Dormir abraçado com Caitríona usando apenas sua camisola minúscula que não servia realmente para tapar nada era agonizante. Agora, dormir abraçado com Caitríona nua sem poder toca-la da forma que meu corpo implorava, sem percorrer minha mão por todo sua extensão, sem traçar o caminho tão conhecido para suas camadas mais profundas era uma verdadeira tortura.
Na última semana, não havia tido um único dia em que eu não acordasse com ereção matinal. Sempre foi uma constante quando ela estava junto. Mas o desejo aliado a abstinência dela fez com que eu acordasse mais duro do que já acordei em toda a minha vida.
— Bom dia para você também. — Sua voz soou sonolenta e divertida.
Essa mulher deveria ser proibida, mas essa mulher acordando... eu não tinha palavras para descrever.
— Desculpe — me afastei um pouco — Por isso... — pedi constrangido e ela gargalhou.
— Eu não acho que seja algo que você possa controlar, Heughan. — Disse ainda rindo — Está tudo bem.
— Hmmm. — Desfiz meu abraço protetor e estava prestes a levantar, quando ela se virou para mim.
— Sam? — Chamou hesitante.
— Aye?
— Você poderia ficar mais um pouco? — Pediu. — Sei que você tem que ir malhar e... — Olhou para baixo onde eu mantinha o lençol sobre minha ereção e corou — cuidar disso... mas, eu queria conversar sobre como faremos as coisas agora que estou perto de completar três meses.
— Tudo bem. — Me recostei na cabeceira da cama e assisti enquanto ela se ajeitava em uma nova posição.
Para o que restou da minha sanidade, ela manteve seu corpo coberto pelo fino lençol.
— Acho que devemos contar para as nossas famílias pessoalmente.
— De acordo. — Seu olhar hesitante encontrou o meu.
— Como você acha que eles vão reagir? — Segurei sua mão que estava entre nós.
— Eu acho que eles vão amar! Você mesma me disse que seus pais são completamente apaixonados pelos seus sobrinhos, por que com você seria diferente?
— Meus sobrinhos não vêm acompanhados de uma história supercomplicada. — Ela soltou minha mão e encarou a parede fixamente. — E o que sua mãe vai achar disso? Ela... — sua voz quebrou.
— Cait, ela vai amar ter outro neto ou neta. — Ela não se virou — Caitriona, olhe para mim. — Ela não o fez — Cait... — ela se virou — Minha mãe, seus pais, meu irmão e seus irmãos são nossa família e entendo que você tenha receio da reação deles mediante a tudo que engloba a gravidez, mas isso não significa que qualquer um deles vá ficar desapontado.
— Como não, Sam? — A dor crua em sua voz, me atingiu. — Nós... — ela parou — eu... fiz uma coisa horrível. Não que eu, eu só... — se atrapalhou com as palavras.
— Cait. Você se arrepende? — Ela se virou e olhou diretamente nos meus olhos.
— Não. — Admitiu — Não sei se isso me faz mais vadia do que se tivesse me arrependido, mas eu não... não poderia.
— Você não é uma vadia! — Rebati consternado — E eu também não me arrependo de nenhum momento que tive com você. Nunca. — Ficamos nos olhando fixamente por alguns segundos, antes que eu voltasse a falar — O que tivermos que encarar, iremos encarar juntos. Sabe disso, não sabe? Eu estou aqui com você. — Coloquei minha mão sobre sua barriga, ainda sob o lençol — Estou aqui por vocês, Cait. Nós somos uma família, nós quatro. — Ela deu uma risadinha mediante a inclusão de Eddie na adição. — E eu tenho certeza que as nossas famílias ficaram muito felizes com a notícia sobre a nossa ervilhinha, ok? — Sequei uma lágrima que caia de seu olho e beijei sua bochecha.
— Ok! — Sorriu fraco, mas verdadeiramente. — Então parece que você vai junto para a competição dos Balfe's, Heughan.
— Não! — Levei a mão para o peito, em sinal de surpresa. — Finalmente poderei participar do lendário torneio dos Balfe's? — Ela revirou os olhos, mas o humor em seus olhos era claro. — Pensei que apenas Balfe's eram convidados.
— Bem, você mesmo disse que somos uma família agora, sendo assim, você é um Balfe honorário, querido.
— O cargo me caí bem, Balfe. — Ri e ela riu junto.
— Certamente, Heughan. — Ela suspirou e olhou de novo para mim — Quando vamos visitar sua mãe?
— Que tal no próximo fim de semana? Não teremos filmagem até segunda à noite.
— Certo. Essa semana completo três meses e aí estaremos livres de riscos!
— Ela vai ficar muito feliz em te ver, ela sente sua falta.
Talvez tenha sido algo errado a dizer porque Cait fechou a expressão na hora.
— Sabia que ela vai ter uma exposição? Até o Cirdan vai estar lá com a Victoria e o Luca.
— Tem certeza que devo ir no meio de um evento em família?
— Cait, achei que isso já estivesse resolvido.
— Tudo bem! Então na próxima semana iremos para a casa da sua mãe e no feriado estendido vamos para a Irlanda. Isso vai dar certo, não vai? — Beijei sua testa.
— O que poderia dar errado? — Me afastei dela — Agora preciso cuidar de uma coisa e ir para a academia. Você vai ficar bem?
— Sim, vou. — eu estava me levantando da cama e decidi fazer uma pequena provocação, largando o lençol, a dando a visão da minha bunda e antes de passar pela a porta para ir até o banheiro do corredor, virei para ela e sorri.
— Até mais, hon.
-/-
— O que você acha de irmos assistir um filme hoje? — Cait perguntou ao entrar em meu trailer e se jogar no sofá.
— Um filme? No meio da semana? — A olhei intrigado — Está se sentindo audaciosa, Balfe?
— Entediada.
— Achei que a vida ao meu lado nunca fosse entediante, hon. — ela revirou os olhos — Está destroçado o meu pobre coração.
— Eu não tenho mais nenhuma cena, só narração. — Emendou, me ignorando por completo — Sei que você só tem aulas de gaélico e um treino com espadas.
— Andou xeretando meus horários, Balfe?
— Vamos, Sam! Não me faça implorar.
— Acho que é necessário. — Ela levantou do sofá e se aproximou.
— Tem certeza, hon? — Ela continuou se aproximando, não me movi.
Havia algo nela. Algo que me deixava totalmente hipnotizado e a sua mercê. Eu queria saber até onde ela iria para conseguir o que queria, queria saber qual seria o seu próximo passo.
— Sabe, eu poderia ser muito grata. — A provocação em sua voz ecoou direto em meu membro. — É a primeira vez em quase dois meses que tenho energia, disposição e vontade para sair. Vamos lá, Heughan.
Ela já sabia a resposta. Para ela, era sempre sim.
— Tudo bem, você venceu. — Ela sorriu, mas não se afastou.
— E vamos comer uma comida bem gordurosa?
— Achei que você não quisesse que eu a engordasse. — Ela revirou os olhos.
— Parece que a gordura está indo apenas para os lugares certos, você não acha?
Meu olhar desceu imediatamente para os seus seios que estavam bem mais fartos e evidentes — mesmo através de tanta camada de roupa que a Claire usava.
— Eu não saberia dizer. — Ela deu um sorrisinho. Maldita.
— Acho que podemos resolver isso, Heughan.
Quase engasguei com a minha própria saliva e me apoiei na parede atrás de mim.
— O que quer dizer?
— Eu estou te devendo uma espiadinha. — Ergui a sobrancelha em um claro sinal de confusão — Aqui se vê, aqui se mostra? Eu dei uma olhada no seu, você pode dar uma no meu. São termos muito justos.
Ela levou a mão até o tecido que ficava dentro do vestido, de acordo com a vestimenta de mulheres casadas no século XVIII e o desatou lentamente. Então compreendi onde ela queria chegar e engoli minha própria saliva novamente, eu parecia um virgem olhando a primeira namorada se despir. Ela retirou o lenço e só a visão de seu vantajoso decote me fez grunhir.
— O corpete ressalta os seios, não acha? — Ela deslizou a mão para o ganchinho na parte da frente do vestido, revelando a roupa de baixo e o corpete. Seus seios estavam muito visíveis agora. Eu poderia ver até mesmo os seus mamilos por aquela peça fina. Ela puxou o laço do decote, revelando seus seios para mim.
Precisei de todo meu autocontrole para não agarra-la bem ali e ver quais outras partes do seu corpo haviam mudado.
— O que você acha, Heughan? — Meu nome soou tão convidativo em seus lábios.
— Você estava certa. — Ela sorriu com deleite.
— E não estou sempre? — E voltou a se vestir, tão rápido quanto havia se "despido". — E então? — A olhei confuso, o fantasma de um sorriso não deixava seus lábios. — O cinema?
Um lugar escuro, confinado e ao lado dela? O que poderia dar errado, não é?
— Combinado. — Ela voltou a se jogar no sofá, folheando seu livro.
Enquanto eu continuava a pensar nos seus seios e na sensação de seu corpo quente contra o meu na noite anterior.
— Sam, cinco minutos! — Alguém da equipe gritou.
Cait largou o livro no seu lugar de sempre — sim, ela tinha um lugar para deixar o livro dela no meu trailer —, e se levantou.
— Vamos, hon?
— Na verdade eu preciso dar uma passada no banheiro. — Ela estreitou o olhar e quando a compreensão a atingiu, seu sorriso malicioso quase me fez agarra-la.
— Acho que eles compreenderam sua situação.
— Não ouse. — Ela me lançou um beijinho no ar e saiu do trailer.
Ela seria minha ruína.
»※«
Eu estava planejando uma vingancinha especial para o Heughan, depois da brincadeirinha que ele fez pela manhã e por ter me deixado frustrada durante a noite.
O cinema. Fazia anos que não íamos para um, mesmo em Glasgow, onde ninguém liga muito para o que fazemos ou não, todo cuidado era pouco. Mas me lembro com uma incrível precisão de detalhes como foi ter seus dedos em mim e os meus nele durante um filme, como foi sentir seus beijos molhados em meu pescoço e como eu nem mesmo lembrava o nome do filme ao sair da saleta.
Ele havia provocado primeiro. Eu estava apenas retribuindo. De modo bem entusiasmado.
Larguei as chaves no aparador, removi meus sapatos, relaxando instantaneamente com a sensação do chão em meus pés. Casa. Era bom poder chegar cedo em casa, tomar um banho de banheira e relaxar... por quanto tempo mais eu teria esse silêncio e sensação de paz? Olhei para a minha barriga ainda tão pequena que ninguém além de mim e Sam havia notado, nem mesmo Terry — figurinista —, em uma das mais recentes provas de figurino.
Mais tarde. Mais tarde eu me preocuparia com os figurinos, com a série e com a Starz. Neste momento eu apenas precisava de um banho e um bom plano para seduzir Sam.
Eddie nem mesmo se levantou do seu lugar no sofá para me receber, apenas fixou seu olhar de gato em mim, como se estivesse dizendo "ah é você". Revirei os olhos. Essa gata safada levantava toda vez que o Sam chegava. Traidora.
— Sabe que a mamãe não gosta nem um pouco quando você fica toda cheia de chamego com o papai? — Disse enquanto me aproximava dela e me jogava ao seu lado no sofá. Eddie apenas começou a lamber suas patas distraidamente, como se eu nem estivesse ali.
Será que seria assim? Com o nosso bebê? Os pais sempre dizem que os filhos são ingratos... nós fazemos todos o trabalho e o pai ganha todo o amor.
— Para, Balfe. — Murmurei para mim mesma. — Você ama mais a mamãe, não é Edwina? — Acariciei atrás da sua orelha. — Não conta para o papai que eu te perguntei isso.
Papai. Sam havia se autointitulado como pai da Eddie quando estávamos no nosso segundo mês de namoro. Eu, é claro, não aceitei muito bem de início. Ela era minha. Mas com o tempo, aprendi a dividi-la com ele, até porque eu amava o quão meigo ele parecia quando estava com ela. Eddie nunca foi de gostar de humanos em geral, além de mim, mas com o Sam.. ele nem precisou trazer outro brinquedo na segunda vez que veio. Ela simplesmente se enroscou em seu colo e recebeu o carinho de bom grado.
E eu o amei ainda mais por isso. Por ser capaz de fazer Eddie Balfe se apaixonar por ele, por fazê-la ama-lo. E ele havia feito isso, só porque sabia o quão importante ela era para mim.
— É Eddie... você vai ter uma forte competição quando a Ervilhinha nascer. — Ela me olhou, como se tivesse me compreendido e não gostado. — Não se preocupe, você sempre será nossa primeira bebê.
Depois da conversa super saudável com a minha gata sobre meu ex-namorado/ co-star/ futuro pai do meu filho e pai eleito de Eddie, na qual ficou acertado que eu não deveria ter ciúmes dele, fui tomar o meu banho. Sam deveria chegar nos próximos minutos e eu deveria estar na sala, passando hidratante na perna com o roupão acidentalmente mostrando um dos meus seios e uma das minhas coxas.
Esperei por vinte minutos, antes de decidir ligar para ver se ele havia tido algum problema no caminho. Estava no quinto toque, com meu coração palpitando quando ele atendeu e sua voz carregada soou no meu ouvido acalmando meu coração.
Cait!
Oi Sam. Você já está a caminho?
Oh hon, sinto muito... eu tive um imprevisto.
Está tudo bem?
Sim! Quer dizer, mais ou menos. Alex me ligou quando eu estava saindo do set.
Algum problema com os negócios?
Parece que tivemos um problema com algumas permissões para a venda do whisky.
E o que o Alex espera que você faça?
Embarque para Londres imediatamente.
Oh.
Sinto muito não ter avisado. Foi muito em cima da hora! Estou no aeroporto pegando o próximo voo.
Tudo bem, espero que consiga acertar tudo. Sei como o projeto do whisky é importante para você. Você me avisa quando pousar? Se não tiver problema...
Claro que aviso, será a primeira coisa que farei. Cait, sinto muito mesmo. Sei como estava animada para fazer algo diferente... prometo compensar quando eu voltar.
Faça boa viagem, Sammy. Até mais.
Até mais.
Joguei o celular na cama, soltando um suspiro alto. E lá se vai o plano de cinco passos que eu havia articulado tão bem para me vingar do Heughan. E lá se ia também os meus planos para o dia. Não tinha nem escurecido ainda, o que eu faria até a hora de dormir? Eu estava muito mal-acostumada com a presença de Sam no apartamento. Ele brincando com Eddie, ele assistindo tv, ele cozinhando sem camisa, ele sendo inconveniente. Era a primeira vez que ele não estava aqui desde que se mudou.
Decidi continuar apenas com o meu robe e ir ler um livro. Consegui ler quase cem páginas antes de ouvir os miados irritados de Eddie. Ela estava parada em frente a porta, esperando. Por ele.
— Sabia que você está magoando os sentimentos da sua mãe humana que tanto te ama, Eddie? — Ela continuou na mesma posição — Venha cá, sua gata gorda. — A peguei em meu colo — Papai está viajando, tudo bem?
A carreguei até seu pote de comida e onde ficava sua caminha — que ela odiava —, e enchi seu potinho. Queria limpar a caixa de areia, mas lembrei do olhar super bravo do Sam na última vez que eu fiz isso, já que grávidas não deveria mexer em fezes de gato.
— Você vai ter que maneirar até o papai chegar, Edwina. Você acha que consegue? — Ela se debruçou no chão e começou a comer. — Boa garota. E não diga a ele que o chamei de papai.
Minha barriga roncou alto e decidi que era hora de alimentar meu outro bebê. Abri a geladeira que estava super bem abastecida de coisas saudáveis graças ao Sam. Peguei uma jarra de picles e ketchup.
— Hmm... bebê está com vontade de comer coisa nojenta. — Murmurei levando os dois itens para a bancada da cozinha.
Abri o pote de picles e peguei um, despejando ketchup em cima. Era uma delícia!
— Você gostou, meu amor? — Perguntei olhando para a minha barriga. — Tenho certeza que sim, se você tiver alguma coisa do seu pai. Ele tem mania de colocar ketchup em tudo. Paladar infantil.
Continuei comendo meus picles até que meu celular tocou.
Sam! Como foi o voo?
Oi Cait! Cansativo, mas sem nenhuma turbulência.
Está indo para o hotel?
Não. Ele suspirou. Mal tive tempo de desembarcar antes de me arrastarem para o carro.
Você ao menos comeu alguma coisa?
Eu que deveria estar te perguntando isso.
Para falar a verdade, estamos comendo neste exato momento. Você precisa se alimentar.
Eu vou. Assim que chegar no local da reunião vou pedir um x-burguer com shake!
Sam! Você precisa de comida de verdade.
Um x-burguer é a comida mais real que eu consigo imaginar. E o que você está comendo?
Nada demais... algumas sobras que você deixou do jantar do outro dia.
Não mexa na caixa de areia da Eddie.
Mas eu não...
Eu te conheço. Quando eu chegar, eu limpo, ok?
Tudo bem.
Agora tenho que desligar. Te ligo mais tarde, ok?
Ok. Boa sorte, Sam.
Obrigada, hon.
De volta para o silêncio. Guardei o restante dos picles e o ketchup de volta na geladeira. Olhei para o relógio e não se passava das seis, faltava muito tempo até a hora de dormir... e eu estava agitada demais para ler. Poderia assistir uma série...
Eu tentei. Mas meu cérebro estava muito ativo, muito consciente da ausência de Sam. Decidi esquematizar melhor meu plano de vingança, li novamente o roteiro do dia, da semana, do mês. Movi alguns objetos e depois coloquei de volta, depois movi novamente. Nada. O tempo parecia estar congelado desde a última ligação de Sam.
Caralho! Arrume uma vida, Caitriona. Decidi fazer um Q&A surpresa no twitter, o que serviu para me distrair bastante. Eddie se juntou a mim, depois de um tempo e ficamos assistindo um episódio de Normal People. Pesquisei sobre gravidez, sobre gatos, contos infantis em irlandês e escocês. Até mesmo vi uma escola maternal na vizinhança... pedi comida — dessa vez saudável —, comi enquanto assistia o episódio de Sam em Hewalter, o que quase me causou uma indigestão.
Maldito. Por que ele tinha que ser tão cativante e tão... tão Sam?
Finalmente havia chegado o horário de dormir, mas havia outro problema... eu estava aterrorizada com a possibilidade de dormir sem os braços de Sam ao meu redor. Decidi pegar o notebook e matar o tempo pesquisando sobre alguns assuntos aleatórios. Até que a tela mudou para a foto do Sam pedindo uma chamada de vídeo.
Já sentindo minha falta, hon?
Sempre. Como você está?
Estamos bem, Sammy. Tomamos banho e nos alimentamos direitinho! E como foi a sua reunião?
Cansativa. Ele suspirou se recostando na cabeceira da cama.
Por que você não vai dormir? Está tarde e...
Posso ver?
Ver o que?
A barriga. Eu... sei que parece bobo, mas eu...
Vê-la te ajuda a imaginar melhor?
Sim... eu entendo, se não quiser pareço um pervertido.
Um pouco. Ri. Tem alguém com você?
Não.
Okay.
Parece que os meus planos poderiam sofrer uma leve alteração. Será que o impacto seria maior com ele em outro país? Desatei o nó do robe, revelando minha nudez para ele.
Você está nua.
Você sabe que eu prefiro dormir nua. Quer que eu feche?
Não, só... você está ainda mais linda.
Hora, você não está nada mal também.
Eu também gosto de dormir nu.
Engoli em seco.
Sam, você pode ficar na ligação até eu dormir? Eu sei que está cansado...
Mudei de assunto.
Claro. E como foi o resto do seu dia?
Para dizer a verdade? Chato. Eddie não quis me dar atenção, ela está mal-humorada porque você não está.
É mesmo? E você tentou brincar com ela com aquele ratinho falso que...
Claro que tentei, Sam. Eu sei como brincar com a minha gata. Ele riu. Mas ela não quer saber de mim, só fica olhando para a porta e miando.
Diga para ela que o papai já, já está de volta.
E esse já já vai demorar muito?
Provavelmente dois dias.
É muito tempo... ele ergueu o olhar. Para não limpar a caixinha de areia da Eddie.
Claro... pegarei o primeiro voo para casa assim que resolver o problema. O que mais você fez?
Tentei ler e assistir série, mas não consegui. Aí fui pesquisar sobre crianças e encontrei algumas escolas muito boas na vizinhança.
Ervilhinha já nasceu? Quanto tempo fiquei confinado naquela sala? Revirei os olhos e ele riu.
Esse tipo de coisas leva tempo... inclusive acho que devemos ir visita-las antes do bebê nascer.
Tudo o que você quiser. Continue.
Achei uma matéria interessante sobre bebês e gatos.
Duas das minhas coisas favoritas!
Jantei. Li o roteiro de novo. Tentei ler e assistir de novo. Redecorei a sala...
Você fez o que?
Não arrastei nenhum móvel. Ainda não me acho a mulher maravilha, só mudei algumas coisas de lugar.
Isso tudo é saudade, Balfe?
Confesso que me acostumei a ter você preenchendo o vazio na minha vida, Heughan. Com sua inconveniência.
Haha. E eu já estou com saudades do seu mal humor rotineiro, Balfe.
Vai se fuder. Ele gargalhou e eu acabei gargalhando junto. E como foi a sua reunião?
Mal tive tempo de respirar antes de ser arrastado para outra e depois outra. Ao menos consegui meu x-burguer. Revirei os olhos
E o que aconteceu com a permissão para vender o whisky?
Burocracia sem fim com os Estados Unidos... aí eles aproveitaram o problema e o meu deslocamento para cá para discutir outros problemas com o modelo da garrafa, com o rótulo, o nome...
Você ainda não me disse qual vai ser o nome.
É surpresa, Balfe.
Hmmmmmm.
O que você vai fazer amanhã?
Gravar mais narração. O Matt disse que podemos adiantar um bom material até o feriadão. O que é bom, dado a minha condição... queria adiantar mais cenas, mas eles já estão operando no limite.
Olhei para a tela novamente e Sam dormia com a mão apoiada em sua cabeça, em uma posição meio sentada que não me parecia nada confortável. Ele devia estar exausto. Havia uma tensão em seus músculos, mas seu rosto estava relaxado em uma expressão quase sorridente como se estivesse sonhando.
Me deitei, ajeitando-me em uma posição onde eu pudesse olha-lo pelo notebook e que fosse confortável e por fim, acabei adormecendo.
Nota: Em primeiro lugar, FELIZ NATAAAAAL! 🎁 Em segundo, vocês já conferiram as fics natalinas? Espero que sim!
Nota 2: Os dois estão se provocando para ver quem cede primeiro... quem vocês acham que ganha? E quanto tempo essa provocação irá durar?
Prévia: Cait e Sam tem uma crise sobre se estão preparados para serem pais quando Sam a traz um presente inesperado.