Just a Year - (COMPLETA)

By alexia-macedo

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Rebeca mora em São Paulo e está no último ano do ensino médio. Tudo que ela quer é apenas aproveitar esse últ... More

Sinopse
Capitulo 1
Capitulo 2
Capitulo 3
Capitulo 4
Capitulo 5
Capitulo 6 (bônus)
Capitulo 7
Capitulo 8
Capitulo 9
Capitulo 10
Capitulo 11
Capitulo 13
Capitulo 14
Capitulo 15
Capitulo 16
Capitulo 17
Capitulo 18
Capitulo 19
Capitulo 20
Capitulo 21
Capitulo 22
Capitulo 23
Capitulo 24
Capitulo 25 (Especial 6 mil leituras)
Capitulo 26
Capitulo 27
Capitulo 28
Capitulo 29
Capitulo 30
Capitulo 31
Capitulo 32
Capitulo 33
Capitulo 34
Capitulo 35
Capitulo 36
Capitulo 37
Capitulo 38
Capitulo 39
Capitulo 40
Capitulo 41
Capitulo 42
Capitulo 43
Capitulo 44
Capitulo 45 (Final)
EPILOGO
Agradecimentos
Novidades para os leitores!

Capitulo 12

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By alexia-macedo

O único barulho é o da TV. Assim que cheguei em casa dei de cara com a expressão furiosa e preocupada do meu pai no mesmo instante em que a Vanessa soltava um “eu te falei que ela estava bem!”. Acabou que com a volta de moto e todo o drama, perdi a hora. Aparentemente eu fiquei quase duas horas fora, o que fez meu pai ligar para a portaria e descobrir que eu não estava lá. E se não fosse a Vanessa a essa altura já tinha policia, bombeiros e até o IML aqui. 

A Vanessa conseguiu conter o surto do meu pai e agora estamos aqui na sala para conversar. Na verdade essa foi a ideia da Vanessa, sentarmos e esclarecermos tudo. Enquanto seus olhos correm de mim para meu pai, nós dois olhamos para a TV como se fosse a coisa mais incrível do mundo e que merecesse total atenção. Na verdade eu nem sei direito o que está passando, nem em que canal está. É algum filme ou série, eu acho. 

- Tá bom! – A voz da Vanessa ressoa pela sala  após quase quinze minutos de silencio. – Vamos conversar. Rebeca, onde você estava? 

- Já disse! Eu estava na escadaria. Eu estava no meio da escadaria. – Percebo que minha explicação fez os olhos do meu pai se deslocarem de leve da TV e me analisarem por alguns segundos. – Eu só precisava respirar um pouco e ficar em silencio. 

- Agora você vai falar que eu fiz da sua vida um inferno! – Meu pai diz com uma voz rouca mesmo sem desviar o olhar da televisão. 

- Rebeca, acho melhor você ir dormir. Você tem aula amanhã cedo e é ainda seu segundo dia. – Vejo que a Vanessa está cansada.

 Isso me entristece um pouco. Deve ser difícil para uma mulher como ela ter que aturar tanto drama. Ela ainda 25 anos e está praticamente levando essa casa nos ombros. Mas bom, ela sabia muito bem onde estava se metendo. E eu também. 

Quando vim para cá já esperava por isso. Eu nunca consegui conversar com meu pai uma vez sequer nos últimos anos sem terminar em uma briga, com muito grito e choro. Por que agora, que estamos morando debaixo do mesmo teto, não seria diferente? Uma parte de mim achou, de verdade, que seria. 

Quando eu era pequena as coisas costumavam a ser diferentes. Eu e meu nunca brigávamos e nem tínhamos motivos para isso. Era tudo perfeito. Parecia, pelo menos. A verdade é que conforme ele se afastou, fui percebendo o quanto éramos diferentes. E aos poucos tudo que tínhamos em comum sumiu. E a única ligação que tínhamos de verdade era o sangue. 

Um pouco triste e complicado, levando em consideração que costumávamos ser exemplo de pai e filha. Eu via todo domingo o jogo com ele, mesmo achando um saco e sempre tentando fazer ele prestar mais atenção em mim do que naquele monte de homem correndo atrás de uma bola.  E ele sempre me ajudou com as tarefas da escola. Íamos tomar sorvete, ele me levava para andar de bicicleta e eu sempre o admirei. Ele era meu melhor amigo. 

Até me trocar pelo seu trabalho. 

***

O despertador soa insistente do outro lado do quarto, em cima da escrivaninha. Coloquei ele exatamente nesse lugar para não correr o risco de desligar e voltar a dormir. Assim eu terei que ir até lá e desligar ou esperar um xingamento do meu pai do outro lado da porta. Mas por experiência própria sei que poderia deixar o despertador tocar a manhã inteira, mas meu pai não iria dirigir uma única palavra para mim. Nem mesmo um palavrão. 

 Vou até o outro lado do quarto e desligo o barulho irritante, apesar do meu dedo estar coçando para apertar mais cinco minutos. Meus olhos estão ardendo e devo imaginar que estou com uma cara horrível. Essa foi uma daquelas noites em que eu só consigo dormir depois das três da manhã. Provavelmente estou igual a um panda, só que sem a parte da fofura. 

Depois de me arrastar vagorosamente até o banheiro, até a cozinha e novamente para meu quarto. É a hora de sair para a escola. Decidi acordar hoje mais cedo, como havia falado ontem para mim mesma. Ao pegar o elevador solto um suspiro de alivio ao perceber que o Brian não está dentro. Ultimamente o elevador tem sido nosso maior ponto de encontro, assim como a escada também. O que me faz pensar que eu realmente não tenho mais por onde me locomover sem correr o risco de dar de cara com ele. Também, o que mais eu queria? Moramos no mesmo prédio! 

Assim que entro no ônibus dou de cara com a Penélope. Ela mora dois pontos depois do meu prédio e ontem viemos conversando o caminho todo. Percebi que ela é bem diferente do que aparenta ser. Não é tão nerd e é muito animada. Tipo, muito mesmo! Ela está me olhando com um enorme sorriso e em outro momento iria achar toda essa sua alegria muito esquisita, considerando que eu conheço ela há quase 24 horas. 

- E aí, guardei esse lugar para você! – Ela me olha om seus enormes olhos castanhos, que descobri que são tão grandes por causa das lentes dos óculos. 

- Obrigada. – Me sento enquanto ela tira a mochila do banco ao seu lado. A verdade é que é meio impossível guardar um lugar em um ônibus, mas como não tem ninguém em pé imaginei que ela se tratava de pessoas que tinham outras opções de onde sentar. 

Penélope começa a falar sobre como está animada para o Carnaval. E eu entro no piloto automático, onde só balanço a cabeça e sorrio ou faço uma cara de chateada, quando é preciso. Me desligar das conversas triviais é uma de minhas maiores habilidades. A Penélope veio a volta toda ontem me contando detalhes sobre cada um dos alunos. Basicamente tudo que eu precisava saber sobre todo mundo. 

Não lembro muito sobre a maioria das pessoas, mas consigo me lembrar com detalhes de tudo que ela disse sobre o Brian. Ele era um típico garoto popular. A Cecilia, menina que saiu com ele ontem depois da escola, está tentando conquista-lo há quase quatro anos. O Brian não é um típico idiota, mas também não é dos garotos mais legais com garotas como ela, excluídas. Ele não costuma dar bola pra ninguém, pois não precisa. São as garotas que vão atrás dele. O que me faz pensar em ontem à noite. 

Ele foi atrás de mim, quis saber como eu estava e me levou para andar de moto e me deu um beijo. Todas as iniciativas vieram dele, quando tudo que eu fiz foi tentar afastá-lo. Jamais vou poder contar isso para a Penélope. Nem para a Babi. Muito menos para a Babi. Demorou muito tempo para ela tirar da cabeça que eu estava me apaixonando pelo Guilherme, por mais que eu negasse a cada instante. Acabou que ela me fazia pensar nele mais do que eu realmente pensaria. E, bom, quando você começa a pensar muito em alguém... Já dá para desconfiar o que está acontecendo por dentro desse tortuoso coração. 

- Vamos, nosso ponto já chegou. – A Penélope me desperta. 

A primeira aula da terça-feira é de filosofia. Logo depois vem sociologia e história. Só de olhar a grade de aulas posso ver que hoje é meu dia de sorte. Apesar de todo mundo achar filosofia um saco, é uma das minhas matérias preferidas. Também gosto de história, apesar de não me dar tão bem assim nas provas. 

O professor deve ter uns sessenta anos, é alto, loiro e tem uma enorme barriga. Quando entramos na sala ele já está lá, com vários livros espalhados pela mesa e olhando para eles por cima dos seus óculos. A Penélope havia comentado que esse professor odeia conversas ou qualquer barulho que faça com que ele perca a linha de raciocínio. Ele também adora pregar peças nos alunos. 

- Bom, nós vamos agora começar a dividir a classe por trios, cada trio deverá escolher um filosofo famoso, ler um livro desse filosofo e fazer uma pequena analise sobre seus pensamentos.  – Ele fala enquanto escreve no quadro branco e dá alguma tossidas pelo meio das palavras. 

No exato momento em que ele se vira o Brian entra na sala. Ele está acompanhado com a Cecilia, Melissa e a Lorena, as três meninas super poderosas, como a Penélope mesmo me disse ontem. As garotas se sentam nos seus lugares, mas o Brian se senta na cadeira bem atrás de mim, onde ontem tava sentado um garoto gordinho e que não parava de mascar um chiclete de morango. 

Estranho. Todo mundo tem seus lugares marcados, e onde você senta no primeiro dia você tem que sentar até o último. 

- Brian, Penélope e... hummm, qual é o seu nome? – O professor está me analisando de uma forma esquisita, por cima dos seus óculos. 

- Re-Rebeca. –Digo. 

- Ok, primeiro trio fechado. Vocês três escolham um filosofo e façam esse trabalho. Deve ser entregue na semana antes das provas. Tem dois meses. – Enquanto o professor passa a analisar outros possíveis grupos, eu sinto meu coração bater forte. Estou começando a ficar cada vez mais assustada com isso, não sei ainda como não tive um ataque cardíaco de tanto que meu coração tem ficado acelerado no último mês! 

***

- O que aconteceu entre você e Brian? – A Penélope fala assim que saímos da cantina da escola. Ela está com um suco de uva na mão e eu com uma mini lata de coca. 

- O que você quer dizer com isso? – Tento fazer minha melhor cara de “não foi eu quem mexeu aí, mamãe”. 

- Ele sabia que se sentasse ali o professor ia escolher ele para fazer o trabalho com a gente! 

- Claro que não! Como ele saberia? 

- Acontece que esse professor sempre passa esse mesmo trabalho desde o primeiro ano e ele sempre escolhe as pessoas pelo lugar onde elas estão sentadas. Por qual motivo ele foi sentar atrás de você só na primeira aula e justo nessa aula? – Juro que se estudássemos em uma escola americana a Penélope ia fazer parte do jornal. Ela é quieta, mas é ágil e consegue perceber até o que está acontecendo pelas suas costas. Seus grandes olhos me observam enquanto ela faz toma seu suco de uva pelo canudinho. 

- Não faço a menor ideia. – Dou de ombros. 

Não consigo tirar da cabeça o que a Penélope disse. Por mais que eu tenha me mostrado indiferente e desinteressada. Passei a aula de história inteira pensando nisso, o que me fez perder grande parte da explicação de como o professor gosta de seus trabalhos, de como ele vai avaliar e o que será estudado no bimestre. 

Engraçado é que, antes da saída, o Brian não falou uma única vez comigo. Nem o peguei olhando em minha direção. Mas quando estávamos saindo da sala ele colocou um braço ao redor do meu pescoço e outro ao redor do pescoço da Penélope, que estava ao meu lado. 

- Então meninas, quando vamos começar o trabalho? 

- Faltam dois meses ainda! - Retruco enquanto tento tirar seu braço do meu pescoço, devo admitir que foi uma tentativa falida. 

- Eu ouvi. É só que eu sou meio lento para ler um livro, principalmente quando é muito chato. – Ele diz enquanto descemos as escadas. Olho para a Penélope e ela continua com sua cara de assustada e admirada. O que é de se esperar, já que é bem capaz do Brian nunca ter nem dirigido um olhar para ela. 

- E-eu vou pesquisar hoje de tarde um filosofo. Nós podemos fazer o seguinte: A Rebeca começa a ler, já que ela tem mais costume de leitura, depois eu leio a outra parte e o Brian fica com o final. – Penélope fala. 

- Adorei a ideia! Podemos marcar algumas reuniões para discutirmos algumas coisas e observações e irmos montando o trabalho. 

- E onde seriam essas reuniões? 

- Hummm. Esse trabalho é meio tenso, pensei em algum lugar onde a gente possa relaxar. Que tal em um clube? Tem um perto do nosso prédio, Rebeca. – Ele abre aquele sorriso de que faz qualquer coração derreter e me lança uma  piscadela. 

- Perfeito! – A Penélope diz animada e eu lhe lanço um olhar fuzilante. Ela realmente não deveria se deixar infectar pelo sorriso idiota do Brian. Mas antes que eu possa retrucar ele já tirou o braço do meu pescoço e já está indo em direção a sua moto. 

Por mais que eu tente, não consigo imaginar por que ele quer tanto essa aproximação de mim.  

 ***

PLÁGIO É CRIME. DENUNCIE!

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