Just a Year - (COMPLETA)

By alexia-macedo

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Rebeca mora em São Paulo e está no último ano do ensino médio. Tudo que ela quer é apenas aproveitar esse últ... More

Sinopse
Capitulo 1
Capitulo 2
Capitulo 3
Capitulo 4
Capitulo 5
Capitulo 6 (bônus)
Capitulo 7
Capitulo 8
Capitulo 10
Capitulo 11
Capitulo 12
Capitulo 13
Capitulo 14
Capitulo 15
Capitulo 16
Capitulo 17
Capitulo 18
Capitulo 19
Capitulo 20
Capitulo 21
Capitulo 22
Capitulo 23
Capitulo 24
Capitulo 25 (Especial 6 mil leituras)
Capitulo 26
Capitulo 27
Capitulo 28
Capitulo 29
Capitulo 30
Capitulo 31
Capitulo 32
Capitulo 33
Capitulo 34
Capitulo 35
Capitulo 36
Capitulo 37
Capitulo 38
Capitulo 39
Capitulo 40
Capitulo 41
Capitulo 42
Capitulo 43
Capitulo 44
Capitulo 45 (Final)
EPILOGO
Agradecimentos
Novidades para os leitores!

Capitulo 9

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By alexia-macedo

A chuva bate na janela de vidro do meu quarto. Depois de semanas sem cair uma gota de água do céu, o mundo parece desmorona. O tédio de domingo toma conta de toda parte da casa. A Vanessa viajou novamente a trabalho na sexta e provavelmente volta hoje à noite ou amanhã de manhã. Meu pai provavelmente está na sala assistindo ao jogo de futebol, nem precisei ir até a sala para saber já que ele está xingando e desliga a Tv a cada cinco minutos e liga ela novamente em menos de um segundo.

Tem coisas que nunca mudam, penso.

Fecho os olhos, respiro fundo e me permito viajar um pouco pela minha mente. Nas últimas semanas tenho corrido de mim mesma, tenho tentado me manter em movimento e com a cabeça sempre ocupada para não ter que pensar muito nas coisas que estão acontecendo. Na mudança e na saudade que aperta tanto o peito.

A essa altura meu quarto já está com a minha cara. Os livros perfeitamente organizados nas prateleiras, as fotos em um mural improvisado na parede, a bagunça na escrivaninha, as folhas amassadas que pulam para fora da pequena lata de lixo, o papel de parede floral, os pisca-pisca ao redor da janela... Depois de um tempo achei que o melhor era me entregar ao lugar e deixar de lado essa relutância. Hoje esse quarto tem cara de meu, tem meus gostos em cada pequeno detalhe, minha cara, minha personalidade. Mas mesmo com tanta coisa minha eu ainda não sinto como se pertencesse a esse lugar.

- Filha – o rosto do meu pai aparece na porta entreaberta, acho que é um costume local fazer esse tipo de coisa, no lugar de onde eu venho a gente costuma bater na porta. – Vou pedir uma pizza, quer me ajudar a escolher o sabor?

Sorrio e aceno com a cabeça freneticamente. Respiro fundo e levanto correndo em direção a cozinha. Desde que me conheço por gente, eu e meu pai brigamos na hora de escolher o sabor da pizza. E mesmo ele sabendo perfeitamente de que entraremos em uma acirrada disputa entre quatro queijos e portuguesa ele ainda sempre me chama para “ajudar” a escolher o sabor. E no fim das contas, sempre pedimos duas pizzas. Quatro queijos para ele e portuguesa para mim.

- A pizza deve chegar em uns trinta minutos – ele diz após desligar o telefone e se sentar no sofá. – Amanhã é seu primeiro dia de aula, está ansiosa?

- Não sei. – Digo depois de pensar um pouco. – Estou nervosa por não conhecer ninguém e um pouco ansiosa para conhecer gente nova. Faz sentido?

Ele balança a cabeça de um lado pro outro e depois abre um largo sorriso. Sempre achei uma besteira esse drama todo de mudar de escola no último ano. Até acontecer comigo e me atacar o desespero.

Um ano é exatamente o tempo em que você conhece novas pessoas e cria laços. E justamente quando você começa a ter amizade com as pessoas, tudo acaba. E por mais que todo mundo negue, cada um segue seu rumo e só conseguimos nos lembrar daquelas pessoas que realmente nos marcaram, e mesmo assim isso não significa que iremos conseguir manter os laços. A distancia sempre acaba com tudo, principalmente aquela que não é medida por metros ou quilômetros.

- Tem um rapaz aqui no prédio que vai estudar com você. – Volto a realidade no mesmo instante.

- É mesmo? – Tento parecer desinteressada. Não sou muito boa em fingir e aposto que minha expressão corporal deve estar me denunciando. Sorte minha que meu pai não entende nada disso e é mais desligado que rádio queimado.

- Sim, ele é filho de dois amigos meu. Coloquei você nessa escola justamente por indicação deles. Bom menino, você deveria fazer amizade com ele.

Suspendo as sobrancelhas de leve e solto um pequeno murmuro. Não foi isso que a Vanessa me disse. Pelo que ela me contou ele é bem metido a playboy e pegador. E pelo que parece já tem dezoito anos, já que vive pra cima e pra baixo em cima de uma moto preta.

Desde o dia em que o Brian decidiu me seguir, mudei todos os meus horários de corrida. Aproveitei e comecei a correr de manhã cedo, antes das seis da manhã. Foi o maior sacrifício que tive que fazer, mas foi algo bom. Nunca imaginei que acordar de manhã cedo fizesse tão bem. E desde então só encontrei com ele uma única vez, enquanto voltava da sorveteria com a Vanessa e vi ele saindo de casa com uma garota loira na moto. Quando passou por mim ele deu uma leve piscadela o que despertou em mim uma pequena fúria. E só de imaginar que vou ter que ver ele cinco dias da semana por um ano...

- A pizza chegou! – Meu pai comemora e me tira da nuvem negra que estava começando a se formar em meus pensamentos. Dou um leve sorriso e corro animada atrás dele, nesse momento não tenho receio nenhum em me parecer com uma criança de cinco anos. Gosto desse sentimento familiar de felicidade simples.

***

Meu despertador soa estridente e minha vontade é fazê-lo beijar a parede. Passei a semana inteira acordando as cinco da manhã sem reclamar e hoje eu acordo as seis e com uma vontade de matar qualquer pessoa que passe pela minha frente.

Me arrasto vagorosamente para fora do meu cobertor quentinho e sou retribuída com um vento gelado que vem da janela. Minha vontade é de voltar correndo par dentro do cobertor r inventar uma doença qualquer, mas não tem como fazer uma doença de mentirinha durar por um ano e mais ou cedo ou mais tarde terei que enfrentar a nova escola, apesar de grande parte de mim querer adiar esse acontecimento fatídico.

Resolvo soltar meu cabelo hoje e o deixo natural mesmo, afinal, fazer escova nessa chuva é realmente pedir para ficar mais armada que guarda-chuva. Passo uma leve camada de maquiagem e um traço fino de delineador, um pouco de rímel um batom rosa. É muito raro eu usar maquiagem, principalmente para ir a escola, mas hoje é o primeiro dia e não quero que eles achem que eu sai do elenco de The Walking Dead.

Quando entro no elevador dou de cara com o Brian. Claro que sim, afinal moramos no mesmo prédio e estudamos na mesma escola, pior ainda, na mesma sala! Faço uma nota mental para começar a sair de casa mais cedo.

- Oh não precisava caprichar tanto assim pra mim – Ele diz assim que as portas do elevador se fecham. Menino esperto, se ele tivesse dito isso antes eu teria dado um pulo para fora do elevador e descido de escada.

- Quer uma carona, linda?

- Eu? Subir naquela sua maquina da morte? Com você? – Dou uma enfatizada dramática na última pergunta antes de dar uma gargalhada forçada que soa muito mais alta do que havia planejado.

Assim que escuto o pling do elevador praticamente dou um pulo pra fora e começo a andar rápido como se tivesse sendo seguida por um cachorro. O que, na verdade, é quase a mesma coisa.

- Olha que você vai se arrepender, viu? – Ele fala alto o suficiente para que eu escute e isso me faz revirar os olhos.

***

Meu guarda-chuva quebrou e eu tive que passar quase dez minutos esperando um ônibus embaixo de uma chuva fina. Para completar o ônibus estava tão cheio que se alguém se abaixasse teria que passar a viagem inteira lá e ainda correria o risco de ser pisoteado. Ainda tive que correr até a escola e implorar para o porteiro me deixar entrar.

Desde a hora que vi a cara do Brain no elevador eu sabia que esse seria um dia daqueles, e ainda mais depois dele praticamente ter me jogado uma praga. Mas não me arrependo. Passaria por isso todos os dias, mas não subiria naquela moto!

Quando chego na sala o professor me olha torto e logo após com uma expressão curiosa. Juro que antes dele me mandar para frente da sala e me apresentar eu vi um sorriso de “você será minha cobaia” bem estampado na sua cara.

Meus cachos a essa altura deveria estar encharcados e minha roupa com aquele aspecto de que você pegou do fundo do balde de roupa suja. Olho para fundo da sala e meus olhos encontram com os olhares do Brian, um enorme sorriso estampa no seu rosto e aposto que ele deve estar pensando que estou arrependida de não ter subido em sua moto. Doce engano!

Depois de ter dito meu nome e respondido algumas perguntas do professor como minha idade, de onde eu vim e o que eu queria fazer da vida ele me deixou sentar. Os único lugares vagos eram na frente, ao lado de uma ruivinha com óculos quadrados e cada de nerd, no meio em meio a algumas garotas que soltavam aquelas risadinhas esganiçadas onde (onde provavelmente o motivo das risadas era a idiota aqui) e no fundo, bem perto do Brian.

Meus olhos percorreram nervosamente por toda a sala e eu resolvo me sentar ao lado da ruivinha. Ela me olha de uma forma solidária e com a boca em uma linha fina. As risadinhas aos fundo vão parando conforme o professor vai falando sobre os projetos para o ano, o compromisso do aluno, o enem, vestibular e todo esse papo que me faz querer dormir.

No intervalo eu me sinto como um cachorro que caiu da mudança totalmente perdido. Aparentemente todo mundo aqui já se conhece e já faz parte de alguma panelinha. Respiro fundo e continuo andando pelo pátio até que encontro um lugar para me sentar. Assim que me sento a ruivinha que ficou ao meu lado durante as primeiras aulas vem até mim.

- Primeiro dia difícil? – A ruivinha se senta ao meu lado. Ela tem aquele mesmo olhar de compreensão. Balanço a cabeça em afirmação. – Meu é Penélope, o seu é Rebeca, certo?

Balanço novamente a cabeça e sorrio. Penélope. Nunca tinha conhecido ninguém com esse nome antes e não posso deixar de sorrir ao me lembrar da Penélope Charmosa. Essa daqui é bem diferente do desenho. Penélope tem grandes olhos castanhos e um cabelo ruivo de dar inveja. Olhando ela tão de perto dá para notar algumas sardas escondidas pela leve maquiagem. Ela é bem bonita e isso faz com que eu me pergunte como ela não é popular.

Ficamos sentadas uma do lado da outra sem dizer uma única palavra por vários minutos. Do outro lado do pátio vejo o Brian rodeado de amigos, alguns dos meninos que vi mais cedo com ele no fundo da sala e as meninas que estavam dando os risinhos irritantes. Alguns alunos, aparentemente, mais novos estão por perto também, como se quisessem se aproximar e ser amigos do grupo popular.

- Aquele ali é o grupo mais famoso e problemático da escola – Dou um pulo ao escutar a voz de Penélope. Solto um leve ruído como se tivesse desinteressada, por mais que eu esteja com vontade de fazer mil perguntas. – Todo mundo quer ser amigo deles, principalmente do Brian.

- É mesmo?

Ela balança a cabeça e solta um leve suspiro. No mesmo instante o Brian se vira como se tivesse sido atraído pelo meu olhar curioso e abre aquele sorriso torto que vem acompanhado com uma piscadela. Reviro os olhos e suspiro pesadamente.

- Espera aí... Ele acabou de piscar para você? – Penélope diz com um tom mais alto do que o normal de sua voz calma e sussurrada.

- Ele é um idiota irritante. – Digo me levantando. Um minuto Penélope vem andando apressadamente atrás de mim. Percebo que ela está louca por detalhes, mas não quer se inconveniente. – Moramos no mesmo prédio. Ele me perseguiu um dia desses enquanto eu caminhava.

Suas sobrancelhas se suspendem em um ar de espanto. O sinal que indica que o intervalo chegou ao fim ressoa e é como uma cutucada em um formigueiro. As salas do ensino médio ficam no andar de cima e para chegar nelas precisamos subir um bom lance de escadas. Com toda a movimentação acabo escorregando em um dos degraus e nesse momento sinto o ar dos meus pulmões indo embora, minha cabeça gira um pouco e meu coração acelera.

Eu vou cair. E se eu cair agora irei derrubar todo mundo que está atrás de mim, como uma fileira de dominós.

Antes que eu consiga encontrar com o chão da escada sinto duas mãos segurando minha cintura e me suspendendo um pouco. De repente eu estou firme no chão novamente. Minha respiração está falha e meu coração está praticamente na garganta. Viro no mesmo instante para ver quem foi o meu grande salvador e dou de cara com um sorriso presunçoso e dois olhos claros me fitando de forma divertida.

- Acho que você fica me devendo uma, linda.  

PLÁGIO É CRIME! DENUNCIE! 

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