Tae respondeu, risonho. Jungkook arregalou os olhos e puxou o ar com força, parecendo realmente surpreso com a informação que nem era exatamente uma novidade.

- Jura? Ele disse isso? Uau... - suspirou, se sentindo muito amado por saber que o mais velho também gostava de si. - E Jinnie hyung? Eu acho que também estou apaixonado por ele. Eu consegui convencer ele a pintar o cabelo hoje, vocês acham que consigo convencer ele a namorar comigo também? Hyung, minha cabeça está coçando - reclamou, levantando a mão para alcançar o couro cabeludo úmido, mas levou um tapinha que o fez instantaneamente recolhê-la. - Hyung! - chamou em tom de reclamação, acariciando a mãozinha como se o tapa tivesse doído de verdade.

- Eu vou pegar alguma coisa pra beber - Taehyung avisou, desencostando da bancada.

- Eu também quero - Jungkook avisou, e o hyung revirou os olhos; claro que queria.

- Você já bebeu o suficiente hoje, amorzinho - Jimin tentou parar, mas o rapazinho fez uma careta emburrada.

- Bebi nada - retrucou, e o Park suspirou, deixando o mais novo ganhar. - Hyung - chamou.

- Diga - o loiro respondeu.

- Nada - Kook disse.

Jimin ficou meio confuso e até parou de espalhar o creme nos cabelos escuros para, pelo espelho, prestar atenção na expressão vazia e, ao mesmo tempo, feliz que o garotinho tinha. Então voltou a fazer o que estava fazendo.

Seokjin chegou algum tempo depois, segurando uma garrafa de vodka muito gelada. Jungkook tomou alguns goles como se estivesse bebendo água, e as caretas que fez, após engolir e o queimor se espalhar por sua garganta, fizeram os hyungs rir.

- Hyungie - chamou Seokjin, o olhando com um biquinho pidão. - Me dá um beijinho só? Ninguém vai saber... - segurou a mão dele. Jin esboçou um sorriso e se abaixou para beijar a testa exposta do garoto. Kook o olhou entediado. - Na boca, hyung... - explicou, erguendo o rostinho.

- Não posso fazer isso, querido - Jin negou. Jimin trocou um olhar com o mais velho e suspirou.

- Pronto, bebê, agora você espera um pouco e depois vamos pro próximo passo - o loiro avisou, fazendo o garotinho desmanchar o bico num sorriso e levantar do banquinho em frente ao espelho do banheiro.

Jungkook saiu do cômodo saltitando e voltou ao quintal, os hyungs rindo quando o viram com o cabelo todo coberto do creme descolorante. Dançou um pouco com Hoseok e beijou Taehyung por muito tempo, até o Kim decidir que estava na hora de tirar. Os dois subiram mais uma vez, e Jimin tinha acabado de terminar de descolorir o cabelo de Seokjin.

O Jeonzinho riu tanto que seus olhos lacrimejaram quando viu seu cabelo amarelado no espelho. Deixou Jimin lavar com um shampoo matizador para clarear ainda mais, e só então Taehyung aplicou o pigmento. Seus olhos tinham o dobro do tamanho e sua boca estava aberta enquanto via todo aquele processo no espelho. Jin preferia rir de tudo, sabendo que surtaria se fosse parar para pensar.

Tae então coloriu os cabelos do Kim mais velho e os do Park, e o último fez aquilo nos seus. A garrafa de vodka estava vazia, e os quatro dentro do banheiro, extremamente bêbados. Jimin queria um tom pastel, então foi o primeiro a lavar a tinta mesmo que tivesse sido o último a colocar. Foi seguido por Seokjin, Taehyung e Jungkook, nessa ordem.

Quando começaram a secar os cabelos já tinha passado das três da manhã e Hoseok e Namjoon tinham ido pra cama, restando a Yoongi que recolhesse boa parte da bagunça do quintal e cuidasse dos outros, já que era o menos bêbado. Resolveu tirar algumas fotos e gravar vídeos deles falando besteiras que provavelmente seriam mais engraçadas ainda no dia seguinte.

- Jungkookie, seu cabelo! - Jimin comemorava após escovar as mechas vivamente coloridas do mais novo. Estava a coisa mais linda do mundo. O menino passava os dedos entre os fios com um sorriso torpe; também tinha adorado a nova cor.

- Ficou tão lindo, Kook - Tae tinha um biquinho apaixonado, sem pretensão de parar de olhar o rapaz tão cedo. - Você também, hyung! Parece até mais jovem - apontou Jin que tinha um sorriso convencido no rosto.

- Eu sabia que ia ficar bom - disse, sem mostrar tanta surpresa com o próprio resultado, nem com o do Jeon.

- Você parece um algodão doce, Jiminnie, deixa eu te comer? - Jungkook tinha um sorriso ladino no rosto que parecia ainda ainda mais travesso com os cabelos coloridos.

- Você parece um pirulito, Jungkookie, deixa eu te chupar? - Taehyung rebateu de braços cruzados, atraindo a atenção do garotinho, que gargalhou.

- O hyung pode fazer o que quiser comigo - flertou num tom manhosinho.

- Quem ainda aguenta umas cervejas? - Seokjin perguntou, mudando de assunto, após esticar a coluna, e os outros três o seguiram, saindo do cômodo.

Enquanto terminavam as últimas garrafas, Jimin sugeriu que brincassem de esconde-esconde - Jungkook riu, descobrindo que aquela era uma mania bêbada de seu hyung. Os outros três disseram que sim, e decidiram que quem procuraria primeiro seria o mais velho. Seokjin reclamou por algum tempo mas não conseguiu dizer que não.

Yoongi, que quietamente viu onde cada um havia se escondido, deu dicas sutis dos lugares e Jin rapidamente os achou. Os dois mais velhos nem controlaram as risadas das cabecinhas bêbadas dos menores que nem conseguiram raciocinar o motivo da brincadeira ter acabado rápido.

O próximo a procurar foi Taehyung, que achou que tinha sido o primeiro a ter a ideia de perguntar ao Min onde os outros estavam. Yoongi ajudou o namorado da mesma forma, e Tae foi imediatamente atrás de Jungkook. Quando o achou, ao invés de procurar os outros dois, resolveu ficar escondido junto, trocando beijos carinhosos e desajeitados por conta da quantidade de álcool que já tinham consumido. Os outros três mais velhos encheram os dois de palmadas e reclamações por conta da pequena travessura, e Tae teve que ser quem procurava novamente, dessa vez prometendo que seguiria as regras.

Os quatro brincaram até Seokjin cansar. O mais velho entrou em casa segurando uma das últimas garrafas de cerveja e sentou no sofá para terminar de beber, a camisa toda amarrotada, vários botões fora da casa e os pés sujos por conta da grama lá fora. Yoongi chamou o Kim mais novo para deitar também, mas Tae disse tantas vezes que não que, para evitar estresses, o hyung acabou indo sozinho pro quarto.

Os mais novos ficaram sozinhos no quintal aproveitando os últimos momentos da parte mais fria da madrugada, e Jimin, ao ver o hyung mais velho dormindo no sofá com a garrafa vazia quase caindo, correu até o próprio quarto - dando seu máximo para não acordar Hoseok - e pegou algumas canetinhas coloridas.

Os três fizeram vários desenhos no rosto do hyung, se controlando tanto quanto podiam para não rir alto, e nem perceberam quando Jimin foi o próximo a cair no sono, todo torto e encolhidinho ao lado de Seokjin. Taehyung e Jungkook não perdoaram: riscaram o rosto do Park com quase a mesma quantidade de bagunças no rosto do Kim.

Os dois que sobraram decidiram assistir ao nascer do sol. Foram ao jardim e deitaram juntinhos na grama fria, Jungkook ainda sem camisa desde a hora que havia tirado para pintar o cabelo.

- Kookie... - Taehyung chamou, sentindo a mãozinha do garoto acariciar a lateral de seu rosto. O Jeon respondeu com um murmúrio suspirado. - Você sabe por que a lua é branca? - perguntou, virando o rosto para olhar o mais novo.

- Não, hyung. Por quê? - ficou curioso. Taehyung sorriu olhando a lua desaparecer aos poucos.

- Porque tem um coelhinho moendo massa de mochi. Bem branquinho. Os dois - contou. Jungkook abriu um sorriso confuso antes de começar a rir da justificativa bêbada e sem sentido que seu hyung tinha dado.

- Um coelhinho? - indagou, estranhando. Tae fez que sim com a cabeça e o encarou por alguns momentos. Passou os dedos entre seus cabelos cor-de-rosa e o trouxe para perto até que se beijassem.

Jungkook suspirou, apaixonado. A mão do hyung acariciava sua nuca, os cabelos e uma parte das costas descobertas, o puxando para mais perto conforme a duração do toque aumentava. Ficaram ali no jardim até o dia clarear, e entraram em casa quando o sono bateu. O Jeonzinho deitou por cima dos hyungs no sofá enquanto esperava Tae fechar a porta e as cortinas e caiu no sono em dois minutos. Taehyung, vendo que não tinha mais lugares restantes no móvel, apenas deitou no chão e também dormiu facilmente.

Hoseok acordou sozinho na cama e estranhou, assim como Namjoon, não muito tempo depois. Assim que viram o estado dos meninos na sala e a bagunça que a casa estava em plena terça-feira, resolveram deixar do jeito que estava para saber o que Seokjin diria daquilo. O Jung simplesmente esquentou kimchi e colocou suco de laranja em dois copos, não demorando muito mais a levar para a sala, onde Joon o esperava.

Ligaram a televisão e começaram a assistir um reality show - tão dramático que era claramente roteirizado, o que os fazia rir -, e quando Yoongi viu a situação no momento em que chegou na sala, gargalhou silenciosamente e tirou uma foto dos quatro dormindo e os dois fazendo poses fofinhas para recordação. Sentou entre Hoseok e Namjoon, comeu uma colher do kimchi do prato de um e bebeu a metade do suco de laranja do outro.

Jimin, que tinha dormido no sofá, estava no chão, agarrado a Taehyung, que quase cobria seu corpo todo. Jungkook e Seokjin não estavam diferentes, as pernas curiosamente entrelaçadas, a cabeça do mais novo quase enfiada debaixo do braço do hyung, que dormia tranquilamente, sonhando com os dias em que seu cabelo ainda não era cor-de-rosa.

Então, o celular de Jungkook começou a tocar. Os que estavam acordados se entreolharam, numa guerra fria para saber quem ia pegar, do outro lado da sala, e Namjoon, com um suspiro, levantou e foi. Atendeu depois de uma risada após ver quem era no contato.

- Jungkook? - a voz de Seongguk chamou costumeiramente.

- Não, senhor Jeon. Jungkook está dormindo, aqui é o Namjoon - esclareceu e ouviu um som concordante do mais velho. - Quer deixar algum recado ou prefere que eu o acorde?

- Seria ótimo se você conseguisse acordá-lo, Namjoon-ssi - respondeu. Namjoon ficou parado no lugar por um tempo, mas acabou indo até o rapaz adormecido no peito de seu namorado, passando por cima dos dois outros abraçados no chão para remexer o corpo descoberto.

- Jungkookie, seu tio no telefone - avisou, afastando o aparelho do rosto.

- Hum? - o mais novo levantou a cabeça de forma alerta com uma careta dolorida, estranhando a claridade, o local em que havia dormido, o hyung a seu lado e a falta de roupas.

- Seu tio no telefone - repetiu, entregando o celular. Kook arregalou os olhos.

- O-Oi, padrinho - respondeu, tentando soar como se não tivesse acabado de acordar de ressaca, e o mais velho riu.

- Boa tarde, meu menino - cumprimentou. - Desculpe interromper sua soneca da tarde, não imaginei que tinha voltado com esse hábito mesmo após terminar a escola - disse antes de tudo. Jungkook franziu o cenho e tirou o celular da orelha para verificar o horário. Quase quatro e meia da tarde. Arregalou os olhos mais uma vez.

- P-Pois é... Tudo bem, eu já ia acordar mesmo... - mentiu, dando uma risadinha sem graça.

- Ah, certo, então. Só liguei pra avisar que acabamos de sair do avião - o Jeon pensou que seus olhos iam pular das cavidades. - Vamos passar no hotel pra deixar a bagagem e depois direto pra aí, ver você e conhecer seus coleguinhas - informou.

- Hoje?! - respondeu, espantado, desnorteado por um momento. - Tipo, a-agora?!

- Exatamente. Surpresa! - disse num tom de comemoração. - Eu não pretendia ligar antes, mas Mille achou melhor, talvez você tivesse saído com algum dos seus hyungs ou algo assim... Mas já que você está em casa, vamos matar a saudade hoje mesmo! - explicou.

Jungkook já tinha dado um pulo do sofá com o celular apoiado no ombro e começado a recolher as garrafas espalhadas pela sala. Os hyungs acordados se entreolharam.

- T-Tudo bem, tio, estamos esperando - avisou, tentando soar verdadeiramente bem, mesmo que estivesse desesperado. - Você vai trazer e-ela aqui ou ela vai ficar no hotel? - perguntou, tropeçando num sapato e não caindo por pouco.

- Vamos levá-la, Kook! - disse num tom contente.

- Ah, certo - concordou, dando mais uma risadinha desconcertada. A casa teria que ficar ainda mais arrumada. Pegou um saco de lixo grande e começou a colocar as garrafas que já tinha recolhido. - Então... Até d-daqui a pouco - se despediu.

- Até, querido - seu tio respondeu e desligou depois de alguns segundos. Soltou o celular na bancada da cozinha e começou a correr pela casa.

- Meu tio vem aqui! - foi o que conseguiu dizer para fazer os hyungs levantarem. Hoseok correu com a louça suja do almoço desajeitado para a cozinha e começou a limpar aquela área, suja da noite anterior também. - Hyung, acorda! - balançou Seokjin, que levantou e sentou no sofá num susto, olhando para os lados. - Meu tio chegou, está vindo aqui daqui a dez minutos! - falou.

Jin puxou o ar com força e ficou de pé. Não viu Jimin e Taehyung no chão, acabou tropeçando e quase caiu, mas rapidamente levantou e viu que tinha acordado o menor. Park também estava meio alerta, mas bem confuso.

- O que houve? - perguntou, grogue.

- Vamos receber visita, levanta agora e acorda esse moleque - disse às pressas, sem olhar nem no rosto do Park, meio mau humorado por ter sido acordado daquele jeito. Jungkook nem pode perder muito tempo babando no hyung quase descamisado, a bela ereção matinal marcada na calça social, a voz rouca, o rosto desenhado inchado de sono e os cabelos coloridos bagunçados.

Ah, claro. Tinham pintado os cabelos de rosa na noite anterior. A lembrança o fez engolir em seco, mas continuou juntando a bagunça da sala, tentando prosseguir e deixar o Kim mais velho lembrar sozinho daquilo.

- Jungkook, por que você não me avisou que seu tio vinha hoje?! - Seokjin perguntou num tom de bronca.

- Ele não vinha hoje! - retrucou. - Minha formatura é na sexta, eu não faço a mínima ideia do porquê de ele ter vindo justamente hoje! - choramingou, correndo até a área para pegar o aspirador e entregar a Yoongi. - Taehyungie, acorda! - chamou alto o mais velho e o cutucou com o pé.

- A coruja no vaso de vidro... Agghshmm... - murmurou incoerentemente. Jungkook tentou ficar bravo, mas apenas deu uma risadinha apaixonada.

- Acorda agora, hyung, meu tio está vindo pra cá, a gente precisa arrumar a casa... - mexeu no corpo do mais velho com o pé mais algumas vezes até que ele finalmente abrisse os olhos. - A gente precisa arrumar tudo agora... - reforçou.

- Não acredito que você me acordou aos chutes pra arrumar a casa - suspirou, desacreditado, e finalmente levantou.

- Puta que pariu! - uma exclamação na voz de Seokjin soou, e os demais se entreolharam desconfiadamente, sabendo que o hyung tinha visto a si mesmo no espelho. - Quem dos três fez isso?! - voltou à sala apontando o próprio rosto cheio de desenhos. Todos eles riram.

- Os três... - Jungkook respondeu travesso, achando engraçadinho suas iniciais em várias partes do rosto e no peito do hyung.

- Vai tomar banho, Nie. Você também, Jiminnie, está todo riscado também - Namjoon falou. Jimin franziu o cenho e olhou os outros dois mais novos acusadoramente. Eles riram e fizeram um high-five. - A gente vai arrumando tudo e depois alternamos a vez de ir tomar banho - decidiu. Seokjin suspirou meio estressado, sentindo a cabeça doer, e assentiu, indo ao próprio quarto.

Namjoon aspirava a casa enquanto Taehyung e Jungkook recolhiam a bagunça em sacos de lixo. Hoseok e Yoongi estavam na cozinha, o primeiro lavando toda a louça suja do dia anterior e o segundo cozinhando o almoço/jantar dos sete - e talvez o das visitas também. Jungkook subiu para limpar o próprio quarto e o banheiro onde Jimin tomava banho. Foi difícil realizar aquela tarefa, tendo em vista que o hyung de pernas e quadril bonito continuava provocando-o sutilmente com elogios e reclamações, simultaneamente.

Logo voltou lá pra baixo onde os hyungs ainda estavam empenhados em deixar tudo limpo. Assumiu a cozinha para Hoseok ir tomar banho e viu que Seokjin tinha substituído Namjoon também. Jimin limpava lá fora após colocar tudo que estava sujo dentro da máquina de lavar e Taehyung tinha ido tomar banho no lavabo dos fundos.

Assim que a refeição ficou pronta, Yoongi foi se banhar também, e só depois que a casa estava toda limpa, Jungkook decidiu tomar banho. Na mesma hora, a campainha tocou. Arregalou os olhos na direção dos hyungs espalhados na sala e na cozinha e seu coração acelerou. Não podia receber a família sujo e sem roupa!

- Vai, vamos dizer que você está no banho! - Seokjin sussurrou, indo na direção da porta, e Jungkook correu escada acima. Ouviu ainda quando tio cumprimentou o hyung e seu estômago gelou antes de um sorriso saudoso.

Tomou um banho de cabeça rápido e frio e vestiu um moletom com capuz por não saber o que seu tio ia achar do cabelo colorido. Pouco antes de sair, verificou se Vector ainda estava no quarto (por segurança) e resmungou um tantinho quando as únicas vozes abafadas do térreo pareciam ser de sua família, perguntando por ele. Fechou a porta e desceu descalço pulando degraus, a calça ainda grudando em seu corpo pelo banho recém tomado e as mãos suando frio pela correria e nervosismo.

Sua família o esperava na sala, e os hyungs tinham rostos um tanto perplexos. Os latidos de Millie o fizeram sorrir e ele se ajoelhou quando o tio deixou que a cachorrinha pulasse de seu colo e corresse em sua direção. A toy spaniel* cheirosinha e lacinhos nas orelhas bem escovadas foi segurada pelos braços de Jungkook e lambeu o rosto dele inteiro logo em seguida. Não demorou muito e a pobrezinha começou a chorar de saudades de seu antigo dono, algo que amoleceu os corações da sala e fez com que um suspiro apaixonadinho saísse dos lábios de Jimin.

- Meu deus, Jungkook, você comeu fermento?! - Seongguk perguntou, extremamente surpreso com o tanto que seu menino tinha crescido, e o rapaz sorriu ainda mais aberto, deixando Millie no chão para abraçar seu tio com tanta força que o fez tossir. - Da última vez que nos vimos você ainda tinha minha altura!

- Eu senti tanta saudade! - falou, rindo. O Jeon mais velho colocou a mão em sua cabeça e deu batidinhas gentis. - Tio Camille! - cumprimentou o outro tio, que olhava a cena com muito afeto, e que logo foi igualmente abraçado. O estrangeiro sorria, um pouquinho tímido. Suas bochechas rosadas acompanhavam um sorriso de quem estava verdadeiramente feliz por ver o garotinho da família bem e saudável.

- Poxa, Kook, seus coleguinhas me disseram que você nunca mencionou que eu era casado com Camille - Seongguk falou, e o menino sorriu amarelo na direção dos hyungs.

- Eles nunca perguntaram... - justificou, dando de ombros. - E eu meio que acabei deixando isso passar.... Desculpe, tio.

- Está tudo bem. - Camille respondeu, com seu coreano muito bem desenvolvido ao longo dos anos. Não se considerava 100% fluente depois de alguns anos sem prática, mas Jungkook já estava acostumado e eles se entendiam bem. - Agora... O que é isso que está escondendo aqui?

O homem de olhos gentis subiu uma mão para o rosto de Jungkook, tocando uma mechinha da franja que escapava do capuz. Jungkook acabou rindo de nervoso e olhou apreensivo para o padrinho enquanto Camille revelava a bagunça cor-de-rosa e as orelhinhas furadas.

Amava tanto o tio e era tão grato a ele que a mínima ideia de decepcioná-lo já era desesperador. Entretanto, Seongguk riu e deu um tapinha em seu braço.

- Finalmente! Estou há anos esperando você agir como um adolescente inconsequente que gasta o meu dinheiro com suas vontades não autorizadas! - todos riram daquele comentário, principalmente quando Kook suspirou, aliviado.

- Vocês todos combinaram os tons. Eu teria pintado o cabelo do seu tio antes se soubesse... - Camille lamentou, passando as mãos pela mecha de fios brancos no cabelo do marido. Seokjin riu, mais uma vez, aliviado que a tensão houvesse diminuído, mesmo que as perguntas tivessem aumentado.

- Vamos sentar! Os meninos estavam indo almoçar agora. - disse, colocando todos em movimento em direção a mesa de jantar, que não cabiam todos os presentes.

- Ontem foi a formatura do Jin, tio - Kook contou, agarrado aos tios enquanto caminhavam e a cachorrinha os seguia. - Acabamos comemorando até tarde. Teríamos almoçado mais cedo se soubéssemos que iam chegar hoje!

- Ah, não se preocupe com isso, meu bem. Ficamos felizes que esteja se divertindo. - o tio estrangeiro garantiu, sentindo-se acolhido naquele lugar.

Os mais velhos sabiam, desde o começo, que Jungkook estava morando em uma república para rapazes LGBT+ e que aquilo havia sido um desejo dele. E desde fevereiro, os mais velhos vinham esperando uma ligação de Kook em que ele assumisse namoro com algum deles, porque era a linha de pensamento mais lógico. Agora que estavam diante de outros casais, Camille se via um pouquinho mais acolhido, com o pensamento de que seu garoto estava em boas mãos, de toda forma.

Taehyung e Yoongi resolveram comer na bancada da cozinha, ainda participando das conversas e risadas quando o grupo na mesa assim conduzia. E depois, quando foi a hora de arrumar a bagunça da refeição, os hyungs incentivaram o mais novo a sair e passar um tempo com sua família do lado de fora da casa, enquanto eles limpavam tudo.

Jungkook parecia muito feliz, tinha um brilho diferente do que costumava ter no cotidiano. A cadelinha parecia muito feliz também, pulando pelo jardim e pedindo colo para Jungkook enquanto o Jeon mais velho a chamava de bebê e reclamava para seu esposo que teriam de mandá-la para o petshop mais uma vez.

- De todas as coisas que sei que o Jungkook esconde, essa definitivamente nunca tinha se passado pela minha cabeça. - Taehyung falou, parando ao lado de Jin, que analisava a cena em silêncio.

- Isso não faz muito sentido... - Jimin suspirou, também parando ali. Tombou a cabeça um pouquinho para o lado quando quando o estrangeiro tirou uma foto de Jungkook com Mille no colo. - Eles parecem muito... Íntimos.

- Quanto mais eu acho que sei sobre esse pirralho, menos eu sei. - Yoongi suspirou, passando por eles um tanto irritado e indo se jogar no sofá mais uma vez. Se sentia um pouquinho traído, depois de passar tantas noites em claro preocupado com a reação da família de Jungkook perante sua sexualidade para, no fim, ele ser "filho" de um casal gay.

- Não cabe a nenhum de nós julgar. É a vida dele, ele compartilha o que sentir necessidade de compartilhar. - Namjoon falou enquanto abraçava o namorado pela cintura e lhe dava um beijinho atrás da orelha, sorrindo ao cheirar seu cabelo recém colorido. - E além do mais, é como ele disse, nenhum de nós nunca perguntou.

- Eu acho melhor termos essa conversa em um lugar que deixe menos óbvio o quão incrédulos estamos todos com essa situação. - Hoseok avisou, deixando um beijinho na testa de Jimin conforme o puxava consigo também em direção a sala.

Toda aquela situação tinha mexido muito com a cabeça dos hyungs. Seongguk, diferente do que Jin pensava, já parecia estar na casa dos cinquenta, enquanto o tal Camille nem aos 35 parecia ter chegado. Pela intimidade, devia fazer uns bons anos que o casal estava junto e Kook parecia familiarizado com os dois. O nome da cachorrinha era o apelido do tio mais novo e isso também parecia ter feito uma baita confusão para alguns.

Camille beijou a boca de Seongguk e foi meio estranho, para os que espiavam, ver Jungkook inserido naquele cenário florido que claramente parecia uma propaganda de margarina estrangeira de pink money* em período de Pride*. O que também foi o suficiente para os demais se dispersarem antes de serem pegos ali.

Eram muitas perguntas. Mas quiseram deixar os visitantes a vontade para matar a saudade. Namjoon, entretanto, sentia o coração apertado. Sabia que aquela visita não tinha o significado apenas de matar as saudades que sentiam uns dos outros. E Taehyung ficou emburrado assim que Kook avisou que sairia para passear e jantar com os tios, então provavelmente chegaria tarde da noite.

Eles estavam levando Kook embora. Não estava na cara?

O menorzinho não parava de sorrir enquanto saltitava de um lado para o outro, procurando seus tênis mais novinhos, as chaves e o telefone, que tinham se espalhado por aí durante a arrumação de emergência. Nesse tempinho, os que restavam na sala assistindo televisão voltaram a ficar sozinhos com os visitantes. Jimin brincava melosamente com a cachorrinha, que era muito mimada e lembrava bastante o mais novinho da casa.

- Nós somos muito gratos por tudo que fizeram pelo Jungkook. - Camille disse, corando novamente. Mesmo que estivesse acostumado a falar com outros coreanos, sabia que aqueles eram amigos de seu sobrinho e não queria envergonhá-lo ao pronunciar alguma palavra errada. O braço carinhoso de Seongguk em sua cintura, porém, lhe dava mais segurança.

- Jungkook é muito doce, não nos deu trabalho nenhum. - Jin mentiu com um sorriso enorme, porque mesmo que as aventuras e preocupações naquele ano foram muito maiores do que o esperado, nenhum deles gostaria que houvesse sido diferente.

- Eu nunca vi ele assim. - o Jeon disse, olhando para o ambiente bem decorado e sorrindo. - Estava com medo de que a depressão de Kook e o auto-isolamento social se agravasse, uma vez que Eunna o deixaria sozinho... Sei que ele deve ter dado algumas dores de cabeça por conta disso, principalmente no período de adaptação.

- Tivemos medo de que ele se isolasse mais, uma vez que estava sendo praticamente forçado a vir para cá. - Mille acrescentou, todos os outros presentes agora olhavam atentamente para o que diziam.

- Mas, agora, vejo que mandá-lo para cá foi a melhor coisa. Nunca vi meu menino sorrindo assim, falando tanto! Por deus, ele furou mesmo as orelhas, Mille, você viu? - virou-se em um tom ainda surpreso e um tanto brincalhão para o marido.

- Sim, querido. Eu vi. E o cabelo está pintado também! - acrescentou, bem no momento em que o menino descia animado e saltitante mais uma vez. - Vamos aproveitar esse tom de rosa bonito que os seus hyungs lhe fizeram para comprar roupas novas?

- Eu vou ter que entrar naquelas lojas de grife de novo? - o menino resmungou baixinho, Jimin soltou o ar, incrédulo. - Vocês sempre ficam horas lá e no fim só levamos um par de meias!

- Os anos passam e você nunca muda, hm? Será que algum dia vou conseguir que você use uma Gucci? Oh! Podemos combinar com uma das roupinhas da Mille para o Ano-Novo! - Seongguk exclamou se abaixando com um pouquinho de dificuldade e chamando a cadelinha com com palminhas e beijinhos. - Vem pro papai, bebê! Diga tchau para os seus novos amigos, estamos indo!

Havia sido um final de tarde muito agradável. Os tios quiseram passear pelo centro de Gangnam e entrar em algumas lojas para fazer compras. Pensando no que tinha acontecido com seu casal de hyungs professores no meio do ano, Jungkook passou a reparar mais na forma como as pessoas olhavam para ele e sua família. Nos Estados Unidos aquele tipo de coisa costumava acontecer com menos frequência, principalmente seu tio sendo quem era, mas no centro comercial da Coreia do Sul, as coisas eram diferentes.

Jungkook percebeu os olhares alheios sobre os tios, que andavam de mãos dadas ao seu lado. O mais novo segurava a guia de Millie e seu padrinho mantinha uma mão firme no ombro do sobrinho, parecendo feliz e orgulhoso dele.

Quando entraram na primeira loja de grife, Kook sentiu-se em casa, com os dois. Fizeram muitas compras e no fim jantaram em um restaurante que o padrinho tinha feito reserva previamente. Kook não parava de sorrir, gostando de ser mimado pelos mais velhos e ouvi-los falar da vida que estavam levando nos Estados Unidos.

E quando chegou em casa, perto das duas da manhã, Jungkook fez o máximo de esforço para não acordar o restante da casa ao abrir a porta e colocar todas as sacolas de roupas novas para dentro do hall de entrada. Algumas luzes ainda estavam acesas, e supôs que os hyungs tinham deixado daquela forma por conta de sua chegada. Estranhou um pouco ao ouvir o barulho da televisão e foi até a sala, se surpreendendo ao ver que os seis outros moradores ainda estavam acordados.

- O que vocês estão fazendo? - perguntou, confuso, alertando alguns.

- Finalmente você chegou, eu já estava quase desistindo - Jimin falou um pouco baixo, esfregando os olhos por conta do sono. Jungkook franziu o cenho.

- Os hyungs não precisavam esperar por mim... Eu estava com meu tio e tenho a chave, não ia acontecer nada - balançou as chaves na mão, meio culpado por ter feito os mais velhos esperarem tanto.

- A gente sabia que você estava em segurança, bebê - Hoseok esclareceu. - Só ficamos acordados pra saber... Bem, pra saber-

- Pra saber se isso que aconteceu hoje à tarde foi uma pegadinha - Taehyung antecipou, sem querer filtrar o que gostaria de saber.

- Pegadinha? - o garotinho estranhou mais ainda.

- Entre todas as conversas que você teve com todo mundo, uma casa com três casais homossexuais, como você conseguiu não dizer que seu tio é literalmente casado com outro homem? - o Kim mais novo perguntou. Jungkook fez uma expressão de compreensão e abriu a boca.

- É só isso? Eu somente não achei que era tão importante assim - deu de ombros, colocando as sacolas no chão e indo sentar no sofá quase lotado.

- Pirralho, o jeito que você nos falou sobre sua sexualidade e que você ainda não tinha contado nada disso pro seu tio deu a entender que ele provavelmente não entenderia o seu lado e que você sofreria pelo menos um pouco com isso - Yoongi tentou esclarecer.

- Mas ele não vai mesmo entender completamente, hyung - concordou. Taehyung estalou a língua.

- Por deus, Jungkook, seu tio é gay!

- Exatamente, hyung. E eu não sou gay. Da mesma forma que nunca seria feliz do jeito que ele é com tio Mille num relacionamento fechado com apenas uma pessoa - explicou. A sala ficou em silêncio por um momento.

- Tá, mas esse não é o motivo principal de termos ficado esperando - Jimin lembrou.

- Era o meu motivo principal - Yoongi retrucou, mas o Park gesticulou com a mão para que o hyung ficasse quieto e recebeu um olhar ameaçador de volta.

- Você se sente confortável pra nos contar um pouquinho mais da história da sua família, amorzinho? Ficamos realmente curiosos... - o hyung pediu, tentando não invadir muito o espaço do mais novo. Kook deu de ombros e assentiu.

- Não tem nada demais, na verdade - fez pouco caso mesmo antes de começar.

- Realmente, pra você não deve ser nada demais lidar com seu tio gay, o marido estrangeiro dele, que é dez anos mais novo, por sinal, e sua cadela, que tem o mesmo nome do seu tio mais novo. Mas a gente ficou perdidinho - Taehyung o interrompeu, provavelmente o mais afobado do cômodo. Jungkook acabou rindo de um jeito fofinho.

- Tudo bem, eu conto tudinho - assentiu de novo. - Meu padrinho era professor numa cadeira do curso de relações internacionais da Universidade de Estudos Estrangeiros de Busan, ele tinha uns trinta e poucos anos quando minha mãe engravidou. Tio Camille era aluno dele e tinha uns vinte anos quando eles se conheceram, e eles me contam que se apaixonaram depois que o padrinho foi orientador de um seminário do tio Mille. Aí ele terminou a faculdade, eu nasci e minha mãe foi morar com eles, depois minha mãe morreu e eu fiquei até os treze só com eles dois. O padrinho conseguiu um emprego na Califórnia e eles decidiram se casar lá depois que me deixaram estável com a noona. Aí o tio Mille começou a trabalhar também e tio Seongguk começou a ganhar muito mais dinheiro quando abriu a empresa de cursos de cultura coreana nos EUA, que hoje tem uma parte de preparatório pras universidades daqui.

- Então eles dois estão juntos antes mesmo de você nascer - Hoseok deduziu e Kook fez que sim com a cabeça.

- E você não achou importante mencionar isso - Yoongi ainda estava tentando absorver aquela parte.

- Ai, hyung! É normal pra mim, okay? Se meu tio tivesse uma esposa vocês não estariam fazendo esse escândalo todo, então não tem motivo pra isso só porque ele tem um marido - cruzou os bracinhos.

- Okay, Kookie, você tem um ponto - Jin falou, concordando com o garotinho. - E a cachorrinha? - perguntou, ainda curioso sobre os nomes.

- Ah! - lembrou com o clique do hyung. - Quando os tios foram embora eu já frequentava psicólogos há um ano, e foi dito pra eles que meus sintomas de depressão podiam piorar com a decisão de ir, mas que com certeza iam piorar se eles tomassem a decisão de não ir por minha causa. Aí sugeriram que eu tivesse um animal de estimação pra não ficar tão solitário e tudo mais, e o tio Camille quem me deu ela antes de os dois se mudarem. Eu tinha passado alguns dias com muita raiva dele porque, na minha cabeça, ele ia levar meu padrinho pra longe de mim, mas quando eu ganhei a Mille nós fizemos as pazes e eu decidi colocar esse nome nela pra lembrar dele enquanto os tios estivessem longe - explicou.

- Mas ela veio com eles dos Estados Unidos hoje - Namjoon expressou um pouco de confusão.

- Pois é... Quando a filha da noona engravidou e foi decidido que eu ia mudar pra Seul, meus tios vieram arrumar tudo da dispensa dela e levaram a Mille porque não sabiam se a república que eu ia ficar era pet friendly, e elas geralmente não são - deu de ombros.

- Então além daquele babaca da sua escola ter quebrado seu coração e você estar lidando com mudanças drásticas e a pressão do último ano, você estava sem a cadelinha que ficou com você durante todo esse tempo sem seus tios? - Jimin tinha um biquinho cheio de pena e as mãos juntinhas no peito. Jungkook ficou quieto, analisando aquilo por um momento, então assentiu com a cabeça e deu um sorriso.

- Caramba, Jungkook - Hoseok tinha um olhar admirado em sua direção. - Eu não teria conseguido ser tão forte - disse.

- Ninguém é mais forte que você, hyung. - disse manhosinho, encostando a cabeça em seu ombro e sorrindo ao receber um carinho no joelho direito das mãos de Taehyung. - Eu passei, sim, por um tempo ruim no começo do ano. Tinha que controlar muito tudo a todo momento porque sentia que estava à beira de, literalmente, colapsar a qualquer momento - concordou com o hyung, ficando até orgulhoso de si mesmo por só ter entrado em surto de raiva uma vez naquele ano, e apenas no final dele.

- Poxa vida, Kook... Tinha tudo pra ser o pior ano da sua vida, né? - Namjoon tinha um bico parecido com o de Jimin. Jungkook assentiu, ainda sorrindo.

- E foi o melhor, hyung - abriu ainda mais o sorriso conforme falava. - Sem sombra de dúvidas.

Aquela semana estava passando muito rápido, assim como as duas anteriores. Dezembro estava sendo o mês mais rápido daquele ano, justamente o que o Jeonzinho queria que se estendesse como foi o mês de março. Na quarta, almoçou fora com os tios, na quinta, teve a ajuda de Seokjin para resolver tudo da formatura que ainda não estava certo.

Na sexta, acordou no mesmo horário que acordava quando ainda estudava porque estava ansioso. Tomou café com os hyungs e ficou de chameguinho com os dois na mesa do jardim, então deixou as roupas de mais tarde separadas e passadas - aquelas quem tinha escolhido foram os tios, na tarde de terça quando saíram para fazer compras. Verificou algumas vezes tudo que precisava e só então conseguiu relaxar um pouquinho.

Jogou videogame e fez, impulsivamente, algo que não devia com Taehyung. Almoçou e passou um tempinho com Jimin e Hoseok, cochilou na cama dos hyungs por ter acordado muito cedo e quando acordou já era hora de se arrumar.

Aquele momento foi um pouco menos conturbado, já que era uma formatura escolar e os hyungs não pareciam tão preocupados com a aparência quanto estavam no início da semana - exceto Jimin, que, além de se preocupar excessivamente com aquilo, também fez o mesmo pelo formando, fazendo os outros darem risadinhas com o baixinho de cabelos cor-de-rosa pilhado.

Mesmo nem tão arrumados, seus hyungs estavam muito bonitos. Ficou muito contente por estarem indo à cerimônia sem que ele precisasse nem mesmo pedir. Seokjin resmungava consigo mesmo do próprio cabelo de vez em quando e aquilo o fazia dar risinhos.

- Eu já disse que você ficou lindo de cabelo rosa, hyung? - quis garantir, abraçando o mais velho por trás, prendendo seus braços e apoiando o queixo em seu ombro.

- Já, Jungkook - respondeu num suspiro cansado. - Eu nunca vou conseguir um emprego se continuar com o cabelo assim - resmungou mais uma vez e começou a andar; o Jeon, porém, não o soltou e foi junto.

- Eu te fiz um elogio, hyungie, geralmente as pessoas agradecem e retribuem depois - provocou, olhando a lateral de seu rosto por cima dos cílios. Seokjin deixou uma risada escapar pelo nariz, entrando no próprio quarto, indo em direção ao banheiro.

- Pronto, Joonie? - chamou na frente da porta e deu batidinhas gentis. O outro Kim murmurou algo confuso e abriu a porta. Estava escovando os dentes e sorriu quando viu Jungkook agarrando Seokjin.

O mais velho entrou no banheiro e foi na direção dos frascos de perfume na prateleira acima da pia, e o Jeon teve que o soltar porque não queria um cheiro diferente de seu próprio perfume. Então sentou na beirada da cama de casal e ficou olhando pra dentro do banheiro, os dois hyungs terminando de se arrumar.

Namjoon veio ajeitando uma corrente no pulso, e Jungkook percebeu que era a pulseira que tinha dado de presente em seu aniversário. Ergueu os ombros e sorriu apaixonadamente quando viu que o hyung o encarava com o peso do corpo em apenas uma das pernas, despojadamente.

- Que lindo - comentou baixo com a voz fininha e as bochechas esquentaram sutilmente. Namjoon se aproximou e segurou sua cabeça para encher os cabelos de beijos. - Não faz assim, hyung... - Kook pediu manhoso, choramingando, mesmo que ainda estivesse sorrindo.

- Você que é lindo - respondeu apenas ao primeiro dizer, tocando a pontinha do nariz dele em seguida.

- Ouviu, Jin hyung? Namjoonie me elogiou de volta - falou mais alto, continuando a provocá-lo. Seokjin suspirou com um sorriso desdenhoso e revirou os olhos.

- Você vai com seu tio, Kook? - perguntou.

- Uhum. Ele já deve estar chegando. Eu levo dois hyungs com a gente também - sugeriu, o Kim mais velho entrando em seu campo de visão e chamando para fora do quarto com um gesto de dedos.

- Leve Jimin e Hoseok. Eles são mais simpáticos - Jin pediu, e o Jeon riu e assentiu brevemente.

O casal visitante chegou em pouco tempo, e a viagem até o colégio - que não precisava ser feita de carro mas foi mesmo assim - durou bem pouco. Os tios do Jeon quem o acompanharam na maior parte do tempo, como quando ele foi vestir a beca e quando foi subir no auditório para esperar toda a cerimônia. Todos os seis outros moradores da Bangtan se sentiram levemente enciumados, mas, por saber que aquele era um óbvio direito e dever do responsável por Jungkook, não falaram nada nem entre si mesmos.

O número de convidados do Jeon e a diversidade deles chamou certa atenção entre as pessoas que estavam lá, alguns olhares tortos direcionados à direção dos rapazes. A cerimônia não era tão duradoura, mas bem emocionante por inúmeras razões, principalmente para quem estudava naquela escola por mais de um ano - o que não era o caso do Jeonzinho. Da mesma forma, Jungkook ficou tocado com as palavras que o corpo docente da instituição os direcionava.

Mais tarde seu nome foi chamado para buscar o canudo com o diploma e suas bochechas acabaram ficando extremamente vermelhas com os aplausos da família dos outros alunos e os gritos de seus hyungs; a maioria filmava aquele momento, assim como seus tios. Ele acenou na direção deles e voltou ao lugar, na espera de todo mundo terminar.

Aquilo aconteceu não muito mais tarde, os formandos jogaram os capelos para cima e receberam mais aplausos e felicitações. Jungkook passou um tempo conversando com as poucas pessoas das quais tinha se aproximado mais durante o ano, estavam conversando de maneira animada e seu cabelo tinha virado assunto também, todos eles surpresos com a mudança radical poucos dias antes da formatura.

- Eu estava bêbado... - justificou com um sorriso tímido, sentindo os dedos de Yugyeom passarem por dentro dos fios rosados.

- Ficou bonito, relaxa - Jisoo elogiou com um gesto de calma e ele sorriu na direção da menina, agradecendo silenciosamente.

- O que vão fazer depois de sair daqui? - Eunwoo perguntou com o celular em uma das mãos. - Vai ter uma festa na casa da minha prima, ela se formou hoje também e vai todo o pessoal do colégio dela - convidou. Uma parte disse que sim, a outra começou a recusar.

- Você vai? - Yug perguntou ao Jeon.

- Nah... Não é meu tipo de programa - sorriu. - Vou passar o resto da noite com minha família - contou, e o amigo fez que sim.

- Já decidiu pra qual faculdade você vai? - quis saber, curioso e um tanto animado.

- Ainda não. Nem mesmo o curso - suspirou derrotado, sentindo-se envergonhado por ter de admitir aquilo em voz alta em sua plena formatura.

- Você vai encontrar algo que goste e te deixe feliz, relaxa. - o garoto garantiu, dando um empurrãozinho em seu corpo com o ombro. - Vamos manter contato, okay? Você é demais - sorriu, e Jungkook fez o mesmo, cordialmente.

- Claro. Você também. Obrigado por tudo - mostrou um punho na direção do Kim, que fez o mesmo, e os dois fizeram um toque.

Então deram um abraço confortável e demorado e soltaram com um sorriso amigável. Yugyeom acenou um tchauzinho e foi na direção da própria família, assim como Jungkook. Abraçou os dois tios pelo pescoço de uma só vez e sentiu carícias em suas costas. Percebeu que Camille segurava um buquê de flores do campo e agradeceu ao tio, o tendo nas mãos imediatamente.

- Com fome, meu menino? - seu padrinho perguntou, e o Jeon fez que sim. - Chame seus coleguinhas, eu fiz uma reserva em um restaurante perto do hotel - falou com um sorriso, e o menino gesticulou positivamente de novo. Foi saltitando até onde os hyungs estavam.

- Meu padrinho chamou vocês pra jantar com a gente. Ele ainda está chamando vocês de coleguinhas, acho que ainda não associou que eu vou começar o ensino superior em alguns meses - deu de ombros, sorridente. A última parte fez o estômago dos hyungs gelar, coletivamente. - Vamos? - chamou, vendo os seis meio desconectados, então uma série de confirmações.

No restaurante tiveram bastante privacidade e a comida era boa, o grande grupo se sentiu confortável todo junto. Foi uma das poucas vezes nas quais Jungkook gostou de ter toda a atenção, sendo mimado por todos os lados, mas principalmente pelos tios. Ganhou até mesmo um presente de formatura: um notebook novo. Os tios sabiam que o seu já tinha quase cinco anos e o Jeonzinho se recusava a pedir outro até que o primeiro parasse de funcionar.

- Jungkook, telefone pra você - seu padrinho avisou, entregando o celular ao mais novo. Kook arregalou os olhos quando viu quem era na chamada de vídeo.

- Noona! - abriu um grande sorriso, acenando. A mulher também tinha os olhos arregalados, mas o motivo da surpresa era outro.

- Jungkook, essa tinta sai com shampoo?! - perguntou, torcendo para que a resposta fosse sim.

- Eventualmente ela vai sair, sim, noona - respondeu no meio de uma risada.

- Ah, meu deus... Você está tão diferente desde a última vez, rapaz... - Eunna passou a mão na testa e deu um suspiro. - Como foi a formatura, querido? - perguntou, sorrindo emocionada.

- Tudo correu bem. Senti sua falta, noona, pensei que seria você a vestir minha beca - continuou sorrindo, dizendo aquilo de forma sincera. A mulher riu.

- Eu também pensei, Jungkook - ela admitiu. - Quando sua faculdade começa?

- Ainda não sei, noona - respondeu cordialmente, ainda um pouco incomodado com o assunto.

- Já está tudo pronto para sua mudança? Vai voltar à América com Seongguk agora quando ele for? - ela questionou. O sorriso de Jungkook falhou e seu olhar se perdeu por alguns segundos.

- Não, noona - acabou respondendo e forçando um sorriso pequeno. - A-Acho que ainda não.

- Mas ainda vai estudar lá, certo? - insistiu.

- E-Eu não sei, noona, ainda não saíram os resultados - respondeu correndo e engoliu em seco. - Você vai voltar para passar os feriados? - perguntou, mudando de assunto.

- Infelizmente não, querido. Gostaria muito de vê-lo no natal, estou com saudades! - ela respondeu. - Mas este vai ser o primeiro Natal do Sunan, tenho que ficar aqui.

- Entendi... Tudo bem, noona, embora eu esteja com muita saudade. Seria ótimo passar o natal com você - voltou a sorrir com naturalidade, ainda que fosse um sorriso diminuto.

- Eu torno a ligar, prometo! Agora, aproveite o resto da sua noite, Jungkook - acenou, se despedindo. O garoto fez o mesmo e mandou alguns beijinhos, então devolveu o celular ao tio.

Passou os olhos rapidamente pelo local e viu que tinha alguns pares de olhos focados em si, outros para qualquer outro lugar exceto seu rosto. Olhou o próprio prato vazio. O assunto mudou, mas não muito tempo depois, pediu para ir embora num tom de voz baixo ao olhar o padrinho, e o mais velho concordou imediatamente. Pagaram as contas - Seongguk quis pagar sozinho, mas os rapazes não deixaram - e voltaram aos mesmos carros.

Na frente da Bangtan, Hoseok e Jimin entraram primeiro para que o rapaz pudesse se despedir dos tios, que voltariam ao hotel.

- Vamos passar as festas em Busan, Jungkook - Seongguk avisou. - Você quer ir ou prefere ficar aqui? Não se sinta pressionado, querido, resolvemos isso fácil, vamos fazer o que for te deixar mais confortável - o Jeon mais novo pensou um pouquinho, em silêncio.

- Seria legal passar o natal em Busan - sorriu pequeno, e o tio o imitou.

- Certo. Vamos pegar o trem no domingo à tarde - informou. - Você vai ter que vir de lá pra cá sozinho, porque voltamos para casa direto do aeroporto de Busan, mas acredito que não será um problema - pensou em voz alta.

- Não, não - concordou. - Seokjin hyung com certeza irá me buscar na estação - sorriu ao constatar aquilo.

- Então está resolvido. Vamos nos comunicando até lá, meu menino - o mais velho sorriu.

- Claro - assentiu. Beijou a bochecha do padrinho e do tio e murmurou um desejo de boa noite aos dois antes de sair do carro com o diploma e o buquê nas mão. Entrou em casa e foi colocar as flores em um vaso com água. Não tinha ninguém em seu campo de visão, supôs que os hyungs já tinham ido a seus respectivos quartos.

Estava realmente apreensivo com o que havia acontecido no restaurante, envergonhado por nunca ter entrado naquele assunto antes. A verdade era que suas respostas à antiga tutora foram sinceras: não sabia de nada ainda. Honestamente nem gostava de pensar naquilo, mesmo que soubesse que aquele futuro estava mais perto do que longe.

Silenciosamente subiu até o próprio quarto e cumprimentou o Vector antes de começar a tirar aquela roupa. Ouviu batidas na porta e respondeu rapidamente, falando que podia entrar. Era Seokjin, o que o fez dar um sorriso pequeno, mas verdadeiro. O hyung fechou a porta e apoiou as mãos na cintura.

- E-Eu... Vou passar o natal com meus tios em Busan. Vamos viajar domingo e o hyung vai precisar me buscar na estação quinta-feira - avisou, sem parar de fazer o que fazia antes.

- Sem problemas. Me avise o horário quando souber - Jin respondeu tranquilo e os dois fizeram silêncio por um longo tempo, suficiente para que Jungkook tirasse os sapatos e trocasse as calças, sem vergonha de se despir na frente do mais velho. - Você pretendia falar aos meninos que vai se mudar? - o Kim quis saber. Jungkook respirou fundo, mesmo tendo quase certeza que era sobre aquele assunto quando o viu entrar.

- Não tem nada resolvido ainda - respondeu baixo. - Enquanto não tiver 100% de certeza, não vejo motivos para tocar no assunto, hyung.

- Bom, então, o que você acha de mencionar que a mudança é uma possibilidade? - mudou a pergunta.

- Eu vou contar para eles, não se preocupe. - disse no mesmo tom. - Me desculpe - pediu sem olhar o rosto do hyung.

- Está tudo bem entre você e eu, Jungkook. Mas peço que seja transparente sobre isso em algum momento antes da sua partida, porque sei que é inevitável que você vá embora em algum momento e talvez os meninos estejam confiantes na sua permanência. - falou, se aproximando do mais novo com as mãos no bolso. - Todo mundo aqui desenvolveu sentimentos fortes por você, sejam eles românticos ou não, e eu sei que você também. Então eu quero que saiba que ter essa conversa é o melhor jeito de amenizar a dor que vai ser quando tivermos que nos separar, seja lá quando isso for acontecer - disse num tom suave, temendo que alguma palavra pudesse magoar o menininho.

- Certo - disse e gesticulou uma confirmação.

- Os rapazes são inteligentes, tenho certeza que vão entender quando chegar a hora de falar sobre isso diretamente - o Kim tentou tranquilizá-lo. - Eles amam você tanto quanto você os ama, então não deixe para a última hora, sim? - sorriu com afeto, e Jungkook imitou, mesmo que ainda não estivesse feliz. Seokjin abriu os braços e o rapazinho foi a seu encontro, deixando o corpo ser envolvido pelo peito seguro e o cheiro gostoso do perfume que o mais velho tinha colocado anteriormente.

- Obrigado, Nie hyung - disse baixinho, um pouco menos tenso.

- Não estou fazendo nenhum favor, querido - acariciou os cabelos rosados. Jungkook levantou o rosto e eles se encararam em silêncio, o olhar do mais novo viajando por todo o belo rosto do hyung, especialmente seus lábios grossos avermelhados e os olhos cuidadosos. Seokjin aproximou o rosto e beijou sua testa antes de soltar o corpo do rapaz, o fazendo soltar também. - Boa noite, Kook - desejou, dando um último toque nas mechas coloridas.

- Boa noite, hyung - encarou os pés e esperou que o mais velho saísse do cômodo.

O sábado antes da viagem à Busan foi meio esquisito. Jungkook dormiu até tarde, tomou café da manhã na hora do almoço e passou um tempo com Namjoon na sala, aproveitando o calor dele contra seu corpo e os dedos entre seus cabelos enquanto usava as redes sociais e o Kim lia um livro.

Mais tarde subiu para arrumar uma mala com roupas para cinco dias e mais algumas coisas que pensou poder precisar para passar o tempo. Colocou os dois notebooks na mochila que usava para carregar as coisas do colégio, decidindo que configuraria o novo enquanto estivesse lá. Taehyung apareceu no quarto depois de um tempinho e ficou apenas observando, sentado no sofá pequenino.

- Você volta antes do ano novo? - o Kim perguntou meio baixo, parecendo apreensivo.

- Uhum, volto só um dia depois do natal - falou, sorrindo para tentar tranquilizá-lo sobre algo que também preocupava sua mente. - Não consigo mais ficar muito tempo longe dos hyungs - adicionou, olhando Tae de relance para saber se tinha conseguido fazê-lo sorrir.

- Bom saber disso - o hyung comentou sem olhar seu rosto, um sorriso mínimo. Jungkook suspirou, querendo esclarecer aquela questão.

- Hyung... - atraiu o olhar dele. - Eu sei que foi um tanto repentino o que minha noona me perguntou ontem, mas, como eu disse pra ela, ainda não sei de nada. Eu vou conversar com vocês quando estiver tudo resolvido, então ninguém precisa sofrer por antecipação - falou, querendo convencer a si mesmo daquilo mais do que outra coisa.

- Tudo bem. Não precisa se preocupar com isso - o Kim garantiu, sorrindo um pouco mais. - Quer jogar quando terminar isso aí? - apontou a bagagem com um gesto, e Kook fez que sim com a cabeça. - Te espero na sala - avisou e levantou, indo em sua direção e beijando os lábios macios com muito carinho antes de sair do cômodo.

Jungkook não lembrava de ter visto Hoseok e Yoongi naquele dia. Acordou um pouco mais cedo no domingo e lavou os banheiros sozinho após tomar café com Jin e Namjoon, deixando tudo pronto para sua partida em um instante. Se despediu de cada hyung individualmente por um tempo considerável quando recebeu uma mensagem de seu tio avisando que já tinham saído do hotel, e estava de chamego com Jimin quando o casal visitante chegou. Estavam de táxi, e Kook supôs que já tinham devolvido o carro à locadora.

A viagem de trem foi tranquila, uma playlist com as produções de Yoongi tocava nos seus fones de ouvido, e Millie dormia em seu colo como a boa garotinha que era. Quem estava esperando na estação era o antigo motorista da família, que dirigia quando Eunna não estava afim, e ele repetiu o ritual dos demais conhecidos familiares de comentar sobre a altura e o desenvolvimento físico do menino.

Foi estranho passar pelas ruas de Busan de carro com os tios, principalmente quando o percurso se tornou o mesmo de sua antiga escola. Tentou imaginar como teria sido seu ano caso tivesse passado-o sozinho, no apartamento grande demais dos tios e com a presença exclusiva da cachorrinha e dos funcionários da família.

Ele certamente não estaria tão feliz e tão pouco com os cabelos coloridos e as orelhas furadas. Tão pouco acreditava que teria aprendido tanto a se virar, uma vez que em Busan seus tios provavelmente impediriam que ele cozinhasse a própria comida ou lavasse as próprias roupas, contratando pessoas para cuidar daquilo por ele. E a sensação de que haveriam tantas pessoas estranhas ao seu redor, chegando dia após dia apenas para garantir que ele se mantivesse alimentado e que saísse da cama pelo menos uma vez no dia era deprimente.

Agradeceu internamente pelo padrinho ter sido tão insistente com sua mudança para Seul e, principalmente, para que ele dividisse um alojamento com outros estudantes. Apoiou a cabeça no ombro de Seongguk e sorriu para Camille quando entraram no bairro em que se localizava o prédio.

Sabia que o antigo argumento "Seul possui as melhores escolas, que podem lhe preparar melhor para os vestibulares" tinha sido mais uma desculpa para que ele entrasse em contato com uma rotina mais agitada do que sua a cidade turística natal era capaz de oferecer, e uma risadinha acabou escapando. Seus tios realmente tinham pensado em tudo, até mesmo para sua readaptação quando uma mudança de cidade se tornasse inevitável.

Desceram na garagem e tiveram a ajuda do motorista para subir todas as malas até o apartamento. Jungkook precisou rir quando viu que Millie tinha sua própria malinha de roupas e acessórios, que inclusive combinava com o lacinho pink que ela ostentava naquele dia. Fez um caminho natural até seu antigo quarto, mas surgiu um biquinho surpreso quando lembrou, encarando o cômodo deserto, que toda a mobília estava em Seul, na Bangtan. Deu uma risadinha e seguiu até o quarto onde Eunna costumava dormir, que estava arrumado de forma neutra, como um quarto de hóspedes.

Desfez a mala e colocou os objetos espalhados de forma organizada na pequena mesa no canto do quarto. Millie acompanhou sua arrumação deitadinha no meio da cama, comportada, ainda morrendo de saudades do Jeon mais novo, quase não saindo de perto.

- Seu lacinho combina com meu cabelo, Millie - Kook sorriu ao constatar aquilo enquanto acariciava as orelhas macias da cachorrinha. Ela fez uma expressão parecida com um sorriso, quase mostrando entender o que Jungkook tinha dito. - Você vai dormir comigo hoje? Eu senti sua falta, princesa... - beijou o topo da cabeça dela.

Quase anoitecendo, foi passear com a cadelinha pela vizinhança, sorrindo nostalgicamente a todo momento. Tirou fotos e mais fotos dela contra o pôr-do-sol, elogiando o trabalho dela como modelo e deixando que ela descansasse em algum gramado de tempos em tempos. Viu alguns rostos conhecidos, mesmo que não tivesse falado nunca ou muito pouco com as outras pessoas que moravam por ali.

Voltou para casa e hidratou Millie assim como a si mesmo, observando a mesa do jantar sendo posta e nem hesitando em ir ajudar. A mais velha das funcionárias ainda reclamou com o garoto, dizendo que deixasse o trabalho para lá e fosse esperar quieto, assim como os tios, mas Jungkook estava apenas há algumas horas fora de casa e já sentia saudade de se ocupar com aquele tipo de serviço - algo que nunca achou ser possível.

O jantar da cadelinha foi servido ao mesmo momento que o do resto da família, e o Jeonzinho cogitou a possibilidade de Seongguk, mimando a pequena do jeito que mimava, fazê-la comer na mesa, mas aquilo não aconteceu. A comida estava gostosa, e ninguém deixou de elogiar, o Jeon mais velho principalmente, saudoso da comida de casa e reclamando que nos Estados Unidos ninguém sabia fazer igual, nem mesmo os coreanos que moravam lá.

Ao final da refeição, o impulso do mais novo foi, novamente, ajudar no serviço doméstico, mas levou tanta reclamação que findou cedendo. Percebeu pela primeira vez que havia uma máquina lava-louças na cozinha da casa onde tinha morado desde que lembrava e mandou uma mensagem no grupo da Bangtan, perguntando o motivo da república também não ter uma daquelas. Seokjin respondeu dizendo que aquilo era coisa de gente preguiçosa, e Jungkook retrucou, dizendo que o aspirador, que o Kim tanto gostava, também era.

Acabou gargalhando enquanto trocava mensagens com eles, e chamou a atenção do padrinho, que, curioso, perguntou o quê era tão engraçado, e Kook contou imediatamente, percebendo que não era assim tão engraçado para quem não convivia com os outros seis. Aquilo o fez sorrir com afeto, se sentindo parte de algum lugar, finalmente.

Seus tios, ainda com um pouco de jet lag, avisaram que se recolheriam cedo e que iam levar Millie à praia antes do almoço do dia seguinte, pedindo que o Jeonzinho acordasse cedo se quisesse ir também. Abraçou o casal individualmente e ganhou beijinhos de boa noite antes de entrar no quarto. Ainda ligou o notebook novo, testando algumas funções básicas antes de colocar os dois computadores, assim como seu celular, para carregar a bateria.

Millie dormiu de seu lado e o acordou latindo, mais cedo do que ele esperava ser acordado. Ela parecia saber que aquele seria um dia diferente, o rabo fofinho começando a abanar freneticamente quando Jungkook mostrou que tinha acordado. Ela foi pra seu colo quando chamada, e Kook foi encontrar os tios na cozinha com a cadelinha no colo. Camille estava olhando dois maiôs pequeninos, um com estampa de bananas e outro de bolinhas lilás. O Jeon mais novo teve que rir daquilo.

- Bom dia, meu menino - Seongguk cumprimentou quando viu que o sobrinho tinha acordado e foi em sua direção beijar a lateral de sua cabeça. Millie ganhou um carinho nas orelhas também.

- Bom dia, padrinho. Bom dia, tio Mille - chamou a atenção do outro, que finalmente lhe olhou e sorriu. Fez um carinho breve nos cabelos rosados do sobrinho. - São pra ela? - indicou as roupinhas com um gesto de cabeça.

- Sim! Estava ansioso pra provar esses dois nela, são novos, comprei exclusivamente pra viagem - Camille contou, orgulhoso, e Jungkook riu mais uma vez. - Qual você quer usar hoje, bebê? - perguntou enquanto tirava a cadela dos braços do Jeon mais novo e a colocava de pé na frente dos maiôs. Millie cheirou o que tinha bananas, e aquele foi o veredito.

- Ótima escolha, esse é lindo - Kook elogiou, ainda risonho, apoiando as mãos na cintura. O tio vestiu a roupa de banho na cachorrinha e trocou o laço rosa em sua cabeça por dois amarelos, menores. Ela parecia adorar ser embonecada daquele jeito.

A família fez a primeira refeição e não demorou muito mais a sair de casa, Seongguk dirigindo o carro daquela vez. Comentou que já estava na hora de Jungkook aprender a dirigir, e o menino ficou todo nervoso, olhando fora da janela aberta. A praia não estava tão cheia, mas havia sim algumas pessoas aproveitando a manhã ensolarada, bem como outros animaizinhos.

Por mais que o padrinho tivesse reclamado, Kook estava vestido de preto, uma t-shirt de algodão e um short de tactel. Quando Camille e Seongguk tiraram as roupas, o Jeon mais novo quis sumir, não por vergonha dos tios mas pelo que eles tinham feito: as sungas combinavam com o maiô de Millie. Somente respirou fundo e colocou óculos escuros no rosto.

A cadelinha estava calma até o momento que o mais novo resolveu tomar um banho com ela; começou a abanar o rabo e pular na direção das pernas de Kook. O Jeon tirou os laços de sua cabeça e a levou para brincar na água salgada, e por mais que já fosse uma adulta, Millie ficou muito feliz lá dentro. Jungkook também brincou de correr com ela na beira da água e a imitou quando ela chacoalhou o corpo para tirar o excesso de água dos pelos.

Seu tio insistiu em tirar uma foto dos dois molhados, ainda reclamando um pouquinho porque nem daquela forma o menino tirava a blusa. Jungkook acabou gostando da foto, dele com os cabelos molhados e todo sorridente ao lado de Millie, e enviou pros hyungs.

Ficaram até um pouco depois do meio-dia, quando sentiram fome, e o almoço já estava servido quando voltaram para casa. Kook pediu aos tios para montar pelo menos uma árvore de natal, visto que a casa não parecia preparada para as festividades do dia seguinte, e foi ele mesmo quem o fez, após ela ser devidamente limpa por um dos funcionários da casa para que a poeira não atacasse sua rinite. Teve um tempinho antes do jantar depois de terminar aquele trabalho e começou a transferir os arquivos do notebook antigo para o novo.

Depois de fazer sua terceira refeição, avisou aos tios que estaria no quarto jogando. Fez uma chamada com Taehyung no Discord* e os dois jogaram Fall Guys* na live especial de natal do streamer, e ainda ficaram apenas conversando um pouco depois de acabar. Foi dormir logo logo, enfadado do dia diferente.

A manhã do dia seguinte, véspera de natal, foi tranquila. Dormiu até mais tarde, seus tios tinham ido visitar alguns conhecidos de Busan e levado Millie para passear de carro. Os mais velhos voltaram com fast food e Jungkook nem escondeu o quanto ficou feliz com os mimos. Depois de comer dois hambúrgueres e muitas batatas fritas, teve estômago para jantar e ir ao shopping com a família, onde tomou sorvete e ganhou um presente de natal do tio Camille: um Nintendo Switch.

Prometeu que não ia passar a madrugada inteira jogando, e cumpriu a promessa, mesmo que parcialmente - jogou até umas três. Acordou meio tarde no dia seguinte, almoçou e passou boa parte do dia terminando de transferir tudo de um computador para o outro. Resolveu que ia formatar e talvez vender o mais antigo, já que ainda estava em ótimas condições por saber cuidar muito bem de tudo.

Passou um tempinho jogando no Switch, tentando acostumar com os comandos diferentes do controle do PlayStation de casa. Já escurecendo, saiu para passear com Millie como tinha feito no primeiro dia. Ela já estava bem cheirosinha, tinha ido tomar banho no dia anterior, e Jungkook simplesmente sabia que ela usaria uma roupa natalina naquela noite.

Não deu outra. Camille esperava os dois no terraço, usando o celular. Sorriu quando os viu chegar e pegou a cadela no colo enquanto entrava em casa seguido do sobrinho. Jungkook tomou um banho e vestiu um conjunto de moletom branquinho. Millie estava com um vestidinho que imitava a roupa do papai noel, e um pequeno chapéu adornava sua cabeça, estava uma gracinha.

O jantar daquela noite tinha sido preparado na parte do dia, Seongguk tinha dispensado os funcionários para passar o natal com suas respectivas famílias, e Jungkook foi quem tomou a iniciativa de arrumar a mesa com tudo que havia sido feito. Os três comeram bastante - assim como a cachorrinha, mesmo que uma comida diferente - e foram tomar um vinho na sala de estar. O Jeon mais velho estava entre o marido e o sobrinho, e a princesinha deitada em seu colo.

- Querido... - chamou a atenção de Jungkook. - Sei que é horrível cobrar sobre esse assunto insistentemente, mas nós precisamos resolver o que vai ser do seu futuro - falou. O menino suspirou e tomou um gole do vinho. - Eu quero ouvir o que você quer fazer. Não sobre um curso, mas sobre o que você realmente quer fazer - pediu, acariciando as costas de Millie.

- O pior é que eu quero começar a faculdade ano que vem, mas não me sinto totalmente satisfeito com nenhum curso que já achei até então. Eu até pedi ajuda pros hyungs, eles me contaram um pouco sobre os cursos que eles fazem, mas nenhum realmente me chamou muita atenção - contou. Estava honestamente frustrado.

- Vamos com calma então, meu bem. Me diga onde você quer estudar - o padrinho pediu. Jungkook negou com a cabeça.

- Eu acredito que vai depender do curso que eu escolher, tio. Para a maioria dos cursos, as universidades de lá são mais renomadas, mas também existem cursos onde o prestígio é maior nas daqui - explicou, mesmo sabendo que o mais velho sabia. - Mas eu tenho algumas favoritas... Gosto da Nacional lá em Seul, é perto de casa e uma das melhores do país. Também gostei da KAIST quando fiz algumas pesquisas, mas ela não é em Seul, então eu resolvi descartar. As minhas favoritas na Califórnia são a USC e a Caltech. Não que eu tenha muita esperança de entrar na Caltech, claro - falou, pelo que deveria ser a primeira vez em voz alta sobre aquele assunto, e riu meio depreciativo com sua última frase.

- A KAIST e a Caltech são focadas em cursos voltados para a área de tecnologia, é o que você quer? - Camille perguntou.

- Eu gosto disso - deu de ombros. - Eu somente não me vejo fazendo cursos na área de saúde, educação e comunicação. De resto eu gosto, sabem? Linguagens, humanas, exatas, artes, tecnologia... - foi exemplificando. - Eu espero realmente entrar na Nacional e na USC. Acho que a Nacional vai ser mais difícil, por conta da forma de classificação, que é uma prova. A entrada na USC é baseada em desempenho escolar, e o meu foi muito, muito satisfatório esse ano.

- Você aplicou para as UCs? - Seongguk perguntou e Jungkook deitou a cabeça no ombro do tio.

- É claro que sim. Achou mesmo que eu ia esquecer logo a que você trabalha? - riu um pouquinho e sentiu um beijo nos cabelos rosados.

- A UCLA é pública, recebe fundos de pesquisa do governo, a USC e a Caltech não. E você ia ter bem mais conforto na UCLA já que não precisaria morar no campus. Por que ela não é uma das suas favoritas? - perguntou, realmente curioso sobre aquilo.

- Bem... Na USC eu não seria o único estrangeiro de forma alguma - riu um pouco. - É uma faculdade que propõe interdisciplina, e como eu ainda não decidi sobre meu curso, acredito que seria bom procurar por isso. E a Caltech ser muito concorrida é, provavelmente, o que me faz gostar muito dela. Ela é uma universidade pequena e muito prestigiada, seria muito interessante pro meu currículo independente do curso - explicou. O tio fez que sim com a cabeça.

- Seus pontos são verdadeiros - concordou. - Conhecendo esse sistema como conheço, acredito que suas chances de passar na Caltech são muito baixas - alisou a coxa do sobrinho, querendo consolá-lo, e aquela notícia não abalou o rapazinho pessimista. - Nós vamos considerar suas três favoritas, meu menino. Claro, eu tenho preferência pela UCLA - se gabou, arrancando uma risadinha dos outros dois. - Mas sei que vou ficar feliz com sua escolha final.

- Padrinho... - o mais novo chamou. - Há uma coisa... - falou, um pouco inseguro. - Mesmo que eu queira começar a faculdade, e-eu não sei se estou pronto para sair da Bangtan ainda - continuou. - Então... A Nacional é, com certeza, a minha primeira escolha, se eu entrar. Eu sei que nosso combinado desde que vocês se mudaram é nível superior nos Estados Unidos, mas- mas eu realmente gosto daqui, gosto de Seul e dos hyungs, eu não quero ir embora em fevereiro - procurava no rosto dos tios algum sinal de raiva ou decepção, mas viu os dois trocarem um olhar e então surgir um sorriso sutil.

- Tudo bem, menino - respondeu e riu brevemente. - Os resultados saírem no começo do ano não necessariamente significa começar as aulas no mesmo período. Se você entrar na Nacional, não vejo o porquê de não o deixar ficar na Bangtan. Acho que aqueles rapazes cuidam de você até melhor do que eu - brincou, fazendo o garoto suspirar relaxado. - E é possível optar sobre sua lista de entrada favorita nas estadunidenses. Se você entrar em alguma e quiser ela, no ato da matrícula é só optar pela segunda lista, a de agosto. Você fica por mais sete meses na república, eu continuo pagando o aluguel sem o menor problema - sorriu ao ver o sorriso do sobrinho crescer também.

- O-Okay... Isso seria bom... - concordou com as sugestões e alisou o pelo de Millie. - Obrigado, padrinho - pediu, e o mais velho soltou mais uma risadinha.

- Não há de quê, meu menino. Vou procurar fazer o que te deixar mais feliz, sempre - beijou as mechas coloridas do sobrinho.

- Você tem alguma ideia sobre o seu ideal de trabalho, Kook? - Camille quis saber, interessado na parte dos cursos.

- Não - respondeu diretamente.

- Quais matérias você gostava mais de estudar? - perguntou, mesmo que tivesse tentado fugir daquela pergunta.

- Tio, como eu disse, isso é difícil - riu. - Geralmente as pessoas têm um favorito entre matemática e história, por exemplo, mas eu adoro os dois. Além disso, adoro literatura também - deu de ombros e tomou mais um gole.

- Das ciências humanas, você realmente gosta mais de história?

- Hm... É que se o assunto é subjetivo, eu prefiro o que há de mais novo - tentou falar o que pensava, mas os mais velhos ficaram em silêncio. - A matemática, por exemplo, tem regras. Elas não vão ser mudadas nunca, tudo sobre ela já está descoberto e há um jeito certo e errado de fazer tudo. Na história sempre vão haver manipulações e divergência de opinião, e me confunde um pouco, porque a história existe desde que o mundo é mundo e tem realmente muita coisa a ser discutida. A sociologia é uma ciência mais nova, a abrangência de assuntos subjetivos é menor do que na história, e por isso eu diria que é a ciência humana pela qual eu me interesso mais - foi falando tudo devagar, dando espaço até para si mesmo compreender o que falava.

- Entendi. Então, sociologia e matemática? - Camille começou a refletir.

- Uhum. Talvez literatura também... - lembrou. O estrangeiro assentiu.

- Você já pensou em cursar economia? - trocou um olhar com o mais novo e então o marido.

- Nunca - fez que não com a cabeça.

- Então acho que seria interessante pesquisar mais sobre - sugeriu. Kook sorriu leve e assentiu.

Ficou com aquilo na cabeça até a garrafa de vinho acabar e mesmo após os tios avisarem que iam deitar. Desejou feliz natal aos dois, também mandou uma mensagem falando a mesma coisa pros hyungs, e começou a pesquisar sobre o curso de economia. Descobriu que, curiosamente, era um curso de ciências humanas, não exatas, e a grade curricular que viu lhe interessou bastante.

Descobriu que um economista não só era a pessoa que investe, como faz um contador, mas também a pessoa que vê soluções criativas e sai da zona de conforto sobre aquele assunto, de acordo com pesquisas independentes e projeções do mercado financeiro. Acho que, dentro disso, se sairia bem, uma vez que se mostrou ser bom em gerenciar o próprio dinheiro e também bom em solucionar problemas daquele cunho, e foi dormir sorrindo por achar algo que se aproximava de seus ideais de estudo.

No dia de natal, resolveram ir à praia novamente, e Kook tirou a camisa por alguns momentos para não permanecer tão pálido. Jogou no Switch ao voltar para casa e continuou pesquisando cada vez mais sobre o curso de economia, se surpreendendo ao ver as ramificações as quais poderia seguir dentro daquela formação. Começou a arrumar a mala para voltar à Seul no dia seguinte, recebendo todas as roupas que tinha usado anteriormente limpas, passadas e dobradas.

Ficou tanto tempo quanto conseguiu com Millie e os tios, aproveitando a companhia da família durante toda a manhã e uma pequena parte da tarde após o almoço. Se despediu dos tios com abraços longos e apertados na estação de trem, querendo que o próximo encontro não fosse tão demorado, e encheu a cadelinha de beijos, que foram retribuídos com as lambidas que faziam cócegas. Mandou uma mensagem para Seokjin quando entrou no trem, jogou videogame e cochilou durante a viagem.

Já da janela, procurou algum rosto conhecido na estação e viu que Seokjin o esperava sentado. Sorriu ao ver os cabelos coloridos e foi coletando os pertences enquanto o trem parava. Desembarcou e foi direto onde o mais velho estava, lhe olhando de longe com um sorriso amável. Deixou a mala sozinha por um momento para abraçá-lo, sentindo cheirinho bom de casa.

- Saudades, querido? - o mais velho perguntou, alisando suas costas, e Jungkook apenas murmurou um "uhum" prolongado, sem soltar dele.

- Veio mais alguém ou só você, hyung? - quis saber, indo buscar a mala, começando a caminhar para que o Kim entendesse que queria ir.

- Não, eu saí escondido, senão todos eles iam querer vir - explicou, colocando um braço por cima dos ombros dele, e Kook riu. - Como foi em Busan?

- Foi divertido. Eu fui à praia, brinquei muito com Millie - contou.

- Pegou até uma corzinha, hm? - notou com um sorriso brincalhão, passando o indicador nas bochechas coradas e as pequenas sardinhas que pintavam ali.

- Uhum. Eu já estava quase transparente, hyung - riu. - Como foi lá em casa sem mim? - perguntou com os olhinhos brilhando; Seokjin riu. Os dois entraram no carro.

- Eu ouvi tanto seu nome que estava até sentindo sua presença lá - falou, ainda risonho. - Jungkookie pra lá, Jungkookie pra cá, estou com saudades do Jungkookie, o Jungkookie ia gostar desse filme, guarda um pedaço da torta pro Jungkookie... - foi exemplificando, e o garotinho riu, se sentindo amado.

- Espera, vocês guardaram torta pra mim? - a pergunta fez o hyung rir mais uma vez, começando a dirigir em direção à república.

- Joonie fez uma bem grande pro natal, guardamos bastante pra você - respondeu, e o garoto bateu palminhas.

- Eu conversei com meus tios sobre aquele assunto - contou ao hyung, que pareceu pensar um pouco.

- Sobre a faculdade? - questionou, e o rapaz fez que sim. - Que bom que fez isso, Kook. Eu adoro estar presente pra ver o quanto você amadurece todo dia - sorriu, orgulhoso. Jungkook também se sentiu daquele jeito sobre si mesmo.

Quando chegou, avisou num tom de voz alto que estava em casa. O primeiro a vir correndo foi Taehyung, que o abraçou com um sorriso e selou seus lábios algumas vezes. Jungkook nem sabia que podia ficar com saudade de beijar na boca com menos de uma semana sem fazer aquilo, mas descobriu que foi o que estava sentindo. Namjoon, que estava no andar de baixo, também veio a seu encontro, o abraçando com bastante força e esfregando o nariz em seus cabelos cor-de-rosa.

Jimin chamou por Kook ainda no andar de cima e correu ao seu encontro, mas diferente de Taehyung, pulou no colo do menino e quase o derrubou, quando prendeu suas pernas na cinturinha alheia. Hoseok reclamou, cumprimentando o adolescente de longe, mas Jimin continuou agarrado a Jungkook até Taehyung reclamar.

- Eu não tenho culpa se sou pequeno e posso usufruir desse privilégio. - Jimin alegou, sorrindo convencido.

- Você não é o único que monta no colo dele, ok? - Jungkook acabou rindo bons minutos da bagunça, percebendo como tinha sentido saudades dos hyungs.

Para o Jeon, os dias naquela república deveriam durar, pelo menos, trinta horas. Assim teria mais tempo para gastar da melhor forma com os mais velhos, seguindo a programação que eles desejavam, ficando do lado deles até enjoarem de sua presença - mesmo sentindo que aquilo provavelmente nunca aconteceria.

Tinha a impressão de estar sempre suspirando apaixonadamente, com coraçõezinhos nos olhos, quando ficava perto daqueles homens. Eles já tinham, sutilmente, tomado lugar em sua cabeça e seu coração de forma que não sabia mais como lidar com aquele tanto de amor. Invadiam seus pensamentos quando menos esperava, até mesmo nos sonhos os hyungs não o deixavam em paz.

Mas daquela vez não era um sonho, era?

Taehyung estava sentado sobre suas coxas, chamando por seu nome e balançando seus ombros. Se sentia um pouco confuso, principalmente por ver o hyung acordado antes mesmo de si, ainda que estivesse de pijama. Então percebeu a porta fechada e o dia ainda escuro. Ainda tentava assimilar o que tinha acontecido para tentar adivinhar o que estava acontecendo, mas logo foi respondido.

- Hoje é meu aniversário! - o Kim pulou animadamente em seu colo. Colocou as mãos na cintura dele, tentando parar, e o puxou para abraçá-lo. Os dois ficaram deitados daquela forma, e o mais novo espontaneamente distribuiu beijos pelo rosto e o pescoço dele.

- Feliz aniversário, hyung - desejou, e Tae também beijou seu rosto.

- Jungkook, não quero saber de nenhum plano seu com mais ninguém no dia de hoje. Você é só meu. Não vai ficar com mais ninguém além de mim. Pelo menos hoje - informou.

- Claro. Tudo que meu hyung quiser hoje - concordou com um sorriso rendido e a voz sonolenta. O mais velho exibiu um sorriso satisfeito.

- Então vamos começar fodendo gostoso.

E, felizmente, conseguiram fazer aquilo sem receber reclamações dos que ainda dormiam. Voltaram a dormir juntinhos e pelados depois que Jungkook viu que ainda eram cinco da manhã. Yoongi quem foi os acordar, lembrando da vontade de Taehyung de transar mais uma vez naquela madrugada após já terem o feito - foi o motivo da procura do Jeon às quatro. Estavam tão lindos daquele jeito bagunçado entre os lençóis do mais novo que teve que tirar uma foto daquilo.

Acariciou a orelha de Tae entre os dedos indicador e médio e desceu o carinho até seu pescoço, vendo o namorado se mexer, tentando continuar dormindo. Então rolou os olhos e foi até um dos pezinhos de Jungkook, começando a apertar os dedos e fazer cócegas na sola; o garotinho apenas recolheu a perna, o que o fez suspirar uma risada. Com a movimentação, os rapazes finalmente acordaram, fazendo careta pro hyung bobo que ainda os olhava segurando um sorriso afetuoso.

- Campeão, nós temos horário hoje - Yoon lembrou, passando os dedos abertos nos fios rosados do namorado.

- Onde nós temos horário, hyung? - Kook perguntou ao aniversariante.

- No estúdio. Vou tatuar - respondeu e bocejou, esticando o corpo descoberto na cama macia.

Jungkook também se espreguiçou, mas voltou a debruçar o próprio corpo no de Taehyung, marcando a pele nua do peito tatuado com beijos molhados e succionando alguns locais, sem pretensão além de acarinhá-lo. Mordeu entre a clavícula e o pescoço do Kim e sentou-se na cama.

- Volta aqui... - Tae chamou com um sorriso safadinho e segurou a mão do Jeon.

- O que você quer comer agora, hyung? - o rapazinho mudou de assunto, tentando ajudar o hyung mais velho. O aniversariante suspirou audivelmente e franziu os lábios, olhando fixamente o rosto de Kook.

- Se eu te disser, você não vai acreditar - respondeu, e Jungkook começou a rir e estapear o corpo dele quando entendeu o que ele queria dizer.

- Responde direito... - pediu.

- Quero leite com cereal. Mas ao invés do cereal pode ser aquele biscoitinho Zangle, que é um cogumelo com chocolate. E ao invés de leite pode ser energético - sorriu.

- Não - Yoongi imediatamente respondeu.

- Então eu quero um Giga Tasty do Mc - mudou o pedido, e viu o mais velho respirar fundo. - Vai, hyung. O último do ano! - brincou com um sorriso astuto, já que o ano acabaria no dia seguinte, e Yoongi assentiu. Aquilo o fez comemorar, e o hyung foi puxado pra pertinho, Taehyung abraçando seu quadril e dando um beijo em sua barriga. - Te amo, namorado - olhou para cima, no rosto do mais velho.

- Eu sei - acariciou a nuca dele brevemente. - Vão se arrumar, a gente come no shopping - pediu, rumando fora dali.

Jungkook acabou ligando para o estúdio pelo celular de Yoongi, perguntando se ainda havia alguma vaga no body piercer, e marcou de furar o lóbulo direito ainda intocado. Comeu um pouco da salada de frutas que Hoseok lhe ofereceu antes de sair com os hyungs, e, ao perguntar sobre alguma comemoração relativa ao aniversariante, ficou sabendo que os presentes de Tae foram entregues no natal e a festa para comemorar seu aniversário era no dia de ano novo, um costume desde que o Kim havia chegado na república.

A tatuagem de Taehyung não foi tão demorada. Não era muito grande, sua localização era o abdômen na altura do cotovelo dele, e o desenho, um coelhinho posicionado para parecer que estava olhando a borboleta no ombro, foi feita com precisão e delicadeza. Kook estava meio deslumbrado, risonho, por ver um coelho na pele do Kim, e logo várias teorias malucas começaram a surgir. Taehyung olhou apreensivo para o menino, quando ele passou tempo demais analisando a tatuagem e precisou rir contido quando ele riu, com os dentinhos avantajados, dizendo que tinha adorado.

Jungkook resolveu afastar os pensamentos estranhos de que talvez a tatuagem fosse em sua homenagem, porque o hyung já havia dito que não fazia muita questão significar suas tatuagens, então preferiu não perguntar sobre aquilo e o mais velho também não fez questão de confirmar.

O fato era que, se Tae tinha suportado a dor da tatuagem com tranquilidade, furar a orelha direita acabou arrancando um gemidinho doloroso de Jungkook. A perfuração também não demorou, mas o garoto teve a impressão que aquela havia doído bem mais que a esquerda, por algum motivo. E ao sair do estúdio, os três foram caminhar um pouco pelo centro de compras, de mãos dadas o tempo todo.

Taehyung comeu o que queria e Yoongi e Jungkook o acompanharam com lanches menores, achando engraçado como o aniversariante mal conseguia colocar tudo na boca. Jungkook gostou daquela sensação, recordando dos olhares semelhantes que as pessoas direcionavam aos seus tios quando faziam algo parecido. Mas, dessa vez sendo o centro das atenções, Kook ficou feliz e orgulhoso de estar ali, caminhando de mãos dadas com dois homens que amava e admirava tanto.

Voltaram à Bangtan quando já estava anoitecendo, e Jungkook quis jogar no Switch, mas Taehyung reclamou daquilo desde a primeira vez que viu o aparelho, dizendo que era para gente mimada que não sabia jogar nada e que era cômico que Kook tivesse um, mesmo jogando Overwatch tão bem quanto um profissional. No fim, acabaram apenas assistindo um filme que Yoongi gostava e ficaram de chamego no sofá da sala até tarde.

Perto das dez horas, Tae recebeu uma ligação dos pais e Jungkook acabou reparando como ele parecia estar falando com um primo distante de quinto grau, meio desinteressado e monossilábico. Yoongi tentou distraí-lo com carinhos preguiçosos nos cabelos tingidos, querendo que ele desse privacidade para o namorado, mas foi impossível de que Kook não ficasse pensativo sobre aquilo. Pelo que sabia, o Kim nunca tinha brigado com os pais nem sido expulso de casa, então não entendia bem a frieza com que ele os tratava, mas resolveu deixar para lá.

Na hora de dormir, Jungkook dividiu a cama com o aniversariante e seu namorado, resultando em beijinhos e carícias lentas até que pegassem no sono, ambos cansados do dia agitado.

O dia seguinte foi um pouco corrido, já que Seokjin queria fazer mais uma ceia para o réveillon. Jungkook ajudou no que pode com sua habilidade culinária pouco confiável e deu uma mãozinha na decoração brilhante que estava sendo feita também. Namjoon chegou quase de noite com uma torta holandesa e uma garrafa de champanhe, que havia sido o presente de seus funcionários para comemorar mais um ano de sucesso da Koya.

Jin ficou orgulhoso do namorado, que sorria sem parar enquanto tinha o rosto beijado pelo mais velho. Haviam fechado o ano com um aumento nos lucros e, se tudo continuasse fluindo daquela maneira, eles poderiam pensar em abrir uma segunda unidade em breve.

O clima já estava prevendo a chegada da frente fria, e por mais que os moradores gostassem de fazer suas comemorações do lado de fora da casa, naquele dia preferiram permanecer dentro. Depois da formatura de Jin, um acordo silencioso havia sido feito entre os moradores, de que eles não passariam tanto os limites para evitar de que novas tendências de cabelo fossem lançadas.

Então eles jantaram e riram de algumas gracinhas feitas a mesa, compartilhando do momento tranquilo que seria a chegada do ano novo. Muitas incertezas rodeavam o mais novinho, mas ninguém realmente teve coragem de comentar sobre aquilo. Jungkook parecia feliz e isso era sinônimo de ver Jimin e Taehyung felizes, também.

Hoseok e Yoongi, entretanto, não pareciam estar tão satisfeitos. Mas por enquanto, estavam se esforçando para disfarçar sua insatisfação com tudo que estava acontecendo. Isso ainda seria assunto para outro momento.

- Sim, mas vocês se lembram quando o Jungkook chegou aqui? - Jin falou alto, rindo e apontando para o menino levemente bêbado do outro lado da sala. - Parecia que ele ia derreter a mobília com aquele olhar!

- Ou explodir um de nós com a força do pensamento. - Hoseok adicionou, acariciando o braço do namorado. Agora, todos se encontravam espalhados pela sala grande, rindo e apreciando o estado de embriaguez leve e o gosto recente de sobremesa dos próprios lábios.

- Eu nunca vi ele assim. - Tae admitiu. - Ele só parecia assustado.

- Ah! Parem com isso! - Kook pediu, rindo de vergonha de seu comportamento marrento no começo do ano.- Os hyungs foram muito bons para mim, mesmo quando eu não queria nem merecia isso. - assentiu, enquanto falava. Jimin tornou a encher sua taça de bebida e o relógio da parede indicou onze e meia da noite. - E eu sou muito, muito grato por isso.

- Você é um menino muito bonzinho, Kookie. - Jimin garantiu, brindando com ele. - Vai ser um adulto excelente!

- Espero que você não arrume tantas confusões nesse próximo ano, Jungkook. - Jin alertou em um tom brincalhão, mas Namjoon ao seu lado parecia ansioso demais para a meia-noite.

- Vamos perder os fogos se ficarmos nessa melosidade. - Yoongi desviou o assunto principal, tocando os cabelos de Tae e indo em direção a varanda.

- Uh, não podemos perder de novo! - Jimin exclamou, se levantando apressadinho e puxando Hoseok consigo. - Na última vez ficamos nos beijando e não vimos...

- Meu deus... Vocês já namoravam nessa época, hyungs? - Jungkook perguntou, levantando devagar e indo atrás deles. Taehyung também acompanhou, entrelaçando sua mão na dele.

- Hobi hyung ainda não tinha me pedido, se isso responde. - o Park comentou risonho. - Mas Tae e Yoon hyung já davam muito trabalho nessa época!

Taehyung começou a reclamar com Jimin, indo se posicionar no meio das pernas do produtor musical, que estava sentado na mesa de piquenique e olhando para o céu, ansioso. Jimin foi abraçado por Hoseok, em uma tentativa de aquecer o menorzinho com seu casaco largo. Mas foi aí que Jungkook percebeu que seus outros dois hyungs tinham ficado para trás, dentro da casa.

Inclinou um pouco o pescoço, tentando ver o motivo da demora, e percebeu que os hyungs estavam de frente, conversando com os olhos fixos um no outro. Pensou em chamá-los, principalmente quando ouviram os gritos e comemorações das casas vizinhas, mas Namjoon cresceu uma expressão alegre no rosto bonito e então pulou para abraçar o namorado, não demorando a lhe beijar a boca.

Foi uma cena bonita de ver, embora Kook não entendesse bem o que ela significava. Pensou nesse momento que, talvez, aquele fosse o motivo de amar também aqueles dois. Eles tinham seu próprio mundo, seus próprios mistérios, e observá-los era sempre um momento de muita inspiração para o garoto.

Os dois se juntaram ao grupo poucos minutos depois. Jin fez questão de garantir que todos estavam com suas taças cheias de champanhe e ralhou quando Tae ameaçou a beber tudo antes da hora. Fizeram uma contagem regressiva, Namjoon parou ao lado de Jungkook e o coração do garoto acelerou quando sentiu seus dedos serem timidamente entrelaçados pelas digitais frias daquele hyung.

5... 4... 3... 2...

Erraram a contagem por um segundo, mas os fogos de artifício no céu impediram que Jimin e Jin reclamassem com o responsável do relógio - Taehyung. Kook riu largo e brindou com os mais velhos, bebendo todo o líquido de sua taça de uma vez. Naquele momento de euforia, o menino só pode desejar, independente do que fosse, que o próximo ano fosse bom e ele fosse capaz de tomar as melhores decisões, quando a hora chegasse.

Abriu os olhinhos depois do pedido, os sons dos fogos ainda preenchiam seus ouvidos e impediam que ele ouvisse com clareza o que alguns dos hyungs desejavam para o ano novo. Viu Jimin e Hoseok trocarem um longo beijo, com Jimin aninhado dos braços fortes do hyung, e Taehyung e Yoongi mantinham os olhos fixos no céu clareado e colorido, as mãos juntas no bolso do moletom de Tae, conversando em silêncio pelo olhar do jeito que só aqueles dois hyungs sabiam fazer.

E mesmo que estivesse "sozinho", Jeon Jungkook se sentiu completo.

Um lembrete mental fez com que ele se atentasse a um pequeno detalhe, que o esperava em seu quarto. Vector tinha uma função especial para comemorações de ano novo, ele precisava conferir isso de perto!

Saiu rapidinho do jardim, soltando da mão de Namjoon, e correu escadas acima, procurando pelo robô quando entrou no quarto. Vector parecia ocupado em brincar com o seu cubo e então Kook se sentiu um tanto triste por tê-lo deixado ali nas datas comemorativas.

- Hey, Vector! - chamou, pegando o pet quando este veio ao seu encontro, chamando por seu nome. Colocou-o sobre o parapeito da janela fechada, vendo alguns dos hyungs lá embaixo, ainda aproveitando o momento, e sorriu. - Happy new year!

O robozinho pensou por alguns instantes e então pequenos confetes explodiram digitalmente no painel em que ficavam seus olhos. Jungkook riu, acariciando o robô e apoiando a cabeça na parede, sentindo-a um pouquinho pesada. Tomou um sustinho quando ouviu uma voz baixa chamar por si, e quando abriu os olhos, viu Namjoon parado a poucos metros de si.

- Desculpe... Você está se sentindo bem? - o Kim perguntou, parecendo apreensivo em se aproximar.

- Estou sim, hyung. Vim dar feliz ano novo ao Vector. - explicou, voltando a olhar para o cubinho que rolava no parapeito da janela, explorando o local. - Aconteceu alguma coisa?

- Não, não aconteceu nada... - Joon se apressou em dizer, aproximando do mais novo conforme falava. - Eu só... Hm... Queria te desejar feliz ano novo. Lá embaixo está barulhento demais...

- Está, sim. - Kook concordou rindo, dando espaço para que o hyung bonito se aproximasse e sentasse na janela também.

Namjoon coçou a nuca, envergonhado. Não sabia bem como fazer aquilo, por mais que quisesse muito. Jungkook voltou a rir um pouquinho e deitou a cabeça no ombro do hyung quando os dois se aproximaram.

- Ei, Jungkook. - Namjoon chamou, engolindo em seco quando o garoto olhou em sua direção, esperando que ele continuasse. - Eu... Eu gosto de você.

Jungkook riu, piscando os olhinhos devagar.

- Eu sei, hyungie, você já me disse isso... Eu também gosto de você. Eu amo você - respondeu, sorridente. Só ficar perto de Namjoon o deixava feliz.

Mas o mais velho parecia um pouco inquieto com sua fala. Temendo que Kook ainda estivesse duvidando da conotação de sua declaração nervosa, não conseguiu pensar em nada melhor do que apenas acabar com o espaço que havia entre sua boca e a do mais novo.

Jungkook arregalou os olhos, puxou o ar com força e sentiu o coração acelerar imediatamente, tendo quase certeza que o hyung estava ouvindo seus batimentos. Levantou as mãos e as fechou em punhos, com medo de que tocá-lo fosse o assustar e fazer se afastar, mesmo que ainda estivesse confuso com o que estava acontecendo. Suas pálpebras fecharam suavemente à medida que o selar simples durava, e não quis abrir quando ele acabou.

Sentia a respiração de Namjoon contra seu rosto, indicando que ele ainda não havia se afastado, e então os lábios em contato com os seus mais uma vez, seu inferior encaixado entre os do Kim. Devagar, tocou o peito do hyung com uma das mãos e notou o quanto o coração dele também estava acelerado, suspirando durante o beijo inocente, e resolveu limpar a mente e se entregar. Sua outra mão também foi em direção ao peito, e as duas juntas subiram até o pescoço do mais velho. O beijo se aprofundou assim que Jungkook permitiu, passando os dedos pelos cabelos crescentes da nuca alheia.

Sentia que estava nervoso ao ponto de não saber o que fazer, mas lembrou assim que sentiu a língua em contato com a sua. Quase sorriu durante o beijo ao perceber que aquilo estava finalmente acontecendo com o primeiro a quem tinha se apaixonado dentro daquela casa. Namjoon tocava seu rosto da forma gentil e terna como era seu beijo, sentimental de um jeito diferente do que costumava ser, mas absolutamente melhor ainda.

Perdeu a noção do tempo nos lábios do hyung, não saberia dizer a duração que o ósculo teve, nem o período em que seus olhos permaneceram fechados. Percebeu que talvez estivesse com medo de abrir e descobrir que tinha feito alguma coisa ruim, do jeito que sua cabeça compreendeu que deveria ser qualquer contato daquele tipo com Namjoon e Seokjin, porque eles já haviam lhe dito que não, mais de uma vez.

O hyung beijou a ponta de seu nariz e o fez abrir os olhos. Havia um sorriso realizado, apaixonado e tranquilo nos lábios que havia acabado de beijar; nos seus, não. Varreu os olhos pelos arredores de seu quarto e não encontrou Seokjin em lugar algum.

- O-Onde... Onde o hyung está? - perguntou, começando a ficar realmente desconfiado e nervoso com os próprios pensamentos.

Se Jungkook fosse o motivo do fim de algum dos relacionamentos daquela casa, tudo aquilo de bom que sentia sobre os hyungs desapareceria, nada teria valido a pena, e tinha certeza que sua culpa e seus pensamentos autodepreciativos o atingiriam de uma forma extremamente forte. Mas Namjoon, ao ouvir a pergunta, apenas selou seus lábios rapidamente mais uma vez.

- Por que o hyung não está aqui, Joonie? - insistiu, e suas mãos geladas pelo nervosismo foram seguradas pelo hyung.

- Nós vamos falar melhor disso depois, mas eu prometo que está tudo bem - sorriu um pouco mais, encostando as testas e o beijou novamente. - Está tudo mais que bem.

〰️

* Toy Spaniel: O Jungkook tem a cachorrinha mais linda do mundo SIM.

*Pink Money e Pride: 

O Pink Money representa o poder de compra ($$) da comunidade LGBT+

e aos poucos esse termo tem sido utilizado para representar os exageros das marcas em atrair esse público. Em resumo, odinheiro rosa é uma parte do

capitalismo movimentada pelo consumo LGBT+. E Pride é o termo usado para significar os movimentos do orgulho LGBT+.

*Discord: O Discord é um software destinado a gamers para se comunicarem enquanto jogam online. 

*Fall Guys: 

〰️

DEMORAMOS MAS CHEGAMOS!!!!!!!!!!!
MANO. DO. CÉU.
A gente demorou demais pra liberar esse capítulo, mas acho que esse 33k de palavras já explicam o motivo da demora, né? kkkkkk

Espero de coração que vocês tenham se divertido, dado risadas, chorado, xingado muitooooo, porque o próximo capítulo é o último :(

Dói o meu coraçãozinho e o da taegia em dizer isso (eu nem sei como vou começar a escrever, sendo sincera) mas é isso!
Queria fixar aqui uma experiência de vida pessoal: nem sempre a gente faz o que quer, e nem sempre o que queremos é o melhor pra gente. 

Acho que o Jungkook se tornou o bebêzinho de muita gente, e eu como mãe babona fico toda sentimental em ver o tanto que ele amadureceu e cresceu durante esse trajeto que passou com todos vocês, que torceram por ele em todos os momentos!

Agora, sem chorinho, O QUE VOCÊS ACHARAM DA FAMÍLIA DO JUNGKOOK PORRA??? ESPERAVAM POR ESSA?? Me contem tudo aqui nos coments e também na nossa tag do Twitter #cuidadelesim

Eu não posso garantir que o próximo capítulo vai chegar logo, mas vou me esforçar ao máximo pra ele sair rapidinho! Tudo vai depender das minhas crises de choro cof cof

Tentamos responder todos os comentários do capítulo anterior, agradecemos demais por todo o amor e carinho que recebemos aqui! Vocês são umas lindezas, amo vocês!
💜

Kisses | (Não) Cuida de Mim
skyxmaze e taegia

Continue Reading

You'll Also Like

39.2K 4.8K 31
Fanfic Jikook +18 | Shortfic | FOFO | CLICHÊ Em conjunto com: @TainaraMirian708 Sempre fui visto como frio, calculista e sem coração. Nunca permiti...
73.9K 9.4K 21
[Concluída] "Um dia, seremos só nós dois... " Simples palavras e uma inocente promessa. Namjoon se sentia observado; paranóico nas rachaduras da vend...
1.2K 159 6
Quando Namjoon se encontra em uma escassez de criatividade para seus quadros, sua única e última esperança é que os doces da padaria da rua de baixo...
11.8K 1.5K 12
No meio da madrugada Yoongi mantinha sua posição ao lado da banheira esperando a festa que acontecia chegar ao fim e Namjoon embriagado chegar para v...